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Negocio Jurídico - O Negócio Jurídico, a Relação da Pessoa Natural e a Sociedade - Direito Civil I

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A TEORIA DO DIREITO CIVIL
“O Negócio Jurídico, a Relação da Pessoa Natural e a Sociedade”
· Negócio Jurídico
O negócio jurídico origina-se de uma declaração de vontade que cria ao mesmo tempo um direito subjetivo e um dever (obrigação). Tal ato Volitivo se constitui de um elemento interno (substrato da declaração da vontade real) e outro externo (declaração propriamente dita), o que requer interpretação de suas cláusulas para afastar qualquer dúvida, obscuridade ou omissão. 
Com a consolidação de 1916, obra de Clóvis Bevilaqua, conceituava o ato jurídico sob uma perspectiva finalística, enunciado no art. 81 que constituía desde que lícito o meio de se alcançar, imediatamente, a aquisição, resguardo, transferência, modificação ou extinção de direitos para, em seguida, art. 82, determinar os seus requisitos de validade, observada a conhecida tricotomia da capacidade, objeto lícito e forma prescrita ou não na defesa da lei.
 Com a nova denominação de “negócio jurídico” (art. 104) ao se reportar no ato jurídico, mas sem embargo dessa alteração, mantêm uma equivalência substancial, no ato do negócio jurídico. Ao cuidar dos requisitos de validade do ato jurídico. O Código anterior prescrevia a capacidade do agente, o conteúdo lícito do objeto da forma prescrita em defesa da lei, nestes termos entendo que a nova codificação não afasta nesse particular e a validade do negócio jurídico, salvo em relação ao seu objeto, não como simples requerimento.
· Defeitos do Negócio Jurídico
No negócio jurídico, quando a vontade é declarada, com vício ou defeito que torna mal dirigida, mal externada, estamos, na maioria das vezes, no campo do negócio jurídico ou ato anulável, isto é, o negócio terá vida jurídica somente até que, por iniciativa de qualquer prejudicado, seja pedida sua anulação.
Realçando no novo código civil merecem destaques os planos de anulabilidade por erro, consideravelmente não se afasta da Lei Civil de 1916 por três adendos: Versa anulação por erro, o Erro de direito, no Campo do erro.
· Relação da Pessoa Natural
Não há como existir declaração de vontade sem que exista um sujeito (pessoa natural ou jurídica), pois é indispensável para a configuração existencial do negócio jurídico. Sem sujeito não se pode falar em negócio jurídico, mas tão somente em fato jurídico natural.
É bom deixar assentado que, muito embora o artigo 58 diga respeito ao prenome, a imutabilidade irradia em todas as partes do nome, como regra geral, até por força da mesma redação dada pelo Regimento 18.542 de 1928. Com o desenvolvimento histórico e com a adoção de novos paradigmas constitucionais, entre os quais, o da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF), além da nova visão sobre os valores fundamentais imateriais (art. 5º, caput, CF), passou o nome a ser protegido, não mais tanto por sua irradiação a terceiros, mas sim, pela própria proteção conferida ao seu titular.
· Sociedade
O negócio jurídico é de extrema importância para as relações particulares. Com esse breve conhecimento é que a sociedade deve começar a procurar se interessar pelos seus direitos e como ele vai valer diante das relações jurídicas.
A sociedade é, portanto, uma união de esforços para o bom desenvolvimento de atividades econômicas, das quais uma única pessoa física não daria conta, onde a união se formaliza pelo contrato. A referida atividade pode restringir-se à realização de apenas um negócio ou a vários. O art. 981 do Código Civil disciplinar que “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. Apesar deste disposto as sociedades podem ter como origem um Estatuto.
No entanto, a sociedade só pode adotar um dos tipos previsto na legislação. Assim, os tipos societários são os seguintes: Sociedade em Comum; Sociedade em Conta de Participação (não personificadas); Sociedade Simples; Sociedade Cooperativa; Sociedade em Nome Coletivo; Sociedade Comandita Simples; Sociedade Limitada; Sociedade Anônima e Sociedade Comandita por Ações (sociedades personificadas) 
1. Sociedade: "Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados" (artigo 981 do Código Civil);
1.1. Sociedade simples: designa toda sociedade que tem como pressuposto maior a atuação pessoal de seus componentes, dentro de suas especialidades. Exemplos clássicos: sociedades de médicos e advogados. Nesse tipo de sociedade o contrato social é inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, exceto para as sociedades de advogados que é registrada perante a OAB;
1.2. Sociedade empresária: o termo designa as sociedades, por assim dizer, "despersonalizadas", ou cuja atuação não tenha direta dependência da atuação pessoal dos sócios. Nesse tipo de sociedade mais importa o corpo da empresa. Exemplo clássico: uma indústria. O contrato social da sociedade empresária é inscrito na Junta Comercial do Estado em que tem sede. A sociedade empresária pode se formar através de uma das seguintes figuras sociais:
1.2.1. Sociedade em Conta de Participação: é composta de um sócio ostensivo e um sócio participante ou oculto. Este último nunca é revelado a terceiros nos negócios da empresa. Trata-se exclusivamente de um investidor que não responde, portanto, perante terceiros, pelas dívidas de empresa;
1.2.2. Sociedade em Nome Coletivo: pode ser composta apenas por pessoas físicas e todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais;
1.2.3. Sociedade em Comandita Simples: nesse tipo de sociedade tomam parte sócios de duas categorias: a saber: a) os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e b) os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota e que não participam dos atos de administração da empresa;
1.2.4. Sociedade Limitada: é o tipo mais usual. Nela a responsabilidade de cada sócio pelas dívidas sociais é restrita ao valor de suas quotas, mas apenas quando todos os sócios tiverem integralizado suas cotas (aportado à sociedade o dinheiro representativo do valor de suas cotas). Caso tal não tenha sido feito, todos respondem solidariamente, perante terceiros, pela integralização da totalidade do capital social;
1.2.5. Sociedade Anônima: na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir;
1.2.6. Sociedade em Comandita por Ações: tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sendo que somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
Para melhor entendimento, esclarece-se que responsabilidade solidária é aquela em que todos os responsáveis se encontram em situação de igualdade, podendo ser penhorados os bens de qualquer deles, ou de todos, sem ordem preferencial. Já na responsabilidade subsidiária primeiramente são penhorados os bens do devedor principal e depois, caso não os haja em quantidade suficiente para saldar a dívida, podem ser excutidos os bens do devedor subsidiário.
Antes, portanto, de se iniciar qualquer atividade negociada, deve-se verificar qual o tipo social mais adequado para a atividade e o perfil dos sócios, sob pena de se experimentarem, no futuro, dissabores que poderiam ser evitados.
· CONCLUSÃO
Como foi visto, entendo que o negócio jurídico é uma manifestação e vontade lícita que produz efeitos, sendo, portanto, fundamental para que uma sociedade se desenvolva, pois se não houvesse negócio jurídico não haveria a sociedade. Dessa forma, voltaríamos a um estado primitivo, já que não haveria como os seres humanos se relacionarem de forma ordenada. Em linhas gerais, o negócio jurídico é o responsável para que as pessoas consigam entender-se entre si (enquanto um oferece algo,o outro recebe esse algo e vice-versa).

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