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Modelo Parecer sobre medicamento

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UNIVERSIDADE ANHAGUERA EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
DIREITO 1º SEMESTRE 
DISCIPLINA: TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
ÁDILA BEATRIZ RAMOS MACHADO POLLI – RA: 381184064139 
 
 
 
 
 
 
PARECER JURIDICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba/SP 
2020 
 
Parecer nº. 01/2020 
Assunto: Fornecimento pela Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba do 
medicamento Invega Sustenna (Palmitato de Paliperidona 150 mg) para o 
tratamento da esquizofrenia paranoide. 
 
EMENTA: ESQUIZOFRENIA PARANOIDE - MEDICAMENTO – DIREITOS. 
 
I - RELATÓRIO 
Trata o presente sobre a análise da obrigatoriedade e/ou previsão do fornecimento 
do medicamento Invega Sustenna (Palmitato de Paliperidona 150 mg) pelo 
Município, Estado ou União para o tratamento da esquizofrenia. 
De acordo com o laudo medico do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, a Sra. 
Joana Fernandes foi diagnosticada com esquizofrenia paranóide (CID 10 F-20), e ao 
decorrer do tratamento iniciado no ano de 2016 fez uso de diversos medicamentos 
antipsicóticos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém nenhum deles 
foi capaz de minimizar os graves sintomas da patologia, sendo imprescindível citar 
que a autora ficou internada por três vezes, e está afastada de suas atividades 
laborais, recebendo um auxilio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no 
valor de R$ 998,00. 
Diante da ineficácia dos medicamentos que estão sendo utilizados, o médico que 
acompanha a usuária lhe prescreveu o uso do Invega Sustenna (Palmitato de 
Paliperidona 150 mg) que custa em média R$ 2.500,00 e seria uma alternativa para 
melhorar sua qualidade de vida, e convívio social, visto que o atual quadro clinico da 
mesma a faz dependente dos cuidados de terceiros periodicamente e gera extremo 
sofrimento tanto para ela como para seus familiares que diariamente presenciam 
suas graves crises. 
Conforme a classificação do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais) a esquizofrenia paranoide é um subtipo de esquizofrenia que 
tem como característica essencial à presença de delírios e alucinações de caráter 
persecutório ou grandioso, em sua grande maioria. 
É importante ressaltar que a usuária solicitou o medicamento mencionado 
administrativamente perante a Secretaria Municipal de Saúde, mas seu pedido foi 
negado. 
É o relatório. 
II- FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
O Invega Sustenna (Palmitato de Paliperidona 150 mg) tem registro na Anvisa 
(Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) e foi submetido à analise da Comissão 
Nacional de Incorporação de Tecnologia do Ministério da Saúde (CONITEC-MS) que 
recomendou a não incorporação do medicamento no âmbito do Sistema Único de 
Saúde, enfatizando a existência de outras opções medicamentosas dentro do 
referido sistema para tratamento da esquizofrenia paranoide, porém essas opções 
foram ineficientes para melhora dos sintomas apresentados no caso da usuária. 
O Supremo Tribunal de Justiça - STJ estabeleceu os seguintes requisitos 
cumulativos para concessão dos medicamentos não incorporados em atos 
normativos do SUS: 
(i) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e 
circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da 
imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da 
ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo 
SUS; (ii) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento 
prescrito; (iii) existência de registro na ANVISA do medicamento. 
Perante o exposto a solicitação da autora se enquadra em todos os requisitos 
exigidos pelo STJ, além da mesma como cidadã de direitos ser amparada pelo 
artigo 196 da Constituição Federal de 1988: 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações 
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
E também pela Lei Orgânica da Saúde - Lei 8.080 de 1990 em seu artigo 2º: 
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado 
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e 
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos 
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que 
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a 
sua promoção, proteção e recuperação. 
É importante frisar que em relação à patologia supramencionada o uso correto da 
medicação indicada e o acompanhamento da paciente pelos profissionais da Rede 
de Saúde Mental Municipal, trará a possibilidade de superação das constantes 
crises sintomáticas e evitará futuras internações, contribuindo no aspecto de 
sociabilidade e contemplando a estratégia de humanização prevista nas normativas 
do SUS. 
 
III- CONCLUSÃO 
Diante do contexto explicitado é evidente a urgência do uso imediato do 
medicamento supracitado para garantir o bem estar da usuária e consequentemente 
dos membros de seu núcleo familiar. 
Portanto o parecer enfatiza o direito da autora de impetrar mandado de segurança 
em face do município de Piracicaba para garantia do fornecimento do medicamento, 
conforme previsto na Lei 12.016 de 2009: 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, 
seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
É o parecer. 
 Piracicaba, 13 de maio de 2020. 
Ádila Beatriz Ramos Machado Polli 
Advogado 
OAB/SP Nº 00000

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