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etica medieval e moral cristã

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UniEvangélica – Campus Ceres 
Curso de Direito 
 
 
 
Fábio Alves Basto Filho 
Helen Patrícia Rodrigues Moura 
Jusleide Neris Rodrigues 
Klycia Cristina de Souza Melo 
Maria Eugênia Naves Ribeiro 
Silvia Tamara Barros Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ética medieval e a moral cristã 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceres – Goiás 
2020 
I – Ética medieval 
 A ética medieval foi originada na Europa e ocorreu durante a fase da idade 
média, do século VIII ao XIV. Foi nessa mesma época em que o cristianismo 
começou a iniciar o seu movimento e ocupar espaço, conquistando praticantes e se 
consolidando como a crença aceita pelos demais, no entanto ainda era 
predominante o catolicismo. 
 A ética medieval neste período tentou andar lado a lado com a religião, vez 
que ambos se consideravam aliados e necessários para a evolução e domínio da 
sociedade. Buscando ter a moral cristã, contando que os praticantes manteriam 
sempre a ordem e os bons costumes pregados pela igreja e em nome de Deus se 
não seriam castigados, e a razão filosófica pregada pelos filósofos da época. 
 Este período durou da queda do império romano, até a tomada da 
Constantinopla, nesta época o catolicismo tomou o poder e preencheu a lacuna da 
falta de governantes para guiar o povo, onde eles ditavam a verdade absoluta e 
castigavam todos aqueles que não seguiam conforme as regras impostas pelo clero. 
No entanto com o surgimento do cristianismo, e a necessidade de liberdade 
daqueles que discordavam da igreja católica, a crença foi tomando espaço, 
pregando e buscando novos convertidos a adentrar para esta nova modalidade. 
 A ética nessa época era necessariamente trazida pela religião, e por muito 
tempo foi comandada pela filosofia dos padres que era denominada como patrística, 
e tiveram grandes nomes marcantes como por exemplo, Santo Agostinho. Eles 
defendiam que o conhecimento, a verdade, e tudo que lhe poderiam ser providos, 
vinham unicamente de Deus, que toda e qualquer forma de saber deveria vir do 
divino, o que acabou gerando a revolução na forma de pensar aos que discordavam 
e buscavam formas de explicar os fenômenos do universo, trazendo grandes 
pensadores e filosofias presentes ainda nos dias atuais. 
II – Hierarquia na ética medieval 
Este período teve características muito particulares se tratando da sua 
hierarquia em que os povos daquela época viviam. A forma de poder era dividida 
entre hierarquias superiores e inferiores, onde o clero e a igreja se encontravam na 
mais elevada autarquia. Os papas e bispos, por exemplo, tinham total domínio até 
mesmo sobre os reis da época. Nada poderia estar acima dos supostos 
representantes da divindade na terra. 
A igreja se levantou e fortaleceu, abrangendo grandes patrimônios e tomando 
cada vez mais espaço, através da representação de santificação e suposta 
barganhas sobre milagres e perdões. Como representavam a santíssima Trindade 
na terra, usavam disso, para conseguir benefícios e dinheiro dos fiéis, e para 
aqueles que se negavam pagar, havia as ameaças de serem punidos não só com 
castigos divinos como, serem condenados ao inferno. 
E foi através dos ensinamentos divinos e sobre a rédea dos religiosos sobre 
controle absoluto da igreja católica que a filosofia e ética medieval foi se 
desenvolvendo ao longo dos anos. 
III – Filósofos e suas filosofias no período medieval 
Podemos afirmar que, a moral é algo bastante subjetivo, pois depende dos 
costumes de cada sociedade, dependendo da época em que ela esteja. Assim como 
nós, a ética também evolui constantemente. 
Os filósofos, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, são os mais 
conhecidos dentro do estudo da Ética Medieval. Alicerçados por princípios cristãos, 
defendiam que, os princípios morais tinham um caráter imperativo e absoluto, pois 
vinham de Deus. A ideia de que a virtude ética se define em um relacionamento com 
Deus. Virtude que é representada pela fé e caridade. Uma análise de que o livre 
arbítrio é sempre para o mal, o homem é fraco, pecador, vive com a difícil decisão de 
ser bom ou mal, e a ideia de que o único auxílio que ele tem é permanecer na 
presença divina. 
Para Santo Agostinho a verdade ética depende da fé. Esta supera a razão e é 
revelada por Deus. Onde toda a organização do Estado deve estar sob a autoridade 
da igreja. A ética agostiniana é concomitantemente teleológica, porque há um fim a 
ser alcançado que norteia a conduta humana, o qual é justamente Deus, criador de 
todas as coisas. 
Para São Tomás de Aquino o caminho para a felicidade deveria passar por 
uma “grande ética”, onde a ordem na sociedade seria caracterizada pela presença 
de Deus. Norteando nossa visão nos princípios cristãos, impostos de forma 
incondicionada, ao povo pela igreja. Tornando o relacionamento do homem com 
Deus uma filosofia de vida. Durante esse período, afirmavam que, a vida do homem 
era sobrenatural e que independente da classe social, todos eram iguais. 
IV – Metafisica 
A metafisica, é a base da filosofia, pode ser entendida como algo que está 
além da física, ela busca a compreensão da essência das coisas, ou seja, busca 
estudar a existência do ser. 
Um dos primeiros filósofos a tratar sobre a metafísica foi o Aristóteles, tanto 
que foi ele a chamar a metafisica de “filosofia primeira”, pois se entender que ela 
seria a base da reflexão filosófica. O ramo central da metafísica é a cosmologia, que 
é o estudo da totalidade de todos os fenômenos no universo. 
Uma das principais diferenças entre a metafísica e das ciências particulares e 
por causa do objeto a respeito do ser total, e por ser uma investigação a priori. 
A história da metafisica é dividida em três períodos: 
• O primeiro período começa com Platão e Aristóteles, entre os sécs. IV e III 
a.C. e termina em David Hume no séc. XVIII. Foi nessa fase que se entendia a 
metafisica como uma reflexão do ser na concepção geral. 
• O segundo período se iniciou com o Immanuel Kant, no decorrer do séc. 
XVIII, e terminou no séc. XX com Edmund Husserl e seus estudos a fenomenologia, 
e Kant prossegue com os estudos de Hume apontando o primado da razão sobre as 
questões transcendentais que levanta a metafísica. 
• O terceiro período é o período que começou na segunda década do séc. XX 
até os dias atuais, e corresponde aos estudos da Metafisica Contemporânea. 
A metafísica contemporânea também e chamada de “Ontologia”, é a área da 
filosofia que trata da natureza do ser, que é a realidade e a existência das coisas. A 
metafisica e a ética também possuem uma relação, enquanto a metafisica estuda o 
ser enquanto ser, a ética estuda a causa e o efeito. Para Aristóteles a ética é 
fundamental para o estudo da metafisica. 
V - Introdução a moral cristã e a diferença da ética e da ética cristã 
O homem é tido como livre e responsável, a quem compete construir seu 
destino, mas ao longo da vida, o homem nem sempre escuta a voz interior de sua 
consciência moral, destinada naturalmente para a sua virtude, causada por 
tentações imediatas, praticando ações contra o amor a Deus e ao próximo. Nessas 
ações é que existe o vício ou o pecado um desrespeito às leis naturais e eternas, 
que expressam a ordem divina. Para o Cristianismo, o pecado não consiste 
exclusivamente em atitudes sociais, nem se resume na conduta que ofende, 
unicamente, a natureza humana. 
 A desobediência e um pecado, porem contém algo a mais, é a ofensa 
voluntária praticada contra o amor a Deus e às suas criaturas. A vida ética do cristão 
não será definida por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e 
interior com Deus. A filosofia moral distancia-se dos princípios teológicos e da 
fundamentação religiosa da ética, a ideia do dever permanecerá como uma das 
marcas principais da concepção ética ocidental. 
 Ética é o conjunto de valores e padrões morais pelos quais uma 
pessoa entende e compreendeo que é certo e errado ao tomar uma decisão 
especifica em qualquer aérea de sua vida. Havendo um equilíbrio e bom 
funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Sendo assim a 
ética não pode ser confundida com a lei, pois está relacionada com a de justiça 
social. 
 Ética Cristã são os valores fundamentado na obra realizada por Jesus 
Cristo, ou seja, a bíblia sendo o conjunto de valores morais e vivenciados baseados 
na palavra de Deus que é pura e verdadeira, pelo qual o homem deve regular sua 
postura e conduta na sociedade, diante de Deus de seu próximo e de si mesmo. Um 
dos maiores meios para representar a ética Cristã é a Bíblia, é através dela que os 
fiéis podem se guiar para saber agir com a ética determinada pela igreja. 
 A grande diferença é que a ética é fundamentada em normas e 
regras, ou seja, as pessoas tem uma ordem a seguir, uma maneira de viver e agir, 
seja no trabalho na escola e na sociedade em que está inserido, procura viver 
segundo seus padrões do que é certo e errado. 
 Já a ética cristã se torna diferenciada, pois além da pessoa ter o 
conhecimento do que é a ética, procura viver de uma forma de conduta onde a vida 
está firmada na palavra de Deus para um viver puro, seja na sociedade, na família e 
em todo lugar. 
VI – Referências 
AGOSTINHO, A. A Cidade de Deus (contra os pagãos), Parte II. Trad. Oscar Paes Leme. 
Petrópolis: Vozes, 1990. 
__. A vida feliz. Trad. Ir. Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulinas, 1998. 
__. Confissões. Trad. Portuguesa de Arnaldo do Espírito Santo, Domingos Lucas Dias, João 
Beato, e Maria Cristina de Castro-Maia de Souza Pimentel. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa 
da Moeda, 2004. 
__. Diálogo sobre o livre-arbítrio. Trad. Paula Oliveira e Silva. Lisboa: Imprensa Nacional-
Casa da Moeda, 2001. 
__. A Doutrina cristã. Trad. Ir. Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulinas, 1991. 
KANT, I. (1997). Fundamentos da Metafísica dos Costumes. (L. d. Henkel, Trad.) São Paulo: 
Tecnoprint. 
COTRIM, G. (1987). Fundamento da Filosofia (2ª ed.). São Paulo: Saraiva. 
BITTAR, E. C. (2012). Curso de Filosofia do Direito (10ª ed.). São Paulo: Atlas S.A. 
PENZO, G., & GIBELLINI, R. (2002). Deus na Filosofia do Século XX. São Paulo: Edições 
Loyola.

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