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pos estruturalismo, pos colonialismo e pos desenvolvimento

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Índice 
1.Introdução ................................................................................................................................ 2 
1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 2 
1.1.1.Geral .................................................................................................................................. 2 
1.1.1.Específicos ......................................................................................................................... 2 
1.2.Metodologia .......................................................................................................................... 2 
2.Contextualização ..................................................................................................................... 3 
2.1.Pós Estruturalismo ................................................................................................................ 3 
2.2.Pós colonialismo ................................................................................................................... 5 
2.2.1.Teoria da Dependência Intelectual .................................................................................... 7 
2.2.2.Repensando o desenvolvimento ........................................................................................ 7 
2.3.Pós Desenvolvimento ........................................................................................................... 8 
3.Conclusão .............................................................................................................................. 11 
4.Referências bibliográficas ..................................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. Introdução 
O presente trabalho surge na cadeira de Economia do Desenvolvimento, com os seguintes 
temas de abordagem Pós-Estruturalismo, Pós-Desenvolvimento e Pós-Colonialismo, importa 
referi que, o século XX foi palco de profundas transformações multifacetadas ao redor do 
globo, de carácter político, económico e social. Nesse contexto, é preciso reconhecer a 
importância da descolonização da África e da Ásia como sendo um momento marcante do 
ponto de vista geopolítico, pois assinala uma drástica mudança no cenário internacional. 
Entretanto, constitui objectivo central do trabalho compreender os períodos pós 
estruturalismo, pós desenvolvimento e pós colonialismo. O pós-estruturalismo surge como 
uma forma de repensar e reanalisar as teorias estruturalistas instaurando uma desconstrução 
de alguns conceitos considerados como verdades absolutas e centrais. De destacar que, o pós-
colonialismo foi durante muito tempo ignorado no âmbito das Relações Internacionais como 
disciplina, estando ausente dos grandes debates teóricos e das grades curriculares, assim como 
dos manuais e revistas especializadas. Porem, o pós-desenvolvimento constitui um 
movimento intelectual e critica variada do modelo de desenvolvimento planejado que 
efectivou transformações sociais radicais desde meados do século XX. 
1.1.Objectivos 
1.1.1. Geral 
 Compreender os períodos pós estruturalismo, pós colonialismo e pós 
desenvolvimento. 
1.1.1. Específicos 
 Definir os conceitos pós estruturalismo, pós colonialismo e pós desenvolvimento; 
 Descrever os períodos de pós estruturalismo, pós colonialismo e pós desenvolvimento; 
 Caracterizar cada período em estudo. 
1.2. Metodologia 
Para a realização do presente trabalho recorreu se a leitura de obras bibliográficas que depois 
fez se a interpretação das informações obtidas, de salientar que estão referenciadas todas as 
obras consultadas na última página do trabalho. 
3 
 
2. Contextualização 
2.1. Pós Estruturalismo 
Segundo SCHNEIDER (2005), pós-estruturalismo é um termo para formas filosóficas, 
teóricas e literárias de teoria que tanto constroem quanto rejeitam ideias estabelecidas pelo 
estruturalismo, o projecto intelectual que o precedeu. Embora todos os pós-estruturalistas 
apresentem críticas diferentes ao estruturalismo, os temas comuns entre eles incluem a 
rejeição da auto-suficiência do estruturalismo, bem como uma interrogação das oposições 
binárias que constituem suas estruturas. Consequentemente, o pós-estruturalismo descarta a 
ideia de interpretar a mídia ou o mundo dentro de estruturas pré-estabelecidas e socialmente 
construídas. 
O pós-estruturalismo caracteriza-se pela recusa em atribuir ao cogito cartesiano ao sujeito ou 
ao homem qualquer privilégio gnoseológico ou axiológico privilegiando em vez disso, uma 
análise das formas simbólicas, da linguagem mais como constituintes da subjectividade do 
que como constituídas por esta. São típicas da abordagem pós-estruturalista a retomada dos 
temas nietzschianos como a crítica da consciência e do negativo ou o projecto genealógico a 
radicalização e a superação da valorização ontológica da linguagem heideggeriana e uma 
perspectiva antidogmática e antipositivista. De modo geral, os pós-estruturalistas rejeitam 
definições que encerrem verdades absolutas sobre o mundo pois a verdade dependeria do 
contexto histórico de cada indivíduo. (SILVA, 2009). 
 
O pós-estruturalismo instaura uma teoria da desconstrução na análise literária, liberando o 
texto para uma pluralidade de sentidos. A realidade é considerada como uma construção 
social e subjectiva, em perpétuo devir. 
 A abordagem é mais aberta no que diz respeito à diversidade de métodos, neste sentido, o 
Pós-estruturalismo não pode ser simplesmente reduzido a um conjunto de pressupostos 
compartilhados a um método, a uma teoria ou até mesmo a uma escola. É melhor referir-se a 
ele como um movimento de pensamento uma complexa rede de pensamento que corporifica 
diferentes de prática crítica. o conceito de pós-estruturalismo pode ser ou não interligado ao 
de pós-modernismo aos quais, os últimos retratam a ruptura com os grandes esquemas meta 
narrativos que pretendem explicar ou significar o mundo social, mas em sua grande pretensão 
não explicam nada. Assim, é possível dizer que o pós-estruturalismo não condiz com o 
positivismo já que o mesmo se utiliza de metateorias para embasar esquemas teóricos de pré-
4 
 
conceituação de uma certa visão de mundo que retrata o social como coisa, (SCHNEIDER, 
2005). 
Durante a década de 1980, as críticas pós-estruturais dos esforços humanistas modernos, 
como o desenvolvimento, juntamente com o ceticismo pós-colonial sobre a operação contínua 
do imperialismo em novas formas “benignas”, entraram nos estudos de desenvolvimento e os 
mudaram para sempre. 
A crítica pós-estrutural trouxe dois tipos de mudança para o campo. Primeiro, houve uma 
mudança nas atitudes em relação ao desenvolvimento. Progresso, melhoria, desenvolvimento 
tudo foi considerado automaticamente bom no nível da intuição. No entanto, com o pós - 
estruturalismo, o que antes era considerado progressivo, benéfico e humano, agora era visto 
como poderoso, controlador e muitas vezes, senão sempre, prejudicial. 
Illich descobriu que o ser humano racional era cada vez menos capaz de moldar seu ambiente 
porque suas energias eram consumidas na aquisição de novos modelos dos produtos mais 
recentes. As nações ricas, disse ele, impuseram uma camisa de força de engarrafamentos, 
confinamentos de hospitais e salas de aula às nações pobres e chamaram isso de 
desenvolvimento. 
Para Illich, o subdesenvolvimento era mais um tipo de consciência do que um padrão de vida 
deficiente, um estado de espírito reificado em que as necessidades de massa eram convertidas 
em demandas por soluções empacotadas para sempre fora do alcance da maioria. Para Illich, 
os “benefícios” do mundo moderno, até mesmo seus sistemas médicos, educação e 
democracia, estavam longe de ser óbvios. A direção que isso leva é em direção ao abandono 
total dodesenvolvimento porque envolve inevitavelmente um crescimento que acabará se 
revelando fatal. Descrições modificadoras, como “humano” ou “sustentável”, também são 
rejeitadas como meramente reabilitando o desenvolvimento. Em vez disso, a noção de 
"redução da escala" do economista Nicholas Georgescu-Roegen (1995) foi usada por alguns 
ativistas ambientais e antiglobalização. 
 O desenvolvimento era visto como uma dinâmica necessária da vida social, algo que ocorria 
quase naturalmente no mundo moderno - o desenvolvimento era para a sociologia o que a 
evolução era para a biologia. O desenvolvimento aconteceu como um processo necessário, no 
entendimento moderno, a menos que bloqueado por forças contrárias que deveriam ser 
superadas e removidas. Para os pós-estruturalistas, em comparação, o termo 
“desenvolvimento” era uma invenção, ou construção social, e o conceito tinha uma história 
discursiva ou cultural (ao invés de natural). Nessa visão, os agentes econômicos agiam como 
identidades produzidas culturalmente. As racionalidades econômicas foram culturalmente 
5 
 
criadas, assumiram diversas formas, tiveram geografias distintas e produziram formas 
específicas de desenvolvimento como lógicas econômicas culturalmente incorporadas. Como 
uma lógica cultural, o desenvolvimento existia em duas formas interligadas: um conjunto de 
idéias, formas de comportamento e práticas sociais operando diretamente no mundo 
econômico; e um discurso representativo dessas práticas reais, mas oriundo da academia, das 
burocracias estaduais e das instituições. 
Com essas realizações pós-estruturais, a análise do discurso tornou-se um componente crucial 
dos estudos de desenvolvimento. O pensamento pós-estrutural, especialmente na tradição de 
Foucault, deu nova ênfase aos discursos de desenvolvimento formados no contexto das 
culturas e enquadrados nas relações de poder. Assim, uma nova ênfase emergiu: a história das 
idéias e discursos no estudo do desenvolvimento. 
2.2. Pós colonialismo 
Pós-colonialismo se refere a uma perspectiva teórica e cultural que realiza uma releitura da 
colonização como parte de um processo global. Não é possível falar de uma teoria única pós-
colonial mas sim de uma série de estudos que trazem contribuições com orientações distintas 
nas mais variadas áreas de conhecimento como estudos culturais, crítica literária, ciências 
sociais, política, história, filosofia e que têm em comum o fato de realizarem fortes críticas às 
narrativas eurocêntricas como modelo civilizatório universal, (PEREIRA, 2006). 
O pós-colonialismo se volta contra a narrativa evolucionista eurocêntrica que por muito 
tempo justificou ideologicamente os processos de colonização. Tal concepção evolucionista 
sustentava que os países da Europa ocidental seriam culturalmente mais evoluídos, portadores 
de uma ideia de civilização a ser exportada do centro para a periferia. Nesse processo, as 
experiências dos outros não europeus foram sistematicamente marginalizadas da produção 
científica, através da canonização de formas de conhecimento produzidas pelos países 
dominantes SCHNEIDER (2005), as ciências sociais surgiram para explicar as sociedades e 
se institucionalizaram como disciplina nos países europeus num momento em que estes 
detinham diversas colónias. O pós-colonialismo busca romper com essa história única e 
eurocêntrica evidenciando as relações de poder que estão por trás da produção de 
conhecimento. Para isso, os pensadores pós-coloniais buscam desconstruir os essencialismos 
das ideias que naturalizam a inferioridade dos países que anteriormente eram colónias. 
Inicialmente, o pós-colonialismo analisava apenas as consequências do colonialismo europeu. 
Posteriormente, a abordagem se ampliou e passou a considerar também o imperialismo dos 
6 
 
Estados Unidos e a exclusão geral das minorias como processos ligados a um tipo de 
colonialismo contemporâneo. 
A crítica pós-colonial agora ocupa uma posição de destaque em várias disciplinas, como 
línguas modernas, literatura, história, sociologia, antropologia e geografia. 
A crítica pós-colonial, por comparação, procurou desfazer a apropriação da Europa do “outro” 
(o não europeu) dentro da compreensão de que seu próprio aparato crítico existia após o 
colonialismo. Seguindo Derrida, pode-se dizer que a crítica pós-colonial habitou as mesmas 
estruturas de dominação ocidental que procurou desfazer. Mais complexamente, as literaturas 
pós-coloniais resultaram de um intercâmbio entre a cultura imperial e o complexo de práticas 
culturais indígenas, sendo a ideia de que o imperialismo foi, em parte, resistido, erodido e até 
suplantado em processos híbridos de interação cultural (Ashcroft, Griffiths e Tiffin 1995) 
A crítica pós-colonial começou com os escritos do psicanalista da cultura das Índias 
Ocidentais / Argélia Frantz Fanon (1925-1961) em seu conhecido livro The Wretched of the 
Earth (1968), mas também no menos conhecido Black Skin, White Masks (1986). 
O pós-colonialismo geralmente começa de uma forma mais organizada com o trabalho do 
"grupo de estudos subalternos" no início dos anos 1980 - "subalterno" significa subordinado 
em termos de classe, casta, gênero, raça e cultura (Guha e Spivak 1988) Um dos fundadores 
desse grupo, o teórico indiano Ranajit Guha (1983: 2–3), achava que o viés elitista na 
historiografia colonial negava aos camponeses o reconhecimento como sujeitos da história. 
Reconhecer os camponeses como criadores de rebeliões, por comparação, significava atribuir-
lhes uma consciência (compare com Gramsci, 1971 ed). Guha tentou identificar os aspectos 
elementares (recorrentes) de tal consciência rebelde como parte de uma “recuperação do 
sujeito camponês”, argumentando que os povos subalternos agiam por conta própria, com 
políticas autônomas, em formas de sociabilidade e de comunidade diferentes de nação ou 
classe, desafiando, portanto, os modelos convencionais de racionalidade usados pelos 
historiadores ocidentais. No entanto, o crítico pós-colonial Gayatri Spivak (1987: 206–207) 
mais tarde viu as tentativas dos estudos subalternos de recuperar uma consciência subalterna, 
ou camponesa, como uma adesão estratégica a noções essencialistas e humanísticas, como a 
consciência, derivada originalmente do Iluminismo europeu. 
É fonte principal de ideias pós-coloniais derivou do conceito de orientalismo do crítico 
literário palestino Edward Said (1979: 2; 1989): um "modo de discurso com instituições de 
apoio, vocabulário, erudição, imagens, doutrinas, até mesmo burocracias coloniais e estilos 
coloniais" por meio que a cultura européia “produziu” o Oriente (politicamente, 
imaginativamente) no período pós-Iluminismo. Assim, o termo “pós-colonialismo ” 
7 
 
preencheu uma lacuna deixada pelo abandono da frase “Terceiro Mundo” nos círculos 
progressistas (pós-estruturais) - “a noção dos três mundos nivela heterogeneidades, mascara 
contradições e elimina diferenças ”(Shohat 1992: 101). 
2.2.1. Teoria da Dependência Intelectual 
 Partindo do encontro colonial, a hegemonia política e econômica do Ocidente foi 
acompanhada por outras dependências. Essas dependências incluem, como vimos, vários tipos 
de dependência intelectual decorrentes da aceitação generalizada da suposta superioridade da 
racionalidade ocidental. Em uma dessas dependências, intelectuais do Terceiro Mundo, 
treinados no conhecimento ocidental, passaram a falar a língua do colonizador (inglês, 
francês) e a enfatizar a história e a experiência do colonizador sobre a sua própria história. 
As condições desse sistema de dependência intelectual incluem o controle de fundos globais 
de pesquisa e periódicos acadêmicos por instituições centrais, juntamente com o prestígio de 
quem publica em periódicos internacionais ou está em contato com acadêmicos na Europa ou 
nos Estados Unidos. 
O objetivo final é desenvolver corpos de conhecimento científico social nos quaisas teorias 
são derivadas de experiências cultural e historicamente específicas. Estes, entretanto, não 
seriam restritos em aplicação à sociedade ou civilização da qual eles são retirados. O potencial 
de reformulação de visões de uma vida melhor para os povos do Terceiro Mundo, a partir de 
um renovado, mas crítico, interesse pelos saberes locais está claramente presente neste 
discurso. 
2.2.2. Repensando o desenvolvimento 
Algumas críticas para as teorias do desenvolvimento. No contexto do crescimento dos estudos 
pós-coloniais e da indigenização do conhecimento, e também com referência à crítica pós - 
estrutural e pós -moderna da teoria social, o campo dos estudos do desenvolvimento também 
passou por uma crítica e um repensar significativos - na verdade, a própria noção de 
desenvolvimento tem crescido cada vez mais foi desafiado. 
As características de uma subcultura acadêmica (etnocentrismo, culturocentrismo, elitismo) 
na antropologia contribuíram para tornar o desenvolvimento “o maior fracasso do século”; em 
vez disso, eles queriam “desenvolvimento a partir de baixo” (Pitt 1976). Grupos voluntários, 
ou organizações não governamentais (ONGs), foram vistos como tendo maior diversidade, 
credibilidade e criatividade do que agências oficiais (o Banco Mundial, Nações Unidas, etc.) 
8 
 
na produção de um "desenvolvimento justo" caracterizado por equidade, democracia e justiça, 
bem como crescimento econômico (Clark 1991). 
2.3. Pós Desenvolvimento 
Para CARVALHO (2004), pós-desenvolvimento é uma teoria que se define pela ruptura com 
o conceito de desenvolvimento - paradigma da economia capitalista globalizada - e com todo 
o imaginário a ele associado. a globalização, entendida como fase mais avançada do 
capitalismo, não só corresponde ao aprofundamento das desigualdades entre os mais ricos e 
os mais pobres, mas também à emergência da crise mundial do meio ambiente, deflagrada 
pela constatação das alterações climáticas e do aquecimento global. 
Nas palavras de HALL (2008), o conceito de desenvolvimento já questionado nos anos 1970 
quando deu lugar à ideia de eco-desenvolvimento e posteriormente de desenvolvimento 
sustentável, passa a ser objecto de uma crítica ainda mais radical por parte dos objectores do 
crescimento, que consideram falaciosa a ideia de que o desenvolvimento económico possa ser 
sustentável ou de alguma forma compatível com a preservação do meio ambiente. 
O pós-desenvolvimento dificilmente poderia ser considerado um programa unitário e 
homogéneo de pensamento. Como movimento intelectual, o que aproxima autores é a crítica 
variada do modelo de desenvolvimento planejado que efectivou transformações sociais 
radicais desde meados do século XX. Mais que um projecto comum, conexões parciais 
aparecem entre os propositores e por razões de espaço, convém nesta parte, em apenas duas 
contribuições básicas para o entendimento da proposta e com isso é possível privilegiar as 
respostas contrárias ao pós-desenvolvimento e as réplicas. 
Desenvolvimento consiste de um conjunto de práticas às vezes aparecendo em conflito uma 
com outra que requer para a reprodução da sociedade a transformação geral e a destruição do 
ambiente natural e das relações sociais. Seu objectivo é aumentar a produção de mercadorias 
bens e serviços direccionadas, pelo mecanismo da troca para demanda efectiva. Esta definição 
é fundamental para o autor mostrar que o desenvolvimento, funcionando ancorado no mito do 
progresso e na concepção linear de história para o pensamento ocidental se constitui como a 
crença numa série de práticas que formam uma unidade apesar das contradições entre elas. 
Isso, mostra que a série de práticas em torno do desenvolvimento foi ganhando, ao longo das 
décadas, reformulações e críticas internas que, pouco a pouco, se tornaram o próprio 
reconhecimento do insucesso das teorias, dos programas e das políticas (SILVA, 2009). 
9 
 
Dado que os pós-desenvolvimentistas não são apenas cínicos destrutivos, irremediavelmente 
apanhados em desconstruções sem fim, mas acreditam na mudança social e no ativismo 
político, o problema passou a ser: “O que eles propõem?” Com base na leitura de The Post-
Development Reader ( Rahnema 1997), uma das principais coleções de ensaios da área, três 
posições se repetem: 
I. Pluralismo radical: baseando-se nas ideias de Wendell Berry, Mahatma Gandhi, Ivan 
Illich , Leopold Kohr , Fritz Schumacher e outros, muitas vezes expressas na revista 
The Ecologist, o verdadeiro problema da era moderna parece estar na escala não 
humana de instituições e tecnologias contemporâneas. Enquanto as pessoas estavam 
emaranhadas em estruturas globais, faltava-lhes o poder centralizado necessário para a 
ação global. Para fazer a diferença, as ações não devem ser grandiosamente globais, 
mas humildemente locais. Assim, Gustavo Esteva e Madhu Suri Prakash (1997) 
alteraram o slogan de René Dubois “Pense globalmente, aja localmente” para ser 
“Pense e aja localmente” - ou seja, eles acreditavam que as pessoas só podiam pensar 
com sabedoria sobre coisas que realmente conheciam bem. 
II. Vida simples: “Vida simples” apareceu em duas versões relacionadas, uma ecológica 
e outra espiritual. No argumento ecológico, as demandas feitas à natureza pelos países 
industrializados (20% da população mundial consumindo 80% da energia e das 
matérias-primas) tiveram que ser reduzidas entre 70% e 90% em meio século. Esse 
objetivo exigiria mais do que apenas gerenciamento eficiente de recursos - exigiria 
uma "revolução da suficiência". Uma sociedade em equilíbrio com a natureza requer 
tanto a racionalização inteligente dos meios, quanto mais importante, a moderação 
prudente dos fins (Sachs 1997). Em ambas as versões da ideia de vida simples, 
ecológica e espiritual, havia uma noção de paz e harmonia proveniente de modos de 
vida mais simples, menos materialmente intensivos, onde a satisfação e a felicidade 
derivavam de fontes espirituais (humanidade ou deus) ao invés do consumo. 
III. Reavaliando as sociedades não capitalistas: aqui, a ideia básica era que a vida no 
mundo não desenvolvido anterior não tinha sido tão ruim afinal: nessas sociedades as 
pessoas não tinham carros, nem Internet, e nenhum dos bens de consumo aos quais os 
homens e mulheres modernos são agora viciado. Eles não tinham leis e nem 
seguridade social para protegê-los, nem “imprensa livre”, nem “partido da oposição”, 
nem “líderes eleitos”. 
O pós-desenvolvimento não foi o fim das buscas por novas possibilidades de mudança. 
10 
 
O pós-desenvolvimento rejeita o modo de pensar e o modo de vida produzidos pelo 
desenvolvimento moderno em favor de versões revitalizadas de filosofias e culturas não 
modernas, geralmente não ocidentais. Desse ponto de vista, o desenvolvimento ocidental 
moderno é mais destrutivo do que gerador, uma força a ser combatida em vez de bem-vinda. 
Resumindo, o desenvolvimento é precisamente o problema e não a solução. 
Na perspectiva de PEREIRA (2006), a grande inspiração dos autores do pós-
desenvolvimento, a arqueologia foucaultiana propõe que discursos são fragmentados, 
interrompidos, possuem diferenças e descontinuidades. Essa premissa foi fracamente 
articulada em favor de apontar o sistema de poder da narrativa do desenvolvimento, entendida 
quase como monolítica e coesa. Como efeito, observa se que no pós-desenvolvimento dois 
vectores transparecem com fraqueza. No primeiro, a própria essência do desenvolvimento e 
no segundo a sua interpretação pelos seus expoentes como algo que as pessoas querem mas 
não sabem o que é. Nas réplicas dos autores defensores de uma era livre do desenvolvimento 
planejado nota-se que o pós-desenvolvimento não resistiu a algumas lúcidas respostas. 
Conforme SILVA (2009), isso também aparece na antropologia aplicada que mesmo 
trabalhando a favor do desenvolvimento por décadas tenta reconstituir seu papel recentemente 
parauma inserção mais analítica direccionada à abordagem etnográfica dos projectos e 
reconhecendo o potencial de certa abertura ao pós-estruturalismo e ao pós-desenvolvimento. 
No entanto, o diálogo entre defensores e críticos do desenvolvimento acabou por esclarecer 
mal-entendidos e por seu turno criou novas diferenças e soluções. O pós-desenvolvimento, 
parece-me vê-se diante do fato de não dar expressão e voz às formas locais e múltiplas de 
apropriação, inovação e resistência. O impacto das representações do desenvolvimento é 
profundo no nível local. Nesse nível, conceitos de desenvolvimento e modernidade são 
resistidos, hibridados com formas locais e transformados. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
3. Conclusão 
Terminado o trabalho entende-se que, A relevância e a especificidade dos problemas do 
desenvolvimento levaram ao surgimento de um domínio específico no seio da economia. Ora, 
uma série de práticas em torno do desenvolvimento foi ganhando, ao longo das décadas, 
reformulações e críticas internas que, pouco a pouco, se tornaram o próprio reconhecimento 
do insucesso das teorias, dos programas e das políticas. 
O pós-estruturalismo instaura uma teoria da desconstrução na análise literária, liberando o 
texto para uma pluralidade de sentidos. A realidade é considerada como uma construção 
social e subjectiva, em perpétuo devir. 
Pós-desenvolvimento é uma teoria que se define pela ruptura com o conceito de 
desenvolvimento - paradigma da economia capitalista globalizada - e com todo o imaginário a 
ele associado. O pós-desenvolvimento dificilmente poderia ser considerado um programa 
unitário e homogéneo de pensamento. Como movimento intelectual, o que aproxima autores é 
a crítica variada do modelo de desenvolvimento planejado que efectivou transformações 
sociais radicais desde meados do século XX. 
Contudo, o pós-colonialismo busca romper com essa história única e eurocêntrica, 
evidenciando as relações de poder que estão por trás da produção de conhecimento. Para isso, 
os pensadores pós-coloniais buscam desconstruir os essencialismos das ideias que naturalizam 
a inferioridade dos países que anteriormente eram colónias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4. Referências bibliográficas 
CARVALHO, José Jorge. O Olhar Etnográfico e a Voz Subalterna. 5ª Ed., São Paulo, 2004. 
HALL, S. A Identidade Cultural da Pós-Colonização. 10ª Ed. São Paulo, 2008. 
PEET.R, e Hartwick. E, Theories of Development, Contentions, Arguments, Alternatives, 2ª 
Ed. Guilford press ed. 2009. 
PEREIRA, Tavares Vasconcelos. As Contribuições do Paradigma Pós-estruturalista para 
Analisar as Políticas Curriculares. 6ª Ed., São Paulo, 2006. 
SCHNEIDER, Sérgio. A Abordagem Territorial do Desenvolvimento Rural e suas 
Articulações Externa. Porto Alegre, 11ª ed., 2005. 
SILVA, Mário Euclides da. Desenvolvimento Comunitário: Uma Técnica de Progresso 
Social. 4ª ed., Lisboa, 2009.