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História dos Índios no Brasil Manuela Carneiro da Cunha Origens Presença da história indígena Mortandade e cristandade A América invadida Política indigenista Política Indígena Os índios como agentes de sua história O escopo deste livro Introdução a uma História Indígena O povoamento da América é cheio de controvérsias acadêmica quanto a data de chegada, o local de partida e por onde os primeiros grupos chegaram. A maioria das hipóteses aceitam que os humanos vieram pelo Estreito de Bering entre 14 a 12 mil anos. Há também teorias de que grupos humanos vieram através do Oceano Pacífico, partindo da Austrália, pela navegação de cabotagem. Há poucos registros da história indígena ao longo dos séculos, mesmo na atualidade os registros ainda são escassos. Parte do problema da falta de historiografia que aborde os indígenas é fruto do pensamento do séc. XIX, quando a ideia predominante era que as sociedades que não possuiam Estados eram primitivas e, uma vez que eram sociedades primitivas, elas também não possuiam história. A partir da chegada dos europeus no território atual do Brasil o número da população indígena está em constante queda. No início do séc XVI o número era na casa dos milhões, atualmente não é mais que 200 mil habitantes nativos. Os fatores que mais colaboraram para esse massacre foram o desequilíbrio ecológico causado na natureza e as epidemias de doenças trazidas com os europeus, os aldeamentos jesuítas e a guerra aos indígenas e suas consequências, como a fome. Os números da população nativa americana em 1492 ainda é fonte de enorme discordância entre os pesquisadores. Historiadores concordam com a queda populacional de nativos americanos entre o final do séc. XVI e meados do séc. XVII, sendo a variação entre um terço a 95% da população indígena. As relações entre os indígenas e os europeus nunca foi fácil, sempre houve divergências e conflitos. Inicialmente, as relações entre europeus e nativos se baseava na troca de produtos e também de escravos, porém, ao longo das décadas essa troca passou a ser perseguição a todos os povos indígenas. Grande parte das aldeias dos povos indígenas sendo massacrada com a guerra de estermínio, no aldeamento, além do processo de perda de identidade de vários grupos indígenas. Os padres jesuítas possuem um papel de destaque na política indigenista até sua expulsão das colônias portuguesas no séc. XVIII. Esses padres tutelavam os nativos aldeados e eram responsáveis, dentre outras coisas, pela educação e catequese dos indígenas. Primeiramente o trabalho indígena foi requerido ao longo da colonização e, até hoje, suas terras estão na mira do capitalismo moderno. Por muito tempo os indígenas foram vistos como sujeitos passivos na História, aparecendo sempre manipulados pelos europeus e nunca como consientes do mundo ao seu redor. A percepção pelos europeus dos conflitos entre vários povos do território colonizado por Portugal foi de importância central para o sucesso da colonização, porém, é necessário lembrar que esses conflitos não haveriam se as aldeias indígenas não estivessem consientes de si mesmas e de seu sistema político. Nos ensinamentos indígenas, como os mitos, por exemplo, o contato com os brancos e suas consequências são produtos de escolhas feitas pelo povo indígena. Isso demonstra o quanto eles sempre estiveram cientes de seu lugar e de suas ações. Os temas referentes aos povos indígenas tratados neste livro vai além das fronteiras do Brasil e não se refere apenas ao Brasil enquanto colônia portuguesa, uma vez que o escopo temporal abrange também a colonização dos territórios da coroa espanhola, cuja metade do atual país fazia parte,mas, mesmo com essas diferença asministrativa, as instituições e atores são semelhantes.
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