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Anatomia em modulos

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Anatomia em 
modulos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1° Módulo: Introdução ao estudo da Anatomia 
-> CONCEITO DE ANATOMIA 
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e 
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela 
American Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura 
biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em 
resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas 
principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos 
organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias 
partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no 
desenvolvimento destas. A mplitude da anatomia compreende, em termos 
temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso 
de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em 
desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto 
prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em 
termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, 
passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e 
macromoléculas. 
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = 
corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é 
equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a 
ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. 
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da 
civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela 
manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição 
de tecnologias inovadoras. 
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: 
Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do 
desenvolvimento. 
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, 
utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a 
Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais 
invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, 
microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo 
da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a 
formação de órgãos). 
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A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a 
partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o 
estudo do desenvolvimento até o nascimento. Embora não sejam estanques, a 
complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos 
específicos. 
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA 
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é 
encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do 
padrão sem prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente 
divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. 
Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não 
existe perda funcional esta é uma variação. 
Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma 
variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a 
construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma 
monstruosidade. 
NOMENCLATURA ANATÔMICA 
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de 
termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-
se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de 
conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de importantes 
“escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as 
mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes 
centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de 
inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser 
consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de 
uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. 
Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas 
revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a 
Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina 
Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto 
que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre 
criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e 
que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia . A 
língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país 
pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do 
organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais 
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para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a 
referida estrutura. 
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para 
designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição 
ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as 
suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o 
esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto 
(m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há nomes 
impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão 
consagrados pelo uso. 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, 
considerando-se que a posição pode ser variável, optou-se por uma posição 
padrão, denominada posição de descrição anatômica (posição anatômica). 
Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao 
objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na 
posição padronizada. Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição 
ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigido para o 
horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as 
palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés 
dirigidas para frente. 
DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 
Cabeça 
A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária 
passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas 
duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade 
craniana. As lesões crânioencefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas 
vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos a visão, audição, 
olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e 
digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e 
obstrução das vias aéreas. 
Tronco 
O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. 
Pescoço 
Contém varias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que 
abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções 
superiores do trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao 
tórax e abdome. Contém também vasossangüíneos calibrosos responsáveis pela 
irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da 
coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as 
lesões de grandes vasos com hemorragia severa. 
Tórax 
Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato 
respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os 
grandes vasos sangüíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por 
uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, 
o esterno, as clavículase a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa 
mais freqüente de morte nas vítimas de trauma. 
PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO 
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos 
tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a 
formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo. 
Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: 
dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e 
outro ao dorso – plano dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são 
também designados como planos frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois 
planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e 
esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano 
cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = 
pé) ou inferior. 
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia 
o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de 
outros animais. Por esta razão, este plano é denominado caudal. 
Os planos descritos são de delimitação. É possível traçar também planos de 
secção: o plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é 
denominado mediano. Toda secção do corpo feita por planos paralelos ao 
mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os planos de secção são também 
chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos planos ventral e 
dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte 
frontal); os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e 
caudal são horizontais. A secção é denominada transversal. 
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TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos 
planos de delimitação e secção. 
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de 
medial e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais 
distante do plano mediano do corpo. 
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou 
ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais 
próxima ou mais distante do plano anterior. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) 
para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante 
deste plano. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, 
comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas 
respectivamente mais próxima e mais distante da raiz do membro. Para o tubo 
digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às estruturas 
respectivamente mais próxima e mais distante da boca. 
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de 
intermédia. 
Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra 
posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra 
distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média. 
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, 
sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre 
mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois 
baseiam-se na comparação da posição de uma estrutura em relação a posição 
de outra 
A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito 
indispensável para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende 
tanto a evolução do indivíduo desde a fase de zigoto até a velhice (ontogenia), 
como o desenvolvimento de uma estrutura no reino animal (filogenia). 
A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia 
sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e (2) 
anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma 
região e suas relações entre si. 
ORIGEM EMBRIOLÓGICA 
Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos ou 
análogos. Diz-se que dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma 
origem embriológica mas diferentes funções, como, por exemplo, os membros 
superiores do homem e as asas dos pássaros. A analogia, por sua vez, acontece 
quando dois órgãos tem funções semelhantes e diferentes origens 
embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes. 
MÉTODOS DE ESTUDO 
1. inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos 
(ectoscopia) ou internos (endoscopia); 
2. palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os 
tendões musculares e as saliências ósseas, dentre outras coisas; 
3. percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos 
produzir sons audíveis, que ajudam a determinar a composição de órgãos ou 
estruturas (gases, líquidos ou sólidos); 
4. ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, 
pulmão, intestino); 
5. mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais 
megalias; 
6. dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma 
melhor visualização; 
7. métodos de estudo por imagem: inclui o raioX, ecografia, ressonância nuclear 
magnética e tomografia computadorizada. 
VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS 
Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais 
e que devem ser descritas: 
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando 
para a bolsa escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; 
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região 
tricipital, enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região 
abdominal; 
3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda 
vértebra lombar, enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, 
entre a segunda e a terceira vértebra lombar; 
4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças 
morfológicas. Os principais tipos são: 
4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. 
Nessas pessoas o estômago geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas 
mais verticalmente; 
4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as 
vísceras costumam estar dispostas mais horizontalmente; 
4.c- mediolíneo: características intermediárias. 
A identificação do tipo morfológico é importante devido às diferentes técnicas 
de abordagem semiológica, avaliação das variações da normalidade e até 
mesmo maior incidência de doenças, como por exemplo a hipertensão, que é 
sabidamente mais comum em brevilíneos. 
PLANOS ANATÔMICOS 
O corpo humano é dividido por três eixos imaginários: 
1. o eixo vertical ou longitudinal, que une a cabeça aos pés, classificado como 
heteropolar; 
2. o eixo de profundidade ou ântero-posterior, que une o ventre ao dorso, 
classificado como heteropolar; 
3. o eixo de largura ou transversal, que une o lado direito ao lado esquerdo, 
classificado como homopolar. 
No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um plano. Existem 
quatro planos principais: 
1. o plano sagital, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao 
longo do eixo longitudinal; 
2. o plano sagital mediano, formado pelo deslocamento do eixo ântero-
posterior ao longo do eixo longitudinal na linha mediana, dividindo o corpo em 
duas metades aparentemente simétricas, denominadas antímeros; 
3. o plano transversal ou horizontal, formado pelo deslocamento do eixo de 
largura ao longo do eixo ântero-posterior. Uma série sucessiva de planos 
transversais divide o corpo em segmentos denominados metâmeros; 
4. o plano frontal ou coronal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao 
longo do eixo longitudinal, dividindo o corpo em porções chamadas de 
paquímeros. 
TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA 
Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; 
Superior ou cranial: mais próximoda cabeça; 
Anterior ou ventral: mais próximo do ventre; 
Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso; 
Proximal: mais próximo do ponto de origem; 
Distal: mais afastado do ponto de origem; 
Medial: mais próximo do plano sagital mediano; 
Lateral: mais afastado do plano sagital mediano; 
Superficial: mais próximo da pele; 
Profundo: mais afastado da pele; 
Homolateral ou ipsilateral: do mesmo lado do corpo; 
Contra-lateral: do lado oposto do corpo; 
Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está 
localizado no abdômen; 
Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a 
direita do baço e a esquerda do fígado; 
Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da terceira, 
quarta e quinta costelas; 
Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo 
adiante e abaixo do átrio esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2° Módulo: Sistema de sustentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e 
fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças 
ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que 
formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. 
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica. 
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas 
escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o 
esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores). 
1-Esqueleto axial 
1.1-Caixa craniana 
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, 
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar 
superior e mandíbula (maxilar inferior). 
Observações: 
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca 
onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo 
humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. 
 
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da 
cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o 
nascimento, será substituída por osso. 
Coluna vertebral 
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se 
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é 
dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna 
torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix). 
 
Caixa torácica 
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que 
são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se 
inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao 
esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao 
esterno). 
 
Esqueleto apendicular 
Membros e cinturas articulares 
 
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso 
do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e 
ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. 
A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges. 
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da 
coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois 
ossos da perna: a tíbia e a fíbula. 
A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a 
rótula. 
Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do 
pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges. 
 
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o 
nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou 
escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se 
chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo 
sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de 
ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares 
fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá 
apoio ao fêmur e a toda a perna. 
Juntas e articulações 
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do 
crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras 
juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto 
realizar movimentos. 
Ligamentos 
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, 
cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos 
estão firmemente unidos às membranas que revestem os ossos. 
Classificação dos ossos 
 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; 
entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido 
ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. 
Exemplos: fêmur, úmero. 
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são 
encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. 
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo 
compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de 
medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula. 
 
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana – o 
periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela 
consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são 
revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou 
placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco 
metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do 
osso. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é 
amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e 
gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de 
hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". 
As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no 
esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada 
principalmente nas epífises. 
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: 
 
TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO 
O TECIDO ÓSSEO 
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, 
suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também 
funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação 
e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular. 
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons 
de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se 
acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali 
existia previamente. 
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente 
orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se 
localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os 
seguintes tipos celulares típicos: 
Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da 
matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras 
lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação 
entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção 
da integridade da matriz óssea. 
 
Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, 
composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Tambémconcentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante 
a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita 
basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação 
intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive 
originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por 
matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se 
menos basófilo. 
Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e 
remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, 
extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares 
sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia 
que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até 
que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes 
ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a 
matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. 
 
Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada 
anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente 
por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, 
quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos 
do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I). 
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de 
tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou 
lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de 
substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus 
elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso 
apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias 
trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto 
praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos 
canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos 
sangüíneos: canais de Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura 
inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de 
regeneração. 
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), 
possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses 
canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso 
longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor 
de cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de 
substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo 
canal central de Havers e por lamelas concêntricas é denominado sistema de 
Havers ousistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas 
concêntricas. 
 
Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): 
externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, 
de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por 
membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. 
Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em 
osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do 
tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e 
reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as 
cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos 
apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração. 
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser: 
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou 
hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras 
reticulares. 
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue). 
 
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula 
vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do 
crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o 
passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero 
transforma-se em amarela. 
O TECIDO CARTILAGINOSO 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de 
consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste 
superfícies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é 
essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um 
tipo de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas 
condrócitos e de uma matriz extracelular altamente especializada. 
 
É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos 
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial 
das cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as 
cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é 
desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular 
serve de trajeto para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do 
tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. As cavidades da matriz, 
ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas; uma lacuna pode conter 
um ou mais condrócitos. A matriz extracelular da cartilagem é sólida e firme, 
embora com alguma flexibilidade, sendo responsável pelas suas propriedades 
elásticas. As propriedades do tecido cartilaginoso, relacionadas ao seu papel 
fisiológico, dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou 
colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas 
(proteína + glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a 
consistência firme das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas entre as 
glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à grande quantidade de 
moléculas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água de solvatação) que 
conferem turgidez à matriz. 
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são 
envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o 
qual continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o conjuntivo 
adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em três tipos 
distintos: 
1) cartilagem hialina; 
2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa; 
3) cartilagem elástica. 
Cartilagem hialina 
 
Distingue-se pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e amorfa (figura 
ao lado). Por toda cartilagem há espaços, chamados lacunas, no interior das 
lacunas encontram-se condrócitos. 
Essas lacunas são circundadas pela matriz, a qual tem dois componentes: fibrilas 
de colágeno e matriz fundamental. 
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que 
se desenvolverão a partir do processo de ossificação endocondral. Durante o 
desenvolvimento ósseo endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa 
de crescimento epifisário e essa placa continua funcional enquanto o osso 
estiver crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem 
hialina está presente somente na superfície articular. No adulto, também está 
presente como unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na laringe, no 
nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais). 
 
Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um tecido 
conjuntivo firmemente aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está 
presente nos locais em que a cartilagem forma uma superfície livre, como nas 
cavidades articulares e nos locais em que ela entra em contato direto com o 
osso. 
Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem também a 
função de nutrição, oxigenação, além de ser fonte de novas células 
cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na parte mais superficial, porém, à 
medida que se aproxima da cartilagem,é mais rico em células. 
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a 
forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e 
morte das células. A matriz da cartilagem hialina sofre calcificação regularmente 
em três situações bem definidas: 1) a porção da cartilagem articular que está em 
contato com o osso é calcificada; 2) a calcificação sempre ocorre nas cartilagens 
que estão para ser substituídas por osso durante o período de crescimento do 
indivíduo; 3) a cartilagem hialina de todo o corpo se calcifica como parte do 
processo de envelhecimento. 
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade e, 
freqüentemente, de modo incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No 
adulto, a regeneração se dá pela atividade do pericôndrio. Havendo fratura de 
uma peça cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a área da 
fratura e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área 
destruída é extensa, ou mesmo, algumas vezes, em lesões pequenas, o 
pericôndrio, em vez de formar novo tecido cartilaginoso, forma uma cicatriz de 
tecido conjuntivo denso. 
Cartilagem elástica 
 
Esta é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e lâminas de 
material elástico, além das fibrilas de colágeno e da substância fundamental. O 
material elástico confere maior elasticidade à cartilagem, como a que se pode 
ver no pavilhão da orelha. A presença desse material elástico (elastina) confere a 
esse tipo de cartilagem uma cor amarelada, quando examinado a fresco. A 
cartilagem elástica pode estar presente isoladamente ou formar uma peça 
cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como a cartilagem hialina, a 
elástica possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. A cartilagem 
elástica é menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode 
ser encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo externo, na 
tuba auditiva e na laringe. Em todos estes locais há pericôndrio circundante. 
Diferentemente da cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifica. 
Fibrocartilagem ou Cartilagem fibrosa 
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características 
intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma forma de 
cartilagem na qual a matriz contém feixes evidentes de espessas fibras 
colágenas. 
Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas constituem feixes, que 
seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um 
arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Essa orientação depende 
das forças que atuam sobre a fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se 
paralelamente às trações exercidas sobre eles. Na fibrocartilagem não existe 
pericôndrio. A fibrocartilagem está caracteristicamente presente nos discos 
intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares das articulações dos 
joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos ossos. Geralmente, a 
presença de fibrocartilagem indica que naquele local o tecido precisa resistir à 
compressão e ao desgaste. 
Crescimento 
A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial. 
Crescimento aposicional é a formação de cartilagem sobre a superfície de uma 
cartilagem já existente. As células empenhadas nesse tipo de crescimento 
derivam do pericôndrio. O crescimento intersticial ocorre no interior da massa 
cartilaginosa. Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se 
dividir e porque a matriz é distensível. Embora as células-filhas ocupem 
temporariamente a mesma lacuna, separam-se quando secretam nova matriz 
extracelular. Quando parte desta última matriz é secretada, forma-se uma 
divisão entre as células e, neste ponto, cada célula ocupa sua própria lacuna. 
Com a continuidade da secreção da matriz, as células ficam ainda mais 
separadas entre si. 
Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüentemente estão situados em 
grupos compactos ou podem estar alinhados em fileiras. Esses grupos de 
condrócitos são formados como conseqüência de várias divisões sucessivas 
durante a última fase de desenvolvimento. Há pouca produção de matriz 
adicional e os condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são 
chamados de grupos isógenos. 
SISTEMA ARTICULAR 
 
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos 
ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, 
como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes 
do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que 
partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular. 
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem 
certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las 
em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta 
divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES 
a- Quanto a duração; 
b- Quanto a maneira de fixação aos ossos; 
c- Quanto a natureza do tecido interposto; 
d- Quanto ao número de eixos. 
e- Quanto ao número de ossos. 
QUANTO A DURAÇÃO 
-Temporárias (Ex. Linha epifisiária) 
-Permanentes (Ex. Articulação do ombro 
QUANTO A MANEIRA DE FIXAÇÃO AOS OSSOS 
-Continuidade (Ex. Disco intervertebral) 
-Contigüidade (Ex. Articulação do cotovelo) 
QUANTO A NATUREZA DO TECIDO INTERPOSTO 
- Fibrosas (IMÓVEIS) 
- Cartilaginosas ou cartilagíneas (SEMI-MÓVEIS) 
- Sinoviais (MÓVEIS) 
Articulações fibrosas (móveis) 
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam 
é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de 
mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras 
interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e 
gonfose. 
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são 
formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de 
modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram uma certa 
elasticidade ao crânio. 
A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é 
variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou 
aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas 
serreadas (união em linha “denteada”). 
No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os 
parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa. 
 
 
No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a 
quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a 
grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas 
são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no 
momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal 
pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a 
expulsão do feto para o meio exterior. 
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), 
fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a 
elasticidade do crânio. 
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, 
relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana 
interóssea, nos casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das 
fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos 
típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar. 
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os 
alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura 
firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta 
articulação significa uma condição patológica. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS (semi-móveis) 
SINCONDROSE 
SÍNFISE 
- Cartilagem Hialina- Fribro-cartilagem 
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. 
Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a 
cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses são 
raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser 
visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, 
entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. 
Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser 
consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de 
fibrocartilagem – o disco intervertebral. 
Articulações sinoviais 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
PLANA 
GÍNGLIMO 
TROCÓIDE 
CONDILAR 
SELAR 
ESFERÓIDE 
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e 
isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso 
ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas 
articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido 
denominado sinóvia, ou líquido sinovial. 
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras 
características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. 
a cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies 
em contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a 
cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. 
Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, 
polidas e de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui 
também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais 
centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e 
lenta. a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação 
sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana 
fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e 
pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a 
aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem 
ligamentos independentes da cápsula articular e em algumas, como na do 
joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares. cavidade articular é o 
espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo 
líquido sinovial Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a 
união entre os ossos, mas além disto, impedem o movimento em planos 
indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. 
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É 
abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da 
sinóvia (líquido sinovial), o qual tem consistência similar a clara do ovo e tem 
por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido 
sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para 
revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade 
articular. 
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em 
várias delas encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às 
superfícies articulares, os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à 
melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) 
ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como 
amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, 
são encontrados na articulação do joelho. Discos são encontrados nas 
articulações esternoclavicular e temporomandibular. movimentos das 
articulações sinoviais 
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. 
Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. 
Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, 
denominado eixo de movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior, 
látero-lateral e longitudinal. 
Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é 
feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é 
sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. 
Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de 
movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos 
segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a 
seguir, apenas os mais comuns: 
flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma 
diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o segmento que se 
desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo 
diz-se que há flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto 
para o pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos 
são definidos como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos 
angulares de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e, seguindo a regra, o 
eixo desses movimentos é látero-lateral. 
adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, 
respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, 
afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os 
movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo 
de movimento é ântero-posterior. rotação que é o movimento em que o 
segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical). Assim, nos membros, 
pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face anterior do membro 
gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação lateral, no 
movimento oposto. A rotação é feita em plano horizontal e o eixo de 
movimento, perpendicular a este plano é vertical. 
circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, 
extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade 
distal do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo 
vértice é representado pela articulação que se movimenta. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE EIXOS 
-NÃO AXIAL 
- Planas (deslizamento) 
-UNI-AXIAL 
- Gínglimo (flexão/extensão) (EIXO TRANSVERSAL) 
- Trocóide (rotação medila/lateral) (EIXO LONGITUDINAL) 
- BI-AXIAL 
- Condilar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL 
e SAGITAL). 
- Selar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL e 
SAGITAL). 
-TRI-AXIAL 
- Esferóide (Circundução) (TODOS OS EIXOS) (FLEXÃO/EXTENSÃO; 
ADUÇÃO/ABDUÇÃO; ROTAÇÃO MEDILA/LATERAL) 
O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das 
superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. 
Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos em 
torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las 
funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno 
de um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; 
será biaxial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e 
tri-axial se eles forem realizados em torno de três eixos (três graus de 
liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a 
do cotovelo, são uni- axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e 
abdução, como a radio- cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; 
finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem 
também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as articulações 
do ombro e do quadril. 
Classificação morfológica das articulações sinoviais 
O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a 
forma das superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta 
correlação. Além disto, existem divergências entre anatomistas quanto não só a 
classificação de determinadas articulações, mas também quanto à denominaçãodos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de 
articulações sinoviais são: 
plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, 
permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. 
A articulação acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um 
exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas 
articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento 
seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos 
deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade e 
amplitude de movimento. 
É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, 
do tarso e entre os corpos das vértebras. 
gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao 
movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies 
articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a 
simples observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em 
contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações 
entre as falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies 
articulares não se assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o 
critério morfológico não foi rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão 
e extensão, as articulações sinoviais do tipo gínglimo são mono-axiais. trocóide, 
na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, 
cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. 
Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: 
são mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal (entre 
o rádio e a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do 
antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, 
rotação lateral. Na posição de descrição anatômica o antebraço está em 
supinação. condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide 
seria talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, 
extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de 
movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) 
é um exemplo. Outros são a articulação temporomandibular e as articulações 
metacarpofalângicas. selar, na qual a superfície articular de uma peça 
esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e 
convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde convexidade e 
concavidade apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-
metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que esta 
articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação 
(conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como biaxial. O 
fato é justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente 
pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos. 
esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e 
se encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que 
pode ser movimentado em qualquer direção, é um exemplo não anatômico de 
uma articulação esferóide. Este tipo de articulação permite movimentos em 
torno de três eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro 
(entre o úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) 
permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e 
circundução. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS ARTICULADOS 
(OSSOS) 
- SIMPLES 2 ossos 
- COMPOSTA (ou complexa) 3 ou mais ossosComplexidade de organização 
Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz- se 
que ela é simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais 
ossos participam da articulação ela é denominada composta (a articulação do 
cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio). 
Inervação 
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que 
suprem a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações. As 
terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da 
cápsula e nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas 
estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção. Das 
terminações proprioceptoras da cápsula – fusos neurotendinosos – partem 
impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a 
posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As 
vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula 
espinhal para controle dos músculos que agem sobre a articulação. 
SISTEMA MUSCULAR 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela 
propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a 
movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido 
muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. 
 
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, 
aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo 
para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso 
vegetativo. 
 
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como 
este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo 
voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos 
diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
 
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração 
dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado 
pelo sistema nervoso vegetati 
 
Musculatura Esquelética 
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do 
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura 
recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela 
movimentação corporal. 
 
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido 
conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos 
dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim 
dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes 
menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo 
membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A 
fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 
centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 
mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No 
seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra 
constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas 
com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um 
pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta. 
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, 
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a 
actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente 
originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, 
claras e escuras. 
Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos 
esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados. 
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se 
o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no 
armazenamento de íons cálcio. 
 
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu 
comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina 
e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do 
sarcômero, chamadas banda I, contêmapenas filamentos de actina. Dentro da 
banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, 
que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, 
mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por 
filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma 
região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um 
sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a 
unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular 
com capacidade de contração e distensão. 
 
Contração 
Ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina 
sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a 
desaparecer. 
 
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento 
dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de 
miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos 
sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções 
de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os 
filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração 
muscular. 
Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das 
duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer. 
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana 
plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos 
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi 
denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. 
Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular 
estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras 
cardíacas. 
A química da contração muscular 
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que 
chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se 
pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo 
sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no 
hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os 
sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a 
contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente 
rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a 
contração. 
 
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP 
produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina 
à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. 
Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento 
muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez 
cadavérica (rigor mortis). 
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir 
apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de 
energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de 
creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que 
a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como 
fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular 
necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia 
são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. 
Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus 
estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. 
Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares 
como combustível. 
 
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra 
muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos: 
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o 
citoplasma. 
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, 
isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato: 
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de 
miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas. 
Musculatura Lisa 
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, 
músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras 
fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: 
têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, 
um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é 
involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos 
sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo. 
 
Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração 
intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos 
estriados. Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados 
no retículo sarcoplasmático são então liberados para o citoplasma e se ligam a 
uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a 
miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem 
então praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando 
então na contração muscular. 
Musculatura Cardíaca 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de 
apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da 
nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias 
entre os dois outros tipos de tecido muscular 
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes 
bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não 
há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar 
que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca. 
 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no 
músculo estriado esquelético , com algumas diferenças : os túbulos T são mais 
largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor; 
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio 
mais limitada; 
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração 
cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do 
cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração 
ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de 
volta para o retículo. 
 
Musculatura Cardíaca 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de 
apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da 
nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias 
entre os dois outros tipos de tecido muscular 
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes 
bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não 
há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar 
que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca. 
 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no 
músculo estriado esquelético , com algumas diferenças : 
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor; 
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio 
mais limitada; 
etc 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3° Módulo: Sistema nervoso 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o 
organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir asmodificações que essas variações produzem e a executar as respostas 
adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). 
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as 
células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela 
recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), 
possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a 
manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas 
propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade 
ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que 
permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. 
Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a 
célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares 
do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos 
também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios 
assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: 
uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de 
excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande 
velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à 
propriedade de condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação 
exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura 
básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. 
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o 
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares 
denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. 
 
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam 
como receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o 
neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores 
dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são 
chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), 
um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão 
terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com 
outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) 
para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a 
célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações 
em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros 
dendritos ou corpos celulares. 
Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. 
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas 
restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou 
nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. 
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, 
formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico 
(SNP). 
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de 
Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas 
no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da 
bainha de mielina – invólucro principalmente lipídico (também possui como 
constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante 
térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados 
existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a 
existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. 
No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte 
celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, 
constitui o chamado neurilema. 
 
O impulso nervoso 
 
 
A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do 
líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao 
líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia 
ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente 
para dentro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons 
sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são 
bombeados para o líquido intracelular. 
Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é 
praticamente impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor 
de seu gradiente de concentração (de fora para dentro); porém, é muito 
permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela 
permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular. 
 
Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável 
ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração. Sódio é 
bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio. 
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma 
proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra 
e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula e as faces da 
membrana mantêm-se eletricamente carregadas. 
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba 
de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o 
exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a 
membrana está polarizada. Ao ser estimulada, uma pequena região da 
membrana torna-se permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio). Como a 
concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa 
a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é 
acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo 
transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda de 
despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são causados pela 
despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico de despolarização 
que deve ser alcançado para disparar o potencial de ação). Os potenciais de 
ação assemelham-se em tamanho e duração e não diminuem à medida em que 
são conduzidos ao longo do axônio, ou seja, são de tamanho e duração fixos. A 
aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer 
efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação. Por esta 
razão, diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada". 
 
Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da 
fibra nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um 
grande número de íons sódio se difundiu para o interior. Essa positividade 
determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com 
que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro lado, 
a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio 
interno. Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se 
difundem, então, para o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade no 
interior da membrana e positividade no exterior – processo chamado 
repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A 
repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a 
despolarização, propagando-se ao longo da fibra. 
Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para 
o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior 
da membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o normal. A 
eletronegatividade excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o 
interior (por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as diferenças 
iônicas de volta aos seus níveis originais. 
 
 
Para transferir informaçãode um ponto para outro no sistema nervoso, é 
necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo 
do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio 
apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já 
percorrido. 
Conseqüentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que 
chamamos condução ortodrômica. 
Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda sua extensão, o 
potencial de ação se propagará sem decaimento. A velocidade com a qual o 
potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe a 
despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, 
depende de certas características físicas do axônio: a velocidade de condução 
do potencial de ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor 
diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do 
potencial de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a 
velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de 
Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para outro, 
não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é 
isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável 
aumento da velocidade do impulso nervoso. 
O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito 
corpo celular axônio. 
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de 
decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais 
para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos 
efetores (músculos e glândulas). 
 
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO: 
O Sistema Nervoso Central 
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo 
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco 
cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, 
situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. 
 
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância 
cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus 
prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta 
ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente. Os órgãos 
do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo 
o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada 
raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção 
esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a 
interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por 
um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. 
 
O TELENCÉFALO 
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa 
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois 
hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da 
memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os 
VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos 
ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco 
encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR), 
participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso. 
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o 
cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que 
não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de 
sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos. 
 
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente 
distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex. 
 
Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica. 
1. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três 
camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral. 
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta 
duas ou três camadas celulares. 
3. neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um 
sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas 
sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o 
controle do movimento voluntário. 
 
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de 
neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da 
fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um 
grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância branca). 
Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há 
agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios) 
da base ou núcleos (gânglios) basais - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e 
NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento. 
Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de 
circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros 
circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função 
cognitiva. 
 
Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos 
movimentos são: 
 
1. núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso 
ocorre a nível sub-consciente e consciente) e auxilia no controle global dos 
movimentos do corpo. 
2. putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de 
movimentos intensionais grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em 
associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento. 
3. globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do 
corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma 
pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve 
primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a 
musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, 
principalmente, pelo globo pálido. 
4. núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os 
movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo. 
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de 
movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com 
uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células 
estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua 
vez, faz conexões inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A 
conexão do tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o 
disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex. 
Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a 
excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo. 
 
O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo) Todas as mensagens sensoriais, com 
exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes 
de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada 
entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação 
retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável 
pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles 
devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no 
comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas 
também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as 
emoções). 
 
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro 
integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais 
responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso 
e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É 
o hipotálamo que controla a temperatura

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