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Ciência e Conhecimento Científico - Desde seu surgimento, o homem procura formas e métodos de conhecer o mundo em que está inserido e sua própria identidade como ser. - O objeto de estudo da Metodologia Científica é o conjunto de métodos, ou estratégias de pesquisa e abordagem da realidade, formulados por sistemas organizados de pensamentos. - O desenvolvimento da tecnologia e as mudanças na sociedade exigem que as instituições de ensino formem indivíduos mais qualificados e capazes para enfrentar os problemas do cotidiano. - Ao ingressar na universidade, é necessário saber a importância do aprendizado. É preciso tomar uma nova postura frente às questões a serem levantadas para que seu conhecimento e formação profissional não sejam afetados, pois a sociedade está mais seletiva. - A utilização de métodos e técnicas de estudos possibilita a obtenção de maior rendimento na sua aprendizagem. - A Metodologia Científica tem como objetivo proporcionar aos graduandos condições suficientes para a realização de trabalhos acadêmicos detalhados e geração de conhecimento científico em projetos de pesquisa baseados em argumentos coerentes e definições precisas, de forma teórica e prática. - Metodologia Científica é a disciplina que "estuda os caminhos do saber", entendendo que "método" representa caminho, "logia" significa estudo e "ciência", saber. Ciência - Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam que: º “A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento científico através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a distinguir o essencial do superficial e principal do secundário”. - Para Lakatos & Marconi (1974, p.8): º “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”. - Segundo Lakatos e Marconi (2010), não existe um consenso na apresentação da classificação das ciências; o que é ciência para alguns autores, ainda permanece como ramo de estudo para outros, e vice-versa. Mas, baseando-se em Bunge (1976), as autoras adotam a seguinte classificação: CIÊNCIAS FORMAIS E CIÊNCIAS FACTUAIS. - As CIÊNCIAS FORMAIS se encarregam do estudo das ideias, dividindo-se em lógica e matemática. Por não terem relação com algo encontrado na realidade, não podem se valer dos contatos com essa realidade para convalidar suas fórmulas, utilizando a lógica para demonstrar rigorosamente seus teoremas. Os resultados alcançados pelas ciências formais demonstram ou provam hipóteses. - As CIÊNCIAS FACTUAIS se encarregam do estudo dos fatos, dividindo-se em naturais e sociais. Referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em consequência, recorrem às observações e às experimentações para comprovar ou refutar suas hipóteses. Os resultados alcançados pelas ciências factuais verificam, comprovam ou refutam hipóteses que, em sua maioria, são provisórias. Conhecimento Científico x Senso Comum - O conhecimento vulgar (senso comum), também denominado “empírico”, é o que todas as pessoas adquirem na vida cotidiana, ao acaso, baseado apenas na experiência vivida ou transmitida por alguém. º Em geral, resulta de repetidas experiências casuais de erro e acerto, sem observação metódica ou verificação sistemática e, por isso, carece de caráter científico. º Pode, também, resultar de simples transmissão de geração para geração ou fazer parte das tradições de uma coletividade. - O conhecimento científico é uma aquisição intencional, consciente e sistemática; é um processo que chegou ao máximo de seu desenvolvimento com a aplicação do método científico. º O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem. - É importante sabermos que, do conhecimento do senso comum, podemos desenvolver o conhecimento científico, pois ditos populares podem gerar questões que, às vezes, levam à pesquisa e à investigação científica; ou seja, aquilo que o senso comum não responde, a ciência pode responder. - Se, por um lado, o senso comum congrega conhecimentos e sabedoria popular e os transmite de geração em geração, por outro lado, poderá originar o prolongamento de crenças ou opiniões menos verdadeiras e/ou preconceituosas que se arrastam no tempo, somente ultrapassadas por pesquisas/estudos científicos. - É precisamente neste ponto que é benéfica a interligação entre o Senso Comum e o Conhecimento Científico. Um é a continuação do outro. A Ciência pode comprovar ou desmistificar factos/acontecimentos baseados no senso comum, através dos métodos de pesquisa científica. º Senso Comum: - Transmitido de geração para geração; - Tradição cultural; - Educação não formal; - Baseado na imitação e em experiências pessoais; - Empírico e desprovido de explicações; - Experiência do dia a dia (casuais); - Informações relacionadas diretamente com as ações humanas concretas. º Conhecimento Científico: - Resulta de investigação; - Objeto da ciência é o universo material, físico e o que for perceptível pelos órgãos dos sentidos; - É verificável, na prática, pela demonstração ou pela experiência; - É transmitido por intermédio de treinamento apropriado; - Conhecimento obtido de modo racional; - Explica o porquê; - Acompanha procedimentos científicos. A Natureza do Conhecimento - Todos somos capazes de produzir conhecimento, porém não necessariamente sob sua roupagem científica. - Com relação ao homem, por exemplo, pode-se considerá-lo em seu aspecto externo e aparente e dizer uma série de coisas ditadas pelo bom senso ou ensinadas pela experiência cotidiana. Pode-se estudá-lo com um propósito mais científico e objetivo, investigando experimentalmente, por exemplo, as relações existentes entre certos órgãos e suas funções. Pode-se, também, questioná-lo quanto à sua origem, sua realidade e seu destino e, ainda, investigar o que dele foi dito por Deus por meio dos profetas e de seu enviado, Jesus Cristo. Têm-se, assim, quatro espécies de considerações sobre a mesma realidade. Conhecimento Popular - É utilizado por meio do senso comum, geralmente passado de geração em geração, disseminado pela cultura baseada na imitação e experiência pessoal; é empregado pela experiência pessoal do dia a dia, sem crítica. - O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica uma dualidade de realidade, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido. - É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. - A característica de assistemático baseia-se na “organização” particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. - É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia a dia. - Finalmente, é falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas. Conhecimento Filosófico - Não é passível de observação sensorial, utiliza o método racional no qual prevalece o método dedutivo, antecedendo a experiência; não exige comparação experimental, mas coerência lógica, a fim de procurar conclusões sobre o universo e as indagações do espírito humano. - O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses que não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-sena experiência; portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”. - Não é verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados. - É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. - Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. - É infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação). - A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto universal. Não produz soluções definitivas para grande número de questões, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida concretamente. Conhecimento Religioso (Teológico) - É incontestável em suas verdades por se tratar de revelações divinas; não é colocado à prova e nem pode ser verificado. - O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas). - É um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino. - Suas evidências não são verificadas, está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Conhecimento Científico - Por meio da ciência, busca um conhecimento sistematizado dos fenômenos, obtido segundo determinado método, que aponta a verdade dos fatos experimentados e sua aplicação prática. - Finalmente, o conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo. - Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico. - É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. - Possui a característica da verificabilidade a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. - Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por esse motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente. Meios de Aquisição de Conhecimentos º A INTUIÇÃO: - É uma função especial da mente humana, que age pelo pensamento, independente da pessoa ter formação científica ou técnica. - É um modo em que é considerado o fenômeno psíquico natural que todos os seres humanos possuem: alguns em maior ou menor grau de obter conhecimentos sem a utilização da experiência ou da razão. º O EMPIRISMO: - Significa “experiência” - É uma doutrina que afirma que a única fonte de conhecimento é a experiência, ou seja, todo conhecimento somente é obtido por experimentação. Experimentar = Montar, Construir, Testar, Medir º A RAZÃO – RACIONALIZAÇÃO: - Doutrina que afirma que a razão humana - o pensamento racionalista - é a única fonte do conhecimento. - Ao contrário dos empiristas, os racionalistas afirmam que os nossos sentidos nos enganam e nunca podem conduzir a um conhecimento verdadeiro. - Para os racionalistas, um conhecimento é verdadeiro somente quando é logicamente necessário e universalmente aceito.
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