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EXERCÍCIO EM GRUPO PROFESSORA RAQUEL BAÊTA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DA INFÂNCIA GRUPO Ana Beatriz, Ana Flávia de Carvalho, Ana Flávia Raspante, Júlia Magalhães, Layla Advincola e Rafaela Cristine. Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa-la. É difícil que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. (ARIES, P. História Social da Criança e da Família. Tradução: Dora Flaksman. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981, p.50. Considerando as ideias apresentadas no texto acima, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: A infância: sua representação e processo educativo. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: • Transformações do conceito de infância; • Compreensão da especificidade da infância; • Representação das crianças nas obras de arte do século XII. (Questão discursiva 4 da prova do ENADE de 2011.) A infância: sua representação e processo educativo O conceito de infância não era bem entendido no século XII até meados do século XVIII, elas não tinham identidade própria, não eram considerados diferentes dos adultos e sequer sabiam o que era ter uma infância. Até nas obras de artes do século XII as crianças não tinham seus traços reconhecidos. As crianças quando representadas nas obras, muitas vezes tinham traços semelhantes a um mini adulto, sem nenhum traço que contemplasse a sua infância, também na maioria das vezes, podíamos as ver representadas de mãos dadas com a morte, fazendo alusão ao alto índice de mortalidade infantil,“não sem tristeza, mas sem desespero” , já que a morte era sempre esperada. A situação não era muito boa, era bastante precária pela falta de saneamento básico, pela falta de alimentos, elas estavam expostas a várias doenças, e com isso o índice de mortalidade infantil tendia a crescer. Contudo, um sentimento superficial da criança – a que chamei de “paparicação” – era reservado á criancinha em seus primeiros anos de vida, enquanto ela ainda era uma coisinha engraçadinha. As pessoas se divertiam com a criança pequena como um animalzinho, um macaquinho impudico. Se ela morresse então, como muitas vezes acontecia, alguns podiam ficar desolados, mas a regra geral era não fazer muito caso, pois outra criança logo a substituiria. A criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato. (ÁRIES,1981, p.10). Como os pais já estavam acostumados a perder seus filhos, eles não sofriam com tal perda, já que para eles era pouco aconselhável que investissem em tempo e esforço a elas, já que o normal era que logo partiriam, então não havia necessidade desse investimento. Em todos os aspectos as crianças eram tratadas como adultos, desde suas vestimentas até a forma de trabalhar. Quando elas conseguiam atingir os 7 anos de idade, elas eram introduzidas ao mundo dos adultos e assim aprender desde cedo os ofícios que os cercavam. Não possuíam nenhum tipo de preparo, sendo expostos a todo risco e todo tipo de experiência, pois as profissões que eles aprendiam com os adultos, eles exerceriam quando crescessem. Nas escolas, que eram voltadas para a formação de clérigos, não havia espaço para as crianças. Em tudo essas crianças eram tratadas como adultos, desde suas vestimentas até a forma de trabalhar. Importante ressaltar também, que o tratamento era diferente entre os meninos e meninas, embora eram vistos e tratados como adultos em miniatura. Os meninos eram colocados para o trabalho braçal junto de seus pais, já as meninas ficavam com os afazeres domésticos, para poder em breve arrumar um bom casamento. Ao invés de serem aceitas com todas as suas diferenças e necessidades de cuidado, as crianças eram vistas como seres imperfeitos, e assim elas podiam ser moldadas da maneira que eles bem entendessem. O início da descoberta da alma infaltil, se deu por volta do ano 1490, quando os padres não permitiam mais que a criança morresse sem receber o batismo. Por volta do século XVI, religiosos e educadores começam a não concordar com coisas que eram feitas perante os menores, a partir desse momento, à uma pequena percepção de que as crianças podem ser frágeis e puras. Trata-se um sentimento inteiramente novo: os pais se interessavam pelos estudos dos seus filhos e os acompanhavam com solicitude habitual nos séculos XIX e XX, mas outrora desconhecida. (...) A família começou a se organizar em torno da criança e a lhe dar uma tal importância que a criança saiu de seu antigo anonimato, que se tornou impossível perdê – la ou substituí–la sem uma enorme dor, que ela não pôde mais ser reproduzida muitas vezes, e que se tornou necessário limitar seu número para melhor cuidar dela. (ÁRIES,1981, p.12). Já no século XVIII, com a preocupação da pureza da criança e o distanciamento do mundo dos adultos, o número de crianças nas escolas cresce expressivamente. Porém, no começo, os castigos físicos estavam muito presentes no dia-a-dia desses novos estudantes, porém com o passar do tempo, até mesmo as famílias começaram a achar esse método um tanto quando exagerado, o que levou na criação de diferentes métodos de ensino que temos fragmentos até nos dias de hoje. Sendo assim a educação infantil transforma-se em uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender todas as necessidades das crianças de forma integral, onde essas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, etc.) devem ser respeitadas. E assim esse conceito de infância foi melhorando, e tendo mais importância ate chegar nos dias atuais, e só foi mostrando o quanto esse cuidado com elas, é importante e necessário para essa infância. Se por séculos elas eram vistas como um ser sem importância, hoje elas são consideradas em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e histórica.