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A patologia é um ramo da medicina que estuda alterações estruturais, bioquímicas e funcionais das células. A palavra “patologia” tem origem no grego: Pathos: doença e Logos: estudo. O estudo da patologia é dividido em duas partes: A patologia geral e a patologia especial ou sistêmica. • Patologia geral: estudo dos mecanismos básicos e gerais que permeiam toda doença (ex.: estudo do processo inflamatório ou do processo de formação dos tumores); é a base para a compreensão da patologia sistêmica. • Patologia especial ou sistêmica: estudo dos mecanismos básicos e gerais de doença (ex.: estudo do processo inflamatório ou do processo de formação dos tumores); Quando falamos em doença, estamos falando da quebra ou ruptura da homeostasia do nosso corpo. Nosso organismo sempre busca a manutenção de uma certa constância interna para prosseguir com seus mecanismos físico- químicos vitais. É um processo dinâmico. Importante: Não confundir homeostasia com equilíbrio total do corpo. Etiologia: É a causa de determinadas doenças, que pode ser conhecida ou não. Patogenia: É o mecanismo de desenvolvimento das doenças, das primeiras manifestações até o seu desfecho. Manifestações clínicas: São os sintomas e sinais clínicos que essa doença apresenta. Manifestações morfológicas: alterações macroscópicas (observadas na necropsia, a olho nu), microscópicas (observadas na microscopia de luz) ou ultra-estruturais (observadas na microscopia eletrônica). Diagnóstico: processo analítico que ao utilizar um conjunto de dados (histórico clínico, sintomas e sinais clínicos, exames físicos e complementares etc.) permite a identificação do eventual estado patológico vigente. É de extrema importância pois a partir dele poderemos determinar o tratamento correto, a causa mortis desse indivíduo, uma ação de prevenção dessa determinada doença etc. Prognóstico: É a previsão de evolução dessa doença, como esperamos que ela vá se comportar. É definido a partir de pesquisas clínicas que avaliam pacientes portadores da doença. Terapêutica: É a forma de tratamento a ser utilizada (farmacológico, psicológico, fisioterapêutico, nutricional, cirúrgico etc.). Profilaxia: São os meios de prevenção de doenças. Epidemiologia: Estudos dos dados populacionais da doença em questão. Lembrando que: Existem diferentes doenças ocorrendo em diferentes populações. A base da lesão celular envolve: Hipóxia e Isquemia. • Hipóxia: É uma diminuição do aporte de oxigênio, ou seja, menos oferecimento de oxigênio para determinado tecido. Essa diminuição pode ocorrer por diversas causas. Exemplos: Oxigenação inadequada do sangue por insuficiência cardiorrespiratória, anemias, intoxicação por monóxido de carbono. Patologia manutenção de condições mais ou menos estáveis ou constantes no meio interno. O coração por algum motivo não bombeia a quantidade necessária de sangue e por consequência, ocorre uma diminuição do volume de sangue circulante e por conta disso uma diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos, principalmente os periféricos, começando o processo de hipóxia. Pode acontecer no caso de anemia pois: Os eritrócitos diminuem e com isso não carregam oxigênio, levando a uma diminuição da entrega, podendo causar acidose metabólica, à medida que falta oxigênio, o corpo compensa com a respiração, porém, vai inalar mais CO2, acidificando o sangue. • Isquemia: É uma perda do suprimento sanguíneo por redução do fluxo arterial ou da drenagem venosa de um tecido. Exemplo: Garrote no membro. Essas lesões celulares podem acontecer por meio de agentes: Agentes físicos: | Traumas mecânicos (Atropelamento, briga etc.) | Extremos de temperatura. | Alterações da pressão atmosférica. | Radiação. | Choque elétrico. Agentes Químicos e drogas: | Arsênico. | Cianeto. | Mercúrio. | Inseticidas e herbicidas. | Álcool e narcóticos. | Monóxido de carbono. Agentes infecciosos: | Bactérias. | Fungos. | Vírus. | Riquétsias. | Parasitas. Reações imunológicas: | Doenças autoimunes (Lúpus, artrite reumatoide). Anormalidades genéticas: | Malformações genéticas | Anemia falciforme. Desequilíbrios nutricionais: | Deficiências (Dietas inadequadas, anorexia.). | Excessos (Excessos de lipídios.). A base da alteração celular começa na hipóxia (privação de oxigênio da célula). Com menor recebimento de oxigênio, a célula vai diminuir a produção de energia, pois o O2 é muito importante para o funcionamento mitocondrial (fosforilação oxidativa → ATP). Por consequência da diminuição da síntese de ATP, ocorre uma desregulação das funções vitais dependentes dele. Por usar muito ATP para funcionar, ocorre um comprometimento da bomba de sódio e potássio, aumentando o influxo de sódio e cálcio para dentro da célula e o efluxo de potássio para fora da célula. O sódio atrai água, fazendo com que essa célula fique túrgida ou tumefeita (inchada). O cálcio vai se depositando, principalmente na mitocôndria, calcificando ou “empedrando” a célula, desregulando totalmente o funcionamento dela. Após isso, ela não consegue se adaptar mais, deixando o processo de doença estabelecido. Essa tumefação celular oriunda da diminuição de oxigênio vai fazer com que, além de vários processos adaptativos e físicos da célula (a própria pressão da água vai alterar a célula), faz com que tenha o aumento do hidrogênio. Como já mencionado anteriormente, na falta de oxigênio o corpo começa a compensar na respiração, com isso acabamos produzindo mais hidrogênio no nosso organismo, e começamos a acidificar (acidose metabólica→ célula trabalhando em um pH diferente, ácido). O metabolismo energético alterado contribuirá para a diminuição da produção de ATP e o aumento da glicólise anaeróbica e diminuição das reservas de glicogênio, aumentando o ácido lático e fosfatos inorgânicos. Esse aumento de produção ácida causa diminuição do pH, prejudicando a atividade de muitas enzimas celulares. É a deficiência na bomba de cálcio, devido à falta de energia, que leva Conforme o tempo for passando e o garrote continuar no membro, ele vai começar a ficar roxo, por conta da diminuição do aporte sanguíneo adequado naquela área. Hipóxia ↓ prejuízo na fosforilação oxidativa (↓ síntese de ATP) ↓ desregulação das funções celulares vitais dependentes de ATP ↓ aumentos do influxo de sódio e cálcio e do efluxo de potássio ↓ atração de água por osmose ↓ tumefação celular ao aumento intracelular dessa substância, conforme o descrito. Assim, a diminuição da síntese proteica resulta em danos às membranas mitocondriais e lisossomais, as rompendo. É chamado de “ponto de não retorno” e pode ser relacionado a alguns fatores: • A lesão e possível ruptura de membrana, que potencializaria o influxo de íons em maior concentração no meio extracelular (como sódio e cálcio). • A desestabilização da membrana dos lisossomos pela acidose, com consequente liberação de suas enzimas lisossômicas e início do processo de autodigestão (autólise). • O influxo de cálcio com ativação de enzimas intracelulares e comprometimento da função mitocondrial. A lesão reversível é até onde a célula consegue ir se adaptando e lesão reversível é onde ela será encaminhada para a morte celular. No exemplo acima: Uma isquemia (diminuição do suprimento sanguíneo), que consequentemente vai levar a uma diminuição de oxigênio, chegando menos oxigênio a mitocôndria passa a não funcionar direito, produzindo menos ATP (fosforilação oxidativa ), que desregula uma série de coisas, como por exemplo: • A bomba desódio e potássio, fazendo com que entre mais sódio e cálcio, levando consigo mais água, ocorrendo uma tumefação celular, levando a uma danificação da membrana. • A diminuição da síntese proteica, favorecendo o acúmulo de lipídios na célula. • Com menos oxigênio a célula vai tentar se adaptar e fazer glicólise anaeróbica (metabolismo alterado), gerando uma maior produção de ácido lático e consequentemente uma acidificação da célula (pH ), a membrana dos lisossomas não irá responder bem a isso e irá se romper, liberando as enzimas digestivas que irão fazer autólise→ morte celular. Inicialmente é o processo de autólise, a partir do momento em que essas enzimas digerirem tudo, se elas não forem degradadas, iram digerir a membrana fosfolipídica, saindo da célula e começando a agir nas células vizinhas. Lembrando que essa não é a única forma, essa célula também pode morrer por trauma mecânico, com a tumefação, não dando tempo de as enzimas agirem. A técnica de coloração por hematoxilina-eosina, cora as estruturas celulares por afinidade a corantes ácidos e básicos. As estruturas que se coram por afinidade a corantes ácidos (acidofílicas), são as estruturas citoplasmáticas. Se coram de rosa pela eosina. Já as estruturas com pH básico que se coram com corantes básicos (basofílicas), são as estruturas nucleares. Se coram de roxo pela hematoxilina. ↓ oxigênio ↓ glicólise anaeróbica ↓ formação de ácido láctico ↓ acidose intracelular, liberação de enzimas lisossômicas e alterações nucleares ↓ morte celular ♦ Eosina: Corante ácido – Rosa. ♦ Hematoxilina: Corante básico – Roxo. No processo de morte celular o núcleo sofre alterações, sendo elas: • Picnose nuclear: Intensa retração (encolhimento) e condensação da cromatina, tornando o núcleo intensamente basofílico (roxo intenso), de aspecto homogêneo e bem menor do que o normal. • Cariorrexe: Processo de fragmentação e dispersão do núcleo no citoplasma. • Cariólise: Digestão da cromatina, desaparecimento da afinidade tintorial do núcleo a ponto de não ser mais possível identificá-lo em colorações de rotina (ausência dos núcleos nas células). Há uma mudança na afinidade pelos corantes, por conta da diferença ocorrida no pH da célula. São lesões secundárias a alterações bioquímicas que resultam em acúmulos de substâncias no meio intracelular, que podem ser elas: Degeneração hidrópica: A mais comum de lesão não letal e caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula, resultando na tumefação celular. Degeneração hialina: Acúmulo de material proteico e acidófilo na célula. Degeneração mucoide: acúmulo de glicoproteínas (mucina). Degeneração gordurosa ou Esteatose: Acúmulo de lipídios sob forma de monoglicerídios, diglicerídios ou triglicerídios no citoplasma de células que normalmente não os armazenam. É um acúmulo de água e alguns eletrólitos dentro da célula, que vão resultar na tumefação celular. Os aspectos morfológicos podem variar de acordo com a intensidade da lesão. • Macroscopia: O órgão aumenta de tamanho e peso, possuindo uma coloração pálida. • Microscopia: Células tumefeitas (“inchadas”), com vacúolos de água distribuídos no citoplasma, núcleo na periferia Acúmulo de lipídios sob forma de monoglicerídios, diglicerídios ou triglicerídios no citoplasma de células que normalmente não os armazenam. Vai ocorrer quando um agente interferir no metabolismo dos ácidos graxos na célula, fazendo com que aumente a sua captação ou síntese, ou até mesmo prejudicando sua utilização e liberação. É algo muito comum no fígado, por ser o principal metabolizador de ácidos graxos. • Macroscopia: O órgão também vai estar aumentado de volume, abaulamento dos bordos hepáticos, coloração amarelada. • Microscopia: Vacuolização, células tumefeitas e núcleos periféricos. A microscopia é parecida com a degeneração hidrópica, mas pode ser feito uma técnica de coloração específica para gordura. A necrose vai ser resultado da ação das enzimas digestivas lisossomais. Essas enzimas possuem um tempo de desnaturação, agindo e depois sendo inativada. O processo de necrose ocorre de maneiras diferentes dependendo do local da lesão, ocorre de uma forma em órgãos parenquimatosos e de outra forma nos outros tecidos, principalmente no encéfalo. As enzimas liberadas pelos lisossomos desnaturam antes de terem completado sua atividade lítica sobre a célula. É a forma de necrose onde a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por pelo menos alguns dias (contorno celular), pois as proteínas do citoesqueleto não são totalmente digeridas, porém apresentam-se tumefeitas, acidófilas (eosinofílicas) e com alterações nucleares. Comum em tecidos com textura firme, como rins e coração. Uma área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto. As enzimas tendem a completar sua atividade lítica antes de desnaturarem. Ao contrário da necrose de coagulação, é caracterizada pela digestão de células mortas, transformando o tecido em uma massa viscosa e liquida. Ocorre em tecidos de fácil digestão, como no sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal). As células se liquefazem e o tecido passa a apresentar cavidades císticas repletas de líquidos e restos celulares. Além dos tecidos moles, é também observada em infecções bacterianas focais ou em infecções fúngicas, pois micróbios estimulam o acúmulo de leucócitos e a liberação de enzimas dessas células. É encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa (lesão por Mycobacterium tuberculosis). Células não se apresentam preservadas e nem liquefeitas, com destruição completa da arquitetura tecidual e gerando um material amorfo acidofílico, com halo inflamatório típico e possibilidade de calcificação distrófica (cálcio vai se depositando). O termo caseoso se dá pela aparência esbranquiçada e semelhante a queijo. Ocorre em áreas nas quais existe ação de lipases, digerindo triglicerídeos em ácidos graxos livres e glicerol, em células com acúmulo grande de lipídios. Aparece quando há, por exemplo, liberação de lipases pancreáticas sobre o tecido adiposo ao redor do pâncreas e na própria cavidade peritoneal. Essas enzimas digerem o próprio órgão. Pode ocorrer um processo de saponificação: Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio ocorrendo a saponificação da gordura, formando áreas esbranquiçadas A apoptose é também um processo de morte celular, porém, com mecanismos e eventos desencadeantes completamente diferentes da necrose. É a morte celular programada de uma célula. Podemos dizer que toda célula ao nascer, possui uma “data para morrer”. A célula começa a se retrair e inicia uma condensação da cromatina (compactação) para que haja a morte nuclear. Dessa forma, ocorre a fragmentação por um processo determinado pelas caspases, que são enzimas que fazem a degradação da célula. Vão se formar os corpos apoptóticos, que são fragmentos da célula (não há extravasamento de conteúdo). Esses corpos apoptóticos serão fagocitados, digeridas por macrófagos. Não gera uma reação inflamatória como na necrose. Componente de vários processos biológicos importantes, incluindo: • A destruição programada de células na embriogênese; • A involução tecidual dependente de hormônios. Ex.: involução da glândula mamária induzida pela queda da prolactina; • A morte celular induzida pela respostaimunológica, como nas rejeições imunológicas mediada por linfócitos T; • A morte celular induzida por certos vírus, como o da imunodeficiência humana (HIV) sobre linfócitos ou o da hepatite B (HBV) sobre hepatócitos, ou ainda por estímulos nocivos, como radiação, agentes tóxicos etc. Independentemente da causa, a apoptose deriva sempre da ativação sequencial de proteases, sobretudo caspases, que realizam a ativação de endonucleases responsáveis pela fragmentação do DNA. Características Necrose Apoptose Estímulo desencadeante Patológico Fisiológico ou patológico Ocorrência Grupo de células Células individuais Alteração do volume celular Tumefação Encolhimento Mecanismos envolvidos Depleção de ATP, lesão de membrana, extravasamento de enzimas lisossômicas, com autólise. Ativação de caspases e fragmentação nuclear e celular, sem autólise e consome ATP. Indução de resposta inflamatória Sim Não Núcleo Picnose Cariorrexe Cariólise Fragmentação em fragmentos do tamanho de nucleossomas Membrana plasmática Rompida Intacta; estrutura alterada, especialmente a orientação dos lipídios. Retração celular Condensação da cromatina Fragmentação celular Geração de corpos apoptóticos (que serão fagocitados) Ativação das caspases Ativação de endonucleases Fragmentação do DNA • Atrofia: É a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho das células. • Hipertrofia É um aumento do tamanho das células que resulta em um aumento do tamanho do órgão em que o processo está se desenvolvendo. O órgão aumentado não possui novas células, apenas células maiores. • Hiperplasia: É um aumento no número de células de um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa. • Metaplasia: É a substituição de um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) por outro, em geral mais capacitado para suportar estímulos adversos. Inflamação é uma reação complexa em tecidos que consiste principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos, resposta tecidual fisiológica a uma agressão (de origem infecciosa ou não). Objetivo final da resposta inflamatória é o reparo do tecido agredido por regeneração e/ou por cicatrização. A persistência patológica da resposta inflamatória pode levar ao comprometimento do estado de homeostasia corporal, podendo evoluir à disfunção orgânica e à morte do paciente. - Agentes infecciosos (bactérias, vírus, protozoários etc.); - Físicos (radiações, traumas mecânicos, queimaduras etc.); - Químicos (toxinas, substâncias cáusticas etc.); - Reações imunológicas; - Enzimas lisossômicas liberadas de tecido necrótico. A inflamação é dividida em dois grandes grupos: Inflamação aguda e inflamação crônica. Aguda Crônica - Curta duração - Edema inflamatório (exsudato) - Migração de leucócitos (neutrófilos e monócitos) ao sítio inflamatório - Maior duração -Presença de linfócitos e macrófagos -Proliferação de fibroblastos (fibrose) e de vasos sanguíneos (angiogênese) Apesar de ser dividido em grupos de uma forma didática, não há regra de duração ou limite da inflamação aguda ou crônica. Não existe como saber quando termina uma e começa a outra. Exsudato: Exsudatos são líquidos, células ou outras substâncias celulares eliminadas vagarosamente dos vasos sanguíneos (geralmente em tecidos inflamados). Transudato: Transudatos são líquidos que passam para o espaço extracelular dos tecidos através de uma membrana ou sob pressão de tecidos. Os transudatos são ralos e diluídos, contendo poucas células ou proteínas. Um espinho entrou na sua mão, vai gerar uma resposta inflamatória aguda curta, o organismo vai mandar neutrófilos e monócitos para o sítio de inflamação, vai tentar fagocitar o agente, tentar montar uma resposta inflamatória. Caso ele não consiga, vai encapsular esse espinho ou formar uma reação de corpo estranho para expelir, isso é um processo que leva dias, com o tempo o processo vai cronificando, e é aí que temos a resposta inflamatória crônica de maior duração, predominando linfócitos e macrófagos, muitas vezes pode haver proliferação de fibroblastos (cicatrização) e de vasos sanguíneos (angiogênese). Portanto a inflamação crônica é um processo proliferativo. Inflamação e reparo No reparo por regeneração, o tecido lesionado vai ser substituído por células do mesmo tipo e reestabelecer a arquitetura tecidual original. Cortes superficiais, apenas na derme, se regeneram. Geralmente ocorre com células lábeis, que possuem boa capacidade de proliferação e regeneração. Para que a regeneração aconteça, é importante a integridade da membrana basal. Caso a lesão tenha sido tão profunda a ponto de comprometer a membrana basal, esse tecido não consegue mais se regenerar e vai precisar cicatrizar. No processo de cicatrização, as células que foram lesionadas vão ser substituídas pela proliferação de fibroblastos. Vai ter o desenvolvimento de um tecido conjuntivo para poder sustentar esse processo todo. Ocorre principalmente em células pós-mitóticas, que não possuem boa capacidade de regeneração e de proliferação, mas também pode ocorrer com células lábeis caso haja a perda da integridade da membrana basal. - Como a inflamação vai acontecer? - Quais são os principais eventos hemodinâmicos que estão presentes no processo inflamatório? Primeiro vai ocorrer a lesão 1- Vasoconstrição transitória das arteríolas. 2- Vasodilatação das arteríolas, com enchimento de sangue na rede capilar do tecido (hiperemia). Sangue nos capilares sanguíneos → Pressão hidrostática do plasma → formação de um edema incipiente do tipo transudato. 3- Aumento da permeabilidade vascular pela contração das células endoteliais – abertura de espaços interendoteliais. 4- Extravasamento de proteínas plasmáticas, como albumina, para o espaço intersticial. Pressão coloidosmótica do plasma Pressão coloidosmótica do líquido intersticial. 5- Formação do exsudato. Todo esse evento descrevido acima está sendo feito para recrutar células do sangue para o local da lesão Existe um “sinal” no local lesionado. Acontece um processo chamado de quimiotaxia, liberação de substâncias químicas (quimiocinas) na região inflamada, e essas quimiocinas vão informar para o vaso sanguíneo o destino das células. Ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo por conta da vasodilatação, e esses leucócitos circulantes vão para mais perto da parede do vaso (marginação leucocitária). E por meio da sinalização química eles vão conseguir sair do vaso. Quando encosta, acontece uma ligação chave-fechadura entre as E-selectinas que estão na parede do vaso com as E-selectinas que estão na parede do endotélio. Acaba ficando mais permeável e então consegue transmigrar, mudando sua conformação com pseudópodes se “agarrando” para conseguir sair. O tipo predominante de leucócito dependerá do tipo de agressão ao tecido e do(s) mediador(es) químico(s) presente(s). Inflamação aguda – os neutrófilos tendem a predominar nas primeiras 6 a 24 horas de lesão, sendo então substituídos por monócitos nas próximas 24-48 horas. Infecções virais e reações imunomediadas – predomínio de infiltradolinfocitário Reações alérgicas e infecções parasitárias – predomínio de eosinófilos Ação pró inflamatória Principais mediadores químicos envolvidos: Vasodilatação - Histamina e serotonina - Bradicinina - Prostaglandinas (PGE2, PGI2, PGD2.). - Fator de ativação plaquetária (FAP). Aumento da permeabilidade vascular - Histamina e serotonina - C3a e C5a (anafilotoxinas) - Bradicinina - Fibrinopeptídeos - Leucotrienos - FAP. Quimiotaxia - C5a - Fibrinopeptídeos - Leucotrienos B4 - FAP - Enzimas lisossômicas - Endotoxinas bacterianas. Destruição tissular - Espécies reativas de oxigênio - Enzimas lisossômicas. • Resolução completa, com regeneração das células danificadas e restauro da arquitetura tecidual original; • Reparo por cicatrização, com substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo fibroso (fibrose); • Formação de um abscesso (coleção purulenta ou de pus), quando há presença ou infiltração de microrganismos piogênicos (formadores de pus), como Staphylococcus aureus; • Inflamação de longa duração (inflamação crônica). A inflamação crônica ocorre em situações de: 1) persistência de agentes infecciosos (como Mycobacterium tuberculosis na tuberculose, Mycobacterium leprae na hanseníase, Treponema pallidum na sífilis e Candida albicans na candidíase, dentre muitíssimos outros); 2) exposição prolongada a agentes tóxicos exógenos ou endógenos, como partículas de carbono na antracose e gotículas lipídicas numa placa de ateroma; 3) autoimunidade, como ocorre em doenças inflamatórias, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. Presença de infiltrados de células mononucleares - macrófagos, linfócitos e plasmócitos (linfócitos B que invadem o tecido conjuntivo e se diferenciam em plasmócitos, sintetizando imunoglobulinas ou anticorpos), com destruição tecidual e reparo por fibrose e angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos). É uma doença multifatorial, associada a alterações genéticas e epigenéticas que culminam em um fenótipo. Câncer - palavra grega carcinoma (de karkinos = crustáceo, caranguejo) - atualmente, designa todos os tumores malignos. Oncologia (do grego oncos = tumor e logus = estudo) - estudo dos tumores ou neoplasias. “Uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede aquele dos tecidos normais e não está coordenado com ele, persistindo da mesma maneira excessiva após o término do estímulo que induziu a alteração”. Rupert Willis (1898-1980) “Neo” – Novo “Plasia” – Crescimento É considerado um crescimento descoordenado de tecido com taxa de crescimento superior à do tecido normal. É muito importante entendermos a diferenciação celular para compreendermos a agressividade dos tumores. Todas as células nascem indiferenciadas, e então vão se diferenciando e especializando de acordo com seu DNA, como uma “programação”. Pode haver alterações na programação dessa célula, porém, caso haja muitas, ela não consegue sequer caminhar para se especializar e se tornar uma célula epitelial, por exemplo. Tumores com muitas alterações, são tumores indiferenciados e tendem a ter um comportamento mais agressivo. Com essa indiferenciação fica ainda mais difícil identificar o tipo do tumor. É feito uma imuno-histoquímica, que é uma técnica diagnóstica que vai identificar a expressão de determinadas proteínas na superfície da célula e a partir da inspeção dessas proteínas classificar se o tumor é de origem mesenquimal, endotelial etc. E assim identificar o tipo do tumor que estamos lidando. Porém, existem tumores tão agressivos que sequer expressam essas proteínas. É qualquer tipo de neoplasia (novo crescimento) que não apresente capacidade de fazer metástase. São mais diferenciados. - Apresenta um comportamento menos agressivo (pois muitas vezes apresenta um crescimento encapsulado). No entanto, dependendo da localização desse tumor benigno, pode causar problemas. Como por exemplo um tumor benigno no córtex, acaba comprimindo o parenquima, levando a destruição tecidual por compressão, levando a falhas no funcionamento do sistema nervoso. Neoplasias Portanto, uma célula indiferenciada é uma célula pouco especializada. Diferenciação = especialização Célula indiferenciada = célula pouco especializada Anaplasia = as células perdem suas características de especialização, assumindo características semelhantes às das células embrionárias. Qualquer neoplasia que apresenta capacidade de causar metástase. - Apresenta comportamento biológico agressivo. - Pode invadir diferentes órgãos. - Apresenta prognóstico desfavorável. Tumores benignos de origem mesenquimal são designados pelo sufixo oma precedido pelo nome da célula de origem do tumor. Exemplos: - Tumor benigno de fibroblastos = fibroma - Tumor benigno de condrócitos do tecido cartilaginoso = condroma - Tumor benigno de osteócitos = osteomas - Tumor benigno de adipócitos = lipomas - Tumor benigno de fibras musculares estriadas = rabdomiomas - Tumor benigno de fibras musculares lisas = leiomiomas Exceções: linfoma, melanoma e mieloma são tumores malignos que levam este sufixo. Tumores malignos de origem mesenquimal - sarcomas (do grego sar = carnoso). Exemplos: - Tumor maligno de fibroblastos = fibrossarcomas tumor maligno de tecido ósseo = osteossarcomas - Tumor maligno de cartilagem = condrossarcomas - Tumor maligno de adipócitos = lipossarcomas - Tumor maligno de fibras musculares estriadas = rabdomiossarcomas - Tumor maligno de fibras musculares lisas = leiomiossarcomas Tumores malignos originados de células epiteliais (qualquer uma das três camadas germinativas - ectoderme, mesoderme e endoderme) - carcinomas. Microambiente tumoral: Tecido complexo composto por múltiplos tipos celulares distintos que participam de interações heterotípicas entre si, criando um ambiente propício para o desenvolvimento tumoral. As células tumorais estão acostumadas a crescer e se multiplicar em ambiente inóspito, portanto mesmo na presença de oxigênio, ainda metabolizam glicoe pela glicólise anaeróbia. Isso é chamado de efeito Warbug. As células tumorais malignas são ávidas por glicose, entretanto, o sítio de crescimento tumoral pode apresentar um pobre suprimento sanguíneo e, consequentemente, nutricional. Ao alterar o metabolismo celular para a glicólise anaeróbica, as células tumorais passam a adquirir capacidade de sobreviver em um meio acidificado, devido ao excesso de ácido láctico gerado. A baixa tensão de oxigênio também ajuda na angiogênese, o que ajuda o tumor a crescer ainda mais. Proto-oncogenes são genes normais que todos nós possuímos, o problema é quando eles sofrem uma mutação, deixando de ser um proto-oncogene para se tornar um oncogene produzindo produtos alterados→ oncoproteínas. Se tornam oncogenes devido a uma mutação ou devido ao aumento de expressão gênica. Existem alguns genes que são os “guias” ou “drivers” da diferenciação celular como por exemplo o gene TP53, essencial para o processo de multiplicação celular, onde pelo menos dois “checkpoints” passam por ele e caso ele identifique alguma mudança no DNA da célula ele a encaminha para apoptose. Caso haja uma mutação nesse gene, ele não vai ser capaz de mandar uma célula defeituosa para a apoptose, e essa célula logo vai começar a se multiplicar rapidamente. O gene TP53 produz a proteína P53: Proteína p53 - responsável pela regulação do ciclo celular (ação supressora tumoral) - parada do ciclo celular para que os sistemas de reparo do DNA tenham tempo de corrigir defeitos, impedindo sua propagação nas próximas gerações de células. Caso tais defeitos não possam ser reparados, a p53 induzirá a célula a entrar em apoptose. E existem genes que não são “tão essenciais” como os genes drivers,são os chamados genes passengers. Uma mutação no p53 muitas vezes já é suficiente para que se inicie um processo de cancer. Já para que um cancer se inicie com genes passengers, é necessário acumular mais mutações. As células tumorais precisam de nutrientes e de oxigênio para sobreviverem. Portanto, emitem sinalizadores químicos (que geralmente são a baixa tensão de oxigênio e a acidificação do meio ou VEGF) que agirão sobre o endotélio vascular do “vaso-mãe”, iniciando o brotamento de novos vasos sanguíneos. O vaso sanguíneo que cresce em volta do tumor, não é formado corretamente da forma como deveria ser, com todas as suas camadas, portanto é mais fácil de ser penetrado pela célula tumoral, facilitando o processo de metastase. – Mutações no gene TP53 estão presentes em cerca de 50% dos cânceres em humanos, principalmente em tumores colorretais, pulmonares e de mama. Por isso mutações no p53 costumam aparecer cedo, ou tem uma herança genética. Em pacientes idosos que desenvolvem cancer, geralmente são mutações em genes passengers, pois precisou acumular mutações ao longo da vida para conseuir desenvolver o processo tumoral. Processo fundamental para o desenvolvimento tumoral e sua evolução metastática. O grau de perivascularização tumoral está diretamente relacionado ao prognóstico pela sua malignidade. O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) desempenha papel chave na angiogênese tumoral, estimulando a proliferação, migração e sobrevivência das células endoteliais. • Pode favorecer indução da coagulação • Ruptura Não se formam apenas vasos sanguíneos, se formam também vasos linfáticos. O processo de metastase é muito complexo e ocorre em várias etapas, ou seja, não acontece do dia para a noite. A célula da metastase é mais especializada do que a célula do tumor primário, ela adquiriu mais caracteristicas de malignidade. Etapas da metástase: 1) desprendimento das células neoplásicas da massa tumoral primária; 2) deslocamento das mesmas através da matriz extracelular; 3) invasão dos vasos linfáticos ou sanguíneos; 4) sobrevivência das células cancerosas na circulação; 5) adesão ao endotélio vascular do órgão a ser colonizado; 6) migração para o espaço extravascular (diapedese) no órgão- alvo; 7) proliferação celular no novo sítio; 8) indução da angiogênese para o suprimento sanguíneo da nova colônia. A transição epitélio-mesenquimal (EMT) é o processo pelo qual as células cancerosas a partir de tumores primários passam por uma conversão fenotípica para invadir e migrar, gerar metástases em tecidos ou órgãos distantes. • Fenótipo de transição • Associado às células epiteliais • Silenciamento dos genes epiteliais • Aumento de expressão de genes mesenquimais A apoptose é uma barreira natural para o desenvolvimento do cancer, células tumorais encontram mecanismos para escapar da apoptose e continuar sua proliferação patológica malignidade de alto grau e resistência terapêutica. Necrose central - rápido crescimento tumoral e angiogênese não ocorre na mesma velocidade com que o tumor se expande, portanto o centro do tumor fica necrótico pois entra em hipóxia por falta de suprimento sanguíneo. 1 célula tem o tamanho de 10 micrometros. Para termos 1 micrograma de peso de células tumorais essa célula precisa ter 10 duplicações. Até 20 duplicações é clinicamente indetectável. Mutações somáticas inibem o p53 (o gene está normal mas fica silenciado) É a capacidade que as células tumorais possuem de preparar o local que vai receber a metastase. As células aprendem o que o tumor precisa e passam a informação adiante para o local. Células anaplásicas ou indiferenciadas (morfologicamente e funcionalmente distintas das células foliculares normais) Células com formatos e tamanhos distintos, núcleos grandes e hipercromáticos, variação na proporção citoplasma / núcleo É a principal forma de disseminação dos carcinomas (sarcomas também podem fazer uso dessa via). Quando um paciente tiver um carcinoma é importante fazer a avaliação do linfonodo sentinela e do linfonodo regional. Linfonodo sentinela- responsável pela drenagem local do tumor (primeiro sítio de metástase). O linfonodo contendo células neoplásicas pode estar com aumento de volume (linfadenomegalia), podendo evoluir para a formação de uma massa tumoral. Nem toda linfadenomegalia pode ser considerada uma metástase; muitas vezes, os linfonodos que drenam o sítio neoplásico podem estar reagindo a substâncias antigênicas liberadas pelo tumor. Linfonodos com dimensões normais podem conter micrometástases. É a principal via de disseminação dos sarcomas (carcinomas também podem utilizar essa via). Por conta da espessura das paredes, as artérias são mais dificeis de penetrar do que as veias. Usamos todas essas informações para tentar entender como esse tumor vai se comportar. Gradação tumoral: baseada no grau de diferenciação das células neoplásicas e no número de mitoses que o tumor apresenta, a fim de predizer a agressividade da lesão. A presença de células tumorais circulantes na corrente sanguínea não necessariamente indica a formação de metástases. Importante componente do processo metastático - capacidade de sobrevivência das células tumorais na circulação sanguínea. - Os tumores são classificados quanto ao grau de anaplasia, de forma crescente, de I a IV Quanto mais diferenciado, menor será a sua gradação, supondo se que o tumor em questão terá também um comportamento menos agressivo. Estadiamento tumoral- se baseia no tamanho do tumor primário, na extensão da sua disseminação para os linfonodos regionais e na presença ou não de metástases à distância. Na prática, o estadiamento tumoral provou ter maior valor clínico do que a gradação. Sistema TNM: T- para designar o tumor primário N- refere-se ao comprometimento de linfonodos regionais M- presença ou não de metástases Acúmulo de líquidos no intertício ou no nterior de cavidades corporais. Dependendo do local onde esse líquido se acumula, ele vai receber um nome diferente. • Ascite- acúmulo de líquido na cavidade abdominal. • Hidrotórax- acúmulo de líquido na cavidade torácica. • Anasarca- acúmulo generalizado de líquido no tecido subcutâneo. 4 coisas regem a dinamica capilar (troca de fluidos entre o plasma sanguíneo e o líquido intersticial). São as chamadas forças de Starling: • Pressão hidrostática do plasma (pressão capilar - Pc) - A força que o plasma exerce na parede é o que vai determinar a PC. • Pressão coloidosmótica ou oncótica do plasma (πp) - Gerada pelas proteínas presentes no sangue, albumina, globulinas etc. • Pressão coloidosmótica ou oncótica do líquido intersticial (πli) - Gerada pelas proteínas do interstício. • Pressão do líquido intersticial (Pli) - Pressão negativa gerada pela drenagem linfática. Comprometimento do retorno venoso. • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Bombeamento venoso insuficiente (por insuficiência das valvas venosas nas veias varicosas ou varizes; por imobilização ou paralisias musculares; por obstrução venosa, como na trombose; por compressão externa das veias, como ocorre no final da gestação etc.). Retenção excessiva de sal • Doença de Conn ou hiperaldosteronismo (excesso de aldosterona, levando à reabsorção excessiva de sódio nos túbulos renais); • Insuficiência renal (diminuição da natriurese). • Hipernatremia (aumento das concentrações plasmáticas de sódio) → retenção hídrica → elevação da pressão sanguínea. Redução da resistência das arteríolas • Uso de substâncias vasodilatadoras; • Diminuição do tônus vasoconstritor simpático; • Aumentos de fluxo sanguíneo por vasodilatação arteriolar → ↑ pressão nos capilares. Hipoproteinemia (hipoalbuminemia)- Desnutrição proteica; - Doenças hepáticas (hepatopatias); - Doenças renais (glomerulonefropatias), que permitam a perda urinária de proteínas (proteinúria). • Falha na retirada do excesso de líquido extravasado para o interstício. • Ex.: retirada de linfonodos durante cirurgias de ressecção de tecido canceroso; linfadenopatias; obstruções linfáticas. • Compressão. Distúrbios Hemodinâmicos π - Liberação de mediadores químicos que são vasodilatadoras, aumentando o fluxo de sangue dentro desse vaso, consequentemente aumentando a pressão lá dentro e favorecendo a saída de líquido. - Geralmente essa vasodilatação ocorre em regiões de arteríolas e pequenos vasos. É o acúmulo de sangue num tecido ou local por distúrbio na drenagem venosa; • aumento da pressão hidrostática do plasma (Pc); • edema do tipo transudato. Cianose: acúmulo de sangue com hemoglobina desoxigenada, resultado da baixa concentração de oxigênio nos tecidos. É uma consequência da hipóxia. Aumento do fluxo arterial LOCAL com abertura de capilares inativos. -Processo sempre localizado -Processo ativo (in vivo) -Fluxo de sangue arterial Não se encontra hiperemia como um processo post-mortem. Principais causas: - Mecanismos neurogênicos (Ex.: rubor); - Liberação de substâncias vasodilatadoras (Ex. inflamação); - Hiperemia ativa de pele: dissipar o excesso de calor (Ex.: exercício físico e estado febril). Hiperemia: fluxo maior se sangue arterial. Congestão: fluxo maior de sangue venoso (processo muitas vezes obstrutivo). - Os dois geram aumento da pressão hidrostatica do plasma, A hemorragia é a perda de sangue do sistema circulatório para o meio extern, para cavidades ou espaço intersticial. Esse sangue sai do vaso (parte líquida e parte sólida), por uma ruptura de um vaso. Petéquias: puntiformes, formam-se “pontinhos”. Muito comum ver petéquias em pacientes com trombocitopenia. Sufusões: Contornos irregulares, Exemplo: Animal atropelado com o abdome “roxo”, aquilo é sangue acumulado que desoxigenou e ficou na cavidade. Equimoses: Contornos definidos. Hematomas: Restrito a uma cavidade neoformada. Hematocistos. Uma vez que eu tenho um processo de hemorragia, o organismo vai tentar conter esse sangramento. Vai usar eventos celulares, químicos, físicos. - Vasoconstrição transitória do vaso lesionado – para que chegue menos sangue naquela região e assim diminuir a perda. - Recrutamento das plaquetas para formação do tampão plaquetário (tampão hemostático primário)> - Coagulação do sangue - formação de uma rede de fibrina ou tampão hemostático secundário. Via extrínseca: É gerada quando ocorre um trauma tecidual e a liberação da tromboplastia. Uma vez ativada a tromboplastia, vai dar inicio a cascata, ativar o fator VII, que ativa o fator X, consome Ca e ativa o fator V. O fator V vai dar inicio ao fator ativador da protrombina. Da origem a trombina que na presença de Ca forma os monomeros de fibrina. E então a rede de fibrina. É conhecida como a Via comum. Via intrínseca: A via intrínseca ocorre quano há um trauma sanguíneo ou contato com colágeno, que vai dar origem a calicreína (Nem sempre precisa ter a perfuração do tecido para ter o contato com o colágeno subendotelial). É uma via mais lenta, pois não é de emergencia, justamente pelo sangue não precisar sair do vaso para ela iniciar. Nessa via existe um problema pois a fibrina está sendo formada dentro do vaso e isso muitas vezes pode ser incompatível com a vida. Essa rede de fibrina não pode ficar lá para sempre, precisa ser degradada lentamente. Ativador do plasminogenio tissular (TPA), produz o plasminogenio que é convertido em plasmina que possui a capacidade de fazer a digestão enzimática da fibrina. Um individuo que não possui hábitos saudáveis é um indivíduo pró- inflamado. Ocorre um acumulo de gordura sanguínea, o sangue não consegue passar direito pelos vasos, portanto ocorre também uma diminuição do fluxo sanguíneo. Os constituintes do sangue começam a se aproximar do endotélio, com a ativação endotelial eles começam a se ligar a parede junto das gotículas de gordura. A tríade de Virchow é a base de como vamos ter a formação do trombo. 1°- Lesão endotelial, pois os constituintes do sangue estão esbarrando na parede, gotículas de gordura se acumulando e gerando inflamação. 2°- Alterações do fluxo sanguíneo, o volume sanguíneo passava em um tempo no vaso, agora o mesmo vlume começa a passar em um tempo reduzido. 3°- Alterações no próprio sangue que predisponham à hipercoagulabilidade. Pois umas das formas de ativar a coagulação é por trauma sanguíneo (via intrínseca). Êmbolo: massa sólida, líquida ou gasosa que se desloca pelo sistema circulatório para além de seu ponto de formação ou introdução. Como 99% dos êmbolos são originários de trombos que se desprenderam da parede vascular e passaram a se deslocar, é comumente utilizado o termo tromboembolismo ou tromboembolia. Com a diminuição do calibre vascular, esse embolo vai obstruir a passagem de sangue. Normalmente ocorre em uma vênula, por exemplo. Por isso é comum problemas de embolia ocasionarem problemas no pulmão ou coração. Se for um trombo que estava na circulação arterial, não vai chegar sangue naquela região, gerando um infarto no tecido. Interrupção do suprimento arterial e da drenagem venosa - área de necrose isquêmica. • 99% dos infartos resultam da trombose ou da embolia. Fatores que influenciam na ocorrência do infarto: • tipo de suprimento vascular do órgão (se único ou duplo); • velocidade de ocorrência da oclusão; • vulnerabilidade particular do tecido à isquemia e à hipóxia; • conteúdo de oxigênio no sangue. Sépticos ou assépticos - conforme a presença de contaminação bacteriana. Brancos (ou isquêmicos) e vermelhos (ou hemorrágicos) - de acordo com sua coloração. Infartos vermelhos ou hemorrágicos - ocorrem nas oclusões venosas, em tecidos frouxos (como os pulmões) que permitem acúmulo de sangue na zona infartada, em tecidos com circulação dupla (como pulmões, fígado e intestino delgado) e em tecidos já congestos. Infartos brancos ou isquêmicos - surgem nas oclusões arteriais ou em órgãos sólidos, como coração, rins e baço, que acabam restringindo a quantidade de sangue na área. O choque é uma incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial nos níveis adequados para garantir a perfusão sanguínea em órgãos vitais. É um distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico. Esse ser que está em choque, está em um quadro hipotensivo. A pressão arterial dele vai diminuir em valores consideráveis e consequentemente fazer com que ele tenha uma menor perfusão sanguínea. Menos sangue nos tecidos vai levar a um quadro de hipóxia e daí para a frente chegar até a morte celular. Quando apresenta uma redução do volume sanguíneo circulante. E essa redução do volume sanguíneo pode ser: - Hemorragia intensa (perda de sangue). - Vômitos ou diarreias intensas (perda de fluídos). - Exsudação intensa: peritonite, queimaduras (perda de plasma) Tudo isso vai ocasionar na diminuição do volume sanguíneo e do débito cardíaco. Diminuindo o débito cardíaco, diminui a pressão, que diminui a perfusão tecidual, que leva a hipóxia etc. Resulta da falência do coração em bombear adequadamente o sangue. Redução AGUDA no débito cardíaco. Causas: • Infarto do miocárdio • Arritmias • Cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica • Obstrução do fluxo (embolia pulmonar, estenose pulmonar ou aórtica) • Tamponamento cardíaco. Causado pela má distribuição sanguínea. Vai ter uma diminuição da resistencia vascular periférica e consequentemente um acumulo de sangue nos tecidos periféricos. É necessário ter um retorno venoso para um débito cardíaco adequado, se o sangue ficar represado na periferia,não volta a a quantidade correta e consequentemente não sai a quantidade correta. Causas: Vasodilatação neural ou induzida por citocinas (traumas, estresse emocional, hipersensibilidade sistêmica a alérgenos ou endotoxemia). Vasodilatação sistêmica = ↑ área microvascular = estagnação do sangue = hipoperfusão É uma reação de hipersensibilidade do tipo 1 generalizada. Isso significa que há principalmente os mastócitos atuando – degranulação dos mastócitos. Dentro deles existe a histamina e a heparina, que são substâncias vasodilatadoras e broncoconstritoras. Ocorre a degranulação dos grânulos dentro dos mastócitos contendo a histamina e heparina, esses mastócitos liberam as substâncias no sistema circulatório. Essa pessoa vai ter a vasodilatação sistêmica, consequentemente o aumento da permeabilidade vascular, diminuição do retorno venoso cursando com hipotensão que cursa com hipoperfusão. Hipotensão Perfusão tecidual Hipóxia Metabolismo celular anaeróbico Degeneração e morte celular Embora o volume sanguíneo seja normal, o volume sanguíneo efetivo em circulação é diminuído. – Vasodilatação sistêmica ↑Permeabilidade vascular Hipotensão Hipoperfusão A vasodilatação periférica é causada por componentes de bactérias ou fungos que induzem a liberação de quantidade excessiva de mediadores vasculares e inflamatórios; A causa mais comum do choque séptico é a endotoxina (LPS – componente da membrana celular de bactérias gram-negativas); Menos frequente, peptidoglicanos e ácidos lipoteicocos (gram- positivas) iniciam o choque. Principais tipos: Constituinte celular normal que se acumula em excesso. Ex.: água, diferentes proteínas, lipídios e carboidratos; Substância anormal exógena. Ex.: acúmulo de partículas de carbono (antracose); Substância corada (pigmento), acumulada de maneira transitória ou permanente, inofensiva ou tóxica para as células. Nem todos os acúmulos intracelulares vão levar a uma alteração de coloração. Derivada do processo de peroxidação lipídica, ou seja, quando há a liberação de espécies reativas de oxigênio (radicais livres de O2). Apesar de não ser nociva à célula, a lipofuscina serve como alarme de lesão por radicais livres como durante o processo de envelhecimento, principalmente nas células permanentes (aquelas que não se dividem após o nascimento). Possui uma coloração acastanhada. Pigmento endógeno amarelo-ouro ou castanho dourado, derivado da deposição de ferro sob forma insolúvel a partir da degradação da hemoglobina. O ferro sofre uma reação de oxidação e vai gerar esse composto chamado de hemossiderina. Pode ser encontrado em áreas hemorrágicas em que os macrófagos repletos de hemossiderina são encontrados em grandes quantidades a partir da endocitose da hemoglobina derivada das hemácias extravasadas. O sangue que ficou ali em áreas hemorrágicas vai ser fagocitado por macrófagos. 1) Destruição de hemácias velhas (> 120 dias de vida); - Liberação da hemoglobina (Hgb) no plasma e endocitose por macrófagos; - Degradação da porção heme da Hgb em biliverdina/bilirrubina e Fe++ - Exocitose da bilirrubina para o plasma e ligação à albumina plasmática (bilirrubina indireta ou não conjugada). 2) No fígado, hepatócitos conjugam a bilirrubina, que sai seguindo o trajeto da bile na forma de bilirrubina conjugada ou direta. 3) Parte da bilirrubina conjugada é reabsorvida no trajeto e vai para o sangue. A maior parte, porém, chega no intestino delgado e sofre ação bacteriana, transformando-se em urobilinogênio, logo convertido em estercobilina (cor marrom das fezes). – Acúmulos intracelulares 4) Parte do urobilinogênio intestinal, é reabsorvido pela mucosa intestinal e vai para o sangue. - Bilirrubina conjugada e urobilinogênio circulantes são filtrados pelos rins e saem na urina. Quando esse composto não é eliminado, pode haver alterações de coloração, tanto de mucosas, quanto de fezes. A icterícia se dá quando esse composto fica acumulado nos vasos sanguíneos.
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