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Civil IV

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CIVIL IV
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ANOTAÇÕES AULA E ANOTAÇÕES LIVRO 
Mandattum= “dar as mãos” => Contrato
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Contrato pelo qual o mandante transfere poderes ao mandatário para que este, em seu nome, pratique atos ou administre interesses.
Sobre o contrato de mandato:
O representante (mandatário) atua em nome do representado (mandante).
Em geral esse mandato ele envolve a outorga de poderes para a prática de atos jurídicos lícitos via de regra de natureza negocial.
>O mandatário age sempre em nome do mandante, havendo um negócio jurídico de representação.
A representação pode ser legal: Quando resulta diretamente da lei 
Representação voluntaria: Os poderes de representação não vêm diretamente da lei, mas são conferidas pelo próprio interessado.
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
 A doutrina ainda traz um terceiro tipo de representação, que não é trazido textualmente pelo artigo 115, ate porque tem maior relação com o direito processual do que propriamente ao direito civil. A chamada representação judicial.
Representação judicial: Quando os poderes de representação são 
estabelecidos pelo juiz dentro de um processo.
É o que acontece por exemplo com os poderes de representação do inventariante em relação ao espolio se dá no processo de inventario. Então o juiz designa uma determinada pessoa sendo o inventariante outorgando-lhe a partir dali poderes de representação.
O mandato é um contrato cuja essência é estabelecer a representação do mandante pelo mandatário. Essa representação surge da vontade do interessado que é o mandante.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas (direito de família); os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código (contrato de mandato).
Obs: Embora seja da essência do contrato de mandato a representação, ele não é o único contrato que gera esses efeitos, existem outros contratos que acidentalmente ou em caráter secundário também podem estabelecer poderes de representação. Embora isso não seja de sua essência, é o que acontece por exemplo com o contrato de agência ou distribuição.
A outro contrato ainda que tem como essência a representação previsto em lei extravagante que é o contrato de representação comercial autônoma.
ELEMENTOS DO MANDATO
-SUJEITO
-OBJETO
-FORMA
-SUJEITO (elemento subjetivo
 do mandato)
Os sujeitos do mandato são de um lado o mandante e do outro lado o chamado mandatário. 
O mandante pode ser pessoal natural ou jurídica sem nenhum problema em relação a este. Sendo pessoa jurídica a gente precisa estar atento para saber se o representante legal da pessoa jurídica tem poderes para outorgar mandato (ninguém pode outorgar mais poderes do que tem) de modo que o representante legal da pessoa jurídica não tiver poderes para alienar bens imóveis ele não poderá outorgar tais poderes para um procurador da pessoa jurídica.
O mandante tem que ser maior e capaz e se não o for, a validade do mandato fica condicionada ao suprimento da capacidade, seja pela representação, seja pela assistência. Ou seja, o incapaz deve estar representado ou assistido, dependendo do seu tipo de incapacidade (absoluta ou relativa).
>Se o mandante for incapaz, além da capacitação dever estar suprida pela representação ou pela assistência, também a outorga de poderes deve se dar por meio de procuração publica já não poderá ser uma procuração particular (interpretação a contrario sensu do art. 654 caput.)
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
§ 2º O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.
 
O mandatário também pode ser pessoal jurídica ou natural (não necessariamente maior e capaz).
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
Ou seja, o menor relativamente incapaz (já que não é emancipado), vai criar obrigações para o mandante que é maior e capaz. 
O mandante só teria ação contra o mandatário relativamente incapaz se além de conseguir provar dolo ou culpa do incapaz ao representá-lo e o prejuízo que lhe foi causado, ele ainda teria que provar que tal prejuízo resultou de proveito para o incapaz. 
DO OBJETO DO MANDATO
O elemento objetivo do mandato envolve a outorga de poderes de representação, o mandato estabelece uma representação voluntaria do mandante pelo mandatário.
A representação tem por objeto a realização de atos que envolva declaração de vontade juridicamente vinculantes.
Não é objeto de representação via mandato a realização de atos meramente materiais, são aqueles que não envolvem a prática de atos juridicamente vinculantes.
Ex: Procuração para alguém lavar o seu carro (ato meramente materiais). Pode sim ser objeto de contratação, mas de outros contratos que não o mandato. (contrato e trabalho, contrato de prestação de serviço).
Em regra o mandato que estuda-se em direito civil envolve a outorga de poderes para a pratica de negócios jurídicos, não necessariamente de negócio jurídico patrimonial.
Ex: Casamento, tem repercussão material secundaria que diz respeito ao regime de bens adotados, mas é um ato que estabelece decisão de vida em comum.
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
Seja no que diz respeito ao processo de habilitação, tanto quanto alguém que o represente na celebração do casamento.
Os direito e deveres inerentes ao matrimonio são deveres personalíssimos, portanto, não são objeto de outorga de poderes.
Assim, os chamados atos personalíssimos não podem ser objeto de outorga de poderes. Pois, são aqueles que a lei exige que sejam praticados pessoal e diretamente pela parte. Jamais admitindo outorga de poderes. (ex: voto, só pode ser realizado pelo eleitor, testamento, adoção, depoimento testemunhal).
Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.
Art.39
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DA FORMA DO MANDATO
Elemento formal do mandato, é um contrato informal, aquele para cuja validade a lei não exige nenhuma forma especial. O ato pode ser praticado de qualquer maneira pelas partes.
Existem alguns dispositivos do código civil que nos ajudam a fazer essa conclusão.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Há exceções, o professor pontua duas;
1)Pessoas capazes são aptas a dar a procuração por instrumento particular.
2) Sua forma depende do ato que vai praticar.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
NATUREZA DO MANDATO
O mandato tem natureza contratual, trata-se, portanto, de um negócio jurídicobilateral, cujas prestações envolvidas são aferíveis economicamente. Além disso, tem natureza negocial.
Representação voluntaria (depende da vontade do interessado). Natureza contratual do mandato remete a dinâmica da formação dos contratos, ou seja, necessário a vontade do mandante e o aceite do mandatário.
O mandato é um contrato típico, ou seja, a lei o tipifica. Portanto é um contrato típico. Que em princípio é um contrato gratuito, a priori salvo disposição em contrário o mandatário não aufere nenhuma remuneração em virtude do exercício do mandato.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.
A lei prevê uma exceção quando a outorga dos poderes se de dentro de um contexto de exercício de uma profissão lucrativa, nesse caso o contrato deixa de ser presumidamente gratuito e passa a ser presumidamente oneroso.
Art.658 Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.
A partir dai em regra o mandato é unilateral porque cria obrigações somente para o mandatário, mas será bilateral quando for oneroso, pois surge para o mandante a obrigação de pagar o mandatário.
Alguns autores afirmam que em virtude do que diz o art. 675:
Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lhe pedir.
Em virtude dessa obrigação que cabe ao mandante o mandato seria sempre bilateral, porque geraria para o mandante essa obrigação. O professor discorda, pois para ele o artigo acima não fala de uma obrigação do mandante, mas sim de uma obrigação que é viabilizada pelo mandato mas fala de um contrato que foi firmado em nome do mandante.
Além do mais, o mandato é conhecido pela doutrina como um contrato Intuitu Persona, que o mandatário é escolhido de acordo com suas qualidades profissionais e pessoais que o tornam único. O que não significa dizer que o mandatário não possa se fazer substituir por um terceiro na execução do mandato.
O mandato é um contrato revogável, a qualquer tempo o mandante pode revogar os poderes que outorgou. Tudo isso é em decorrência do caráter fiduciário ou personalíssimo que é típico do mandato.
EFEITOS DO MANDATO
Efeitos do mandato dizem respeito a representação o mandante pelo mandatário. Implica que, as declarações de vontade emitidas pelo mandatário representante dentro dos limites dos poderes que tem são eficazes em relação ao mandante que se vem, portanto, obrigados a cumpri-las. Então, as declarações de vontade do mandatário elas são obrigatórias em relação ao mandante, elas são vinculantes em relação ao mandante, criam direitos e deveres para o mandante. Essa portanto, a essência da representação.
O primeiro dispositivo que o professor acha importante observar é o art. 675:
Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Então, uma vez que o representante que é o mandatário emitir declaração de vontade dentro do limite dos poderes que tem os seus atos são juridicamente vinculantes em relação ao mandante.
Se estabelece um vinculo jurídico entre o mandante e o declaratario, que é aquela pessoa com quem o mandatário tratou em nome do mandante. De modo que se o declaratario não cumprir as obrigações do contrato estabelecido o mandante tem ação contra ele (o declaratario) e não contra o mandatario.
Se por acaso for o mandante que não cumprir com a obrigação o declaratario terá ação direta contra o mandante. Entretanto, nenhum dos dois terá ação contra o mandatário, a medida que este não criou medidas para si e sim criou deveres para o mandante.
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do mandante, será este o único responsável; ficará, porém, o mandatário pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja de conta do mandante.
Agora quando se trata dos efeitos do mandato tem uma questão que diz respeito a eventual atuação do mandatário sem poderes ou com excesso de poderes. E o art.662 trata dessa questão.
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato.
Entretanto poderá o fazer se ratificar. Forma da ratificação se dará das duas uma, será expressa ou resultar de ato inequívoco.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
Para se eximir de qualquer responsabilidade de que ele trate em relação ao mandante é importante provar sua qualidade representante e a extensão de seus poderes.
Extremamente importante: O terceiro depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do contrato ai o faz por conta e risco.
Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou se responsabilizou pessoalmente.
Salvo se o mandatário tiver prometido ao declaratario ratificação por parte do mandante. Porque nesse caso a má-fé do mandatário está caracterizada por ter prometido a ratificação que não veio.
Autocontrato, contrato consigo mesmo. Apesar do nome não se trata de um autocontrato, o autocontrato ocorre quando alguém simultaneamente atua como contratante e como representante do outro contratante, seria o caso por exemplo de receber a procuração de alguém para vender um bem e ao invés de vender esse bem para um terceiro eu o vendo para mim mesmo.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
E caso o mandatário realize um contrato muito desvantajoso:
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 180 dias
Ex: Procuração para vender um bem por 10000 reais e vende por 10 reais.
Assim, ele é eficaz, mas é anulável.
RELAÇÂO ENTRE MANDATO E PROCURAÇÂO
Distinguir os dois. A relação de contrato e instrumento.
Assim o ato jurídico é nomeado de um jeito e o instrumento que materializa aquela declaração de vontade receba um nome diferente.
A procuração é o instrumento do mandato. 
A partir daí a algumas peculiaridades. A procuração contém uma única declaração de vontade, a procuração primeiro é um documentonecessariamente escrito é um instrumento. E segundo, é um instrumento que contêm a declaração de vontade do outorgante que seria o pretenso mandante.
O outorgado não assina a procuração (mandatário). O mandato só vai se tornar perfeito a partir de que os poderes outorgados forem aceitos. A aceitação por parte do mandatário que estabelece a bilateralidade do contrato.
A partir dessa observação há a conclusão que pode haver situações em que se tenha um mandato sem que tenha procuração. 
Ex: quando se estiver diante dos mandatos tácitos ou do mandato verbal. Portanto não havendo procuração, pois a procuração é um documento escrito. E se o mandato for outorgado tacitamente ou verbalmente ele não vai ter procuração, não se terá o documento.
Assim, só se terá procuração quando o mandato for escrito.
Pode também existir a situação inversa, pode ser que se depare com uma procuração que foi feita pelo outorgante sem que tenha havido ainda a aceitação de tais poderes. (A lei acrescentou que a aceitação pode ser tácita.)
Pode haver recusa dos poderes e o outorgado nega representar, ou seja, houve procuração mas não houve mandato. Assim sendo, a procuração necessariamente é um documento escrito que contém declaração de vontade de uma única pessoa que é o outorgante, para que ela se torne o mandato é necessário que esses poderes sejam aceitos. 
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
§ 2º O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.
Salvo as disposições do art.657
Necessário que o mandato tenha:
1) a indicação do lugar onde foi passado;
 2) a qualificação do outorgante (mandante) e do outorgado (mandatário); 
3) a data da outorga;
4) o objetivo da outorga;
 5) a designação e a extensão dos poderes outorgados
OBS: Eventual terceiro poderá exigir, para que o negócio lhe gere efeitos, que a procuração tenha firma reconhecida (art. 654, § 2.º, do CC).
RELAÇÃO QUE HÁ ENTRE MANDATO E SUBESTABELECIMENTO. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MANDANTE E DO MANDATARIO
Mandato e subestabelecimento> subestabelecimento é uma subcontratação derivada do contrato.
Uma subcontratação seria que alguns contratos eles se prestam a subcontratações. Eles são propensos a subcontratação.
Ex: seria o contrato de empreitada, o contrato de empreitada admite subempreitada. O dono da obra contrata o empreiteiro para que ele realize a obra e o empreiteiro ele subcontrata ele subempreita um outro empreiteiro para construir parte da obra.
Acontece também no contrato de locação, embora a lei diga que no silencio das partes presume-se que não pode haver sublocação.
Então o que é sublocação?
É um contrato derivado da locação derivado da locação, pelo o qual o locatário ele subloca (subcontrata) a locação para um terceiro o (sublocatário).
O mesmo acontece com o mandato, as vezes o mandante outorga poderes para o mandatário e o mandatário ele subestabelece (transfere) os poderes que foram outorgados para um terceiro e o terceiro emitido uma declaração de vontade essa declaração de vontade passa a ser juridicamente vinculante ao mandante. Então essa é a dinâmica do subcontrato.
Pode haver inúmeros subestabelecimentos, mas a partir do segundo subestabelecimento passa a ser o primeiro substabelecido. São parte do subestabelecimento o substabelecente (que no primeiro é o mandatário) e o substabelecido que é aquela pessoa para quem os poderes foram transferidos.
O objeto do subestabelecimento é o repasse de poderes que houveram anteriormente sido outorgados para um terceiro que doravante o exercera. 
E em relação a forma art.655 do CC é um artigo que merece extrema atenção
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular.
Esse artigo só tem aplicabilidade quando a publica forma da procuração publica for a mera opção das partes, quando a gente estiver diante da forma voluntaria, forma voluntaria é aquela que não é exigida por lei para a validade do ato, mas as partes por mera deliberalidade acharam por bem seguir aquele rigor formal. 
O art.655 só tem aplicabilidade quando a procuração publica tiver sido uma opção das partes e não uma exigência legal.
Quando se estiver diante de uma procuração que por exigência legal ela tenha que ser publica (inquisição, alienação de bem imóveis a valor superior a 30 salários-mínimos) aí necessariamente o subestabelecimento terá que ser feito por meio de estabelecimento público. Não tendo incidência nesse caso o art. 655.
As modalidades de subestabelecimento quanto à extensão, o substabelecimento pode ser assim classificado:
 • Substabelecimento sem reserva de poderes (ou total) – o substabelecente transfere os poderes ao substabelecido de forma definitiva, renunciando ao mandato que lhe foi outorgado. Deve ocorrer a notificação do mandante, pois se assim não proceder, o mandatário não ficará isento de responsabilidade pelas suas obrigações contratuais.
 • Substabelecimento com reserva de poderes – o substabelecente outorga poderes ao substabelecido, sem perdê-los. Tanto o substabelecente quanto o substabelecido podem exercer os poderes conferidos pelo mandante.
•Substabelecimento parcial – O substabelecente substabelece apenas parte dos poderes de modo que existem alguns atos que podem ser praticados pelo mandatário, mas não poderão ser praticados pelo substabelecido.
 Ex: O advogado (mandatário) fica impedindo de aparecer a um determinado ato processual, aí ele subestabelece poderes para que o colega realize somente esse ato processual.
Se na procuração constar vedação expressa para se substabelecer, aí eventual substabelecimento se acontecer será então ineficaz em relação ao mandante. Salvo ratificação.
Existe sim possibilidade que mesmo havendo poderes especiais expressos para subestabelecer o substabelecente responde sim pelos prejuízos que o substabelecente causar ao mandante. Ele respondera quando os prejuízos ocorridos sobre a égide da at5uação do subestabelecido, advierem de culpa na escolha (culpa in eligendo), significa dizer que o substabelecente foi negligente na escolha do substituto (substabelecido). Ou então, quando o dano vier do não repasse de instruções que o mandante deu ao mandatário, o mandatário ao substabelecer apesar de ter poderes para tal ato ele não repassou essas instruções. 
Outra forma de responsabilizar seria caso houvesse omissão em relação a possibilidade de subestabelecer ou não, nem o mandante fala sobre a possibilidade nem tão pouco o instrumento a cita, nesses casos o substabelecimento ocorre por conta e risco do substabelecente de modo que ele respondera por qualquer prejuízo que o substabelecido causar ao mandante por dolo ou culpa.
Já a terceira situação se da quando apesar da procuração ser omissa em relação a possibilidade ou não de substabelecer existem instruções para que não se substabeleça, essas instruções não constam no instrumento de procuração. O substabelecimento é, portanto, eficaz e os atos do subestabelecido são eficazes em relação ao mandante ai nesse caso quando a desobediência as instruções para não subestabelecer a lei diz que o substabelecente que desobedeceu as instruções do mandante será responsabilizado por todos os prejuízos advindos da atuação do substabelecido inclusivo aqueles acometidos de caso fortuito ou coisa maior.
 Com uma única exceção, salvo se o substabelecente provar que os danos adviriam ao mandante ainda que não tivesse havido o subestabelecimento. Sendo o ônus da prova dever do substabelecente.
DIREITOS E DEVERES DO MANDANTE E DO MANDATÁRIO
O primeiro grande dever do mandatário previsto no art.667:
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a indenizarqualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.
§1º Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento.
§2º Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele.
§3º Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do ato.
§4º Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será responsável se o substabelecido proceder culposamente.
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.
Outro dever, mais como uma vedação. Previsto no art. 669
Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa (mandante) com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.
Quando o mandatário paga tal despesa necessário para o exercício do mandato corre em juros a despesa e o mandante terá que o ressarcir.
OBS.: Dever do mandatário deve obedecer às instruções dada pelo mandante. Se o preço de aluguel constasse na procuração e ele contratasse por valor inferior ele seria ineficaz (porque o mandatário atuou com excesso de poderes) e não atingiria o mandante, mas caso só se registrasse nas instruções ela seria eficaz e o mandatário teria que compensar.
DO MANDATO: Extinção do mandato. Mandato judicial.
Dois grandes grupos de causas, causas que extinguem o mandato naturalmente seus efeitos operam-se ex legis, causas legais portanto. E o outro grupo seriam as causas voluntarias, também chamadas de volitivas de extinção do mandato e decorre de um ato de vontade das partes.
1) Término do prazo ou conclusão do negócio (adimplemento): O mandatário cumpriu as obrigações que se comprometeu. Forma ordinária de extinção do mandato.
2) A termo então ocorre a superveniência do termo final. Por exemplo existe um termo no contrato determinando que ele perde efeito em determinado dia, chegando esse dia independentemente de se ter feito ou não a obrigação o mandato se extingue. (prazo de vigência da procuração)
3) Morte ou perda da capacidade de quaisquer das partes, seja do mandante seja do mandatário. Regras em relação a morte.
 Não se extingue pela morte das partes o mandato outorgado por clausula em “causa própria”.
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.
Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.
4) Mudança do estado das partes que inabilite o mandante a conferir poderes ou mandatário a os exercer. (cargo incompatível com a advocacia)
5) Pela vontade das partes (resilição). Todo e qualquer contrato admite resilição bilateral, que é também conhecido como destrato. Mas somente poucos contratos admitem a resilição unilateral. Quando é o mandante que resile o contrato, diz que houve revogação de poderes. Já quando é o mandatário será conhecido como renúncia.
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará perdas e danos.
Algumas exceções > Mandato em causa própria; Dessarte, o mandato em causa própria não é representação, mas um negócio direto entre mandante e mandatário, em que as partes devem fixar o valor do negócio, ficando o mandatário livre de prestar contas, e o contrato tem a característica de irrevogabilidade. Outorga de poderes se da no interesse do mandatário e não do mandante e segundo porque outorga de poderes é em virtude de um negócio jurídico que já foi concluído e cujo exaurimento se dá pela a outorga de poderes.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do mandato será ineficaz.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.
Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam caber contra o procurador.
Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.
O negócio fica mantido, no entanto o mandante tem ação contra o mandatário que não deveria ter realizado o ato.
Oportunidade da renúncia, sua comunicação deve ser tempestiva oportunizando o mandante a constitui um novo procurador e o mandatário cuja a comunicação da denuncia chegar ao mandante intempestivamente não dando a oportunidade que ele constitua um outro procurador, faz com que o mandatário responda por perdas e danos.
MANDATO JUDICIAL
Judicial – conferido em razão de ação judicial, nomeação pelo juiz. Exemplo: inventariante;
Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabelecidas neste Código.
Não é assunto do Código Civil é de direito processual. Só se aplica o CC subsidiariamente.
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
> Por meio de procuração. Ad judicia. Pode ser feito por instrumento público ou particular e não precisa ter a firma reconhecida. Assinado pela parte.
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
§1oNas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá,no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. 
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
Exceto quando a procuração tiver sido outorgada para vários advogados, neste caso a renúncia de um não implica em ausência de representação.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
Forma da renúncia, o advogado deve comunicar o cliente da renúncia do mandato preferencialmente mediante carta com aviso de recepção, comunicando em seguida ao juiz mediante petição nos autos.
COMISSÃO
A palavra comissão significa um contrato típico. 
O contrato de comissão é bilateral, oneroso, consensual e comutativo. Constitui contrato não solene e informal, pois a lei não lhe exige escritura pública ou forma escrita. É contrato personalíssimo, fundado na confiança, na fidúcia que o comitente tem em relação ao comissário
A segunda questão a distinção que existe entre a comissão e o contrato de mandato.
São tão parecidos que se aplica subsidiariamente ao contrato de comissão o regime jurídico do mandato. Isso ocorre porque são contratos análogos, mas que não se confundem.
 A principal distinção que há entre o mandato e o contrato de comissão é que no mandato o mandatário age em nome do mandante por tanto, no mandato ocorre representação. Já no contrato de comissão o comissário seria a figura análoga ao mandatário ele age em seu próprio nome, criando obrigações para si embora no interesse do comitente.
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
Os atores do contrato de comissão (sujeitos). Envolve de um lado a figura do comitente, análogo ao mandate, e do outro lado teria o comissário que seria uma figura análoga ao mandatário. 
Ocorre o contrato de comissão quanto o comitente contrata o comissário para o comissário em seu próprio nome ou adquira ou aliene bens moveis. 
O comitente podendo ser pessoa natural ou jurídica, sendo pessoa natural precisa ser plenamente capaz ou se incapaz a capacidade tem que estar suprida pela representação ou pela assistência. 
Do outro lado na figura do comissário também pode ser pessoa natural ou jurídica sendo pessoa natural teoricamente se ele for incapaz a incapacidade tem que estar suprida, mas na prática não faz muito sentido ter uma pessoa natural incapaz porque o contrato de comissão em via de regra é exercido por agente econômicos capacitadas e que atuam com profissionalismo nesse nicho de mercado. 
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
O objeto do contrato de comissão seria aquisição ou venda de bens moveis os bens imóveis não podem ser objeto de contrato de comissão. Pois esses bens se submetem ao sistema registral., por meio de registro do título em cartório competente.
Já o espectro do contrato de mandato é bem maior, já o de comissão é restrito.
A comissão é um negócio jurídico contratual, típico, necessariamente oneroso. Assim sendo, o contrato de comissão é bilateral, oneroso, consensual e comutativo. Constitui contrato não solene e informal, pois a lei não lhe exige escritura pública ou forma escrita. É contrato personalíssimo, fundado na confiança, na fidúcia que o comitente tem em relação ao comissário.
Deveres: O primeiro grande dever do comissário é o dever geral de diligência (atenção, cuidado e cautela).
Outra diferença do mandato, seria que quando o código se trata do mandato ele fala que a diligência que se tem com o mandato o mandatário tem que se ater em seus próprios negócios para evitar danos ao mandante.
 Já na comissão o comissário tem que agir com diligência não só para não causar danos mas também para proporcionar ao comitente o lucro que razoavelmente se espera do negócio.
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio. 
Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente.
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes. 
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de acordo com os usos.
Ou seja caso não tiver as ordens ele deve pedi-las e mesmo não as tendo ele não tem a liberdade de fazer o que achar melhor, ele deve proceder que nem os usos do lugar. Apesar de todos os deveres a lei o isenta da responsabilidade de responde pela insolvência das pessoas com quem tratar. Exceto em duas situações> se tiver incorrido em culpa (culpa in eligendo), já a outra situação é quando ele confere prazo para o pagamento não cobrando a vista e isso acarreta prejuízo para o comitente.
Estando o comissário autorizado a conceder prazo seja porque a instruções nesse sentido ou por costumes, nesse caso o comissário devera informar imediatamente ao comitente quem foi o beneficiado da deleção de prazo e qual foi a dilação de prazo concedida. Porque se assim ele não informa, e concede dilação de prazo quando não esta autorizado pelo comitente ou pelo costume local ele respondera incontinente pela deleção concedida, devendo antecipar o comitente quanto ao valor daquela venda, pois não estava autorizado e caso estivesse não o informou. 
A obrigação do comissário é de meio, ou seja, de ser diligente na realização dos negócios. Tanto que, em regra, não responde pela insolvência, salvo em caso de culpa. Sua responsabilidade é subjetiva. Exceção é a existência de cláusula del credere, em razão da qual o comissário responde pela solvência daquele com quem contrata
Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte.
 Art. 698. Se do contrato de comissão constar a CLÁUSULA DEL CREDERE, responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido. Aplicam-se subsidiariamente as regras do mandato.
Extinção do contrato de comissão.
A primeira situação quando o comissário é dispensado por culpa o 
(art. 703 do CC) Também para evitar o enriquecimento sem causa, mesmo que o comissário tenha motivado a sua dispensa, terá ele direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Já a segunda situação é quando o contrato de comissão ele não pode ser levado aos seus termos finais em virtude de motivo de força maior. A exemplo da morte do comissário.
Para manter o sinalagma obrigacional, no caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de força maior, não puder ele concluir o negócio, será devida pelo comitente uma remuneração proporcional aos trabalhos realizados (art. 702 do CC).
Já a terceira situação ocorre quando o comissário é dispensado por outros motivos não tendo ele culpa.
Sendo o comissário despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa (art.705 do CC)
DA CORRETAGEM
Bilateral, oneroso, consensual, acessório (depende de um contrato principal celebrado no interesse do comitente), aleatório, informal, paritário ou por adesão, personalíssimo, de atividade.
Negócio jurídico pelo qual uma pessoa (corretor), não ligada a outra em virtude de mandato ou qualquer outra relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda (comitente) um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. Sua função é aproximar duas partes com o propósito destas celebrarem um contrato, não havendo poderes decisórios ou de representação e não fazendo este, parte do contrato nem por nome próprio nem representando seu, ele apenas intermedia, colocando os interessados frente a frente.
A atuação do corretor é comum na venda de imóveis, bem como na Bolsa de Valores, sendo apontado pela doutrina duas categorias de corretores: oficiais (investidura oficial e gozam de fé pública, como os que operam com fundos políticos, seguros e valores) e os livres (exige-se apenas a capacidade civil, como os corretores de imóveis).
O Código Civil de 2002 conceitua o contrato de corretagem ou mediação no 
art. 722, sendo este o negócio jurídico pelo qual uma pessoa (o corretor ou intermediário), não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. A pessoa que busca o serviço do corretor é denominada comitente.
As duas grandes categorias da corretagem, primeiro a corretagem livre esta que pode ser exercida por qualquer pessoa, e alei não exige habilitação específica e é uma corretagem facultativa.
A segunda categoria não há essa liberdade não é todo mundo que a pode exercer é necessário ter habilitação especial para isso e esses nichos e mercados são necessariamente intermediados por um corretor. Um exemplo de corretagem vinculada seria o nicho da corretagem securitária. (de seguros).
Elementos do contrato de corretagem
Sujeitos: de um lado o cliente que contrata o corretor e do outro lado o corretor.
Cliente pode ser pessoa natural ou jurídica, sendo pessoa natural ser plenamente capaz e se for incapaz a incapacidade tem que estar suprida por representação ou por assistência.
Como corretor, no caso da corretagem livre qualquer pessoa pode exercer esse papel à medida que a lei não exige habilitação específica.
 Já nos casos da corretagem vinculada, aqui incluída a corretagem imobiliária, a atuação como corretor exige a habilidade técnica profissional e inscrição junto ao órgão de classe. E pode ser pessoa jurídica ou pessoa natural, sendo pessoa natural é necessário que seja pessoa capaz, na prática.
O elemento objetivo seu objeto de contrato é então a intermediação para a obtenção de um ou mais negócios de acordo com instruções predeterminadas.
Natureza é de um negócio jurídico, se trata também de um contrato assim se baseia em cima da natureza dos contratos, sendo necessariamente oneroso, ou seja, a remuneração é devida e não existe contrato de corretagem gratuito. 
A remuneração a que faz jus o corretor é também denominado comissão, podendo esta ser fixa, variável ou mista, assim como ocorre com a representação comercial.
Caso aja clausula de exclusividade e nesse caso o corretor não arranje nenhum contrato ele ainda assim será pago. No entanto, se for provado sua ineficácia e inercia aí mesmo com clausula não será obrigado o seu pagamento.
art. 725 do CC/2002, “a remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude do arrependimento das partes” 
Ou seja, se ele obtiver o negócio, havendo mais de um corretor o valor será dividido igualmente entre as partes.
Já sobre o direito e deveres das partes
Os deveres do corretor são
 dever de obter o negócio; 
dever de diligência; 
dever de sigilo; 
dever de informar (espontaneamente).
DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada (aderência ao uma área determinada), caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos.
São comuns a ambos os contratos: Contratos bilaterais, onerosos, sinalagmáticos, consensuais, comutativos, personalíssimos, informais, de trato sucessivo, paritários ou de adesão, de atividade.
Contrato de Agência 
Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outrem e mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada. Aqui, o agente promove a celebração do negócio entre o proponente/agenciado e o adquirente. (artistas, cantores, modelos).
Essas pessoas contratam um agente, que irá promover o negócio dessas pessoas. Assim se você quer contratar o ator você liga para seu agente.
É comum que ele no próprio contrato de agência outorgue poderes de representação para que o agente faça a conclusão dos negócios, não se trata de procuração devido ser outorgados no próprio instrumento de agência e a não eventualidade.
O agente pode ser pessoa natural ou jurídica e se for pessoa natural é provável que seja capaz, o agente não tem dependência jurídica já que se tivesse constituiria vínculo empregatício.
E o proponente pode ser pessoa natural ou jurídica. Se natural pode ser pessoa capaz e se incapaz a incapacidade deverá estar suprida.
 Contrato de Distribuição
Produtor> distribuidor> varejista> consumidor
Pelo contrato de distribuição, verificam-se as mesmas características do contrato de agência, com a ressalva de que neste caso o agente tem à sua disposição a coisa a ser negociada. Aqui, é o próprio distribuidor quem vende o produto ao adquirente.
Já nesse contrato não pode haver outorga de poderes de representação porque se houver iria revelar em outro contrato que é o contrato de representação comercial autônoma da Lei n.º 4.886/1965.
O distribuidor pode ser pessoa natural ou jurídica, mas normalmente é jurídica já que é um nicho de mercado extremamente profissionalizado.
A Forma dos contratos de agência e distribuição a lei não exige uma forma, mas normalmente são contratos se há uma certa complexidade de trabalho e por isso muitos são escritos.
A natureza desses contratos se trata de um negócio jurídico, se aplicam então os vícios de consentimento, se trata de um contrato, informal, necessariamente bilateral, oneroso.
O agente ou distribuidor tem direito a uma remuneração (chamada de comissão) correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência. Essa remuneração é devida ainda que o negócio não seja realizado por fato imputável ao proponente ou representado, o que dá ensejo à resolução do contrato e não afasta a reparação por perdas e danos. 
Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
 Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente
Portanto, a remuneração pode ser um percentual em relação do contrato firmado, mas também pode se ter uma remuneração fixa.
 Ambos são, em regra, contratos de exclusividade. Nesse sentido, o art. 711, 1ª parte, do CC afirma que “Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência (...)”. Por outro lado, ressaltando a sua bilateralidade, afirma o CC que “nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes”
O agente, no desempenho do que lhe foi cometido, deve agir com toda a diligência, atendendo-se às instruçõesrecebidas do proponente ou representado, sob pena de descumprimento contratual, a gerar sua resolução com perdas e danos. 
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente.
Deveres das partes
Dever geral de exclusividade, ou seja, não pode haver mais de um agente em uma zona com a mesma incumbência.
Dever análogo de desempenhar o que lhe foi dirigido em diligência. O agente e distribuidor devem arcar com todas as despesas necessárias a realização da operação.
Se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas e reduzir o atendimento a ponto de tornar antieconômica a continuação do contrato, o agente tem direito à indenização. Trata-se de um caso de deslealdade do proponente, com a aplicação do princípio da reparação integral dos danos.
 Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato. 
Mesmo quando dispensado por justa causa, tem o agente direito de ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, podendo este haver as perdas e danos por prejuízos sofridos. Mas se a dispensa é sem justa causa, tem ele direito à remuneração até então devida, inclusive sobre negócios pendentes. 
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos. 
Se o contrato é por tempo indeterminado, qualquer das partes pode resolvê-lo, observado o aviso prévio de 90 dias. Apesar da lei falar em resolução, trata-se de um direito potestativo da parte, sendo caso de resilição. 
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá resolvê-lo (leia-se: resili-lo), mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente. 
No caso de prorrogação do contrato, havendo divergências quanto ao prazo de alongamento ou valor, o juiz decidirá com razoabilidade e equidade.
 Art. 720 Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido. Aplicação subsidiária das regras do mandato e da comissão.
CONTRATOS PREPARATORIOS E FIGURAS HIBRIDAS
Outras figuras contratuais análogas:
- Contrato de representação comercial autônoma
- Concessão mercantil
- Contrato de franquia empresarial
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA
A representação comercial autônoma antes de ser um contrato é uma atividade. E como atividade econômica que é ela é regida por uma lei, essa lei ela cria e regula a profissão do representante comercial autônoma.
É a lei 4.886 de 9 de dezembro de 1965
 Art . 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Define os atos de comercio como os atos de alienação de bens moveis (atos reiterados exercidos com profissionalidade e habitualidade no sentido de negociação de bens m0oveis, conhecidos como atos mercantis, ou atos de comercio).
 E os representantes comerciais fazem a mediação para realização de negócios mercantis, portanto para alienação de bens moveis.
 Então os representantes comerciais fazem essa interface entre o fabricante o produtor ou mesmo o distribuidor e a rede varejista, fazendo, portanto, agenciamento de propostas e pedidos para transmiti-los para o representado.
Diferente do contrato de distribuição, o contrato de representação comercial pode ser que o representante comercial tenha poderes de representação, agindo, portanto, não só a conta mais também em nome do representado.
Por ser uma atividade regulamentada é necessário que o representante comercial tenha registro junto ao conselho regional
Art. 2º É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial autônoma nos Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei.
Art. 6º São criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais dos Representantes Comerciais, aos quais incumbirá a fiscalização do exercício da profissão, na forma desta Lei.
Outra questão importante, é que a lei no art.43 veda expressamente a previsão em contrato de representação autônoma a chamada clausula del credere 
Art. 43. É vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.
CONTRATO DE CONCESSÃO MERCANTIL
Ele é regido pela lei 6.729/79 essa lei também é chamada de Renato Ferrari. A lei Renato Ferrari rege a relação que há entre as empresas montadoras e produtoras de veículos automotores de via terrestre e sua rede distribuidora.
Então, já se sabe que as montadoras de veículos automotores de via terrestre distribuem a sua produção para uma rede varejista formada por uma concessionária e esse nome concessionaria vem exatamente desse contrato de concessão mercantil.
Art. 1º A distribuição de veículos automotores, de via terrestre, efetivar-se-á através de concessão comercial entre produtores e distribuidores disciplinada por esta Lei e, no que não a contrariem, pelas convenções nela previstas e disposições contratuais.
Agora é um contrato que tem esse nicho de atuação específica (ele é muito específico muito pontual). 
No entanto, embora o objeto seja pontual ele tem uma amplitude que considerável. Pois ele envolve não somente a distribuição dos veículos automotores, mas envolve também o direito a licenciamento do uso de marcas, envolve também a realização de assistência técnica independentemente de onde o veículo tenha sido comprado.
Assim o contrato não envolve apenas a distribuição de produtos, ele vai envolver também a assistência técnica e a distribuição de peças de componentes novos.
Art . 3º Constitui objeto de concessão:
I - a comercialização de veículos automotores, implementos e componentes fabricados ou fornecidos pelo produtor;
Il - a prestação de assistência técnica a esses produtos, inclusive quanto ao seu atendimento ou revisão;
III - o uso gratuito de marca do concedente, como identificação.
§ 1º A concessão poderá, em cada caso:
a) ser estabelecida para uma ou mais classes de veículos automotores;
b) vedar a comercialização de veículos automotores novos fabricados ou fornecidos por outro produtor.
§ 2º Quanto aos produtos lançados pelo concedente:
a) se forem da mesma classe daqueles compreendidos na concessão, ficarão nesta incluídos automaticamente;
b) se forem de classe diversa, o concessionário terá preferência em comercializá-los, se atender às condições prescritas pelo concedente para esse fim.
CONTRATO DE FRANQUIA EMPRESARIAL
Regida pela lei 13.966/2019 
Art. 1º  Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento.
É necessariamente o contrato de franquia um contrato oneroso, bilateral, contrato de adesão e não caracteriza relação de consumo.
Por ser um contrato oneroso essa remuneração se da por via de regra pelo pagamento de Royaltis, que é um percentual que normalmente incide sobre o faturamento bruto do franquiado e segundo pelo pagamento a titulo de taxa de publicidade.
O objeto de contrato franquia envolve a utilização de marcas e outros objetos de propriedadeintelectual do franqueador pelo franquiado, distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e do direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração do próprio negócio. 
Via de regra os contratos de franquia envolvem também a utilização de software. A utilização desse software que faz com que o franqueador ele tenha total controle sobre as vendas de faturamento do franquiado, até porque o pagamento da sua remuneração seja a titulo de taxa de franquia, seja a titulo de royalties se da como principio um percentual que incide sobre a taxa de faturamento.
Não há vínculo empregatício entre o franqueado e o franqueado, também não há vínculo empregatício entre os empregados do franqueado e o franqueador, ainda que durante a fase de implantação da franquia é comum que o próprio franquiado e um grupo de empregados frequentem cursos de formação junto ao franqueador.
A lei também admite que a franquia pode ser por empresa publica e empresa estatal mesmo entidade sem fins lucrativos. E uma das grandes características é um requisito desse contrato é que o franqueador necessariamente ele tem que imitir um documento (informar ao franqueado uma série de itens por meio de um documento chamado de circular de oferta de franquia)
Art.  2º Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de forma objetiva e acessível, contendo obrigatoriamente:
 I - Histórico resumido do negócio franqueado;
II - Qualificação completa do franqueador e das empresas a que esteja ligado, identificando-as com os respectivos números de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
III - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora, relativos aos 2 (dois) últimos exercícios;
IV - indicação das ações judiciais relativas à franquia que questionem o sistema ou que possam comprometer a operação da franquia no País, nas quais sejam parte o franqueador, as empresas controladoras, o subfranqueador e os titulares de marcas e demais direitos de propriedade intelectual;
V - descrição detalhada da franquia e descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado;
VI - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente;
VII - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio;
Etc....
Ainda:
§ 1º A Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado, no mínimo, 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou, ainda, do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou a pessoa ligada a este, salvo no caso de licitação ou pré-qualificação promovida por órgão ou entidade pública, caso em que a Circular de Oferta de Franquia será divulgada logo no início do processo de seleção
§ 2º Na hipótese de não cumprimento do disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir anulabilidade ou nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias já pagas ao franqueador, ou a terceiros por estes indicados, a título de filiação ou de royalties, corrigidas monetariamente.
CONTRATO DE TRANSPORTE
Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém (transportador) se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas
O contrato de transporte passou a ser tipificado pelo Código Civil de 2002 entre os seus arts. 730 a 756. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas, por meio terrestre (rodoviário e ferroviário), aquático (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo. 
Cabe a União legislar privativamente sobre as diretrizes da política nacional de transportes e legislar sobre transito e transporte.
E compete aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
Art. 732. Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais.
Ou seja, essa disposição demonstra que o regime jurídico do transporte vai muito além do Código Civil
Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código.
Então, esses dois artigos mostra a complexidade que esse contrato tem no Brasil.
A lei não fala de remuneração, significa dizer que nem sempre há um pagamento de uma tarifa ou de um valor pecuniário pelo passageiro ao transportador. A lei se contenta com uma simples retribuição indireta é o que diz o parágrafo único do art.736
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.
Obs.: é um contrato necessariamente oneroso
É o que acontece quando uma oficina mecânica oferece uma cortesia ao seu cliente transportando da sua oficina para um determinado lugar. 
Há duas modalidades/espécies do contrato de transporte, se divide em transporte de pessoas e transporte de coisas.
ELEMENTOS, NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE.
NATUREZA
A natureza do contrato de transporte é um contrato típico, consensual (aperfeiçoa-se com a manifestação de vontades, independentemente da entrega da coisa ou do embarque do passageiro). 
É um contrato necessariamente oneroso, é necessariamente bilateral, comutativo pois as partes já sabem de imediato quais são as suas prestações (a álea não é fator determinante do contrato de transporte, apesar de existente o risco), é um contrato informal.
Contrato de transporte é um contrato de adesão (comum que não haja contato prévio entre passageiro e transportador) cuja as cláusulas são impostas unilateralmente pelo transportador que é o estipulante ou pela a autoridade administrativa competente, poder público ou agencias reguladores.
Além disso, os contratos de transporte também configuram contratos de consumo. O transportador configura como sendo um fornecedor de serviço e o passageiro ou expedidor, na maioria dos casos se enquadra como sendo consumidor. Então, se aplica para além do código civil o código de consumidor tudo isso dentro de uma perspectiva que se chama diálogo de fontes.
O embarque do passageiro no veículo ele tacitamente é compreendido como sendo uma declaração de vontade, como sendo a anuência tácita ao contrato de adesão.
ELEMENTOS
Os elementos do contrato de transporte vão depender em função da espécie se se trata de transporte de pessoas aí se tem de um lado o transportador (pessoa natural ou jurídica) e do outro o passageiro (pessoa natural) ou viajante.
Quanto ao passageiro ele poderá ser pessoa capaz e quanto a incapacidade tem-se uma regra interessante, prevista no art.83 do ECA.
Esse artigo trata de um instituto de autorização para viajar:
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial. 
Quando se trata de transporte de coisas os elementos são o transportador (dificilmente é pessoa natural, normalmente é jurídica) e o expedidor também chamado de remetente. Já o destinatário se chama consignatário, mas não é parte no contrato de transporte, a não ser quando o expedidor manda a carga para si próprio.
O expedidor pode ser pessoa natural ou jurídica, sendo pessoa natural terá de ser plenamente capaz e se incapaz a incapacidade devera estar suprida pela representação ou assistência. 
Em relação ao objeto no transporte de pessoas será o deslocamento territorial de uma pessoa natural com a respectiva bagagem.
 No transporte de coisas o objeto do contratode transporte será o deslocamento dos bens moveis e o elemento formal do contrato de transporte é um contrato informal, entretanto ao depender da modalidade do transporte é natural que haja a emissão de alguns documentos que não terá natureza de instrumentos e nem tão pouco requisitos de validade, mas facilitam as operações de embarque (como passagem, bilhete no transporte de pessoas)
Art. 744. Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial. (tem natureza de título de legitimação, mas não de instrumento)
CLASSIFICAÇÃO
A duas espécies de contrato de transporte como já visto anteriormente (pessoas e coisas)
-Pessoas (art.734-742)
-Coisas (art.742-756)
Mas a classificação doutrinaria leva em conta dois critérios. Primeiramente, o meio físico onde o transporte se desenvolve (terrestre, aquático, aéreo) e dentro dessas categorias pode se levar em conta também o âmbito em que o transporte ocorre (intermunicipal, interestadual, internacional) e ainda pode-se levar em conta o veículo que é utilizado para o transporte.
O transporte terrestre se divide em transporte ferroviário e rodoviário. O transporte ferroviário por sua vez se desdobra em transporte de pessoas e o transporte de carga.
Outro transporte terrestre é o transporte rodoviário. Ele por sua vez se subdivide em transporte urbano metropolitano (mesma região metropolitana), intermunicipal, interestadual e internacional.
A depender do enquadramento a competência para a autorização ou permissão ou concessão vai várias. Quando se fala de transporte municipal, essa competência é do municio, intermunicipal dentro do mesmo estado da federação é do estado, e quando se fala em interestadual ou internacional a competência é da união mais especificamente da ANTT.
Já o transporte aquaviário existe uma subclassificação que não tem muito impacto na prática, que se divide em transporte marítimo e fluvial e lacustre. E no marítimo ele se subdivide em transporte de cabotagem (interportos) e transporte internacional. A agência reguladora respectiva é a ANTAC.
E o transporte aeroviário a agência reguladora respectiva é a ANAC e o transporte aéreo se subdivide em doméstico (regido pelo código brasileiro de aeronáutica) e internacional (regido pelo tratado de Montreal)
 RESPONSABILIDADE
A obrigação assumida pelo transportador é sempre de resultado, justamente diante dessa cláusula de incolumidade, o que fundamenta a sua responsabilização independentemente de culpa, em caso de prejuízo (responsabilidade objetiva).
O transportador responde pelos danos causados, salvo caso fortuito (fortuito externo) e força maior; O professor também falou de culpa exclusiva do passageiro (único fator causal que levou ao dano) como excludente de responsabilidade do transportador, cabendo o transportador o ônus de provar.
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade
É nula a cláusula de não indenizar (súmula 161 STF); 
STF SÚMULA Nº 161 EM CONTRATO DE TRANSPORTE, É INOPERANTE A CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR
É lícito o transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização, mas a declaração não é obrigatória; 
Art. 734. Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização.
Esse limite é apenas em relação aos danos emergentes, nada se impede de deferir um valor adicional seja a título de lucro cessante, seja a título de dano moral indireto em virtude de afeto a coisa extraviada.
Essa responsabilidade que é objetiva independe de culpa, ou seja, ainda que ele respeite, observe todos os deveres de zelo, atenção e cuidado, ainda sim se danos forem causados ao passageiro ou a respectiva bagagem fica o transportador obrigado a indenizar. 
Entretanto, em caso de culpa concorrente (quando a culpa tanto do transportador quanto do passageiro) subsistira a responsabilidade do transportador, mas o valor da indenização será reduzido. 
Quando esta diante de culpa exclusiva de terceiro o código diz:
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida (não é afastada) por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia.
 Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. (exemplo: pagamento de combustível ou pedágio)
STJ Súmula: 145 No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.
O transportador submete-se ao dever de pontualidade, sob pena de responder por perdas e danos; 
Art. 737. O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior.
O atraso ou cancelamento de voo não configura dano moral presumido (in re ipsa) e, por isso, a indenização somente será devida se comprovado algum fato extraordinário que tenha trazido abalo psicológico ao consumidor.
O transporte aéreo é serviço essencial e pressupõe continuidade. Considera-se prática abusiva tanto o cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança inequívocas como o descumprimento do dever de informar o consumidor, por escrito e justificadamente, quando tais cancelamentos vierem a ocorrer.
DEVERES DO PASSAGEIRO
A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas do transportador; 
Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do serviço. 
Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá equitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano
Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso
o transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos em regulamento ou quando as condições de higiene e saúde justifiquem; 
Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos nos regulamentos (veiculo lotado), ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem.
A lei impõe ao transportador o dever de concluir o transporte, ainda que a viagem tenha sido interrompida por motivo alheio ao transportador.
Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, fica ele obrigado a concluir o transporte em outro veículo da mesma categoria ou modalidade diferente, com a anuência do passageiro, correndo por conta daquele as despesas com estadia e alimentação; 
Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.
A resilição unilateral do contrato pode ser feita antes da viagem, desde que a comunicação seja feita em tempo de a passagem ainda ser renegociada (parte da doutrina entende que a hipótese é de arrependimento) 
Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valorda passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada.
Pode o passageiro desistir do contrato no curso da viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar; 
Art. 740 § 1o Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar.
No caso do não comparecimento do passageiro:
§ 2o Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado.
Obs.: (no caso de não comparecimento no trecho de ida, não deve ser cancelado o trecho de volta)
Na hipótese de resilição (desistência), é cabível a retenção de até 5% a título de multa compensatória; 
Art. 740 § 3o Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito de reter até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a título de multa compensatória.
TRANSPORTE DE COISAS E RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR
A remuneração do transportador é denominada frete
A coisa deve estar caracterizada pela natureza, valor, peso e quantidade, devendo o destinatário estar indicado ao menos com o nome e endereço; 
Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endereço.
Dispõe o art. 744 do CC que ao receber a coisa o transportador emitirá conhecimento com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido ao disposto em lei especial. Trata-se do conhecimento de frete ou de carga, que comprova o recebimento da coisa e a obrigação de transportá-la. Esse documento é um título de crédito atípico, inominado ou impróprio, devendo ser aplicadas a eles as normas previstas no atual Código Civil, a partir do seu art. 887. 
Ainda quanto ao conhecimento de frete, o transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem transportadas, em duas vias – uma das quais, por ele devidamente autenticada, fará parte integrante do conhecimento (art. 744, parágrafo único, do CC). Essa regra, que decorre do dever de informar relacionado com a boa-fé objetiva, pretende evitar que o expedidor pleiteie eventual indenização à qual não tem direito.
O transportador deve tomar todas as cautelas necessárias para conduzir a coisa em bom estado e entregá-la no prazo;
 Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, tomando todas as cautelas necessárias para mantê-la em bom estado e entregá-la no prazo ajustado ou previsto.
Desde o momento em que recebe a coisa até o momento que efetivamente a entrega ao destinatário, responde o transportador pelos danos acarretados a coisa. 
Esse dispositivo traz a cláusula de incolumidade especificamente no transporte de coisas, a fundamentar a responsabilidade objetiva, exaustivamente citada. Repise-se que a cláusula de não indenizar é inoperante também no transporte de mercadorias (Súmula 161 do STF).
A coisa depositada ou guardada nos armazéns do transportador, em virtude de contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas disposições relativas ao contrato de depósito. Essa a norma do art. 751 do CC, que ordena a aplicação das regras contidas entre os arts. 627 a 652 para o transporte, em casos tais.
Entretanto, a responsabilidade do transportador é limitada ao valor constante no conhecimento (também chamado de conhecimento de frete).
Poderá o transportador recusar coisas cuja comercialização não seja permitida ou estiverem desacompanhadas dos documentos necessários; 
Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e outros bens. 
Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacompanhada dos documentos exigidos por lei ou regulamento.
Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obrigado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo também de ajuste a entrega em domicílio (TARTUCE entende que tal dispositivo entra em conflito com a boa-fé objetiva, particularmente com o dever anexo de informação);
 Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obrigado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo também de ajuste a entrega em domicílio, e devem constar do conhecimento de embarque as cláusulas de aviso ou de entrega em domicílio.
Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção, em razão de obstrução de vias, conflitos armados, manifestações populares, suspensão do tráfego diante de queda de barreira, entre outras causas, o transportador solicitará, de imediato, instruções do remetente sobre como agir. Ademais, zelará pela coisa, por cujo perecimento ou deterioração responderá, salvo caso fortuito e força maior (art. 753 do CC)
Se esse impedimento perdurar, sem culpa do transportador e o remetente não se manifestar, poderá o transportador depositar a coisa em juízo, ou posteriormente vendê-la, logicamente obedecidos os preceitos legais e regulamentares ou os costumes (art. 753, § 1.º, do CC).
No entanto, se o impedimento decorrer de responsabilidade do transportador, este poderá depositar a coisa por sua conta e risco. Nesse último caso, a coisa somente poderá ser vendida se for perecível (art. 753, § 2.º, do CC). 
Em ambos os casos, havendo culpa ou não do transportador, tem ele o dever de informar o remetente sobre a realização do depósito ou da eventual venda. Curiosamente e para o bem, o § 3.º do art. 753 volta a trazer o dever anexo de informar, contradizendo o criticado e malfadado art. 752 do CC.
Ao final do percurso, as mercadorias deverão ser entregues ao destinatário, ou a quem apresente o conhecimento de frete endossado. Essa pessoa tem o dever de conferi-las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de decadência dos direitos (art. 754 do CC). O dispositivo traz o dever de vistoria por parte do destinatário, que pode ser o próprio emitente.
O parágrafo único desse art. 754 da codificação determina que, havendo avaria ou perda parcial da coisa transportada não perceptível à primeira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o transportador, desde que denuncie o dano em dez dias, a contar da entrega.
TRANSPORTE CUMULATIVO
É dividido entre vários transportadores, agora o contrato é um só.
O art. 733 do CC/2002 trata do transporte cumulativo, ou seja, aquele em que vários transportadores se obrigam a cumprir o contrato por um determinado percurso.
Em complemento, o art. 756 do Código Civil prevê que no transporte cumulativo todos os transportadores respondem solidariamente. A regra deve ser aplicada tanto para o transporte de pessoas quanto de coisas, o que pode ser retirado da análise do próprio art. 733 do CC
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas.
 § 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso.
 § 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto.
Havendo dano resultante de atraso ou da interrupção da viagem, este será determinado em razão da totalidade do percurso, diante da indivisibilidade da obrigação dos transportadores.
Ou seja, o passageiro ou expedidor poderá pleitear totalidade da indenização de quaisquer dos transportadores.
Ressalva-se o direito de entre os transportadores

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