Buscar

FUNDAMENTOS EM BIBLIOTECONOMIA AULA 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DA 
BIBLIOTECONOMIA AULA 2
Pressupostos da 
Biblioteconomia 
Abertura 
Olá!
Até que ponto pode-se considerar a Biblioteconomia uma ciência? Quais os princípios 
filosóficos que fazem dela uma verdadeira ciência? Será ela, apenas, uma técnica ou uma arte, 
ou mesmo seria possível apresentá-Ia como metaciência, em força do seu próprio objeto: a 
informação?
Aí estão algumas perguntas cruciais para a Biblioteconomia e difíceis de serem respondidas. 
Vamos conhecer os pressupostos da Biblioteconomia nesta aula.
BONS ESTUDOS!
Referencial Teórico 
A questão da fundamentação teórica da Biblioteconomia é uma problemática que se 
encontra presente há muito tempo no cenário de pesquisa de diversos autores, em vários 
períodos diferentes, ainda sendo, na perspectiva contemporânea, um tema em pleno 
desenvolvimento na área. Vale ressaltar que a Biblioteconomia é uma disciplina milenar e que 
sua história, bem como seus pressupostos teóricos, poderia ser estudada por períodos 
específicos e contextualizados – sendo o propósito desta aula apresentar de maneira geral 
algumas possíveis teorias com o objetivo de procurar fundamentos epistemológicos para a 
Biblioteconomia.
Acompanhe o trecho selecionado para leitura desta aula e, ao final, você terá aprendido sobre 
os seguintes conteúdos:
• Conhecer as origens da Biblioteconomia.
• Identificar os pressupostos históricos, filosóficos e epistemológicos da Biblioteconomia.
• Analisar a Biblioteconomia como uma das áreas do conhecimento humano.
BOA LEITURA!
17
PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Conteúdos 
• Origens e introdução à Biblioteconomia.
• Pressupostos históricos, filosóficos e epistemológicos da Biblioteconomia.
• Biblioteconomia e Documentação.
19
1. INTRODUÇÃO
Vamos começar nossa primeira unidade de estudo, você 
está preparado? 
Nesta aula, estudaremos o início do universo da Bib-
lioteconomia até os dias atuais. Introdução à Biblioteconomia 
almeja apresentar a Biblioteconomia e os seus pressupostos fi-
losóficos, situando-os no universo do conhecimento, da comuni-
cação e da informação, apresentando seus principais conceitos e 
correntes de pensamento. 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador. 
2.1. ORIGENS DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECONOMIA
A história das bibliotecas e consequentemente de suas 
práticas é milenar. Contudo, a construção da autonomia dessa 
área como um campo de conhecimento vem se processando nos 
últimos quinhentos anos. Podemos considerar ainda que a sua 
consolidação como uma disciplina científica deu-se no final do 
século 19. 
Depois disso, desenvolveram-se diversos estudos, práticas 
e reflexões, constituindo diferentes correntes de estudo, que re-
sultaram na riqueza e pluralidade que estabelece o campo da 
Biblioteconomia. 
20
Vamos apresentar aqui uma possível organização dessa 
produção científica diversa, mediante algumas correntes de 
pensamento que percorrem as ciências sociais e humanas (nas 
quais a Biblioteconomia insere-se). 
O objetivo será construir uma reflexão acerca da história e 
da filosofia das ciências, pois a Biblioteconomia está totalmente 
relacionada com o desenvolvimento do conhecimento humano, 
não só do científico, propagador do progresso e da geração de 
riquezas entre as nações. 
O mais importante neste estudo é que você conheça as 
possíveis relações da Biblioteconomia com algumas correntes 
de pensamento. Ainda assim não será possível esgotar aqui essa 
reflexão. Portanto, de acordo com seu interesse e necessidade, 
é fundamental que você se aprofunde em textos que trazem ou-
tras contribuições para este tema: epistemologia, história e filo-
sofia em Biblioteconomia.
Vale destacar que, durante o século 20, houve uma intensa 
aproximação entre os campos da Biblioteconomia e da Ciência 
da Informação (a Biblioteconomia promoveu estudos sobre os 
fenômenos informacionais, e a Ciência da Informação, sobre 
os fenômenos da Biblioteconomia). No entanto, nesta unidade, 
nosso foco será apenas para as produções teóricas específicas da 
Biblioteconomia. 
Assim:
Com a invenção da escrita e o estabelecimento das primeiras ci-
dades, no início dos processos de sedentarização das coletivida-
des, apareceram as primeiras manifestações de espaços especí-
ficos (que serão, séculos depois, as "bibliotecas") voltados para 
a guarda e a preservação desses registros de conhecimento, 
sendo a Biblioteca de Alexandria considerada uma instituição 
paradigmática nesse sentido (ARAÚJO, 2013, p. 42).
21
No Egito Antigo, na Grécia Clássica, no Império Romano e 
nos mundos árabe e chinês, do primeiro milênio à Idade Média na 
Europa, ergueram-se e consolidaram-se bibliotecas relacionadas 
com os mais diversos acervos – religiosos, literários, científicos, 
políticos, entre outros. Entretanto, foi só após o Renascimento, a 
partir do século 15, que começaram a surgir as primeiras formas 
tangíveis do que se poderia chamar de um conhecimento teórico 
específico em Biblioteconomia. 
Dessa maneira, podemos dizer que, com o Renascimento, 
ressurgiu o interesse pela produção humana, pelas obras artísti-
cas, filosóficas e científicas – tanto as da Antiguidade Greco-Ro-
mana como aquelas que se desenvolviam naquele momento.
Assim, o interesse pelo culto das obras, por sua guarda e 
por sua preservação foi ressaltado. Surgiram muitos tratados e 
manuais a partir do século 17. Eles foram pensados para: 
• as regras de procedimentos nas instituições responsá-
veis pela guarda dessas obras;
• as regras de preservação e conservação física dos
materiais;
• as estratégias de descrição formal das peças e dos
documentos.
Com a Revolução Francesa e as demais revoluções burguesas na 
Europa, que marcaram a transição do Antigo Regime para a Mod-
ernidade, ocorreu uma profunda transformação em todas as di-
mensões da vida humana – inclusive nas bibliotecas. Surgiu aí o 
conceito moderno de "Biblioteca Nacional", que tem no seu caráter 
público sua marca distintiva. São formadas as grandes coleções, 
são realizados amplos processos de aquisição e acumulação de 
acervos – o que reforçou a natureza custodial destas instituições. 
A necessidade de se ter pessoal qualificado para as nascentes in-
stituições modernas levou à formação dos primeiros cursos profis-
sionalizantes voltados para regras de administração das rotinas de-
22
stas instituições. Um exemplo desse tipo de produção é o Manuel 
du bibliothécaire, accompagné de notes critiques, historiques et 
littéraires, de Jean Pie Namur, publicado em 1834. Por fim, com 
a consolidação da ciência moderna como forma de produção de 
conhecimento, também o campo das humanidades viu-se convo-
cado a se constituir como ciência. Surgiram no século XIX aqueles 
que seriam os precursores do estabelecimento do projeto de cons-
tituição científica da Biblioteconomia: a consolidação de teorias e 
regras de catalogação (como as de Panizzi, de 1841, e de Jewett, 
de 1852) e dos sistemas de classificação bibliográfica (sendo o mais 
importante deles o de Dewey, de 1876) (ARAÚJO, 2013, p. 43).
É importante mencionar Advis pour dresser une bibliothèque, 
de autoria de Gabriel Naudé, publicada em 1627. A obra foi tradu-
zida para o português como Conselhos para formar uma bibliote-
ca, pela editora Briquet de Lemos, em 2016. Ela é considerada um 
marco dessa transição da Biblioteconomia empírica (conhecimento 
do dia a dia sem comprovação científica) para a moderna prática 
bibliotecária (FONSECA, 1979, p. 11).
O modelo de ciência então dominante, oriundo das ciências exatas 
e naturais, voltado para a busca de regularidades, estabelecimento 
de leis, ideal matemático e intervenção na natureza por meio de 
processos técnicos e tecnológicos, se expandiu para as ciências 
sociais e humanas através do Positivismo. Esse é o modelo que in-
spirou as pioneiras conformaçõescientíficas da Biblioteconomia, 
que privilegiou os procedimentos técnicos de intervenção: a cata-
logação e a classificação. Mais do que oposições, os três movimen-
tos acima destacados se somaram, constituindo um grande mode-
lo ou "paradigma". A perspectiva patrimonialista voltou-se para os 
"tesouros" que devem ser custodiados, ressaltando a importância 
da produção simbólica humana. A entrada na Modernidade en-
fatizou as especificidades da instituição biblioteca, que devia ter 
estruturas organizadas e rotinas estabelecidas para o exercício 
da custódia. E a fundamentação positivista priorizou as técnicas 
particulares da Biblioteconomia a serem utilizadas para o correto 
tratamento do material custodiado (ARAÚJO, 2013, p. 43).
23
Com as leituras propostas no Tópico 3. 1, você vai acom-
panhar as definições da palavra "epistemologia". Em seguida é 
esperado que você saiba situá-la dentro do contexto de nossa 
disciplina. Antes de prosseguir para o próximo assunto, apre-
cie as leituras e vídeos indicados, procurando dessa forma as-
similar o conteúdo estudado. 
2.2. AS CORRENTES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO EM 
BIBLIOTECONOMIA
Veremos a partir daqui que a Biblioteconomia tem fortes 
vínculos com o Funcionalismo, o Positivismo e o Construtivismo.
As necessidades sociais e a corrente funcionalista
O pensamento funcionalista mais marcante na Biblioteco-
nomia é encontrado na obra do espanhol Lasso de la veja (1892-
1990). Em seu tratado, o autor alega que, inicialmente, as biblio-
tecas eram instituições voltadas unicamente para a conservação 
dos livros e que, naquele momento (década de 1950), estavam 
passando a constituir-se como instituições pedagógicas ativas, 
verdadeiras, algo que ele chamou de "universidades populares" 
(LASSO DE LA VEGA, 1952). 
Lasso de la Vega apresenta uma mudança no entendimen-
to da profissão de bibliotecário, não mais como um conservador 
que se limita a ver os usuários lendo, mas como um agente pro-
pulsor e mediador de cultura. Ele situa essa mudança de postura 
em meados do século 19, com os movimentos pela biblioteca 
pública na Inglaterra.
24
Essa transformação do entendimento da função das bib-
liotecas é social e cultural, marca épocas ou paradigmas. Atual-
mente não é nada trivial pensarmos uma biblioteca que tenha 
como principal missão a mera guarda e preservação do acervo.
Vejamos agora uma explicação sobre o que é o 
Funcionalismo:
O Funcionalismo representa uma forma de se estudar a reali-
dade humana baseada essencialmente numa analogia entre 
a lógica social e a lógica biológica, daí resultando em modelos 
"organísmicos" de compreensão: a existência de um todo com-
posto por "órgãos", cada um deles desempenhando suas fun-
ções. Tal abordagem surgiu nos campos da Sociologia com Dur-
kheim, da Antropologia com Malinowski e na Psicologia com 
Watson [...] (ARAÚJO, 2013, p. 44). 
Shera (1977) fez uma análise funcionalista do significado da 
biblioteca, para quem cada sociedade forma e utiliza suas coleções de 
registros materiais de conhecimento de um modo particular. Isso sig-
nifica que os movimentos culturais exercem um papel determinante 
na configuração da instituição biblioteca, influenciando a natureza de 
sua coleção, os serviços oferecidos e as formas de ser administrada. 
Para Shera, o fundamento (função) da biblioteca exprime-
se no fato de existir para atender certas necessidades sociais. 
Dessa maneira, as funções de uma biblioteca variam de acor-
do com as necessidades das diferentes sociedades nas diferentes 
épocas. Assim, a biblioteca deve ser mais do que "truques para en-
contrar determinado livro", deve atender à sociedade em todas as 
suas potencialidades e, por que não, em suas necessidades. 
Outro significativo autor com contribuições funcionalistas, 
foi o indiano Ranganathan (1892-1972), um nome muito impor-
tante da Biblioteconomia. 
25
Ranganathan teorizou sobre diversos assuntos de natureza 
funcionalista. Entre eles, está a teoria da classificação facetada 
(possivelmente você estudará essa teoria em outra disciplina). 
Além dessa contribuição, merece destaque seu livro Five Laws 
of Library Science (1931). Traduzido para o português pela Editora 
Briquet de Lemos como As cinco leis da Biblioteconomia. As leis são: 
1) os livros são para uso;
2) a cada leitor, seu livro;
3) a cada livro, seu leitor;
4) poupe o tempo do leitor;
5) a biblioteca é um organismo em crescimento.
Por trás da aparente simplicidade de seus enunciados, cada
lei revela uma problematização que enfatiza a importância do 
efetivo uso (função) da biblioteca e de seus recursos, de modo a 
atender às necessidades da sociedade, mediante o atendimento 
de cada um de seus componentes.
Essa reflexão de Ranganathan foi bastante difundida no 
Ocidente e aproximou a Biblioteconomia e a Teoria Sistêmica. 
Ambas as teorias aceitam a metáfora das organizações vistas 
como organismos vivos, ou sistemas compostos por subsistemas. 
Assim, diversos estudos posteriores analisaram a biblio-
teca como um sistema, composto por:
Subsistemas de entrada:
1) Seleção e aquisição.
2) Descrição e representação.
3) Organização.
4) Armazenamento.
26
Subsistemas de saída:
1) Análise de questionamentos.
2) Busca e recuperação.
3) Disseminação.
4) Avaliação.
A Teoria Sistêmica originou-se nos trabalhos do biólogo
austríaco Bertalanffy (1901-1972) e converteu-se num método 
geral de análise utilizado por diversas disciplinas científicas. Seu 
pressuposto básico é o primado do todo sobre as partes, isto é, 
algo só pode ser estudado a partir da identificação de seus el-
ementos constituintes e da inter-relação entre eles. 
A abordagem funcionalista é, desse modo, um tipo especí-
fico de estudo sistêmico.
A perspectiva crítica – Positivismo
A perspectiva crítica na Biblioteconomia manifestou-se 
bastante vinculada aos processos de redemocratização logo após 
as ditaduras militares, nas quais houve forte censura à circulação 
de determinados livros. 
Em um primeiro momento, desenhou-se um conjunto de 
práticas voltadas para as populações excluídas ou marginaliza-
das. Abriu-se espaço para a extensão bibliotecária com carros-
biblioteca e serviços de caixa-estante, por exemplo. Esses ser-
viços buscavam alargar o acesso físico aos livros por meio da 
proximidade espacial. Em muitos casos, tais práticas passaram 
a ser descritas como de "ação cultural" ou "animação cultural".
27
A corrente crítica opôs-se ao Positivismo, que tem no Fun-
cionalismo sua forte expressão. Vejamos uma caracterização do 
Positivismo:
O Positivismo consiste na aplicação de métodos e princípios das 
ciências exatas e biológicas aos fenômenos humanos e sociais. 
Uma de suas principais expressões é, justamente, o Funciona-
lismo. A perspectiva crítica nasceu como sua oposição, pro-
pondo uma especificidade das ciências humanas e sociais. Sua 
origem está vinculada ao Marxismo no campo da Sociologia, à 
Psicanálise no campo da Psicologia e à Antropologia Cultural no 
campo da Antropologia (ARAÚJO, 2013, p. 45).
Uma das mais completas sistematizações que aproximam 
ação cultural e Biblioteconomia é o trabalho de Flusser (1983). O 
autor apresenta duas possíveis ideias de cultura: 
• Um conjunto de objetos, artefatos; portanto, um acer-
vo, estoque, ou seja, preservar é suficiente;
• Um conjunto de representações, visões de mundo, prá-
ticas sociais (cultura como "contexto" em oposição a
"acervo").
Essas duas definições correspondem a duas compreensões 
sobre como deve ser o contato com a cultura (com a herança 
cultural): uma que a entende como uma herança universal, acu-
mulada pela humanidade, um conjunto unitário, e outra que a 
vê como produto de experiências de tensões e lutas políticas. É 
justamente aí que se insere o trabalho do bibliotecário e da bib-
lioteca como instrumentos de ação cultural.
Expressões concretas dessa linha de pensamento redefi-
nem o conceito de biblioteca como "centro de cultura" (MILANE-
SI, 1997). Outros trabalhos de natureza prática, comessa inspi-
ração, buscavam substituir o "depósito silencioso de livros" que 
28
era a biblioteca "tradicional" por instituições sociais, dinâmicas e 
vivas, em que o povo participe. 
Foi retomada dessa forma a expressão "biblioteca públi-
ca" (também muitas vezes entendida como um tipo especial de 
biblioteca pública, a "biblioteca popular"), mas com um sentido 
bastante diferente do modelo funcionalista – embora as designa-
ções "viva" e "dinâmica" apareçam em ambos os modelos.
Talvez a principal diferença entre a biblioteca "viva" e 
"dinâmica" crítica e funcionalista esteja relacionada à quem as 
bibliotecas servem: nobres e cientistas ou o cidadão comum?
Essa reflexão remete-nos à próxima subseção, que abor-
dará a visão de biblioteca para múltiplos usuários.
Estudos na perspectiva dos sujeitos ativos – Construtivismo
Tanto a visão crítica como a visão dos estudos funciona-
listas de certo modo "enxergavam" a sociedade e os indivíduos 
como seres passivos, meros receptáculos de informação. 
Reformulando o papel da sociedade e dos indivíduos, agora 
como sujeitos ativos, e estudando as apropriações de conhecimen-
tos, a partir de suas diferentes necessidades e usos, desenvolveu-
se uma nova perspectiva – os estudos de usuários de bibliotecas.
O estudo efetivo dos usuários só ocorreu no início do sé-
culo 20, quando houve um grande interesse em se saber como e 
o que as pessoas liam, e qual o uso feito das bibliotecas em geral
(FIGUEIREDO, 1994).
Entre os estudos contemporâneos sobre essa visão, de-
staca-se a abordagem construtivista de Carol Kuhlthau (2004), 
que atuou principalmente no âmbito das bibliotecas escolares. 
29
De forma empírica, a autora empreendeu diversas pesquisas so-
bre como os usuários estudam, buscam e usam os recursos dis-
poníveis na biblioteca, bem como as habilidades e barreiras que 
interferem nesse processo.
Dessa maneira, o Construtivismo:
[...] é uma forma de análise dos fenômenos humanos e sociais 
que destaca o fato de que a realidade não tem uma existência 
nela mesma – é, antes, produto da interação entre aspectos ob-
jetivos e a ação do sujeito que conhece. Sua origem remonta, na 
Psicologia, aos trabalhos de Jean Piaget e, na Sociologia, a au-
tores como Schutz, Berger e Luckmann (ARAÚJO, 2013, p. 45).
Portfólio 
ATIVIDADE
Biblioteca: sua origem e evolução (da Antiguidade ao fim de Alexandria)
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=aMCAQGtkPlk
Assista ao vídeo acima e construa uma linha do tempo contendo os principais 
acontecimento referentes à origem e à evolução das bibliotecas.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
Pesquisa 
AUTOESTUDO
ARTIGO
Desenvolvimento de coleções: origem dos fundamentos contemporâneos
Resumo
O artigo apresenta o resultado de uma pesquisa cujo objetivo foi identificar as correspondências 
entre os fundamentos da área hoje denominada de desenvolvimento de coleções e aqueles 
estabelecidos no século XIX, a fim de reconstruir os principais conceitos, métodos e práticas da 
área. Propõe um estudo exploratório para viabilizar essa correspondência a partir de oito obras 
escolhidas de autores europeus do século XIX, a maioria bibliófilos reconhecidos, a saber: 
Peignot (1823), Namur (1834), Hesse (1841), Rouveyre (1878), Richard (1883), Gräsel (1893), 
Petzholdt (1894) e Maire (1896). Essas obras serão analisadas a partir de três categorias 
contemporâneas da área: desenvolvimento de coleções, seleção e aquisição, por meio do 
método de revisão de literatura. Conclui-se, por fim, que o fenômeno da explosão da informação 
afeta o processo de desenvolvimento de coleções como um todo desde o século XVIII. Os 
autores do século XIX selecionados para o estudo apresentaram várias soluções - as quais 
fortaleceram o que hoje é denominado de abordagem baseada no acesso à informação - para 
lidar com a complexidade gerada pelo fenômeno da explosão da informação.
Faça a leitura completa do artigo acima citado e, ao final, uma reflexão sobre as coleções e 
sua importância na Biblioteconomia.
ACESSE ARTIGO 01 - 584 - AULA 02
N

Outros materiais