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CICLO MENSTRUAL OBJETIVOS · Apresentar as relações de feedback entre gônadas e eixo hipotálamo-hipofise · Apresentar as fases do ciclo sexual feminino bem como seus correspondentes bioquímicos e teciduais genitais · Apresentar os efeitos dos esteroides em outros órgãos que não os genitais PARÂMETROS · Duração do intervalo: 28 dias (variações de ± 7dias = de 21 a 35 dias). · As variações ocorrem tanto de mulher para mulher quanto no próprio ciclo da mulher. Assim, podemos não menstruar sempre no mesmo dia. · Duração do número de dias de sangramento: 2 a 8 dias (ver variação da normalidade). · Se menstrua sempre 2, e do nada passa a menstruar 8, tem algum problema. · Volume de sangramento: 80ml (valorizar perda de coágulos). · O que vai dizer se está menstruando demais, é a perda de coágulos. · Quando elimina coágulo grande, é porque não conseguiu fazer fibrinólise e pode gerar anemia ferropriva etc. · Os coágulos são fragmentos do endométrio descamado. · 1º dia do ciclo=1º dia da menstruação. · O número de dias da primeira fase pode variar. Já a segunda fase é mais constante, tendo normalmente de 12 a 14 dias. POR QUE MENSTRUAMOS? · A progesterona estabiliza lisossomas do endométrio e é vasodilatadora. · Quando diminui, os lisossomas são liberados e ajudam para que o processo de isquemia seja universal. · Isso colabora para que a menstruação seja um processo limitado. · Com o fim do corpo lúteo, se não houver gravidez, ocorre diminuição da progesterona e posterior rompimento de lisossomas com vasoconstricção e isquemia e descamação do endométrio. · Este evento é universal na cavidade. · Para de sangrar quando tem uma substância que repõe o endométrio e para essa isquemia. · Estradiol é produtor de células epiteliais e aumenta os fatores de coagulação. Com isso, fecha a ferida e vai reconstruir o endométrio. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE · O GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) é produzido no núcleo arqueado do hipotálamo, sendo responsável pela liberação do LH e do FSH. · A diminuição dos níveis de estradiol (E2) e de progesterona estimula a produção de GnRH. · O aumento dos níveis de estradiol e progesterona inibem a produção de GnRH. · Esta retroalimentação negativa induz a produção de pulsos de GnRH, que estimulam a produção de FSH (Follicle-Stimulating Hormone). · O GnRH sempre aumenta e para, então não é dosado. São feitos apenas testes funcionais (doa e vê se vai ter resposta em casos em que ache que está faltando). · Além disso, o GnRh possui uma meia-vida muito curta. · Quando quer produzir uma pseudo-menopausa, dá injeção de GnRH, para que ela fique sem menstruar. · O FSH age no ovário, induzindo o crescimento folicular, cuja manifestação bioquímica principal é a produção de estradiol. · Quando tem crescimento folicular, tem produção crescente de estradiol. · Tem uma progesterona e vários estrogênios (estriol – gravidez, estradiol, estrona – estradiol degradado, mais fraco). · Pulsos mais rápidos de GnRH estimulam a produção de FSH, pulsos mais longos, a de LH. · Quem define o pulso é a retroalimentação. · O retrocontrole entre os esteroides sexuais e o GnRH define o pulso adequado para o momento do ciclo. · O estradiol é o marcador do crescimento folicular. No período pré-ovulatório, pode chegar em 400. CICLO OVARIANO · Ao nascimento, os ovários possuem milhões de folículos primordiais, que crescem até a menopausa. · No início do ciclo ovariano, vamos recrutar folículos para eleger o folículo dominante. · Até ± o 5º dia do ciclo, vários folículos são recrutados, pois todos respondem à elevação do nível de FSH. · Nem todos respondem da mesma maneira. Alguns tem mais aromatase, que converte testosterona em estradiol. · Quando mais sensível ao estradiol, mais aromatase e mais estradiol, que faz feedback negativo com o FSH. · A partir do 6º dia, um desses folículos (o que tinha mais receptores de FSH) cresce mais e começa a produzir mais E2 do que os outros, mantendo a sensibilidade ao FSH, e produzindo mais E2 do que os outros folículos. · Este folículo dominante tem mais aromatase do que os outros, e consegue produzir mais estradiol do que os outros. · Este estradiol, vai fazer feedback negativo com o FSH no início da fase folicular e interromper o crescimento de outros folículos, que acabam se atresiando (perdem a função de esteroidogênese e crescimento folicular). · Só o folículo dominante consegue chegar à ovulação. · Os altos níveis de estradiol secretados pelo folículo dominante desencadeiam o pico de LH. · O folículo dominante produz cada vez mais estradiol necessitando de menos estímulo do FSH. · Próximo da ovulação acontece o pico de E2. · O pico de estradiol ocorre 24-36horas antes da ovulação e traduz um folículo maduro para ser ovulado. · Este folículo mede no mínimo 18 mm de diâmetro. · O pico de estradiol desencadeia o pico de LH (Luteinizing Hormone) que inicia o processo de ruptura folicular. · O LH precede a ovulação em 12 horas depois do pico. Importante para infertilidade · Com a ruptura folicular, o ovário passa a produzir também progesterona, além do estradiol. · Após a ovulação, o folículo reorganiza-se para formar o corpo lúteo ou amarelo. · O corpo lúteo dura em média 14dias (± 2 dias), tendo uma duração menos variável do que a fase do crescimento folicular. · Dia fértil é 14 dias antes da menstruação. · É amarelo porque é feito de gordura. Precisa de muita gordura para que a progesterona possa ser produzida. · Se não houver fecundação, o corpo lúteo para de funcionar e a menstruação ocorre após 14 dias a partir da ovulação. · Quando ocorre a gestação, o hCG produzido pelo embrião evita a regressão lútera, e mantém a esteroidogênese ovariana até a placenta assumir a produção hormonal. · Ao fim da fase lútea, temos o decréscimo de estradiol e progesterona, e aumento do FSH nos primeiros dias da fase folicular. CICLO ENDOMETRIAL · O ciclo ovulatório é acompanhado por alterações endometriais visando a implantação de um embrião. · Com a menstruação, ocorre isquemia e descamação da camada funcional do endométrio. · Durante o crescimento folicular, a secreção de E2 estimula a proliferação das células endometriais, tornando o endométrio de aspecto “proliferativo”, pois nele observam-se várias figuras de mitose. · Proliferação do endométrio. · Cresce as células do endométrio e aumenta os receptores de progesterona. · Também ocorre o aumento dos fatores de coagulação necessário para interromper o sangramento menstrual. · Após a ovulação, ocorre a produção de progesterona, cujo efeito sobre o endométrio produz interrupção da proliferação (pois diminui receptores de E2, interrompendo o crescimento, e aumenta a produção de 17β E2 desidrogenase, que converte Estradiol em Estrona, que é um estrogênio mais fraco). · É o efeito que ocorre no anticoncepcional. · Tem menos efeito e menos receptor, e o endométrio para de crescer. · A progesterona também enovela os vasos do endométrio, conferindo maior sustentação vascular. · Sob efeito da progesterona, o endométrio fica repleto de vacúolos de glicogênio, necessários à nutrição do ovo, se houver fecundação. · Este endométrio é chamado de endométrio “secretor”. · Quando o ovo cai dentro da cavidade, o glicogênio que vai ser responsável pela nutrição, até que haja a placentação. · Didaticamente, dividimos o ciclo sexual feminino em duas fases: · Pelo ciclo ovariano: fase folicular e fase lútea. · Primeira fase: fase folicular ou proliferativa (estradiol – E2). · Pelo ciclo endometrial: fase proliferativa e fase secretora. · Segunda fase: fase lútea ou fase secretora (Estradiol + progesterona). · Essas fazes são delimitadas pela ovulação (passa da primeira para a segunda) e pela menstruação (passa da segunda para primeira). · Tem que ter falência gonadal e amenorreia por 1 ano para falar que é menopausa. Ve pelo FSH. Não produz estradiol. Hipogonadismo COLO DO ÚTERO · Tem a parte externa, que não é queratinizado, e a parte interna, que produzmuco. · Com o estímulo do E2 o muco produzido pelas células colunares da cérvix vai ficando fluido e “filante” (com capacidade de produzir fio). · Quando está para ovular, tem níveis altos de estradiol. · Esse muco diminui o pH e permite a ascensão dos espermatozoides. · O pH da vagina é muito baixo. · Próximo da ovulação, este muco é abundante, transparente e inodoro. · Se secado em lâmina, cristaliza em aspecto de “folha de samambaia”. · O muco é cheio de sódio e potássio. · O paciente está próximo da ovulação, cheio de estradiol. · Após a ovulação, o muco adquire aspecto denso, diminui de volume, perde a filância e fica de cor branca. · Quem dá essa coloração é a progesterona. · Se houver ejaculação, o espermatozoide vai bater no muco e não vai conseguir ascender. · Um dos mecanismos de ação da pílula é esse, deixando o muco denso e branco todos os dias, impedindo a ascensão do espermatozoide. · Ele funciona como uma barreira mecânica contra a ascensão espermática na segunda fase. · Se secado em lâmina, não cristaliza e revela aspecto celular. EPITÉLIO VAGINAL · A vagina é um tubo revestido por epitélio escamoso não queratinizado, composto por 4 camadas de células: basal, para basal, intermediária e superficial. · Este epitélio também sofre maturação conforme a flutuação de esteroides sexuais durante o mês. · Assim como no endométrio, o epitélio vaginal terá maior número de camadas quanto mais estradiol houver. · Na fase folicular, haverá predomínio de células superficiais, havendo progesterona, haverá predomínio de células intermediárias e se não houver esteróides, o predomínio será de células parabasais. · Células foliculares: citoplasma grande e núcleo pequeno. Essa célula vai descamar, já que o epitélio da vagina não é queratinizado. · Se não houver esteroides = menopausa. EFEITOS SISTÊMICOS · Sobre os vasos: aumenta liberação do óxido nítrico nos (piora do perfil cardiovascular na menopausa). · Modula a contratura vascular. · O risco cardiovascular é um até a menopausa. Depois disso, o risco é igual ao dos homens. · Sobre os ossos: aumenta a hidroxilação da vitamina D (aumenta a absorção de Ca++ o intestino e a reabsorção de Ca++ nos rins), mantendo a densidade óssea. · Depois da menopausa, absorve menos do que eu como e perde mais cálcio nos rins. · Precisa desse cálcio para contratura. Se não come o cálcio, retira o cálcio do osso, e vai fazendo uma osteoporose. · Sobre as lipoproteínas: aumenta HDL e diminui LDL · Se tem uma paciente em menopausa com colesterol alto, ela tem indicação para o uso de estradiol oral. O estradiol oral pode aumentar a renina, e induzir a uma hipertensão, e também o triglicerídeo.
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