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Processo Penal

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I. Parte introdutória
1. Sistemas processuais penais
a) Sistema inquisitorial
· Tem como característica principal o fato de as funções de acusar, defender e julgar encontrarem-se concentradas em uma única pessoa, que assume assim as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor.
· Não há contraditório
· O juiz inquisidor é dotado de amplos poderes probatórios
· O acusado é mero objeto do processo não é considerado sujeito
b) Sistema acusatório
· O sistema acusatório caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em igualdade de condições, e a ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e imparcial. Aqui, há uma separação das funções de acusar, defender e julgar.
· O processo acusatório tem como suas características a oralidade e a publicidade
· Quanto à iniciativa probatória, o juiz não era dotado do poder de determinar de oficio a produção de provas
· A gestão da prova recai precipuamente sobre as partes, na fase investigatória, o juiz só deve intervir quando provocado, e desde que haja necessidade de intervenção judicial.
c) Sistema Misto
· É chamado de sistema misto porquanto o processo se desdobra em duas fases distintas: a primeira fase é tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório. Nesta, objetiva-se apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso. Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.
2. Princípios do processo penal
2.1 Presunção de inocência ou não culpabilidade
· Em síntese, pode ser definido como o direito de não ser declarado culpado senão após o término do devido processo legal, durante o qual o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para a sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório).
· Por força da regra probatória, a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável, e não este de provar sua inocência.
· O in dubio pro réu só incide até o trânsito em julgado na sentença, não cabe na revisão criminal.
· O princípio da presunção de inocência não proíbe, todavia, a prisão cautelar ditada por razões excepcionais e tendente a garantir a efetividade do processo.
2.2 Princípio do contraditório
· O contraditório seria, assim, a necessária informação às partes e a possível reação a atos desfavoráveis.
· Também deriva do contraditório o direito à participação, aí compreendido como a possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou contrariedade à pretensão da parte contrária.
· A observância do contraditório só é obrigatória, no processo penal, na fase processual, e não na fase investigatória.
· O contraditório para a prova (ou contraditório real) demanda que as partes atuem na própria formação do elemento de prova, sendo indispensável que sua produção se dê na presença do órgão julgador e das partes.
· O contraditório sobre a prova, também conhecido como contraditório diferido, traduz-se no reconhecimento da atuação do contraditório após a formação da prova.
2.3 Princípio da ampla defesa
a) Defesa técnica
· Defesa técnica é aquela exercida por profissional da advocacia, dotado de capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado, ou defensor público, ela é necessária, indeclinável, plena e efetiva, não sendo possível que alguém seja processado sem que possua defensor
· A defesa técnica é indisponível e irrenunciável
· O juiz deverá providenciar um defensor para o réu, ele não pode ser processo sem defesa técnica, ainda que revel, ele não pode escolher ficar sem advogado.
· Caso o processo tenha curso sem nomeação de defesor ele estará eivado de nulidade absoluta.
· É nulo o julgamento da apelação, se após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado a constituir outro.
· Advogado suspenso por ato disciplinar da OAB não pode exercer a defesa técnica.
· A presença do advogado é imprescindível no processo criminal até no âmbito do JECRIM.
· Não é licito ao juiz nomear defensor dativo sem a concordância do réu, este tem o direito de escolher seu advogado ou concordar com o defensor escolhido pelo juiz, só não pode ficar sem advogado.
· Caso não haja defensor na comarca o juiz vai nomear um advogado dativo.
· A defesa do advogado ou defensor do réu deve ser plena e efetiva, a sua falta de eficácia anulará o ato se houver prejuízo para o réu.
· O advogado pode trabalhar para mais de um réu se as suas teses não forem colidentes.
b) Autodefesa
· Autodefesa é aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo.
· O acusado, em regra, deve ser citado pessoalmente.
· O réu deve ser constantemente intimado, mesmo se for revel.
· O direito de audiência pode ser entendido como o direito que o acusado tem de apresentar sua defesa ao juiz pessoalmente, se materializa no interrogatório.
· Pelo direito de presença o réu tem o direito de participar dos atos de instrução, auxiliando o seu advogado na defesa.
· Ao réu é apenas facultado comparecer aos atos processuais, não se pode leva-lo coercitivamente.
· O réu em determinados momentos possui capacidade postulatória autônoma, ele pode interpor recursos, impetrar HC, ajuizar revisão criminal, etc.
c) Princípio da busca pela verdade real
· No processo Penal, a verdade real busca a apuração de fatos, que mais se correlacionam com algum ocorrido. Para a aplicação desse princípio, é necessário que se utilize todos os mecanismos de provas para a compilação idêntica dos fatos.
d) Princípio do nemo tenetur se detegere/não produzir provas contra si
· É a proibição de uso de qualquer medida de coerção ou intimidação ao investigado (ou acusado) em processo de caráter sancionatório para obtenção de uma confissão ou para que colabore em atos, que possam ocasionar sua condenação.
· Esse princípio protege não só quem está preso, como também aquele que está solto, assim como qualquer pessoa a quem seja imputada a prática de um ilícito criminal.
· O sujeito não pode ser constrangido a confessar o crime.
· Com o objetivo de se evitar uma autoincriminação involuntária por força do desconhecimento da lei, deve, sim, haver prévia e formal advertência quanto ao direito ao silêncio, sob pena de se macular de ilicitude a prova então obtida.
· O direito ao silêncio ou direito de ficar calado: corresponde ao direito de não responder às perguntas formuladas pela autoridade, funcionando como espécie de manifestação passiva da defesa
· Em regra o acusado pode mentir a fim de não produzir prova contra si, todavia, a mentirada não é tolerada quando o acusado imputa falsamente o crime a outra pessoa ou quando mente sobre a sua identidade pessoal.
· O acusado não pode ser obrigado a participar de um ato, ou seja, fazer determinada coisa no curso do processo para que se autoincrimine.
· Configura constrangimento ilegal a decretação de prisão preventiva de indiciados diante da recusa destes em participarem de reconstituição do crime.
· O acusado tem direito de não produzir prova invasiva, prova invasiva são intervenções corporais que penetram no organismo humano a fim de se extrair alguma parte dele, todavia, é liberado a prova não invasiva que é aquela prova consistente numa inspecão ou verificação corporal são provas em que não se extrai nada do corpo da pessoa.
· Havendo o consentimento do sujeito passivo da medida, após prévia advertência do direito de não produzir prova contra si mesmo, a intervenção corporal poderá ser realizada normalmente, seja a prova invasíva ou não invasiva
· Com o objetivo de se evitar uma autoincriminação involuntária por força do desconhecimento da lei, deve, sim, haver prévia e formal advertência quanto ao direito ao silêncio, sob pena de se macular de ilicitude a prova então obtida
· Se recusar a bafômetro não é crime de desobediência nem pode ser utilizado contra ele no âmbito criminal· O exercício do direito ao silêncio também não pode ser utilizado como fundamento para majoração da pena do condenado
· O exercício desse direito não pode ser utilizado como argumento a favor da acusação, não pode ser valorado na fundamentação de decisões judiciais, nem tampouco ser utilizado como elemento para a formação da convicção do órgão julgador
e) Princípio da proporcionalidade
· Por força da adequação, a medida restritiva será considerada adequada quando for apta a atingir o fim proposto.
· Por força da necessidade, entende-se que, dentre várias medidas restritivas de direitos fundamentais idôneas a atingir o fim proposto, deve o Poder Público escolher a menos gravosa, ou seja, aquela que menos interfira no direito de liberdade e que ainda seja capaz de proteger o interesse público para o qual foi instituída.
· Por força do princípio da proporcionalidade em sentido estrito, entre os valores em conflito que demanda a adoção da medida restritiva e o que protege o direito individual a ser violado -deve preponderar o de maior relevância
3. Lei processual penal no espaço
· O código de Processo Penal adota o princípio da territorialidade. Assim, mesmo que um ato processual tenha que ser praticado no exterior, a lei processual penal a ser aplicada é a do país onde tais atos venham a ser realizada
· O CPP dispõe que o processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, pelo Código de Processo Penal, ressalvados: (i) os tratados, as convenções e regras de direito internacional; (ii) as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; (iii) os processos da competência da Justiça Militar; (iv) os processos da competência do tribunal especial; (v) os processos por crimes de imprensa, esses dois últimos quando lei especial não regular de movo diverso
· Também são regulados em lei própria, o processo e julgamento dos crimes de abuso de autoridade, os crimes de competência originária dos tribunais, as infrações de menor potencial ofensivo, os crimes falimentares, o estatuto do idoso, a lei de drogas, a lei maria da penha
4. Lei processual penal no espaço
· O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, pelo CPP, ressalvados: a) os tratados, as convenções e regras de direito internacional; b) as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; c) os processos da competência da Justiça Militar; d) os processos da competência do tribunal especial; e) os processos por crimes de imprensa
· Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos processos de competência do tribunal especial e dos crimes de imprensa, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
· A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior
· Do princípio tempus regit actum derivam dois efeitos: (i) os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos; (ii) as normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar restante do processo.
· Normas genuinamente processuais: são aquelas que cuidam de procedimentos, atos processuais, técnicas do processo.
· Normas processuais matérias ou mistas: são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Assim, se um dispositivo legal, embora inserido em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão aplicáveis os princípios que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna.
· Normas processuais heterotópicas: Há determinadas regras que, não obstante previstas em diplomas processuais penais, possuem conteúdo material, devendo, pois, retroagir para beneficiar o acusado. Outras, no entanto, inseridas em leis materiais são dotadas de conteúdo processual, a elas sendo aplicável o critério da aplicação imediata (tempus regit actum). É aí que surge o fenômeno denominado de heterotopia, ou seja, situação em que, apesar de o conteúdo da norma conferir-lhe uma determinada natureza, encontra-se ela prevista em diploma de natureza distinta.
5. Interpretação de lei processual penal
· No processo penal, ao contrário do direito penal, é possível a interpretação extensiva e a aplicação analógica, como também o suplemento dos princípios gerais de direito.
· Não se admite analogia, em prejuízo do acusado, em norma processual mista que verse sobre pretensão punitiva.
II. Inquérito Policial
1. Natureza Jurídica
· Trata-se de procedimento de natureza administrativa.
· Como o inquérito policial é mera peça informativa, eventuais vícios dele constantes não têm o condão de contaminar o processo penal a que der origem.
· Caso uma determinada prova tenha sido produzida com violação a normas de direito material, há de ser reconhecida sua ilicitude com o seu consequente desentranhamento dos autos.
2. Valor probatório do IP
· A finalidade do inquérito policial é a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade do delito. Tendo em conta que esses elementos de informação não são colhidos sob a égide do contraditório e da ampla defesa, deduz-se que o inquérito policial tem valor probatório relativo.
· Os elementos produzidos na fase investigatória não podem servir de fundamento para um decreto condenatório. No entanto, tais elementos podem ser usados de maneira subsidiária, complementando a prova produzida em juízo sob o crivo do contraditório.
· Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
· O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
3. Atribuições do inquérito
· As atividades investigatórias devem ser exercidas precipuamente por autoridades policiais, sendo vedada a participação de agentes estranhos à autoridade policia.
· A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
· A competência da policia não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
· Em se tratando de crime militar, a atribuição para as investigações recai sobre a autoridade de polícia judiciária militar, a quem compete determinar a instauração de inquérito policial militar (IPM), seja no âmbito das Polícias Militares ou dos Corpos de Bombeiros. 
· No caso de infrações penais de competência da Justiça Federal, a atribuição para a realização das investigações incide sobre a Policia Federal.
· Na hipótese de crimes da competência da Justiça Eleitoral, a qual é tida como uma Justiça da União, a atribuição para a realização das investigações é, precipuamente, da Polícia Federal, no entanto, verificando-se a prática de crime eleitoral em município onde não haja órgão da Polícia Federal, nada impede que sua investigação seja levada a efeito pela Polícia Civil.
· Cuidando-se de crime da competência da Justiça Estadual, as investigações devem ser presididas, em regra, pela Polícia Civil, no entanto, por força da própria Constituição Federal, também é possível a atuação da Polícia Federal
· Á Polícia Federal também incumbe a apuração de infrações penais cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei.
4. Características do inquérito policial
a) escrito
· Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Diante do teor desse dispositivo
b) dispensável
· Se a finalidade do inquérito policial é a colheita de elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria, é forçosoconcluir que, desde que o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido) disponha desse substrato mínimo necessário para o oferecimento da peça acusatória, o inquérito policial será perfeitamente dispensável.
· O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 (quinze) dias.
c) Sigiloso
· Portanto, por natureza, o inquérito policial está sob a égide do segredo externo.
· A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigi-lo pelo interesse da sociedade.
· Advogado tem direito de examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, ainda que conclusos a autoridade.
· Havendo informações sigilosas nos autos do inquérito policial, todavia, não é qualquer advogado que pode ter acesso aos autos, mas somente aquele que detém procuração.
· O advogado deve ter acesso aos autos do procedimento investigatório, caso a diligência realizada pela autoridade policial já tenha sido documentada. Porém, em se tratando de diligências que ainda não foram realizadas ou que estão em andamento, não há falar em prévia comunicação ao advogado, nem tampouco ao investigado, na medida em que o sigilo é inerente à própria eficácia da medida investigatória.
· Sendo o acesso negado ao advogado, ele pode requerer ao juízo competente sendo possível ajuizar reclamação no STF, impetrar MS ou HC
· Tratando de investigação referente a organizações criminosas, uma vez decretado o sigilo da investigação pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, o acesso do defensor aos elementos informativos deverá ser precedido de autorização judicial.
d) inquisitorial
· Não são aplicados a este o princípio do contraditório e da ampla defesa, haja vista não haver acusação, portanto, não há o que se falar em defesa. O único inquérito que admite o contraditório é o que a Polícia Federal vem a instaurar, a requisição do Ministro da Justiça, o qual tem a finalidade à expulsão de estrangeiro.
e) Discricionário
· Ao contrário da fase judicial, em que há um rigor procedimental a ser observado, a fase preliminar de investigações é conduzida de maneira discricionária pela autoridade policial, que deve determinar o rumo das diligências de acordo com as peculiaridades do caso concreto
· O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade, salvo o caso do exame de corpo de delito
· A autoridade policial não pode negar o requerimento de diligências que guardem importância e correlação com o esclarecimento dos fatos. Admite-se, a contrario sensu, o indeferimento de medidas inúteis, protelatórias ou desnecessárias, o que, por cautela, deve ser feito motivadamente.
f) oficial
· Incumbe ao Delegado de Polícia (civil ou federal) a presidência do inquérito policial. Vê-se, pois, que o inquérito policial fica a cargo de órgão oficial do Estado
g) oficioso
· Ao tomar conhecimento de notícia de crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a agir de oficio, independentemente de provocação da vítima e/ou qualquer outra pessoa. Deve, pois, instaurar o inquérito policial de oficio, procedendo, então, às diligências investigatórias no sentido de obter elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria. 
· Para a instauração do inquérito policial, basta a notícia de fato formalmente típico, devendo a autoridade policial abster-se de fazer qualquer análise quanto à presença de causas excludentes da ilicitude ou da culpabilidade. 
· No caso de crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal de iniciativa privada, a instauração do inquérito policial está condicionada à manifestação da vítima ou de seu representante legal
h) Indisponível
· A autoridade policial não pode mandar arquivar autos de inquérito policial.
i) Temporário
5. Formas de instauração do inquérito policial
5.1 Crimes de ação pública incondicionada
· De oficio por força do princípio da obrigatoriedade, que também se estende à fase investigatória, caso a autoridade policial tome conhecimento do fato delituoso a partir de suas atividades rotineiras.
· A requisição de autoridade judiciária ou MP, será iniciado mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público.
· Requerimento do ofendido ou de seu representante legal, também é possível a instauração de inquérito policial a partir de requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. 
· Notícia oferecida por qualquer do povo: Qual quer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente Ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
a) Mais informações
· O IP iniciado mediante requisição tentará conter: (i) a narração do fato, com todas as circunstâncias; (ii) individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; (iii) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
· Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
· O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
· Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
5.2 Crimes da ação pública condicionada de ação de iniciativa privada
· Nos crimes de ação penal pública condicionada, a deflagração da persecutio criminis está subordinada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça
· Em se tratando de crime de ação penal de iniciativa privada, o Estado fica condicionado ao requerimento do ofendido ou de seu representante legal.
6. Notitia criminis
· notitia criminis de cognição imediata (ou espontânea): ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras
· notitia criminis de cognição mediata (ou provocada): ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal através de um expediente escrito.
· notitia criminis de cognição coercitiva: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação do indivíduo preso em flagrante
6.1 Delatio Criminis
· Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
· A delatio criminis é uma espécie de notitia criminis consubstanciada na comunicação de uma infração penal feita por qualquer pessoa do povo à autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante legal.
· Dependendo do caso concreto, pode funcionar como uma notitia criminis de cognição imediata, quando a comunicação à autoridade policial é feita durante suas atividades rotineiras, ou como notitia criminis de cognição mediata, na hipótese em que a comunicação à autoridade policial feita por terceiro se dá através de expediente escrito
6.2 Notitia Criminis inqualificada
· Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de instaurar o inquérito policial, verificar a procedência e veracidade das informações por ela veiculadas.
· Afigura-se impossível a instauração de procedimento criminal baseado única e exclusivamente em denúncia anônima, haja vista a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal
7. Diligências investigatórias
· Algumas sãode caráter obrigatório, como, por exemplo, a realização de exame pericial quando a infração deixar vestígios; outras, no entanto, têm sua realização condicionada à discricionariedade da autoridade policial.
a) Preservação do local do crime
· Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais
b) Apreensão de objetos
· Outra diligência que deve ser adotada pela autoridade policial é a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
· Não poderão ser restituídas: (i) as coisas apreendidas, enquanto interessarem ao processo; (ii) os instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito produto do crime; (iii) qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso; (iv) objetos em relação aos quais haja dúvida quanto ao direito do reclamante
· Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito
· A busca pessoal independe de prévia autorização judicial quando realizada sobre o indivíduo que está sendo preso, quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam o corpo de delito, assim como na hipótese de cumprimento de mandado de busca domiciliar
c) Colheita de outras provas
· Confirmando a discricionariedade dispensada ao trabalho investigatório da autoridade policial no curso do inquérito policial, prevê o CPP que a autoridade policial deve colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) oitiva do ofendido 
· Deve a autoridade policial proceder à oitiva do ofendido, se possível Conquanto o depoimento do ofendido deva ser colhido com certa reserva.
· Intimado para esse fim, o ofendido deixar de comparecer, é possível que a autoridade policial determine sua condução coercitiva.
e) oitiva do indiciado
· A autoridade policial deverá ouvir o indiciado, todavia, o indiciado deve ser formalmente advertido pela autoridade policial que tem direito ao silêncio, e que do exercício desse direito não poderá decorrer qualquer prejuízo a sua pessoa;
· O termo deve ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura. 
f) Reconhecimento de coisas e pessoas e acareações
· Incumbe à autoridade policial proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações, o reconhecimento de coisas é ato ligado à identificação dos instrumentos empregados na prática delituosa.
· A acareação será admitida entre investigados, entre investigado e testemunha, entre testemunhas, entre investigado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes
g) Exame de corpo de delito e outras perícias
· Dentre as várias diligências a serem determinadas pela autoridade policial, prevê o Código a determinação de exame de corpo de delito e quaisquer outras perícias.
· Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direito ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado
h) identificação do acusado
· Autoridade policial deve ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes.
i) Averiguação da vida pregressa do investigado 
· Incumbe também à autoridade policial averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
· Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa
j) Reconstituição de fato delituoso
· A fim de verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
· Não se faz necessária a intimação do investigado ou de seu advogado para participar da reconstituição do fato delituoso feita em sede de investigação policia
k) Outras informações
· Incumbirá ainda à autoridade policial: (i) fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; (ii) realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; (iii) cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; (iv) representar acerca da prisão preventiva.
· No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunstancias.
8. Identificação criminal
· A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
· De modo algum se confundem identificação criminal e qualificação do investigado.
a) Hipóteses autorizadoras de identificação criminal
· O documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
· O documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado: é o que acontece, por exemplo, com documentos públicos que não são dotados de fotografia, como a certidão de nascimento;
· O indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
· A identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente
· Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações
9. Incomunicabilidade do indiciado preso
· A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
· A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o direito do advogado de se comunicar, pessoal e reservadamente, com o seu cliente, ainda quando este se achar preso ou detido em estabelecimento civil ou militar.
10. Indiciamento
· Indiciar é atribuir a autoria (ou participação) de uma infração penal a uma pessoa. É apontar uma pessoa como provável autora ou partícipe de um delito
· Produz efeitos extraprocessuais, pois aponta à sociedade a pessoa considerada pela autoridade policial como a provável autora do delito, ao mesmo passo que produz efeitos endoprocessuais, representados pela probabilidade de ser o indiciado o autor do delito, considerado antecedente lógico, mas não necessário, do oferecimento da peça acusatória.
· A condição de indiciado poderá ser atribuída já no auto de prisão em flagrante ou até o relatório final do delegado de polícia. Logo, uma vez recebida a peça acusatória, não será mais possível o indiciamento, já que se trata de ato próprio da fase investigatória
· O indiciamento pode ser feito de maneira direta ou indireta: o indiciamento direto ocorre quando o indiciado está presente; o indiciamento indireto ocorre quando o indiciado está ausente. A regra é que o indiciamento seja feito na presença do investigado
· O indiciamento só pode ocorrer a partir do momento em que reunidos elementos suficientes que apontem para a autoria da infração penal, quando, então, o delegado de polícia deve cientificaro investigado, atribuindo-lhe, fundamentadamente, a condição jurídica de "indiciado"
· O indiciamento deve ser objeto de um ato formal.
· Ausente qualquer elemento de informação quanto ao envolvimento do agente na prática delituosa, a jurisprudência tem admitido a possibilidade de impetração de habeas corpus a fim de sanar o constrangimento ilegal daí decorrente, buscando-se o desindiciamento.
· O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
· Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
11. Conclusão do inquérito policial
· Se o acusado for preso em flagrante o IP deve terminar no prazo de 10 dias. Se ele estiver preso preventivamente esse prazo é contado a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
· Se o acusado estiver solto, com ou sem fiança, o prazo de 30 dias.
· Caso o indiciado esteja solto, é possível a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito policial.
· O prazo para a conclusão de inquérito policial é de prazo de natureza processual
· No IP federal o prazo para o preso é 15 dias (podendo se prorrogado por mais 15) e 30 dias para o solto
· O inquérito policial militar é 20 dias para o preso e 40 dias para o solto (podendo ser prorrogando por mais 20 dias)
· O IP da lei de drogas, para o preso, é 30 dias (podendo ser prorrogado por mais 30) e para o solto é 90 dias (podendo ser prorrogado por mais 90)
· O IP dos crimes contra a economia popular é 10 dias para preso e solto
· Prisão temporária decretada em IP relativo a crimes hediondos é 30 dias para preso (podendo prorrogar por mais 30) e para solto não há período
11.1 Relatório do IP
· O inquérito policial deverá ser concluído com a elaboração, por parte da autoridade policial, de minucioso relatório do que tiver sido apurado, com posterior remessa dos autos do inquérito policial ao juiz competente.
· No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
· Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
· Delegado não pode fazer juizo de valor no relatório
11.2 Destinatário dos autos do IP
· Uma vez concluída a investigação policial, os autos do inquérito policial devem ser encaminhados primeiramente ao Poder Judiciário, e somente depois ao Ministério Público.
11.3 Providências a serem adotadas após s remessa dos autos do inquérito policial
· Uma vez recebidos os autos do inquérito policial, são duas as possibilidades: (i) em se tratando de crime de ação penal de iniciativa privada, deve o juiz determinar a permanência dos autos em cartório, aguardando-se a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal; (ii) cuidando-se de crime de ação penal pública, os autos do inquérito policial são remetidos ao Ministério Público
· Com os autos em mãos, ao órgão do Ministério Público se abrem 5 (cinco) possibilidades:
· Oferecimento de denúncia;
· Arquivamento dos autos do MP; 
· Requisição de diligências, só pode querer a devolução dos autos a policia se for para pedir novas diligências. Essas diligências devem ser requisitadas diretamente a policia, ressalvadas as hipoteses de necessidade de intervenção judicial, se o juiz indeferir o pedido de devolução dos autos a policias caberá correição parcial.
· Declinação de competência, caso o Promotor de Justiça entenda que o juízo perante o qual atua não é dotado de competência para o julgamento do feito, deve requerer ao juiz que remeta os autos ao juiz natural.
· Conflito de competência: O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
12. Arquivamento do inquérito policial
· Incumbe exclusivamente ao Ministério Público avaliar se os elementos de informação de que dispõe são (ou não) suficientes para o oferecimento da denúncia, razão pela qual nenhum inquérito pode ser arquivado sem o expresso requerimento ministerial.
· Não se afigura possível o arquivamento de oficio do inquérito policial pela autoridade judiciária, nem tampouco o arquivamento dos autos pelo Ministério Público, sem a apreciação de seu requerimento pelo magistrado.
· O arquivamento poderá ser feito não só quanto ao inquérito policial, como também em relação a outras peças de informação à que tenha acesso o órgão do Ministério Público.
· A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
· O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
· Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
· Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.
12.1 Hipoteses que autorizam o arquivamento
· Ausência de pressuposto processual ou de condição para o exercício da ação penal:
· Falta de justa causa para o exercício da ação penal: Esgotada as diligências investigatórias, e verificando o Promotor de Justiça que não há, por exemplo, elementos de informação quanto à autoria do fato delituoso, deverá requerer o arquivamento dos autos.
· Quando o fato investigado evidentemente não constituir crime (atipicidade):
· Existência manifesta de causa excludente da ilicitude
· Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a inimputabilidade:
· Existência de causa extintiva da punibilidade
12.2 Coisa julgada na decisão do arquivamento
a) haverá apenas coisa julgada formal em:
· Ausência de pressupostos processuais ou condições para o exercício da ação penal
· Ausência de justa causa para o exercício da ação penal, se depois do arquivamento, surgirem provas novas acerca da autoria, capazes de alterar o contexto probatório dentro do qual tal decisão foi proferida.
b) arquivamento fará coisa julgada formal e material nas seguintes situações
· Atipicidade da conduta delituosa
· Existência manifesta de causa excludente da ilicitude:
· Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade
· Existência manifesta de causa excludente de punabilidade
12.3 Desarquivamento, a partir da notícia de provas novas, e oferecimento de denúncia, na hipótese do surgimento de provas novas
· Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
· A reabertura das investigações não pode decorrer da simples mudança de opinião ou reavaliação da situação. É indispensável o surgimento de notícia de provas novas ou, ao menos, novas linhas de investigação em perspectiva.
· Deve a autoridade policial representar ao Ministério Público, solicitando o desarquivamento físico dos autos para que possa proceder a novas investigações
· Caso haja dificuldades no desarquivamento físico dos autos do inquérito policial, nada impede que o Ministério Público requisite a instauração de outra investigação policial.
· Uma coisa é o desarquivamento do inquérito policial, cujo pressuposto é tão somente a notícia de provas novas; outra coisa é o ulterior oferecimento da denúncia, que somente será possível caso as investigações sejam capazes de introduzir nos autos provas novas propriamente ditas
· As provas novas são as provas inéditas, que sejam desconhecidas até então, porque ocultas ou ainda inexistentes ou ainda as provas que já são conhecidas e até mesmos utilizadas pelo estado, mas que ganharam nova versão
12.4 Procedimento de arquivamento do IP
a) Procedimento de arquivamento no âmbito da justiça estadual
· O requerimento de arquivamentosubscrito pelo Promotor de Justiça deve ser submetido à apreciação judicial.
· Se o juiz estadual concordar com a promoção ministerial, pode-se dizer que o arquivamento está aperfeiçoado. No entanto, se o juiz estadual não concordar com o pedido ministerial, os autos são enviados ao Procurador- Geral de Justiça.
· Remetidos os autos ao Procurador-Geral de Justiça, a este compete: (i) oferecer denúncia; (ii) requisitar diligências; (iii) designar outro órgão do Ministério Público para oferecer denúncia; (iv) insistir no pedido de arquivamento, hipótese que o juiz está obrigado a atender, já que o Ministério Público é o titular da ação penal.
b) Procedimento de arquivamento no âmbito da justiça federal ou do DF
· Discordando o juiz federal (ou juiz comum do Distrito Federal) do pedido de arquivamento formulado pelo Procurador da República (ou pelo Promotor do MPDFT), deverá remeter os autos à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (ou do MPDFT)
c) Procedimento de arquivamento na justiça eleitoral
· Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender
12.5 Arquivamento implícito
· Arquivamento implícito é o fenômeno de ordem processual decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação ou justificação deste procedimento
· Se o MP pratica tal conduta deve o magistrado remeter a decisão ao Procurador-Geral de Justiça. Caso o juiz não se manifeste ter-se-á o denominado arquivamento implícito
· Quanto ao cabimento de ação penal privada subsidiária da pública, caso o MP tenha deixado de incluir na denúncia algum fato delituoso e/ou coautor investigador, caberá a queixa-crime subsidiária
12.6 Arquivamento indireto
· O arquivamento indireto ocorre quando o juiz, em virtude do não oferecimento de denúncia pelo Ministério Público, fundamentado em razões de incompetência da autoridade jurisdicional, recebe tal manifestação como se tratasse de um pedido de arquivamento
· Nesse caso, deve o juiz receber a manifestação como se tratasse de um pedido indireto de arquivamento, onde serão remetidos os autos ao órgão de controle revisional do Ministério Público, seja o Procurador-geral de Justiça, no âmbito do Ministério Público dos Estados, seja a Câmara de Coordenação e Revisão, na esfera do Ministério Público da União.
12.7 Recorribilidade do arquivamento
· Em regra, não cabe recurso contra a decisão judicial que determina o arquivamento do inquérito policial, nem tampouco ação penal privada subsidiária da pública. Ressalva importante quanto à recorribilidade deve ser feita quanto aos crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública, hipótese em que há previsão legal de recurso de oficio.
12.8 Arquivamento determinado por juiz absolutamente incompetente 
· O arquivamento do inquérito por juiz absolutamente incompetente não está subordinado ao princípio da vedação de revisão pro societate, razão pela qual subsiste a possibilidade de instauração do processo penal perante o juízo competente, salvo nas hipóteses de arquivamento em virtude da atipicidade da conduta delituosa.
13. Trancamento ou encerramento anômalo do IP
· Verificando-se que a instauração do inquérito policial é manifestamente abusiva, o constrangimento causado pelas investigações deve ser tido como ilegal, afigurando-se possível o trancamento o inquérito policial.
· O trancamento do ·inquérito policial deve ser utilizado como medida de natureza excepcional, que só é possível quando evidente o constrangimento ilegal sofrido pelo investigado, nas seguintes hipóteses: (i) manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa; (ii) presença de causa de extinção de punibilidade; (iii) instauração de inquérito policial em crime de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, sem prévio requerimento do ofendido ou de seu representante legal.
III. Ação Penal
· Direito de ação é o direito de se exigir do Estado o exercício da jurisdição. Ação, todavia, é o ato jurídico, ou mesmo a iniciativa de se ir à justiça, em busca do direito, com efetiva prestação da tutela jurisdicional, funcionando como a forma de se provocar o Estado a prestar a tutela jurisdicional.
1. Condições da ação Penal
· A presença da condições da ação devem ser analisadas por ocasião do juízo de admissibilidade da peça acusatória. 
· A denúncia ou queixa deve ser rejeitada pelo magistrado quando faltar condição para o exercício da ação penal. 
· No âmbito processual penal, as condições da ação subdividem-se em condições genéricas, assim compreendidas como aquelas que deverão estar presentes em toda e qualquer ação penal, e condições específicas (de procedibilidade), cuja presença será necessária apenas em relação a determinadas infrações penais, certos acusados, ou em situações específicas, expressamente previstas em lei.
1.1 Condições Genéricas da ação Penal
a) possibilidade jurídica do pedido
· O pedido deve encontrar respaldo no ordenamento jurídico, referindo-se a uma providência permitida em abstrato pelo direito objetivo.
· Para que o pedido seja juridicamente possível no processo penal, é imprescindível a existência de norma jurídica definindo a conduta imputada ao acusado como infração penal, estabelecendo a respectiva sanção
· Ainda que o pedido de imposição de determinada sanção não corresponda efetivamente àquela prevista na cominação legal pertinente ao fato imputado ao agente, nada impede o recebimento da denúncia ou queixa e o regular processamento do feito, haja vista a possibilidade de emendatio libelli por ocasião da sentença
b) Legitimidade para agir
· Legitimidade para agir é a situação prevista em lei que permite a um determinado sujeito propor a demanda judicial e a um determinado sujeito ocupar o polo passivo dessa mesma demanda
· Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
· Na ação penal privada, será legitimado o ofendido ou seu representante legal.
· No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
· Se tratando de crime de ação penal pública, não se pode admitir o oferecimento de queixa-crime pelo ofendido ou por seu representante legal, salvo se caracterizada a inércia do órgão ministerial.
· Em regra, alguém só pode agir, em nome próprio, na defesa de interesse próprio, excepcionalmente e desde que autorizado por lei, o ordenamento jurídico prevê situações em que alguém pode pleitear, em nome próprio, direito alheio. E o que se denomina de legitimação extraordinária ou substituição processual
· A legitimação extraordinária não se confunde com a substituição processual nem com a representação processual
c) Interesse de agir
· A ideia de interesse de agir ou de interesse processual está relacionada à utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com a movimentação do aparato judiciário. 
· O interesse de agir deve ser analisado sob três aspectos distintos: (i) necessidade de obtenção da tutela jurisdicional pleiteada; (ii) adequação entre o pedido e a pretensão jurisdicional que se pretende obter; (iii) utilidade, que se traduz na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor
d) Justa Causa
· Justa causa é o suporte probatório mínimo que deve lastrear toda e qualquer acusação penal. 
· Em regra, esse lastro probatório é fornecido pelo inquérito policial, o que, no entanto, não impede que o titular da ação penal possa obtê-loa partir de outras fontes de investigação.
· A instauração de um processo penal em virtude da prática de uma infração de menor potencial ofensivo também demanda a presença de justa causa
· Só se pode admitir o oferecimento de peça acusatória se a conduta delituosa atribuída ao acusado for, em tese, típica, ilícita e culpável. 
1.2 Condições especificas da ação penal
· Para além das condições genéricas da ação penal, cuja presença é obrigatória em todo e qualquer processo penal, há determinadas situações em que a lei condiciona o exercício do direito de ação ao preenchimento de certas condições específicas. 
· Caso a ausência de uma dessas condições específicas não seja detectada nesse momento, nada impede que o magistrado anule o processo ab initio, com fundamento, ou, ainda, que declare a extinção do processo sem apreciação do mérito.
· São exemplos, (i) representação do ofendido nos crimes de ação penal pública condicionada a representação; (ii) requisição do ministro da justiça nos crimes de ação pública condiciona a requisição, (iii) Provas novas, quando o inquérito policial tiver sido arquivado com base na ausência de elementos probatórios
· A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
1.3 Condições de ação e condições de prosseguibilidade
· Condição de ação é uma condição que deve estar presente para que o processo penal possa ter inicio.
· Condição de prosseguibilidade é uma condição necessária para o prosseguimento do processo.
2. Classificação das ações penais condenatórias
· A ação penal de conhecimento constitutiva visa criar, modificar ou extinguir uma situação jurídica. 
· Ação penal de conhecimento declaratória é aquela cujo objetivo é apenas a declaração da existência ou não de uma relação jurídica.
· Não há ação e processo cautelares autônomos no âmbito processual penal.
· A tutela jurisdicional cautelar é exercida através de uma série de medidas cautelares previstas no Código de Processo Penal e na legislação especial
· Além das medidas cautelares existem as chamadas medidas de contracautela, as quais visam à eliminação do dano provocado pela concessão da medida cautelar, isto é, funcionam como espécie de antídoto em relação às medidas cautelares
2.1 Classificação das ações penais condenatórias
· Ação penal pública incondicionada: nesta espécie de ação penal, a atuação do Ministério Público independe do implemento de qualquer condição específica;
· Ação penal pública condicionada: nessa hipótese, a atuação do Ministério Público está subordinada ao implemento de uma condição - representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; 
· Ação penal pública subsidiária da pública: sua inserção como espécie de ação penal pública não é ponto pacífico na doutrina
· Ação penal de iniciativa privada, certos crimes atentam contra interesses tão próprios da vítima que o próprio Estado transfere a ela ou ao seu representante legal a legitimidade para ingressar em juiz. 
3. Princípios da ação penal
a) Princípio da iniciativa das partes
· O juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação da parte.
b) Inadmissibilidade de percussação penal múltipla
· Por força do princípio do ne bis in idem (ou da inadmissibilidade da persecução penal múltipla), aplicável à ação penal pública e privada, ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação
· Nas hipóteses de sentença absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida por juízo incompetente, não será possível que o acusado seja novamente processado perante o juízo competente
· É perfeitamente possível a desconstituição de acórdão de revisão criminal que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu.
c) Princípio da intranscendência
· A denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso
· Não obstante, se estivermos diante de uma responsabilidade não penal, como, por exemplo, a obrigação de reparar o dano, é perfeitamente possível que, na hipótese de morte do condenado e tendo havido a transferência de seus bens aos seus sucessores, estes respondam até as forças da herança.
d) Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública
· De acordo com o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, também denominado de legalidade processual, aos órgãos persecutórios criminais não se reserva qualquer critério político ou de utilidade social para decidir se atuarão ou não. 
· Diante da noticia de uma infração penal, da mesma forma que as autoridades policiais têm a obrigação de proceder à apuração do fato delituoso, ao órgão do Ministério Público se impõe o dever de oferecer denúncia caso visualize elementos de informação quanto à existência de fato típico, ilícito e culpável. 
· São Exceções: (i) transação penal; (ii) termo de ajustamento de conduta; (iii) acordo de leniência; (iv) parcelamento tributário.
e) Princípio da oportunidade ou conveniência da ação penal de iniciativa privada 
· Cabe ao ofendido ou ao seu representante legal o juízo de oportunidade ou conveniência acerca do oferecimento (ou não) da queixa-crime.
· Referido princípio também se aplica à representação e à requisição do Ministro da Justiça, onde o legitimado ao exercício do direito pode, segundo critérios próprios de conveniência ou de oportunidade, deixar de exercê-lo
f) Princípio da indisponibilidade da ação penal pública
· MP não pode dispor ou desistir do processo em curso, não poderá desistir da ação penal, se recorrer (não é obrigado) não pode desistir do recurso.
Exceção a esse princípio é a suspensão condicional do processo.
· MP não pode desistir da ação penal
g) À ação penal de iniciativa privada (exclusiva ou personalíssima) 
· Aplica-se o princípio da disponibilidade, que funciona como consectário do princípio da oportunidade ou conveniência, caso não queria exercer seu direito pode dá ensejo a 3 coisas, perempção, conciliação e perdão.
h) Princípio da (in) divisibilidade da ação penal pública
· De acordo com o princípio da indivisibilidade, o processo criminal de um obriga ao processo de todos, isto é, se acusar um acusa todos.
· Nos Tribunais Superiores, tem prevalecido o entendimento de que, na ação penal pública, vigora o princípio da divisibilidade. 
· Como já se pronunciou o STJ, o princípio da indivisibilidade da ação penal aplica-se tão somente à ação penal privada. Não há nulidade no oferecimento de denúncia contra determinados agentes do crime, desmembrando-se o processo em relação a suposto coautor, a fim de se coligir elementos probatórios hábeis à sua denunciação.
i) Princípio da indivisibilidade da ação pública privada
· Como visto acima, por força do princípio da oportunidade ou conveniência, cabe ao ofendido ou ao seu representante legal fazer a opção pelo oferecimento (ou não) da queixa-crime. Agora, se optar pelo oferecimento da queixa, uma coisa é certa: o querelante não pode escolher quem vai processar; ele está obrigado a processar todos os autores do delito, por força do princípio da indivisibilidade.
· Em decorrência da indivisibilidade, a renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Na mesma linha, o perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito' em relação ao que o recusar
· O MP pode até corrigir ou complementar a queixa-crime, porém trabalhando apenas com os elementos trazidos a juízo pelo querelante
· Se o querelante tem consciência de mais de um réu e não coloque na ação penal há uma presunção de renúncia tácita acarretando na extinção de punibilidade de todos.
· Se o querelante não tem consciência, mas o MP o intima para que ele o coloque e mesmo assim ele não coloque, também haverá renuncia tácita e extinção da punibilidade para todos
j) Principio da oficialidade
· Consiste na atribuição da legitimidade para a persecução criminal aos órgãos do Estado que nesse caso deve ser o MP
k) Princípio da autoritariedade
· Os órgãos responsáveis pelapersecução criminal são autoridades públicas. Aplica-se à ação penal pública, tanto na fase pré-processual, quanto na fase processual. Em relação à ação penal de iniciativa privada, vigora apenas para a fase pré-processual, já que prevalece o entendimento de que ao particular, pelo menos em regra, não foram conferidos poderes investigatória
l) Princípio da oficiosidade 
· Em se tratando de crimes de ação penal pública incondicionada, os órgãos incumbidos da persecução penal devem agir de oficio, independentemente de provocação do ofendido ou de terceiros. 
· Nas hipóteses de ação penal pública condicionada, a autoridade policial e o Ministério Público ficam dependendo do implemento da representação do ofendido ou da requisição do Ministro da Justiça. Referido princípio não tem aplicação às hipóteses de ação penal de iniciativa privada, já que a atuação da polícia investigativa está subordinada à prévia manifestação do ofendido ou de seu representante legal.
4. Ação pública incondicionada
· O titular da ação penal pública incondicionada é o Ministério Público, e sua peça inaugural é a denúncia. 
· É incondicional porque não depende de nenhuma representação, o MP age de oficio.
· A única exceção a essa ação é a ação penal privada subsidiaria da pública que ocorre se a ação pública pelo MP não for intentada no prazo legal
· Ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
· Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.
· A ação penal pública incondicionada pode ser proposta enquanto não tiver ocorrido a extinção da punibilidade, sendo que, na prática, a hipótese mais comum é a prescrição.
5. Ação penal pública condicionada
· Quando a promoção da ação penal pública pelo Ministério Público depender de representação do ofendido ou· de requisição do Ministro da Justiça, diz-se que a ação penal é pública condicionada. Diz-se que é pública, pois promovida pelo órgão do Ministério Público.
· Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
· Quando o crime for de ação penal pública condicionada, o próprio início da investigação policial está subordinado ao implemento da representação ou da requisição do Ministro da Justiça
· Representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso.
· Não é cabível a renúncia do direito de representação
· A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
· Não há necessidade de maiores formalidades no tocante à representação, o direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial
· No JECRIM se não for obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente.ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal que será reduzida a termo. 
· O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei
5.1 Direito de representação
· O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
· A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
· A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.
· Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
· Quando feita ao juiz, há duas possibilidades, pelo menos de acordo com o CPP: (i) se, com a representação, forem fornecidos elementos que possibilitem a apresentação da denúncia, deve o juiz abrir vista ao Ministério Público; (ii) se, com a representação, não forem fornecidos elementos que possibilitem o oferecimento da denúncia, deve o juiz remetê-la à autoridade policial para que esta proceda à instauração de inquérito policia
· O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias.
a) Legitimidade para o oferecimento da representação
· Ofendido com 18 (dezoito) anos· de idade, que não seja mentalmente enfermo ou retardado mental.
· Ofendido com menos de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo ou retardado mental: o direito de representação será exercido por seu representante legal.
· Ofendido menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo, ou retardado mental, que não tenha representante legal, ou havendo colidência de interesses: nessa hipótese, o direito de queixa ou de representação poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
· As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
· Ofendido maior de 16 e menos 18 anos, caso: Nesse caso ele é emancipado e não tem representante legal, então ou se aguarda ele completar 18 anos ou se nomeia curador, esse raciocínio é aplicado as demais hipóteses de emancipação.
· Morte da vitima: O direito de oferecer queixa ou representação ou de prosseguir na ação penal de iniciativa privada passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
b) prazo decadencial para oferecimento da representação
· Prazo de 6 meses, contado do dia em que sabe quem é o autor do delito.
· Prazo de natureza material. 
· O prazo decadencial é improrrogável e não se suspende nem interrompe.
· O crime de induzimento ao erro essencial e ocultado de impedimento a ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que anule o casamento.
· No caso de sucessão processual o prazo também é de 6 meses, se ja decorreu tempo, o sucessor tem direito ao resto, o prazo não começa a contar do inicio pro sucessor.
· Não corre o prazo de decadência pro menor de 18 anos, porque ele é incapaz, se o representante legal do incapaz sabia quem era o autor do delito e não denunciou nos 6 meses o prazo corre, todavia, se ele não sabia o prazo não corre.
c) retratação da representação
· A Retratação, só pode ser feita até o oferecimento da denúncia, marco temporal este que não se confunde com o recebimento da peça acusatória pelo magistrado.
· A representação é irretratável depois de oferecida a denúncia
· Não se confunde com a retratação apresentada pelo criminoso que constitui extinção de punibilidade
· Mesmo após se retratar de representação anteriormente oferecida, poderá o ofendido oferecer nova representação, desde que o faça dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, contado do conhecimento da autoria.
d) eficácia objetiva da representação
· Feita a representação contra apenas um dos coautores ou participes de determinado fato delituoso, este se estende aos demais agentes, autorizando o MP a oferecer denúncia em relação a todos os coautores e partícipes envolvidos na prática desse crime, no entanto o MP não pode oferecer denúncia em relação a outros fatos delituosos, se trata de fato delituoso distinto haverá necessidade de outra representação.
5.2 Denúncia ou Queixa
· A denúnciaou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
a) Queixa
· A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
· A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.
· O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo
b) Denúncia
· O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial.
· O prazo para oferecimento da denúncia, se o réu estiver solto ou afiançado, será de 15 dias, contado da data em que o MP receber os autos do IP.
· Estando o réu solto ou afiançado e se houver devolução do inquérito à autoridade policial, contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
· Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação.
· Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.
5.3 Requisição do Ministro da Justiça
· Se a denúncia for oferecida sem o implemento da requisição do Ministro da Justiça, deverá o magistrado rejeitar a peça acusatória
· Vigora o princípio da oportunidade ou conveniência, segundo o qual o Ministro da Justiça tem a faculdade de oferecer (ou não) a requisição.
· A requisição do Ministro da Justiça, nos mesmos moldes que a representação do ofendido, tem natureza jurídica de condição específica de procedibilidade
· O Ministério Público não está obrigado a oferecer denúncia, sendo descabido falar-se em vinculação do Parque! à requisição do Ministro da Justiça
· A requisição não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser oferecida a qualquer tempo, contanto que ainda não tenha havido a extinção da punibilidade pelo advento da prescrição.
· A representação, a requisição do Ministro da Justiça é dotada de eficácia objetiva: oferecida contra um dos agentes, estende-se aos demais coautores e partícipes do fato delituoso
6. Ação Penal Privada
· Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. 
· No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
· Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
· É necessário de advogado para ajuizar a queixa-crime
· O juiz pode, a requerimento da parte, nomear advogado para promover a ação penal, nesse caso, será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido.
6.1 Ação exclusivamente privada
· Em sede de ação penal de iniciativa privada, funciona a ação penal exclusivamente privada como a regra.
· Operando-se a morte ou a declaração de ausência do ofendido, o direito de queixa será transmitido aos sucessores.
6.2 Ação exclusivamente privada personalíssima
· Nesta espécie de ação penal de iniciativa privada, o direito de ação só pode ser exercido pelo ofendido. Nesse caso, não há intervenção de eventual representante legal, de curador especial, nem tampouco haverá sucessão processual no caso de morte ou ausência da vítima
· A morte da vítima também irá produzir a extinção da punibilidade
· Na hipótese de vítima menor de 18 (dezoito) anos, há necessidade de se aguardar que ela atinja 18 (dezoito) anos, quando poderá exercer seu direito de queixa
6.3 Ação penal privada subsidiária da pública
· Na prática de um crime de ação penal pública, caso o Ministério Público permaneça inerte, o ofendido passa a deter legitimidade ad causam supletiva para o exercício da ação penal privada
· No caso de arquivamento requisitado pelo MP não cabe essa ação subsidiaria
· Caracterizada a inércia do Parquet, enquanto o ofendido não oferecer a queixa subsidiária, também denominada de queixa substitutiva, o Ministério Público continua podendo propor a ação penal pública, sendo possível fazê-lo inclusive após a propositura da queixa, caso opte por repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva. Afinal, a inércia do Ministério Público não transforma a natureza da ação penal, que continua sendo pública
· Só se pode falar em ação penal privada subsidiária da pública se a infração penal contar com um ofendido determinado. Se o delito não possuir uma vítima determinada, não haverá uma pessoa física ou jurídica que possa oferecer a respectiva queixa-crime subsidiária.
· Vigora, quanto à ação penal privada subsidiária da pública, o princípio da oportunidade ou da conveniência. Portanto, caracterizada a inércia do órgão ministerial, fica ao critério do ofendido ou de seu representante legal fazer a opção pelo oferecimento (ou não) da queixa subsidiária.
· A ação penal privada subsidiária da pública também está sujeita ao prazo decadencial de 6 (seis) meses, porém este prazo só começa a fluir do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia
· Como essa ação penal, em sua essência, é de natureza pública, a decadência do direito de ação penal privada subsidiária da pública não irá produzir a extinção da punibilidade, sendo, por isso, chamada de decadência imprópria.
· Na ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público atua como verdadeiro interveniente adesivo obrigatório (ou parte adjunta), devendo intervir em todos os termos do processo sob pena de nulidade
· MP podia aditar a queixa-crime tanto em seus aspectos acidentais quanto em seus aspectos essenciais, quer incluindo novos fatos delituosos, quer adicionando coautores ou participes do fato delituoso
· Verificando-se a inércia ou negligência do querelante, deve o Ministério Público retomar o processo como parte principal. É o que se denomina de ação penal indireta
· Pode o Ministério Público repudiar a queixa-crime subsidiária, desde que o faça até o recebimento da peça acusatória, apontando, fundamentadamente, que não houve inércia de sua parte. Nessa hipótese, prevalece o entendimento de que o Ministério Público se vê obrigado a oferecer denúncia substitutiva. Uma vez oferecida a queixa subsidiária, não pode o Ministério Público repudiá-la e requerer o arquivamento do inquérito policial.
· MP deve intervir em todos os termos do processo, sob pena de nulidade.
6.4 Legitimação da Ação privada
· Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
· Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
· Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência em sequeência: (i) cônjuge; (ii) ascedente;(iii) descendente; (iv) irmão; podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
6.5 Extinção de punibilidade na ação privada
a) Decadência
· Decadência é a perda do direito de ação penal privada ou de representação em virtude de seu não exercício no prazo legal
· O pedido de instauração do IP não obsta o curso do prazo decadencial, se o IP não for concluído no prazo decadencial, o ofendido precisará propor a demanda sem inquérito, solicitando ao juiz, na inicial, que os autos sejam apensos ao processo tão logo o IP seja concluído.
· Ainda que oferecida a queixa-crime perante juízo incompetente (incompetência absoluta ou relativa), estará superada a decadência, desde que observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses previsto
· Por fim, convém destacar que o prazo decadencial é extinto no momento do oferecimento da queixa-crime, pouco importando a data do recebimento da peça acusatória
b) renúncia ao direito de queixa
· Renúncia é o ato unilateral e voluntário por meio do qual a pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de queixa
· A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
· Nas hipóteses de ação penal privada subsidiária da pública a renúncia não terá o condão de produzir a extinção da punibilidade.
· Não há necessidade de aceitação do autor do delito
· Homologação do acordo de composição dos danos civis acarreta a renúncia ao direito de representação
· O fato de o ofendido receber a indenização do dano causado pelo crime não implica em renúncia tácita
· O legitimado para a renúncia é o legitimado para o exercício do direito de queixa.
· A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
· A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
c) perdão do ofendido
· Perdão do ofendido é o ato bilateral e voluntário por meio do qual, no curso do processo penal, o querelante resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado, com a consequente extinção da punibilidade, nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssimo
· Não se confunde com perdão do acusado
· Pode ser concedido até o trânsito em julgado da sentença
· O perdão é um ato bilateral, ou seja, depende de aceitação do querelado. A aceitação tácita ocorre quando o querelado, intimado para se manifestar sobre o perdão concedido pelo querelante, permanece inerte durante 3 dias, a recusa não pode ser tácita
· O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
· A aceitação do perdão poderá ser feita pelo querelado ou por seu representante legal, mas, se um dos dois se opuser a aceitação será ineficaz.
· Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. 
· Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz lhe nomear.
· O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
· Nada impede que, havendo vários processos criminais relativos a crimes de ação penal de iniciativa privada, delibere o querelante pela concessão do perdão em um só dos feitos
· Quando houver mais de um ofendido, ainda que um deles resolva conceder o perdão, isso não impede que as demais vítimas continuem a processar criminalmente o autor do delito.
· A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
· Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
· Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
· A aceitação do perdão fora do processo (extraprocessual) constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
d) Perempção
· Perempção é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da negligência do querelante, com a consequente extinção da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima.
· Como a perempção produz a extinção da punibilidade, não se afigura possível a renovação da ação penal privada, na hipótese de dois ou mais querelantes em juízo (litisconsórcio ativo), a atuação negligente de um deles, dando ensejo à perempção, não se comunica ao outro
· Ocorre perempção, quando o querelante deixa de promover o andamento do processo durante 30 dias continuo e após ser intimado pelo juiz e permanecer inerte.
· Ocorre perempção, quando falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade não prosseguir no feito dentro de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber faze-lo.
· Ocorre perempção, quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo, atos instrutórios e relevantes, a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais.
· Ocorre perempção, quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
· A ausência de pedido de condenação por parte do querelante dá causa à perempção. Não há necessidade de que esse pedido de condenação seja formulado de maneira expressa
· O não comparecimento do advogado, em audiência uma de instrução e julgamento, e sem justificação, enseja perempção.
· Havendo pluralidade de infrações, é possível a ocorrência de perempção em face de apenas algumas dela.
e) Demais informações
· Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
· No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
· No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
7. Peça acusatória
7.1 Requisitos da peça acusatória (só coloquei os mais pedidos)
a) Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias
b) Qualificação do acusado:
· Não havendo a qualificação completa do acusado, e não sendo possível a sua identificação criminal a parte acusadora pode apontar os esclarecimentos pelos quais seja possível identifica-lo.
· Aa impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
c) Classificação do crime
· Deve haver, portanto, a indicação do dispositivo legal em cuja pena se encontra incurso o acusado. Não se trata, todavia, de requisito obrigatório, pois prevalece o entendimento de que, no processo penal, o acusado defende-se dos fatos que lhe são imputados, pouco importando a classificação que lhes seja atribuída
d) Rol de testemunhas
· Não há qualquer óbice à intimação do Ministério Público para que proceda à juntada do rol de testemunhas mesmo após o oferecimento da denúncia, conquanto o faça antes da citação do acusado e apresentação da resposta à acusação.
e) Procuração da queixa-crime
· É nula a queixa-crime oferecida por advogado substabelecido com reserva de direitos por procurador que recebera do querelante apenas os poderes da cláusula ad judicia et extra - poderes para o foro em geral –
8. Aditamento da denúncia
· Aditar significa acrescentar ou complementar a peça acusatória com fatos, sujeitos ou elementos novos que não constaram,

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