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AS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E O ATLETISMO COMO ESPORTE-BASE (2)

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11
		EDUCAÇÃO FÍSICA
nome do (s) autor (es) em ordem alfabética
AS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E O ATLETISMO COMO ESPORTE-BASE.
Cidade
2021
nome do (s) autor (es) em ordem alfabética
AS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E O ATLETISMO COMO ESPORTE-BASE.
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, ao Curso de Educação Fisica como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Crescimento e Desenvolvimento Humano, Fundamentos do Movimento Humano, Metodologia do Ensino da Atividade Rítmica e Dança, Metodologia do Ensino do Ginástica, Metodologia do Ensino do Atletismo 
.
Professores: Luana Cristine Franzini de Conti 
Lúcio Flávio Soares Caldeira 
Alessandra Beggiato Porto 
Eloise Werle de Almeida 
Túlio Bernardo Macedo Alfano Moura 
Cidade
2021
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	4
3	CONCLUSÃO	10
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
Neste semestre, serão vivenciados diferentes conhecimentos, advindos das disciplinas ofertadas neste período letivo. Assim, conhecimentos acerca de Fundamentos do Movimento Humano, Metodologia do Ensino do Atletismo, Metodologia do Ensino da Atividade Rítmica e Dança, Crescimento e Desenvolvimento Humano e Metodologia do Ensino da Ginástica te auxiliarão no desenvolvimento acadêmico e profissional, desenvolvendo sua autonomia de estudos, a qual é importante no EaD. 
As disciplinas presentes no curso, tanto em sua parte teórica, como no desenvolvimento de atividades práticas, contribuem para a sua formação acadêmica, de forma que você possa aplicar tais conhecimentos como futuro profissional. Desta forma, propomos neste trabalho em grupo uma atividade interdisciplinar que contemple as disciplinas pertinentes ao semestre vigente.
É inegável a importância das habilidades motoras fundamentais, são elas os principais alicerces para o desenvolvimento das habilidades esportivas específicas e dos movimentos mais complexos (Haywood & Getchell, 2010; Payne & Isaacs, 2007, Goodway & Branta, 2003). Alguns estudos já apontam o domínio das habilidades motoras como sendo fundamentais no sucesso na prática e no fundamentais para o engajamento em práticas esportivas ao longo da vida (Goodway & Branta, 2003, Hardy et al, 2009), porém pouco se discute sobre suas influências na capacidade cognitiva e desempenho acadêmico, o que iremos buscar apresentar na construção deste artigo.
    O trabalho desenvolvido ainda na primeira infância é apontado como fundamental no desenvolvimento pleno dessas habilidades, aproveitando o período mais sensível no incremento das conexões cerebrais (Goodway & Branta, 2003; Hardy et al, 2009). Ainda que essas vantagens sejam amplamente reconhecidas, todavia, estudos brasileiros apontam para o déficit de inúmeras habilidades (Valentini et al, 2012; Bobbio et al, 2010), que não emergem naturalmente nas crianças, pois são resultados de muitos fatores e influências (Goodway & Branta, 2003).
DESENVOLVIMENTO
Fernanda é formada em Educação Física e faz parte do corpo docente de uma importante escola de sua cidade. Ao iniciar um novo ano letivo, a profissional define os conteúdos que serão abordados dividindo suas turmas de acordo com a faixa etária. 
Desta forma, para alunos e alunas 7 e 10 anos de idade, Fernanda define que vai começar os conteúdos com o desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais e que para isso serão realizadas algumas práticas da modalidade de Atletismo. Na reunião dos professores antes do início das aulas, foram apresentados os planos de aula de cada profissional. 
Ao realizar sua apresentação, Fernanda foi indagada sobre quais são as habilidades motoras fundamentais Uma antiga expressão amplamente conhecida, “mente sã em corpo são”, deve ser levada a sério e as consequências nefastas para a saúde de um estilo de vida sedentário, bem como para expor os benefícios comuns de um desenvolvimento equilibrado. Talvez por isso, a investigação acerca das relações e/ou efeitos dos estilos de vida ativos no sucesso acadêmico e desempenho cognitivo em crianças e jovens tem constituído uma preocupação atual e incontornável para o entendimento do processo de desenvolvimento do ser humano num contexto global (Lopes et al, 2012). 
Lopes e colaboradores (2012) apontam o recente ressurgimento do debate em torno das possíveis relações entre atividade física, aptidão física, coordenação motora e o desenvolvimento cognitivo, com fruto da diminuição contínua da atividade física infantil, aptidão física, coordenação motora, e a pressão das escolas e os pais para melhorar o desempenho cognitivo das crianças.
    A relação destas habilidades com as diferentes fases e estágios do Desenvolvimento Motor, As habilidades motoras fundamentais têm inicio a partir de dois anos, nesta idade as crianças já têm total domínio dos movimentos rudimentares que são a base para o refinamento dos padrões motores fundamentais. 
    Aspecto importante nesta fase é o de que o movimento se desenvolve em estágios, e estes estão sempre em progressão. Esta progressão depende muito da maturação e das experiências vividas pelo aluno, para que haja o desenvolvimento adequado. De acordo com Gallahue e Ozmun (2001), as habilidades motoras fundamentais podem ser divididas em três categorias:
· Habilidades Locomotoras: movimentos que indicam uma mudança na localização do corpo em relação a um ponto fixo na superfície. Ex: caminhar, correr, saltar, saltitar, etc.
· Habilidades Manipulativas: movimentos de manipulação motora, como tarefas de arremesso, recepção, chutes (manipulativas grossas) e costurar, cortar (manipulativas finas).
· Habilidades Estabilizadoras ou de Equilíbrio: a criança na tentativa é envolvida em constantes esforços contra a força da gravidade na tentativa de manter a postura vertical. Ex.: girar braços e tronco, flexionar o tronco, entre outros.
Para Oliveira (2002) existem várias etapas de aquisição de habilidades motoras ao longo da vida, no qual o surgimento de padrões fundamentais de movimento, trabalhando atividades motoras concretas na educação física, se torna essencial para o desenvolvimento da criança.
O Atletismo, considerado como um esporte-base, pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, Quando se pratica o atletismo, pode se dizer que também estamos desenvolvendo os nossos movimentos básicos, portanto o atletismo pode ser considerado como um dos principais conteúdos a ser trabalhado nas aulas de Educação Física, pois trabalha tanto a parte motora, quanto ajuda no desenvolvimento de outras modalidades. (RABELO; FERNANDES, 2010).
De acordo com Becker (2012) o atletismo é uma modalidade que quando é trabalhada dentro das aulas de Educação Física, possui como um dos objetivos a socialização entre os alunos, ou seja, não importa se é menino ou menina, pobre ou rico, branco ou preto, todos vão ter o mesmo tratamento durante a prática do atletismo nas aulas de Educação Física.
De acordo com Pedrosa et al (2010) o atletismo é uma modalidade que constantemente é vista como um esporte que sempre teve muita importância no desenvolvimento de atividades ou exercícios que são realizados por crianças que estão na fase escolar. Para os autores esse é um fato que fica claro, quando se percebe as dificuldades encontradas pelas crianças, quando eles vão desenvolver algum movimento como arremessar, saltar ou até mesmo correr, nesse momento percebesse a dificuldade encontrada pelas crianças em realizar esses movimentos de forma coordenada. De acordo com os autores acima, o atletismo escolar vai ajudar as crianças a desenvolver de forma correta os movimentos básicos realizados no dia a dia, além de fazer com que a criança perceba a importância que se tem em realizar esses movimentos de uma forma correta.
Segundo Silva e Sedorko (2011) o atletismo é uma modalidade que é composta por movimentos que são de muita importância para o aperfeiçoamento e desenvolvimento das habilidades motoras dascrianças e adolescentes. Sendo assim, o atletismo é um dos principais conteúdos que deveriam ser trabalhados pelos professores, durante as aulas de Educação Física.
Segundo Pieri e Huber (2013) e Justino; Rodrigues (2007), para que o atletismo se torne uma modalidade mais praticável durante as aulas de Educação Física, é necessário que escolas e professores se empenhem em desenvolver uma grande diversidade de atividades referente ao atletismo. É necessário que escolas e professores promovam ações com seus alunos, referente à modalidade, com o objetivo de tornar o atletismo como pratica corporal, e fazer com que os alunos percebam a importância do atletismo na sua formação pessoal, física e psicológica.
De acordo com Silva e Sedorko (2011) muitas escolas no Brasil, na maioria das vezes as públicas, não possuem um espaço adequado para a execução de atividades esportivas. Para os autores outro fator é decisivo para a não realização de atividades esportivas, é que são poucas as escolas que oferecem a disciplina de Educação Física para as séries iniciais, e quando é oferecida, a aula ainda é ministrada por professores que não possuem formação na aérea de Educação Física, o que torna praticamente impossível a realização de atividades voltadas para o atletismo, comprometendo assim o desenvolvimento das habilidades motoras básicas dos alunos.
As atividades que Fernanda poderá propor considerando o atletismo e as habilidades motoras fundamentais, em que os alunoss foram submetidos a testes com o objetivo de avaliá-los motoramente. A avaliação do desenvolvimento motor foi feita de maneira qualitativa de acordo com os padrões fundamentais de movimento proposto por Gallahue e Ozmun (2001). Para a análise, todos os movimentos foram gravados e analisados posteriormente. Os movimentos analisados foram escolhidos de acordo com as categorias existentes nas habilidades motoras fundamentais:
· Habilidade Manipulativa: receber (agarrar com as duas mãos)
· Habilidade Locomotora: salto horizontal
· Habilidade Estabilizadora: equilíbrio (sobre um pé com os olhos abertos)
Os resultados foram classificados de acordo com o estágio de maturidade: inicial, elementar e maduro.
Adriano está em uma festa de casamento com sua esposa. Sentados na mesma mesa, estão algumas pessoas que eles conhecem e outras que eles nunca viram. O amigo de Adriano o apresenta para Fernando, que é editor de um importante jornal da cidade. 
Os dois se cumprimentam e passam a conversar. Fernando pergunta qual é a profissão de Adriano, que responde ser profissional de Educação Física e atua com iniciação esportiva de crianças. Os dois conversam bastante e Fernando comenta que precisa de alguém para escrever um texto sobre o esporte na infância.
Quando pensamos em bem-estar e saúde das crianças, a atividade física é uma das primeiras relações que fazemos. A prática de esportes na infância é fundamental para que os pequenos cresçam saudáveis e, principalmente, desenvolvam coordenação motora e aspectos sociais.
A infância é uma das etapas mais importantes da vida, pois é nela que são criadas as primeiras habilidades e a descoberta de um mundo cheio de desafios. Aliada às atividades físicas temos também a boa alimentação, com frutas e verduras ricas em vitaminas, que colaboram para que as crianças não tenham problemas de saúde.
Reduz os índices de obesidade: A obesidade infantil é um dos principais problemas da sociedade, e no Brasil isso não é diferente. Em 2018, por exemplo, os índices de crianças com sobrepeso no país chegou a 33%, conforme o Ministério da Saúde. Um dado preocupante, e que mostra o quanto uma alimentação saudável e a prática de esportes na infância não é rotina na vida de muitas crianças.
Diminui a ansiedade: As crianças possuem muita energia, que precisa ser gasta de alguma maneira. Caso contrário, a criança pode desenvolver ansiedade e outros tipos de problemas. Uma das soluções é a prática de esportes na infância.
Colabora para ensino de responsabilidade: A infância é época também de muitos ensinamentos, principalmente a ter responsabilidade e disciplina. Uma das maneiras de ajudar as crianças com suas tarefas é a prática de esporte. O esporte, independente da modalidade, apresenta regras que precisam ser seguidas. Com isso, os pequenos aprendem desde novos o senso de horários e demais regras a serem cumpridas.
Desenvolve coordenação motora: Os primeiros passos e as primeiras palavras são características ligadas à infância. Portanto, as crianças precisam de estímulo para que sua coordenação motora seja desenvolvida. A prática de esportes na infância é parte fundamental disso. Ela estimula o equilíbrio e a força para que as crianças tenham domínio do corpo, dos movimentos e desenvolvam suas habilidades.
Ajuda a lidar com os sentimentos: Outro benefício da prática de esportes na infância é ensinar as crianças a lidar com as alegrias e, sobretudo, as frustrações. No esporte, nem sempre é possível ganhar, logo, ele é um estímulo para que os pequenos saibam perder.
Entendemos por treinamento intensivo precoce (especialização esportiva) o período onde adotam-se programas e métodos de treinamento especializados (SANTANA, 2001). É quando a criança faz, sistematicamente, um único tipo de esporte e encontra aulas que não são diversificadas (SANTANA, 2004). Implica ainda em competições regulares, aprimoramento técnico dos fundamentos, assim como do conhecimento tático e o desenvolvimento das capacidades físicas direcionadas para o rendimento esportivo (SANTANA, 2001). Nesse tipo de treinamento, a criança é pressionada a comportar-se como alguém que não é. É o tipo de situação inútil, que leva os professores a tomarem o tempo dos outros de ser criança (SANTANA, 2004). 
Quando temos toda uma orientação voltada para a busca precoce de resultados imediatos vemos cada vez mais distante uma iniciação esportiva adequada. O problema agrava-se quando sabemos que essa busca pela especialização precoce tende a encontrar mais adeptos no meio esportivo. Por quê? Por que a especialização precoce permite resultados a curto prazo. Significa dizer que o Técnico que incluir métodos de treinamentos especializados obterá melhores resultados (a curto prazo) do que o que priorizar uma iniciação esportiva comprometida com a construção do conhecimento relativo às particularidades do esporte, com a promoção e a incorporação de valores e ideias indispensáveis ao desenvolvimento humano, valorizando a criança enquanto um ser criativo, espontâneo, em formação. 
Marques (1991) afirma que "a formação multilateral (e aqui não pode ser entendido apenas do ponto de vista motor) tem reflexos a longo prazo no rendimento (...) não cria condições para êxitos imediatos (...), pelo contrário a especialização precoce permite uma rápida obtenção de resultados". 
Para onde nos levará criarmos na iniciação um contexto imediatista? Entendendo como contexto imediatista, objetivamente, quando o Técnico ou Professor tem à sua disposição um grupo de crianças entre 05 e 12 anos, e estabelece como objetivos: promover uma equipe titular, estrutura-la técnica e taticamente, vencer os adversários, disputar as finais, conquistar títulos. Todas as suas iniciativas e dos pais e dirigentes são nessa direção (SANTANA, 2001). 
Há um consenso razoável na área esportiva de que a especialização precoce submete a criança a riscos consideráveis. Por consequência, se o professor adotar uma pedagogia que eleja princípios e procedimentos de ensino que tornem o processo de treinamento demasiadamente exigente e especializado, pode acontecer de as crianças, ao longo de temporadas, afastarem-se do esporte. Esse fato, por si só, já não bastaria para se refutar a especialização esportiva precoce? (SANTANA, 2004) 
O esporte, como um legado deixado para a humanidade através dos tempos, envolve outras variáveis como competitividade, vitória, derrota, glória, etc. que se não visto com um olhar crítico e amplo dentro de uma prática educativa, pode ser muito prejudicial ao desenvolvimento de crianças e jovens. Como porexemplo, o uso excessivo de competições toma um caráter seletivo e restrito ao invés de se tornar um meio de motivação estimulante de si mesmo (MACHADO & PESOTO, 2001). 
Freire (1989) refere-se àqueles que criam os mecanismos de competição entre as crianças na escola como "(...) formadoras de campeões, selecionadoras de raça, disseminadoras de sentimentos preconceituosos, reprodutoras da forma mais abominável de competição que orienta as relações entre as pessoas de nossa sociedade, e que encontra sua expressão ritual mais importante nos jogos olímpicos modernos. Vencer a qualquer custo é o lema que orienta a competição, nas relações sociais e nos jogos desportivos". O mesmo podemos dizer daqueles que organizam as competições, entre crianças, fora da escola! O que deve ficar bem claro é que esse tipo de comportamento, esse modelo, precisa ser, efetivamente, abandonado, pois é incompatível à criança. A criança está iniciando (SANTANA, 2001). 
A verdadeira natureza da competição é que ela cria mais perdedores do que vencedores. Nesse ponto a competição passa a ser tanto desencorajadora quanto ameaçadora àqueles que não possuem capacidades e habilidades suficientes para desempenhar adequadamente e obter o desejado sucesso (DE ROSE JR, 2002). 
Levando-se em consideração os estágios de desenvolvimento motor de uma criança e relacionando-os com a prática esportiva competitiva, observa-se que, na maioria das vezes, ela é levada a uma prática esportiva específica muito antes de ter cumprido etapas importantes na solidificação esportiva. Não são raras as vezes em que as crianças e jovens são colocados diante de situações complexas antes de atingir estágios básicos de desenvolvimento motor, exigindo-se comportamentos que não são adequados à sua capacidade de realização (DE ROSE JR, 2002). 
CONCLUSÃO
O conhecimento mais aprofundado dos resultados de um planejamento voltado para o bom desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais deixa clara a necessidade de uma nova formatação do currículo brasileiro, não só na Educação Física, que necessita reciclar suas ferramentas de promoção do desenvolvimento saudável de seus alunos, mas também, do currículo geral, que deixa esta matéria de lado, desconsiderando a forte influência que ela tem em problemas marcantes da sociedade. As evidências apontam forte correlação entre esse desenvolvimento precoce e qualificado das habilidades motoras fundamentais e um melhor desempenho acadêmico quando comparadas com crianças com déficit nessas capacidades. Fica evidente que pensar em saúde e educação de qualidade é pensar em promover a Educação Física escolar a um novo patamar.
A Educação Infantil, comumente conhecida como pré-escola, é dita como uma fase de grande esplendor na vida humana na qual se direciona para a definição da personalidade do indivíduo. A criança começa a explorar o ambiente e suas habilidades corporais, representando o começo de uma aprendizagem que, com o passar dos anos, passa por um processo de desenvolvimento que possibilita a melhoria das funções desempenhadas. 
Durante as aulas de Educação Física, é importante que se desenvolva atividades relacionadas com o correr, saltar e lançar, pois assim estará se desenvolvendo os movimentos básicos dos alunos, além de estar proporcionando aos alunos uma melhora no seu desenvolvimento físico motor, quanto no seu desenvolvimento cognitivo. 
A especialização esportiva precoce vem sendo cada vez mais usada por professores em clubes e escolas. Isso reflete a busca de treinadores e de instituições por mais status na sociedade e uma melhor afirmação de seus nomes. Isso por sua vez reflete a necessidade de autoafirmação do sistema capitalista vigente.     Há quem diga que essa metodologia pode ser eficaz para descobrir novos talentos esportivos, no entanto, os danos são maiores que os benefícios. Devemos ensinar esporte para as crianças para que estas possam construir autonomia, adquirir segurança, integrar-se socialmente, para que ela possa incorporar uma cultura de lazer com o esporte e que possa usá-lo na sua vida e se tornar uma pessoa mais saudável. 
REFERÊNCIAS
COSTA, C. L. A. et al. Efeito do nível de desenvolvimento em habilidades motoras fundamentais no desempenho de uma habilidade especializada. Motricidade, v. 14, 2018. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Cicero_Luciano_Costa/publication/328253251_Efeito_do_nivel_de_desenvolvimento_em_habilidades_motoras_fundamentais_no_desempenho_de_uma_habilidade_especializada/links/5bc0fbff92851c88fd65cf16/Efeito-do-nivel-de-desenvolvimento-em-habilidades-motoras-fundamentais-no-desempenho-de-uma-habilidade-especializada.pdf>. acesso 04 de mar. 2021.
DE OLIVEIRA, J. A. M. Especialização precoce ao movimento e sua influência no desenvolvimento motor. Revista Redfoco, v. 4, n. 1, 2017. Disponível em: <http://periodicos.uern.br/index.php/redfoco/article/view/2274/1211>. acesso 04 de mar. 2021.
GALLAHUE, D. L. A classificação das habilidades de movimento: um caso para modelos multidimensionais. Journal of Physical Education, v. 13, n. 2, p. 105-111, 2002. Disponível em: < http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3707 >. acesso 04 de mar. 2021.
GALATTI, L. R.; PAES, R. R.; SEOANE, A. M. Pedagogia do Esporte e Obesidade: perspectivas para um estilo de vida saudável a partir da adequada iniciação esportiva na infância. Pensar a Prática, v. 15, n. 2, 2012. <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/12060/11208>. acesso 04 de mar. 2021.
MATTIESEN, S. Q. et al. Atletismo se aprende na escola. Motricidade, v. 1, n. 1, p. 36-47, 2005. Disponível em: < https://www.redalyc.org/pdf/2730/273021333005.pdf >. acesso 04 de mar. 2021.
NASCIMENTO, M. Contribuições da inclusão do atletismo no currículo escolar do ensino fundamental. Ágora: Revista de divulgação científica, v. 17, n. 2, p. 94-108, 2010. Disponível em: < http://www.periodicos.unc.br/index.php/agora/article/view/185 >. acesso 04 de mar. 2021.

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