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Oficina de Capacitação em Leishmaniose Visceral e Tegumentar Ana Maria do Nascimento Cardoso Acadêmica em Ciências Biológicas UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICS E ENFERMAGEM LIGA ACADÊMICA DE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS 1 Leishmanioses Conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania; Parasitas do SMF Macrófagos Transmitidas por insetos (flebotomíneos); Zoonoses; Homem: Hospedeiro definitivo acidental Modalidades de infecção: Viscerotópicas e dermotrópicas Espécie de Leishmania. 2 Introdução São classificadas em dois grandes grupos: Leishmaniose Tegumentar Leishmaniose Visceral 3 Introdução Promastigota Amastigota 4 Vetores Fêmeas de flebotomíneos: Phlebotomus (Velho Mundo) Lutzomyia (Novo Mundo) Fêmeas colocam seus ovos sobre um substrato úmido no solo e com alto teor de matéria orgânica; atividade dos flebotomíneos é noturna. Classe Insecta Ordem: Díptera Família: Psychodidae Subfamília: Flebotomianae Gênero: Lutzomyia Classificação 5 Reservatórios urbanos e silvestres 6 Ciclo biológico 7 Interação Leishmania /célula hospedeira Fase inicial: Saliva do flebotomíneo Maxidilan (vasodilatador) Maxidilan Inibe: 1. Apresentação do Antígeno 2. Secreção de Citocinas importantes (IL12+INFγ) 8 Interação Leishmania /célula hospedeira 2. Superfície do parasito: LPG (Lipofosfoglicano) e GP63; Complexo lítico final do complemento (C5-9) (espessamento das LPG – impedimento estérico) Lise das promastigotas 9 3. Macrófago Receptores para LPG e GP63. Leishmania penetra na célula usando esses receptores. Impede explosão respiratória: Não ativação do mecanismo microbicida; Escape de Leishmania Interação Leishmania /célula hospedeira 10 Aspectos imunológicos Modulação da resposta imune; Macrófagos e outras APC Linfócitos TCD4 + Ag - Leishmania Th1 Th2 Controle Evolução Leishmaniose tegumentar: forma cutânea Leishmaniose visceral (LV) Forma difusa da LT 11 Leishmaniose Tegumentar (LT) Importância epidemiológica 1,5 milhões de casos/ano; 88 países 76 subdesenvolvidos Brasil está entre os países com maior ocorrência da doença América latina: 38,9% dos casos no Brasil 12 Mecanismo de transmissão Picada de flebotomíneos do gênero Lutzomyia. 13 Formas clínicas Amplo espectro: Lesões autorresolutivas x lesões desfigurantes Estado imunológico; Espécie de Leishmania 3 tipos básicos: Leishmaniose cutânea (LC), leishmaniose cutâneomucosa (LCM), leishmaniose cutânea difusa (LCD). 14 Leishmaniose cutânea (LC) Úlceras únicas ou múltiplas (forma mais comum) Derme e epiderme Densidade dos parasitos nas bordas da úlcera; + Fases iniciais - Formas crônicas Cutâneo– disseminada: Variação da forma cutânea (imunossupressão) 15 Leishmaniose cutâneo – mucosa (LCM) Espúndia, nariz de tapir, nariz de anta... L. braziliensis; Evolução da forma cutânea (meses ou anos depois): Lesões destrutivas e secundárias Mucosas e cartilagens Extensão direta, disseminação hematogênica; Lento, curso crônico. 16 Leishmaniose cutâneo – mucosa (LCM) Regiões mais afetadas: Nariz, faringe, boca e laringe Destruição do septo Mudança anatômica; 17 Leishmaniose cutâneo - mucosa 18 Dificuldades: falar, respirar, se alimentar Infecções secundárias Complicações respiratórias Óbito Leishmaniose cutânea difusa (LCD) Menos comum; Lesões difusas não ulceradas por toda a pele; Grande número de amastigotas; Ag. Etiológico: Complexo mexicana L. pifanoi (Venezuela); L. amazonensis Numerosas erupções papulares e nodulares Deficiência imunológica: Anérgica 19 Diagnóstico Clínico-epidemiológico Característica da lesão; Anamnese; Diagnóstico diferencial: Tuberculoses cutânea, hanseníase, infecções por fungos, úlcera tropical e neoplasmas. 20 Diagnóstico Laboratorial Pesquisa do parasito: Exame direto Exame histopatológico Cultura Pesquisa do DNA do parasito 21 Diagnóstico Laboratorial Métodos imunológicos: Imunidade celular Reação intradérmica de Montenegro (IDRM); (Teste de montenegro) 22 Teste de Montenegro Injetar via intradérmica: 0,1 ml do antígeno de Montenegro Face anterior do antebraço Leitura 48 a 72 horas após a inoculação 23 RESULTADO: Reação negativa: Ausência de qualquer sinal; Presença de nódulo com menos de 5mm de diâmetro. Reação positiva: Presença de uma pápula ou nódulo, igual ou superior a 5 mm de diâmetro Ulceração Teste de Montenegro 24 Diagnóstico Laboratorial Métodos imunológicos: Imunidade humoral Reação de imunofluorescência indireta (RIFI); Reações cruzadas 25 Tratamento Glucantime (Antimoniato de N-metil glucamina); Mecanismos de ação: Inibição da glicólise, oxidação de ácidos graxos; Redução na produção de ATP e GTP Amastigotas Toxicidade Acompanhamento 26 Tratamento 27 Tratamento Situações especiais: Resistência ao tratamento Contraindicação Coinfecção com HIV Fármacos de segunda escolha Pentamidina; Anfotericina B Anfotericina B liposomal 28 Seguimento pós tratamento Acompanhamento clínico: 12 meses Avaliação da resposta Possível recidiva Exames laboratoriais Avaliação de efeitos adversos. 29 Critérios de cura Forma cutânea: Epitelização completa de todas as lesões; Desaparecimento de crosta, descamação, infiltração e eritema. 30 Critérios de cura Forma mucosa: Regressão de todos os sinais: Exame otorrinolaringológico; Seis meses após conclusão do esquema terapêutico 31 Leishmaniose Visceral (LV) Forma viscerotrópica Incapacidade dos macrófagos em destruir as amastigotas; TH2 Via de disseminação: Hematogênica ou linfática; Baço, fígado, linfonodo e medula óssea. Importância: alta letalidade – 10% Diagnóstico tardio 32 Agente etiológico 33 Leishmania (L.) infantum chagasi (Novo Mundo) Leishmania (L.) infantum infantum (Velho Mundo) Mecanismos de transmissão Picada da fêmea de Lutzomyia longipalpis; Uso de drogas injetáveis; Transfusão sanguínea; Outros mecanismos: Transmissão congênita Acidentes de laboratório – Raros. 34 Fatores de risco Desnutrição; Uso de drogas imunossupressoras; Aids. 35 Patogenia Esplenomegalia Hepatomegalia Alterações no tec. Hemocitopoiético: Macrófagos parasitados; Linfonodos aumentados Plasmócitos e macrófagos parasitados Hipertrofia e hiperplasia Leucopenia; Trombocitopenia; Anemia- normocítica e normocrômica. 36 Patogenia 37 Alterações hepáticas Soro: Inversão da relação albumina/ globulina: Hipergamaglobulinemia Hipoalbuminemia Disproteinemia. Patogenia IAlterações renais Presença de imunocomplexos circulantes: Glomerulonefrite proliferativa Nefrite intersticial Lesões renais distúrbios na função Albumiúria; Hematúria; Elevados níveis de creatinina e uréia 38 Sintomatologia Forma assintomática: Sintomatologia pouco específica. Pode evoluir ou apresentar cura espontânea. Febre baixa recorrente, tosse seca, diarreia, sudorese e prostração. 39 Sintomatologia Forma aguda: Período inicial; Sinais e sintomas pouco específicos. Evolução rápida e fatal Em geral, não ultrapassa dois meses. Altos títulos de igG anti-Leishmania. Febre alta; Palidez das mucosas; Hepatoesplenomegalia discretas; Às vezes, tosse e diarréia. 40 Sintomatologia Forma crônica: Febre irregular com agravamento de sintomas; Emagrecimento progressivo Hepatoesplenomegalia associada à ascite aumento do abdômen. Edema dos membros inferiores; hemorragias, icterícia * Infecções secundárias 41 Diagnóstico Laboratorial parasitológico – Método direto: Pesquisa e encontro das formas amastigotas Aspirado da medula óssea, baço, fígado ou linfonodos. Isolamento em meio de cultura NNN; 42 Diagnóstico Métodos imunológicos: Método indireto Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) Ensaio Imunoenzimático (ELISA) Antígeno recombinante K39 43 Laboratorialcomplementar Hemograma; Dosagem de proteínas; Velocidade de Hemossedimentação (VHS); Sumário de urina (hematúria, proteinúria) Dosagem de uréia e creatinina Lipidograma 44 Profilaxia 45 Diagnóstico e tratamento dos doentes Eliminação dos cães positivos Combate ao vetor Tratamento 46 Critérios de cura Essencialmente clínico: Redução dos sinais e sintomas; Melhora nos parâmetros hematológicos e bioquímicos; Retorno do apetite e melhora do estado geral 47 48 Obrigada!!!
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