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RCP neonatal- AULA 2014

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REANIMAÇÃO NEONATAL
REANIMAÇÃO NEONATAL EM SALA DE PARTO
Documento Científico do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria 
1º de abril de 2013
De acordo com Datasus (2013), no Brasil:
Nascem 3 milhões crianças ao ano- 98% em hospitais
Maioria boa vitalidade, porém, manobras de RCP podem ser necessárias de maneira inesperada
Entre 2005-2009- 13 RNs morreram ao dia devido asfixia perinatal, sendo 5 a termo e sem malformações
Ao Nascimento:
 1 em cada 10 RNs- necessita de VPP para iniciar e/ou manter movimentos respiratórios
1 em cada 100- precisa de IOT e/ou massagem cardíaca
1 em cada 1.000- requer IOT, massagem e medicação
A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto < a idade gestacional e/ou peso ao nascer
Diretrizes publicadas pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR)
 
Inclui especialistas dos 5 continentes, com representantes brasileiros
Elaboram a cada 5 anos consensos sobre a ciência e recomendações terapêuticas referentes aos diversos aspectos da reanimação neonatal 
Cada país, a partir do documento do ILCOR, adapta as condutas às suas necessidades e especificidades
As atualizações 2013 foram baseadas:
Recomendações do ILCOR 
Condutas Neonatal Resuscitation Program da Academia Americana de Pediatria e Associação Americana de Cardiologia (2010)
Em que se baseiam as práticas de reanimação em sala de parto? 
Preparo para a Reanimação
 Realizar a anamnese materna adequada 
 Dispor de material e equipamentos apropriados 
 Dispor de equipe treinada para executar os procedimentos de reanimação. 
Todo material necessário para a reanimação deve ser preparado, testado e estar disponível, em local de fácil acesso, antes do nascimento.
Reanimação Neonatal em Sala de Parto, 2013
Disponível em www.sbp.com.br
 A (airway) - via aérea pérvia 
 B (breathing) - respiração 
 C (circulation) - circulação
ABC da Reanimação
A indicação dos passos da reanimação depende da avaliação: 
 RESPIRAÇÃO
FREQ. CARDÍACA 
 COR
x
Respiração- deve ser regular
FC > 100 bpm 
(ausculta do precórdio e eventualmente pela palpação do pulso na base do cordão)
OBS: Cor- não mais utilizada 
(subjetiva e não tem relação com satO2 ao nascimento; RNs demoram para ficar rosados)
Sat O2 - 1 min vida: 60-65%
 - 5 min vida: 87-92%
Gestação de termo? 
Ausência de mecônio ?
Respirando ou chorando? 
Tônus bom?
IMEDIATAMENTE
APÓS O
NASCIMENTO
 SIM
Gestação a termo 
Sem mecônio 
Respirando ou chorando 
Tônus bom
Prover calor 
Manter vias aéreas pérvias 
Secar 
Avaliar FC e respiração de modo contínuo
Contato pele a pele
Clampeamento tardio do cordão
CUIDADOS DE 
 ROTINA JUNTO A MÃE
NÃO
Na presença de líquido amniótico meconial, o obstetra NÃO deve realizar a aspiração das vias aéreas, pois esse procedimento não diminui a incidência de SAM, a necessidade de VM nos pacientes que desenvolvem a pneumonia aspirativa, nem o tempo de oxigenoterapia ou de hospitalização
MECÔNIO PRESENTE!!!
MECÔNIO PRESENTE!!!
Resp. rítmica/regular
e Tônus em flexão
e FC > 100 bpm
Resp. irregular/ausente
e/ou hipotonia
e/ou FC < 100 bpm
PASSOS INICIAIS DE REANIMAÇÃO
Prover calor 
Posicionar a cabeça
Aspirar excesso boca e nariz
Secar e desprezar os campos úmidos
Verificar posição da cabeça
Avaliar respiração e FC
 Calor radiante
 Sob visualização direta:
Retirar mecônio residual da hipofaringe e traquéia
Aspirar traquéia com CET e dispositivo asp. mecônio
OBS: Aspirar excesso- única vez
Se FC<100 e/ou resp irregular/apnéia- VPP
Aspiração da hipofaringe com sonda traqueal 
Aspiração da traquéia com CET
Gestação de termo? 
Ausência de mecônio ?
Respirando ou chorando? 
Tônus bom?
 NÃO
SEM MECÔNIO
Prematuro OU 
 Respiração irregular/ausente OU 
Hipotônico
Prover calor 
Posicionar a cabeça
Aspirar vias aéreas s/n
Secar e desprezar os campos úmidos
Reposicionar cabeça
PASSOS INICIAIS DE REANIMAÇÃO
30 seg.
1- Prover Calor
 Pré-aquecer a sala (26°C)
 Fonte radiante
 Campos aquecidos
 Saco plástico polietilieno (P < 1.500g). Suplemento- emprego de touca
T= 36,5 – 37°C
2- Posicionar a cabeça
 Leve extensão do pescoço
3- Aspirar Boca e Nariz
 Boca e depois as narinas 
 Sonda traqueal 
 Evitar aspirar de maneira brusca ou na faringe posterior resposta vagal e espasmo laríngeo apnéia e bradicardia.
 Evitar aspirar hipofaringe- atelectasia e trauma
 Indicada: RN com obstrução 
a respiração ou que irá necessitar VPP 
4- Secar e desprezar campos úmidos
 Campo aquecido
5- Reposicionar a cabeça
AVALIAR!!!
AVALIAR
 RESPIRAÇÃO
 FC
 Respirando
 FC > 100
CUIDADOS ROTINA 
Sem melhora
VPP
Apnéia
Respiração irregular
FC<100
AVALIAR
Respiração
FC
NASCIMENTO
Gestação de termo?
Ausência de mecônio?
Respirando ou chorando?
Tônus muscular bom?
Prover calor
Posicionar cabeça e
aspirar boca e narinas
Secar e reposicionar
VPP
NÃO
30 seg.
Respirando
FC > 100
Cuidados de Rotina
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA
PASSOS INICIAIS
 Apnéia ou Respiração irregular 
 FC < 100 bpm
VPP- Deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida- “The Golden Minute”
OXIGÊNIO SUPLEMENTAR
02 100%, AA ou valor intermediário?
RN ≥ 34semanas- VPP com ar ambiente
Iniciada VPP- Uso OXIMETRIA DE PULSO
Leitura confiável- 1 a 2 min após nascimento
Aplicar sempre o sensor neonatal no MSD: no RN ≥34 semanas, de preferência, na região do pulso da radial e, no RN <34 semanas, no pulso ou na palma da mão
OXIGÊNIO SUPLEMENTAR
OXIGÊNIO SUPLEMENTAR
COM OXIMETRIA
RN ≥ 34 sem. em VPP 
Não melhora ou não atinge valores desejáveis
VPP com oxigênio suplementar- preferência blender
Iniciar 40% e ajustar de acordo com sat desejável e FC
SEM OXIMETRIA
RN ≥ 34 sem. em VPP 
Atentar quanto insuflação pulmonar e FC
Sem melhora em 30 seg.
VPP 100%
EQUIPAMENTOS
 Balão auto-inflável, balão inflado por fluxo e ventilador mecânico manual em T
 Máscara
Balão auto-inflável
 Volume 250ml a 750ml
 Pressão: 30-40 cm H2O
 O2: 21 a 100%
 5 L/min
 Reservatório
Reservatório
de oxigênio
Entrada de O2
Entrada de AR
Válvula
de escape
RN
Fonte de
oxigênio
Saída para
monitoração
da pressão
21% O2
100% O2
O2
O2
AR
40% O2
5 L/min.
Balão sem reservatório
O2
O2
5 L/min.
90-100% O2
Balão com reservatório
Máscara
 Material maleável e bordo acolchoado
 Arredondada ou anatômica
 Cobrir ponta do queixo, boca e nariz
Posição para aplicação do 
Balão e Máscara
 40 a 60 movimentos/minuto
“aperta...”
compressão
“solta...solta”
liberação
“aperta...”
compressão
“solta...solta”
liberação
Frequência
Recomenda-se:
 Sonda orogástrica diminuir distensão gástrica e evitar regurgitamento
 Períodos prolongados de VPP
VPP Efetiva
 Aumento da FC 
 Melhora do Tônus
 Início da respiração regular
RN MELHORA
VPP (30s)
FC > 100 bpm e
Respiração espontânea e regular
O2 Inalatório (se VPP com O2 suplementar)
Suspende gradativamente
RN NÃO MELHORA
VPP (30s)
FC < 100 bpm ou
Respiração irregular
Verificar Técnica
Avaliação da Técnica de VPP 
Técnica Correta
RN não melhora
Iniciar ventilação com balão e cânula traqueal
NASCIMENTO
4 perguntas
PASSOS INICIAIS
30 seg.
R. Irregular/ausente ou
FC < 100 bpm
VPP com B&M
30 seg.
R. Regular e
FC >100 bpm
O2 inalatório
FC < 100 bpm ou RN não melhora
Considerar intubação
Quando Intubar?
 Necessidade de aspiração em neonatos deprimidos devido a mecônio
 Ventilação com máscara ineficaz ou prolongada
 Necessidade de massagem cardíaca e/ou adrenalina
 Suspeita ou diagnóstico de hérnia diafragmática 
Obs: Cada tentativa de intubação deve durar no max 30 seg
Material para Intubação
 Laringoscópio infantil com lâmina reta nº 00, 0 e 1
 Cânulas traqueiassem balonete: nº 2,5; 3,0; 3,5; 4,0
 Material para fixação
 Pilha e Estetoscópio
 Fio-guia esterilizado
 Material para ventilação (balão e máscara)
 Material para aspiração (sonda traqueal, dispositivo de aspiração de mecônio)
Confirmar posição da cânula
Melhora da FC 
Expansão torácica simétrica 
Ausência de distensão gástrica 
MV torácico bilateral, na região axilar
Condensação de água na cânula
“Com essa avaliação subjetiva, a demora pode ser de 30 a 60 segundos antes de se concluir que a cânula está mal posicionada, predispondo o recém-nascido à lesão hipóxica.
 
Assim, a detecção de dióxido de carbono (CO2) exalado é recomendada, pois além de objetiva, diminui o tempo para confirmar a posição da cânula”
VENTILAÇÃO
Utilizar mesma frequência e pressão
(40-60 mov/min)
RN MELHORA
 VPP c/ B e CET(30s)
FC > 100 bpm e
Respiração regular
Extubar se possível
O2 Inalatório
RN NÃO MELHORA
VPP c/ B e CET (30s)
FC < 100 bpm ou
Não retoma respiração espontânea
Verificar posição da cânula e técnica de VPP
Avaliação da Técnica de VPP e posição CET (30 s)
Técnica e posição Correta
FC < 60 bpm
Continuar VPP com B e CET
Iniciar Massagem Cardíaca
NASCIMENTO
4 perguntas
PASSOS INICIAIS
30 seg.
R. Irregular/ausente ou
FC < 100 
30 seg.
FC < 60 bpm
Massagem Cardíaca
VPP com B&M
VPP com B&CET
MASSAGEM CARDÍACA
 Local: terço inferior do esterno
 Técnica dos dois polegares (preferencialmente) ou dos dedos indicador e médio (eventualmente)
 Profundidade: 1/3 diâmetro ântero-posterior tórax
 Permitir reexpansão plena do tórax
Frequência 
 3 (massagens) : 1 (ventilação)
 120 eventos/min. (90 massagens : 30 ventilações)
1 e 2 e 3 e ventila...
“Deve-se aplicar a massagem cardíaca coordenada à ventilação por 45 a 60 segundos, antes de reavaliar a FC, pois este é o tempo mínimo para que a massagem cardíaca efetiva possa restabelecer a pressão de perfusão coronariana. 
O oxímetro é útil para avaliar de forma contínua a FC sem interromper a massagem, entretanto, se a perfusão periférica estiver comprometida, a oximetria de pulso pode não detectar a FC.”
 Reanimação Neonatal em sala de parto, 2013- (Atualização)
RN MELHORA
 VPP c/ B e CET e 
 MC (45-60s)
FC > 60 bpm
Interromper a MC
Manter VPP (40-60 mpm)
até FC > 100 bpm e
respiração regular
Suspender ventilação
Oferta O2 inalatório
RN NÃO MELHORA
 VPP c/ B e CET e 
 MC (45-60s)
FC < 60 bpm
Verificar:
Posição da CET
Permeabilidade vias aéreas 
Técnica da VPP
Técnica da MC 
Avaliação da posição CET técnica de VPP e MC
Técnica e posição Correta
FC < 60 bpm
Continuar VPP e MC
Administrar Adrenalina 
NASCIMENTO
4 perguntas
30 seg.
R. Irregular/ausente ou FC<100 bpm 
30 seg.
FC<60 bpm
Massagem Cardíaca
VPP com B&M
VPP com B&CET
RN não melhorou
FC<60 bpm
Medicações
PASSOS INICIAIS
 45-60 seg.
Adrenalina e 
Expansor de volume
ADRENALINA
 Vias: traqueal e veia umbilical
 Solução a 1/10.000
 
 EV: dose de 0,01-0,03 mg/kg
 ET: 0,05 a 0,1 mg/kg 
VPP e MC e Adrenalina
FC < 60 bpm
Verificar a posição da cânula 
Verificar a técnica da VPP e da MC
Repetir adrenalina EV a cada 3-5 min.
Considerar expansores de volume
EXPANSOR DE VOLUME
 Indicação: 
 RN não melhora com VPP e MC e adrenalina
 Evidência de perda sanguínea ou sinal de choque (hipovolemia)
 SF 0,9% ou Ringer-Lactato ou sangue total
 Via endovenosa umbilical
 10 mL/kg - administrar lentamente
Se não houver melhora
Verificar:
 Posição COT
 Uso de oxigênio 100%
 Técnica de ventilação
 Técnica da massagem
 Permeabilidade de acesso vascular
FIM

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