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Microcirculação e sistema linfático Introdução • A microcirculação tem como funções principais o transporte de nutrientes para os tecidos e a remoção dos produtos da excreção celular; • Os capilares possuem paredes delgadas e formadas por uma única camada de endotélio, a fim de permitir uma passagem mais fácil de sais, nutrientes e outras substâncias; • Os tecidos, de acordo com suas próprias necessidades, controlam o seu próprio fluxo. Estrutura da microcirculação • Artéria à arteríolas à capilares; • As arteríolas são ramificações das artérias que levam aos tecidos o sangue que é necessário para que ele realize suas atividades. São muito musculares e, portanto, tem capacidade de alterar seu diâmetro; - Metarteríolas: são as arteríolas terminais; • A ramificação das arteríolas é responsável por originar os capilares. Na região em que ocorre essa ramificação, existe o esfíncter pré-capilar, que pode abrir e fechar a entrada do capilar; • Vênulas: têm um revestimento muscular mais fraco, com uma pressão menor que as arteríolas; → Capilares: • São uma ramificação menos calibrosa, mais distal, ou seja, mais afastada do coração; • Possui diferentes tipos de poros que facilitam a passagem de substâncias de seu interior para o meio externo, ou seja, para o tecido que necessita receber suprimentos, e seus tipos variam de acordo com os diferentes órgãos; • Tipos: Marianne Barone (T15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (T15A) Fisiologia I – Prof. Michelangelo Juvenale - Contínuo: tem apenas junções que permitem a passagem de moléculas menores; - Fenestrado: tem poros e junções; - Sinusoidal: tem aberturas maiores (espaços); Obs: a hemácia e o diâmetro do capilar são iguais e, para atravessar no capilar, a hemácia é modificada conformicamente pela pressão exercida; • O sangue não flui em seu interior de forma contínua, mas de forma intermitente, sendo interrompido de tempos em tempos, fenômeno que ocorre pela chamada vasomotilidade; •Vasomotilidade: contração intermitente das metarteríolas, esfíncteres pré-capilares e das pequenas arteríolas, que é regulada pela concentração do O2 nos tecidos. Ex: quando o tecido consume uma grande quantidade de O2 e sua concentração é diminuída, há um aumento no tempo que o sangue fica “parado” no capilar para poder irrigar a região por mais tempo e fornecer uma maior quantidade de O2 Troca de substâncias • A movimentação das substâncias entre meio interno e externo do capilar ocorre pelo fenômeno de difusão (mais concentrado à menos concentrado); - Os principais fatores que influenciam no mecanismo de difusão são o tamanho do poro, tamanho da substância e a diferença de concentração entre os lados do capilar; - Quanto maior a diferença entre as concentrações dos dois lados da membrana capilar, maior será o movimento da substância em uma direção; Ex: O2: sangue à tecidos; CO2: tecidos à sangue; • Interstício: espaço entre células ou tecidos. Constituído por 2 substâncias, colágeno (proteína fibrosa) e proteoglicano (proteína formada por 98% ácido hialurônico e 2% de proteína), possuindo uma consistência mais gelatinosa. Preenchido pelo chamado líquido intersticial, que deriva da filtração e difusão dos capilares, sendo constituído pelas mesmas substâncias presentes no interior do capilar, mas em menores concentrações; à gel tecidual - Possui uma grande velocidade de locomoção de substâncias pela região, que pode seguir para locais próximos a capilares onde são necessárias maiores quantidades de certas substâncias; - Edema: um aumento do líquido na região do interstício, causando um inchaço da área. Geralmente resulta de processos inflamatórios; • Algumas substâncias, como O2 e CO2, atravessam a membrana de forma direta, enquanto outras, como glicose e água, precisam passar pelos poros existentes nas paredes dos capilares. à “semipermeabilidade” → Forças capilares: • Pressão do capilar: é a pressão hidrostática existente no capilar é responsável por empurrar o líquido e as substâncias contidas nele contra as paredes e, pelos poros e pela membrana, os enviar para fora do vaso; • Pressão coloidosmótica plasmática capilar: é a pressão osmótica gerada pelas proteínas do plasma que faz com que o líquido se mova dos espaços intersticiais para o sangue. É responsável por impedir que o líquido do sangue seja perdido para o espaço intersticial e ocorre pela atração da água pela proteína albumina do plasma; • Pressão do líquido intersticial: força o líquido para o interior do capilar quando positiva e para fora quando ela for negativa; • Pressão coloidosmótica do líquido intersticial: causa a saída do líquido para fora do vaso por osmose; à ter tonicidade = ter pressão coloidosmótica do líquido intersticial - A pressão coloidosmótica do plasma é negativa pois ocorre a entrada de água; - A pressão coloidosmótica do fluído intersticial é positiva por ocorrer a saída de água; • Pressão de dentro para fora = positiva; • Pressão de fora para dentro = negativo; • Para estar em equilíbrio as resultantes devem ter valor nulo; - A pressão capilar e a pressão do líquido intersticial se anulam; - A pressão coloidosmótica do plasma e a coloidosmótica do fluído intersticial se anulam; • Se pressão capilar > pressão do líquido intersticial = rompimento do vaso = HEMORRAGIA; • Se pressão do líquido intersticial > pressão capilar = estemia = arritimias = morte das células ao redor = infarto; • Pressão efetiva de filtração: soma de todas as diferentes pressões. Se: - PEF > 0: ocorre a filtração do líquido; - PEF < 0: ocorre a absorção do líquido. Caso clínico: • Hipoalbiminemia: pouca albumina no sangue = diminuição da tonicidade sanguínea = a característica coloidoosmótica é a agua se movimentar do vaso para tecido. A água é acumulada no interstício das células do tecido = edema. Sistema linfático • Linfa = líquido intersticial; - Possui coloração meio amarelada; • O sistema linfático é a via pelo qual o líquido flui dos espaços intersticiais para o sangue; • Transporta para fora dos espaços teciduais as proteínas e grandes partículas que não podem ser removidas pelos capilares; • Pré-linfáticos: canais que drenam o excesso de líquido dos espaços intersticiais para a circulação sanguínea; • Drenagem linfática: atua removendo a linfa (“escoa”) de locais em que ele estava acumulado, desinchando o local; • Os vasos linfáticos da parte inferior do corpo são escoados para o ducto torácico, que na junção com a veia jugular interna esquerda envia para a circulação sanguínea a linga; • A linfa do lado esquerdo da cabeça, braço esquerdo e partes da região torácica também penetram o ducto torácico; • A linfa do lado direito da cabeça e pescoço e braço direito seguem pelo ducto linfático direito, que na junção da veia subclávia com a veia jugular interna direita é escoado para a circulação sanguínea; • O líquido que retorna à circulação dos linfáticos contém substâncias de alto peso molecular (como proteínas) e que não podem ser absorvidas em outras vias, mas atravessam os capilares linfáticos sem impedimentos; • Os vasos linfáticos possuem valvas que garantem que ocorra um aumento de pressão; • São envolvidos por musculatura lisa, que contrai e força a movimentação do líquido. As valvas se abrem e ocorre a movimentação da linfa; à “bomba linfática” - Bombeamento: contração muscular (esquelética inclusive), movimentação de partes do corpo e compressão de tecidos adjacentes; • Quando há um aumento do líquido na região do interstício, há um inchaço da área = EDEMA; à processos inflamatórios • Importante papel de drenagem do líquido que está no interstício; • Tumor = elevação em determinado tecido - Tumefações de líquidos; - Mitosesdescontroladas; • Metastase: escape e fixação de células proliferadas em tumores malignos; à pode ocorrer pela circulação linfática - Desaconselhadas as massagens de drenagem linfática, pois podem facilitar a disseminação das células cancerígenas livres para outras partes do corpo • Inflamação = resposta do sistema imune em razão de agressão de um tecido.
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