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23/09/2016 1 LEGUMINOSAS Vanessa Zirondi Longhini Morfologia de leguminosas •RAIZ •Sistema radicular pivotante (raiz principal) •Raiz tuberosa (raiz caulinar) • CAULE • 1. Rizoma • 2. Estolão • 3. Caules volúveis • 4. Caules erectos (herbáceos e lenhosos) Folíolos Peciolulo Pecíolo Folha de leguminosa consiste de três partes: 1. Folíolo; 2. Pecíolo (peciolulo); 3. Estípula. Estípula FLORES • Brácteas • Cálice • Corola • Androceu • Gineceu 23/09/2016 2 FRUTOS • Legume (deiscente ou indeiscente) •Aumenta o teor de N no sistema solo/planta •Aumenta o teor de proteína da forragem •Aumento no estoque de proteína para a estação seca •Aumenta o consumo de forragem •Redução nos custos de suplementação Leguminosas Forrageiras Fixação Biológica de Nitrogênio A quantidade de N fixado varia com a espécie e com as condições do ambiente 1. Acidez do solo 2. Salinidade 3. Deficiências ou excesso de minerais 4. Estresse hídrico 5. Variações na temperatura 6. Quantidade de N inorgânico no solo 7. Pragas e doenças FBN � Principal via de inclusão do N atmosférico no sistema solo-planta (170 x 109 kg de N/ano) Leguminosas: 1. Stylosanthes spp. 2. Arachis pintoi 3. Pueraria phaseoloides 4. Leucaena leucocephala 5. Cajanus cajan 6. Medicago sativa 7. Calopogonium mucunoides 8. Neonotonia wightii 9. Macrotyloma axilare 10. Crotalaria spp. 11. Lablab purpureus 23/09/2016 3 Stylosanthes spp. Gênero Stylosanthes � Características gerais: � Reconhecidas 48 espécies � Exclusivas do continente americano: 43 � Brasil: 29 espécies � Conhecidas vulgarmente como: � Trifólio � Meladinho � Manjericão-do-campo � Saca-estepe � Alfafa do nordeste � Estilosantes Caracterização do gênero Porte: varia de herbáceo a subarbustivo podendo ser ereto, semiprostrado ou prostrado Folhas: trifolioladas (folíolos elípticos) Flores: variam desde amarelo até alaranjadas Algumas espécies apresentam estrias purpúreas nas flores Caracterização do gênero Adaptação: • Ampla variação de climas • Resistência às secas: S. Guianensis S. Macrocephala S. capitata • Ótima performance em solos arenosos e de baixa fertilidade • Produção de forragem superior a 10 t MS/ha 23/09/2016 4 Gênero Stylosanthes Utilização: • Feno • Banco de proteína • Pastos consorciados com gramíneas • Adubo verde ou planta de cobertura (embora bastante estudada, ainda não é largamente difundida) Stylosanthes capitata • Nativo da América do Sul • Ocorre com maior frequência em áreas de vegetação de caatinga do nordeste brasileiro, e também no Cerrado, em vegetação de campo limpo, campo sujo, campo cerrado e campo rupestre • Brasil: Pode ser encontrado na Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal Forma decumbenteArbusto semi-ereto Stylosanthes capitata Stylosanthes guianensis • Distribuição mais ampla � desde o México até a Argentina • Brasil: Estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal 23/09/2016 5 Stylosanthes guianensis Stylosanthes macrocephala • Distribuição mais restrita • Ocorre somente no Brasil • Encontrada nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí e no Distrito Federal Stylosanthes macrocephala Principais cultivares brasileiras Características: • Perene, semi-ereto • Altura média de 65 cm • Produção: em torno de 2.500 kg.ha-1.ano de MS • Teor médio de PB de 12% • Excelente resistência à seca (mantêm-se verde durante o período seco) • Bastante tolerante à antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) Produção de sementes: • Considerada baixa (quando comparada com as cultivares australianas da espécie) Utilização do estilosantes Bandeirante foi mínima devido ao desinteresse de produção comercial de sementes Stylosanthes guianensis var. pauciflora cv. Bandeirante 23/09/2016 6 Coletada na área experimental da Embrapa Cerrados, em Planaltina-DF, em 1974 Apresentou resistência à antracnose em oito locais dos 11 testados Experimentos em pastejo: Presença do Pioneiro na consorciação aumentou os teores de N e Ca na forragem disponível para os animais e também a produção de carne/ha. Não houve interesse por parte dos produtores de sementes em produzir e comercializar o produto Principais cultivares brasileiras Stylosanthes macrocephala cv. Pioneiro Características: • Perene • Semi-ereta • Pode atingir 2,5 m de altura • Caules grossos na base • Folíolos lanceolados medindo de 2,0 a 5,0 cm de comprimento e 0,4 a 0,8 cm de largura • Caules e folhas � viscosidade que se acentua na seca • Permanece verde durante o período seco Principais cultivares brasileiras Stylosanthes guianensis var. guianensis cv. Mineirão É a cultivar mais tolerante à antracnose existente no mercado O mais produtivo em solos de baixa fertilidade Consumo: Maior no período seco do ano (Teor de PB na parte aérea de até 12%) Recomendação: Formação de pastos consorciados Banco de proteína Associado com culturas anuais e em áreas de recuperação de pastagem Pode permanecer até quatro anos na pastagem Ressemeadura é muito baixa ou inexistente em condições de pastejo Principais cultivares brasileiras Stylosanthes guianensis var. guianensis cv. Mineirão É uma mistura física de sementes com 80% (em peso) de linhagens de S. capitata tolerantes à antracnose e 20% de linhagens de S. macrocephala Principais cultivares brasileiras S. capitata + S. macrocephala cv. Campo Grande S. macrocephala S. capitata Liberada em 2000 pela Embrapa Gado de Corte 23/09/2016 7 Produção de forragem: • Atinge 14 t.ha-1.ano de MS (condições do Mato Grosso do Sul) • Menor produção de forragem na época seca do ano Teor de PB: • varia de 12% a 18% Digestibilidade in vitro da massa seca: 55% a 60% • Alta produção de sementes: • acima de 200 kg.ha-1 Principais cultivares brasileiras S. capitata + S. macrocephala cv. Campo Grande Nitrogênio fixado (kg/ha) por cultivares de estilosantes Campo Grande, Mineirão Pioneiro (Adaptado de Miranda et al., 1999). Fig. 1a. Ganho médio diário e; b. ganho em peso anual em pastagens de Brachiaria decumbens pura e consorciada com estilosantes Campo Grande (Adaptado de Valle et al., 2001). Fig.1a. Fig.1b. S. guianensis cv. Bela Lançamento pela Embrapa Mistura de quatro linhagens: var. guianensis, var. pauciflora, var. canescens e var. microcephala Seleção: • Tolerância à antracnose • Produção de forragem • Produção de sementes Principais cultivares brasileiras 23/09/2016 8 Arachis pintoi Gênero Arachis • Possui aproximadamente 81 espécies distribuídas em oito seções, sendo a América do Sul o centro de origem e de diversidade • Cerca de 60 espécies selvagens ocorrem no Brasil • As espécies A. pintoi, A. repens, A. glabrata têm sido as mais coletadas e avaliadas quando o enfoque é a produção de forragem • A espécie A. pintoi é a mais utilizada no mundo, sendo a única com registro formal de cultivares para uso em pastagens no Brasil (MAPA, 2006) • A espécie A. repens tem sido utilizada predominantemente para fins paisagísticos e na proteção de taludes • O cultivo da espécie A. glabrata ainda está praticamente restrito ao Estado da Flórida (EUA) Gênero Arachis Nome comum: Amendoim forrageiro Amendoim de veado Características: Estolonífero Crescimento rasteiro Perene Gênero Arachis 23/09/2016 9 Caules: estolão Gênero Arachis Folhas: alternas e compostas de quatro folíolos Folíolos: elípticos, obovados ou oblongos Flores: coloração amarelo Gênero Arachis Frutos: subterrâneos (geocarpismo) a partir de flores localizadas na parte aérea Gênero Arachis Arachis pintoi Adaptação: • locais chuvosos (>1.500 mm.ano-1) • com precipitações bem distribuídas •Com estação seca de curta duração (<4 meses) • Chuvas bem distribuídas � pode sobreviver em ambientes menos chuvosos (1.000–1.200 mm.ano-1) ou com seca prolongada (6 meses) Solos: • Pode ser cultivado em solos de qualquer textura • Desenvolve-se melhor em solos de textura média • pH: próximo a 5,5 • Saturação por bases (V%) de no mínimo 30-35% 23/09/2016 10 Propagação: • Semente (cv. Amarillo) • Vegetativa (cv. Belmonte e Alqueire-1 ) Utilização: • Pastagens consorciadas • Feno com produção de 10-15 t/ha Arachis pintoi A cultivar Amarillo MG-100: • Lançada inicialmente no Estado de São Paulo • Tem sido a mais disseminada nas diversas regiões A cultivar Alqueire-1: • Estado do Rio Grande do Sul • Da Região Sul, onde foi selecionada pela tolerância ao frio, a cultivar Alqueire-1 já foi introduzida por pecuaristas no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil A cultivar Belmonte: • Sul da Bahia • É a mais recomendada e disseminada na Região Norte Arachis pintoi - cultivares cv. Amarillo como cobertura do solo em Gliricidia sepium e vinha de pimenta nas Filipinas cv. Amarillo como cobertura do solo em Café Arachis pintoi cv. BRS Mandobi • Obtida por meio de seleção massal, realizada na Embrapa Acre • Registrada em 2008 no Registro Nacional de Cultivares do MAPA • A espécie é exclusiva da flora brasileira, sendo encontrada desde o Planalto Central, em Goiás, até o litoral da Bahia, nos biomas Mata Atlântica e Cerrado 23/09/2016 11 Arachis pintoi cv. BRS Mandobi Características: •Perene •Estolonífero (raízes nos nós) Folíolos: • Longos e largos • Alta intensidade de cerdas na face abaxial do folíolo basal Flores: • Amarelas Frutos: • Largos (quando comparados com os das cultivares Amarillo e Alqueire-1) Formato dos folíolos basais e apicais (A), coloração amarela da flor (B), estípula larga na porção não soldada ao pecíolo (C) e frutos largos (D), característicos de A. pintoi cv. BRS Mandobi. Estabelecimento: • Taxa de semeadura de 30 kg de sementes puras viáveis com taxa de recuperação mínima de 70% (visando à produção de sementes) • Estima-se que em 1 quilograma haja, em média, 6.500 sementes Semeadura: • Profundidade de 3 cm-5 cm • Mecânico - linhas espaçadas de 0,25 m, com cinco sementes por metro linear • Manual - sulcos no espaçamento de 0,50 m, com distribuição de 10 sementes por metro linear Em ambos os métodos de plantio as sementes devem ser cobertas e o solo levemente compactado Arachis pintoi cv. BRS Mandobi Tolerância: • Solos bem drenados ou de baixa permeabilidade Produção: • Varia de 9 t/ha a 15 t/ha de MS, 10 meses após o plantio • Produz cerca de 3 mil kg/ha de sementes puras, 18 a 21 meses após o plantio (nas condições ambientais do Acre) Cobertura total do solo: • Entre 90 e 120 dias após o plantio (nas condições edafoclimáticas de Rio Branco), sendo a altura do estande em torno de 8 cm a 10 cm Arachis pintoi cv. BRS Mandobi Pueraria phaseoloides 23/09/2016 12 Pueraria (Pueraria phaseoloides) Nome comum: • Kudzu tropical Características vegetativas: • Herbácea perene • Estolonífera Hábito de crescimento: • Decumbente ou volúvel Caules: • Geralmente cobertos com pelos (coloração marrom-ferruginosa) • 6 mm de diâmetro • Até 10 m de comprimento Pueraria (Pueraria phaseoloides) Folhas: • Trifoliadas Folíolos: • Rombóides, apresentando- se recobertos de pelos ferrugíneos Flores: • Cor púrpura ou branca Frutos: • 10 a 20 sementes • Retas ou ligeiramente curvadas, lineares, cilíndricas • Finamente cobertas com pelos • Tornando-se pretas quando maduras Sementes: • Forma oblonga a subcilíndrica • Têm coloração marrom a marrom- escura • 1 kg contém entre 80.000 a 88.000 sementes Pueraria (Pueraria phaseoloides) Adaptação: •Prefere regiões com precipitação anual acima de 1.500 mm •Tolera períodos secos de 4 a 5 meses (apresenta perda considerável de folhas) Solos: •Qualquer tipo de solo, preferindo os de média fertilidade Tolerância: •Moderada ao sombreamento Pueraria (Pueraria phaseoloides) 23/09/2016 13 Propagação: • Sementes • 3 a 6 kg.ha-1 em semeadura exclusiva • 0,5 a 1,0 kg.ha-1 em pastos consorciados com gramíneas Utilização: • Cobertura do solo em plantações de espécies perenes • Adubo verde • Forrageira em pastos exclusivos e consorciados com gramíneas • Bancos de proteínas para pastejo • Forragem verde cortada • Feno • Silagem Pueraria (Pueraria phaseoloides) Leucaena leucocephala Peru: Alto Bastante ramificado na base Florescimento tardio El Salvador: Alto Ramos esparsos na base Florescimento tardio Hawai: Baixo Arbustivo Florescimento precoce Leucena - Leucaena leucocephala • Nome comum: • Leucena • 10 cultivares no mundo (2 híbridos) � cv. Cuningham é o mais usado no Brasil • As cultivares foram agrupados em três tipos principais: Leucena - Leucaena leucocephala Características Vegetativas: • Porte arbustivo ou arbóreo (até 20 m) • Crescimento ereto • Ciclo de vida perene (> 20 anos) Caule: • Cinza • Sem espinhos 23/09/2016 14 Leucena - Leucaena leucocephala Folhas: • Bipinadas • Paripinadas (4 a 10 pares de pinas) Flores: • Brancas • Muito pequenas • Agrupadas em inflorescência tipo capítulo • Globoso Leucena - Leucaena leucocephala Vagens: • Finas • Achatadas • Longas (10 a 20 cm) Sementes: • Coloração marrom escura • Brilhantes 23/09/2016 15 Adaptação: • Prefere solos com pH mais elevado (pode crescer em solos ácidos, desde que não apresentem alumínio) • Requer 600 a 700 mm de chuva- 22 a 30˚C Não Tolera: • Solos encharcados ou com alagamento temporário • Geadas Suporta: • Estiagem curta Principal praga no mundo: Psilídeo (Heteropsylla cubana) Leucena - Leucaena leucocephala Ovos Leucena - Leucaena leucocephala Propagação por Sementes: • 5 a 6 Kg/ha - 40 a 60 sementes/m - linhas espaçadas de 2,00 m • 20 a 40 Kg/ha - linhas espaçadas de 0,5 a 1,0 m Utilização: • Banco de proteína • Pastagens consorciadas (gramíneas estoloníferas) • Adubação verde • Produção de madeira Ótima qualidade de forragem e aceitabilidade (PB<15%) Problemas: mimosina Aminoácido não-protéico, produzido pela planta Mimosina A intoxicação pela mimosina ocorre quando ela é hidrolizada por microrganismos e forma 3- hidroxi-4-(1H) pyridone = 3,4-DHP. Muitos fatores negativos ocorrem quando vacas consomem grandes quantidades de Leucaena leucocephala: • Diminuição do ganho de peso • Bezerros mais leves • Salivação excessiva • Queda de pelo (efeito depilatório) • Aumento das glândulas da tireóide • Dietas contendo menos que 1% de mimosina na MS, já causa efeito no funcionamento da tireóide • Bactérias ruminais em cabras metabolizam completamente a mimosina e o 3,4-DHP Mimosina 23/09/2016 16 • Aproximadamente 14,8% do total de N presente na L. leucocephala é contribuição da mimosina • Encontra-se em maior concentração nas sementes. • Folhas novas = 12% • Casca da árvore = 6% • Corresponde a aproximadamente 60% do total de aminoácidos livres nas sementes de L. leucocephala Mimosina Cajanus cajan Guandu - Cajanus cajan Nome comum: • Guandu Origem: • Índia Características Vegetativas: • Arbusto perene de 1,2 a 3m Guandu - Cajanus cajan Folhas: • Trifolioladas Flores: • Podem ser totalmente amarelas • ou apresentarem o estandarte com estrias vermelhas 23/09/2016 17 Guandu - Cajanus cajan Frutos: • Vagens com reentrâncias visíveis lateralmente Sementes: • Formato globoso • Coloração creme amarelada, marrom ou apresentar pintas escuras sobre fundo claro Guandu - Cajanus cajan Adaptação: • Não tem grandes exigências climáticas e de solos • Desenvolvendo-se satisfatoriamente em regiões de clima tropical, sub tropical e semi-árido Solos: • Qualquer tipo de solo • Recomendado para solos de baixa fertilidade • Boa tolerância à seca • Não tolera encharcamento Guandu - Cajanus cajan Propagação por Sementes: • 10 a 14 Kg/ha: linhas espaçadas de 0,5 a 1,0m • 120 a 150 Kg/ha: linhas espaçadas de 0,3- 0,4m • 20 sementes/cova:linhas espaçadas de 5 a 10m Semeadura: • Início da estação chuvosa 23/09/2016 18 Guandu - Cajanus cajan Utilização: • Enriquecer palhada de milho (na razão de 30% de sementes) • Grãos na alimentação humana e animal (tem aumentado enormemente) • Grãos, forragem de folhas e caules � menos lignificados (20-22% PB) • Adubação verde • Fenação Medicago sativa Alfafa - Medicago sativa L. Nome comum: • Alfafa Origem: • Ásia Características forrageiras: • Alta produtividade • Elevado teor de PB • Alta digestibilidade • Elevado potencial de consumo animal Utilizada em todo o mundo devido às características forrageiras Ciclo vegetativo: • Perene Caule: • Herbáceo Folhas: • Trifoliadas Folíolos: • Ovais Alfafa - Medicago sativa L. 23/09/2016 19 Flores: • Pequenas • Cor violeta • Dispostas em rácemos abertos Fruto: • Tipo legume, indeiscente Sementes: • Pequenas (1 g/ 500 a 550 sementes) Alfafa - Medicago sativa L. Clima: • Temperado • Crescimento reduzido � inverno rigoroso Temperatura ótima: • 10 a 25˚C Produção: • > na primavera/verão Tolerante à seca: • raiz profunda Chuvas: • 900 a 1400mn/ano Produção: • 1 kg de MS = 700 a 800 litros d’água Alfafa - Medicago sativa L. Solo: • Exigente em fertilidade ( Solos profundos) • Textura areno-argilosa (estrutura média) • pH 6,5 e 7,5 • Bem drenado Adubação: • Altamente exigente em P, K, Ca, Mg, S e B Produção: • Sob condições de irrigação e adubação intensiva é possível obter com essa forrageira produções anuais de massa seca de até 26,872 t.ha-¹ Alfafa - Medicago sativa L. Semeadura: • 20 kg.ha-1 de sementes viáveis • lanço ou em linhas espaçadas de 15 a 20 cm Profundidade de semeadura: • 0,5 a 2 cm • 0,5 cm � solos argilosos • até 2 cm� solos arenosos Alfafa - Medicago sativa L. 23/09/2016 20 Utilização: • Feno • Silagem • Corte • Pastejo • Alimentação humana (brotos, extratos de folhas) • Alimentação de aves (fonte de beta caroteno) Alfafa - Medicago sativa L. Problemas: • Presença de saponinas: consideradas as principais substâncias encontradas na alfafa, causadoras de timpanismo. • Alelopatia: contém substâncias solúveis em água que são inibidoras não somente da própria espécie, mas também de outras. • Pragas e doenças Alfafa - Medicago sativa L. Animal Normal Animal Timpânico Distensão do lado esquerdo Gases do rúmen que escapam durante a eructação Pressão exercida pelos gases do rúmen Esfíncter esofágico bloquead o Esfín cter esofá gico abert o Rúmen de animal normal Rúmen distendido de animal timpânico Saponina, do latim sapo, significa sabão, e tradicionalmente as plantas que contêm saponinas são usadas para limpeza (Hostettmann e Marston, 1995). Saponina •As saponinas são caracterizadas por um gosto amargo e propriedades espumantes •Divididas em dois grupos: •Saponinas esteroidais (glicosídios em capins) •Saponinas triterpenóides (soja e na alfafa) Saponina 23/09/2016 21 São glicosídios que contêm uma molécula de aglicona policíclica de C27 (esteróides) e C30 (triterpenóides), ligados a um carboidrato. O que é saponina? Saponinas encontradas em: 1) Leguminosas tropicais 2) Leguminosas temperadas • Em alfafa, o conteúdo nas folhas é baixo na primavera e aumenta no verão Saponina Saponina • O efeito biológico da saponina ocorre no trato digestivo, pois é muito pouco absorvida (Cheeke, 1996). • Efeitos da saponina na fermentação ruminal : são tóxicos aos protozoários ruminais Saponina Os efeitos da saponina na fermentação ruminal foram dependentes da dieta e do tipo de saponina envolvida: 1. Diminuição da concentração de NH3 (Lu & Jorgensen 1987; Lu et al., 1987; Makkar et al., 1998) 2. Alteração na concentração de AGCC, com aumento da concentração de propionato (Lu et al., 1987; Hristov et al., 1999); 3. diminuição do número de protozoários (Williams & Coleman 1992). 23/09/2016 22 Animal Normal Animal Timpânico Distensão do lado esquerdo Gases do rúmen que escapam durante a eructação Pressão exercida pelos gases do rúmen Esfíncter esofágico bloqueado Esfíncter esofágico aberto Rúmen de animal normal Rúmen distendido de animal timpânico Os compostos químicos liberados pelas plantas ou microrganismos no ambiente e que causam efeitos benéficos ou deletérios sobre outras plantas ou microrganismos são denominados de substâncias alelopáticas, agentes aleloquímicos ou simplesmente aleloquímicos, ou produtos secundários. Alelopatia Vias prováveis seguidas por compostos aleloquímicos da liberação pela planta doadora até causar o efeito alelopático na planta receptora. Efeitos Aleloquímicos Sabe-se que afetam processos na planta, tais como: • a germinação das sementes e o crescimento das plântulas • a assimilação de nutrientes • a fotossíntese • a respiração • a síntese de proteína • a atividade de várias enzimas • a perda de nutrientes pelos efeitos na permeabilidade da membrana celular 23/09/2016 23 Alfafa - Pragas e doenças Por se tratar de uma cultura perene, a alfafa é predisposta a sofrer ataque de pragas e doenças, tanto na parte aérea como nas raízes, cujos efeitos são acentuados pelo manejo inadequado ou condições ambientais desfavoráveis. Entretanto, as mais sérias são aquelas que afetam as partes perenes das plantas, como a coroa e as raízes. • Lagarta rosca (Agrostis apisilon) • Lagarta da folha (Mocis latipens) • Lagarta da alfafa (Colis lesbia pyrrthothera) • Lagarta mede palmos (Rachiplusia nu) • Outros : pulgões e besouros Alfafa - Pragas Alfafa - Doenças • Antracnose (Colletrotriclum trifolii): mancha de coloração marrom ou negra na base do caule. • Cercóspora (Cercospora medicaginis): manchas amarelo-escuras nos folíolos; • Podridão úmida da raiz: (Phytophthora megasperma) • Fusarium (Fusarium) : podridão de coloração marrom nos tecidos vasculares das raízes • Nematóides Manejo adequado, acompanhamento frequente do estado sanitário e, em alguns casos, pulverizações com fungicidas ou inseticidas podem evitar prejuízos maiores a cultura. Calopogonium mucunoides 23/09/2016 24 Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Nome comum: • Calopogônio • Marmelada-de-boi • Orelha-de-onça Características Vegetativas: • Herbácea Crescimento: • Estolonífero, decumbente ou volúvel • Formando uma massa entrançada de folhas • Caules de 30 a 50 cm de altura Ciclo vegetativo: • Perene • Caules: • Finos, • Flexíveis, • Volúveis, • Recobertos de pêlos ferrugíneos • Folhas: • Trifoliadas Folíolos: • Formato irregular • Recobertos de pêlos em ambas as faces Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Flores: • Azuladas Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Frutos: • Vagens curtas e retas (2 a 4 cm) • Recobertos de pêlos ferrugíneos Calopogônio (Calopogonium mucunoides) 23/09/2016 25 Adaptação: •Melhor a clima quente e úmido •Pouca tolerância à seca e ao sombreamento Solos: •Se adapta a uma grande variedade •Mas prefere solos argilosos Propagação por Sementes: •2 a 4 Kg/ha •3 a 5 Kg/ha Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Utilização: •Inicialmente como cobertura do solo •Adubo verde •Mais tarde como forrageira em pastagens consorciadas •Fenação Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Baixa aceitabilidade: • Geralmente atribuída aos pêlos abundantes existentes nas folhas e caules Consumo: • Baixo quando as plantas estão verdes • Aumentando no período seco, quando já estão secas e a disponibilidade de matéria seca é reduzida Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Neonotonia wightii 23/09/2016 26 Soja perene - Neonotonia wightii Gênero: • Neonotonia Espécie: • Neonotonia wightii (Wight & Arn.) J.A. Lackey Nome comum: • Soja perene Características Vegetativas: • Herbácea • Perene • Forma de crescimento volúvel Soja perene - Neonotonia wightii Caules: • Glabros a densamente pubescentes (pêlos esbranquiçados a marrom-avermelhados) • Semi-eretos (muitas ramificações) Soja perene - Neonotoniawightii Folhas: •Três folíolos Folíolos: •Forma elíptica •Oval ou •Rombóide-ovalada, •Agudos ou obtusos nas extremidades •Glabros a densamente pubescentes em ambas as faces Flores: • Brancas a violeta-azulada • Podendo tornar-se amarelas a laranja na senescência Vagens: • Cor marrom • 3 a 8 sementes • Se abrem quando maduras Sementes: • Variam em tamanho, forma e cor Soja perene - Neonotonia wightii 23/09/2016 27 Adaptação: • Ambientes com precipitação anual média entre 800 a 1.500 mm, preferencialmente concentrada no verão • Temperaturas anuais ente 15 a 25ºC • Bastante tolerante à seca • Desenvolve-se melhor em solos bem drenados • Mas tolera encharcamento moderado e temporário • Prefere pH acima de 6,5 • Tolerância moderada ao sombreamento Soja perene - Neonotonia wightii Semeadura: • 1,5 a 10 kg.ha-1 de semente • Lanço • Linha: podem ser distribuídas no espaçamento de 50 cm ou 100 cm entre linhas Profundidade: • 1 a 3 cm no solo (compactadas com rolo) Produção: • MS varia de 3 a 8 t.ha-1 • Podendo alcançar 12 t.ha-1 • Boa aceitabilidade durante todo o período de crescimento • Teor de PB na MS total é 20,4% • Teor de PB na MS de folhas é 26,5% Soja perene - Neonotonia wightii Utilização: •Consorciada com as gramíneas: • P. maximum, • P. clandestinum, • P. purpureum, • B. decumbens e • B. brizantha cv. Marandu •Feno ou outros fins (corte na fase de desenvolvimento das vagens) Soja perene - Neonotonia wightii Macrotyloma axilare 23/09/2016 28 Macrotiloma - Macrotyloma axilare Origem: • Indonésia (Ilha de Java) Nome científico: • Macrotyloma axilare (. Mey) Verc. Nome comum: • Macrotiloma • Java • Jade Macrotiloma - Macrotyloma axilare Características morfológicas: • Perene • Trepadeira volúvel • Altura em torno de 40 cm Macrotiloma - Macrotyloma axilare Adaptação: • Solos de baixa a média fertilidade • boa tolerância a seca • média tolerância ao frio Produção de forragem: • 5 a 9 t MS/ha/ano Teor de proteína: 18 a 23% Aceitabilidade: média a baixa Utilização: consórcio Crotalaria spp. 23/09/2016 29 Crotalaria spectabilis Crotalaria juncea Tipo de solo médio Média a alta (solos bem drenados) Temperatura 15 a 35° C 15 a 35° C Índice de chuva/ano 900 a 1500 mm 900 a 1500 mm Consorciação com culturas perenes com culturas perenes Adubação fosfatada no plantio fosfatada no plantio Profundidade de plantio 2,0 cm 2,0 cm Hábito de crescimento arbustivo arbustivo Tolerância seca seca: alta frio: Média Utilização adubação verde adubação verde Biomassa 60 t/ha 30 t/ha Plantio em linha, à lanço ou em covas em linha, lanço ou em covas Preparo do solo bem destorroado e nivelado bem destorroado e nivelado Tempo de formação 60 a 90 dias 60 a 90 dias Crotalaria juncea Crotalaria spectabilis •Crotalaraia juncea: tem efeito alelopático e/ou supressor de invasoras bastante expressivo. •Wutke (1993) cita que há evidências dos efeitos alelopáticos da Crotalaria juncea sobre a tiririca (Cyperus rotundus). Crotalaria spp. alcalóide pirrolizidine inflorescência > folhas > caule > raízes Alcalóide (bases orgânicas que contêm aminas secundárias terciárias e cíclicas). 23/09/2016 30 ALCALÓIDE A B A B Alcalóides Representação Presença Efeito • Plantas que florescem (no mínimo 1 em 15 espécies); não são comuns em gramíneas • Dentre as mais de 8.000 espécies apenas 21 apresentam este composto. 1) Resposta ao estresse: como seca, solos muito pobres, herbívoros, condições ambientais muito extremas 2) Uso de herbicidas em plantas aumenta a concentração do alcalóide OCORRÊNCIA NAS PLANTAS Lablab purpureus 23/09/2016 31 Lab lab - Lablab purpureus Nome científico: • Lablab purpureus (L.) Sweet Sinônimo: • Dolichos lablab L. Nome comum: • Lab lab Características: • Anual ou perene de ciclo curto Hábito de crescimento: • Ereto ou trepador, • Crescimento volúvel vigoroso Lab lab - Lablab purpureus Caules: • Longos • Alcançando mais de 3 m de comprimento Folhas: • 3 folíolos Folíolos: • Oval a romboide. • Quase lisos na face ventral • Com pêlos curtos na face dorsal •Flores: •Branca, azul ou púrpura Lab lab - Lablab purpureus Vagens: • 4 a 5 cm de comprimento • Forma de cimitarra • 2 a 4 sementes Lab lab - Lablab purpureus 23/09/2016 32 Sementes: • Grandes • Ovóides • Comprimidas lateralmente • Cor branca, vermelha, marrom ou preta (marca branca ao longo de um terço da semente) • Contêm 3.300 a 4.290 sementes em 1 kg Lab lab - Lablab purpureus Adaptação: • Muito tolerante à seca, depois de estabelecida • Cresce em área com precipitação anual acima de 500 mm • Tolera períodos curtos de inundação • Não se adapta a solos mal drenados • Não se adapta a ambientes com sombreamento moderado Lab lab - Lablab purpureus Semeadura: • Início do período chuvoso Sulcos: • Com espaçamento de 0,80 a 1,20 m e 30 a 50 cm entre plantas Taxa de semeadura: • Monocultivo: 12 a 20 kg.ha-1 • Consorciação com gramíneas: 5 a 7 kg.ha-1 em • A lanço: 8 a 10 kg.ha-1 Profundidade de semeadura: • 2,5 a 5 cm no solo Lab lab - Lablab purpureus Utilização: • Pastejo • Adubo verde • Cobertura do solo associada a cultivos perenes • Forragem verde colhida fornecida no cocho (principalmente durante a estação seca) Lab lab - Lablab purpureus 23/09/2016 33 Características morfológicas e adaptativas de cultivares de leguminosas forrageiras tropicais Principais aspectos positivos e negativos de cultivares de leguminosas forrageiras tropicais Além do aporte de N e do aumento da atividade biológica, pastagens consorciadas podem: •Melhorar a estrutura do solo: - Capacidade de armazenamento de água do solo - Aumentar o poder tampão do solo (> matéria orgânica) - Quebrar ciclo de patógenos - Contribuindo para maior período produtivo da pastagem •Efeito residual da leguminosa no sistema solo- planta mesmo quando ela desaparece do sistema. Consorciação Opções de cultivares de leguminosas tropicais para uso em pastagens O êxito na utilização de pastagens consorciadas inicia-se pela escolha do cultivar mais adequado: • às condições ambientais • à natureza da exploração • à capacidade de intervenção e • à disponibilidade de recursos Como determinante, tem-se a percepção da relação entre custo e risco da opção por leguminosas. 23/09/2016 34 Para minimizar os riscos e incertezas: • Conhecer as vantagens e as desvantagens • Restrições ou limitações que os cultivares apresentam A interação genótipo x ambiente pode modificar acentuadamente a resposta adaptativa e produtiva Opções de cultivares de leguminosas tropicais para uso em pastagens • No Cerrado: o cultivar Basilisk (B. decumbens) tem sido a gramínea mais adequada para o consórcio com leguminosas herbáceas • Na Mata Atlântica: a B. humidicola em consórcio com o amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Belmonte). • Pueraria phaseoloides (kudzu tropical): grande expressão em consórcio com diversas gramíneas na região amazônica • Brachiaria brizantha cv. Marandu: gramínea mais agressiva. Há pouca estabilidade dos pastos consorciados com leguminosas herbáceas ou de porte baixo Persistência da leguminosa forrageira •A produção de sementes pela leguminosa, em condição de pastejo, exerce uma forte influência na sua persistência no sistema •Os cultivares que não conseguem constituir um razoável banco de sementes no solo, ficam mais suscetíveis a ação de fenômenos como secas prolongadas, e outros, comprometendo sua regeneração na comunidade de plantas da pastagem Leguminosas forrageiras e seu valor para produção animal 23/09/2016 35 Efeito da inclusão do estilosantes Campo Grande no ganho de peso na recria de bezerros nelore em pastagens recuperadas de B. decumbens Produção de leite em pastagens de capim Estrela Africana (Cynodon nlemfuensis) em monocultivo e consorciado com Arachis pintoi. OBRIGADA Obrigada
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