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Copyright © 2020 de Mapas Concursos Todos os direitos reservados. Este ebook ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor ou editor, exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do ebook. Edição: Abril de 2021. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 2 Cardápio 1 Noções Fundamentais ........................................................................................... 4 1.1 Princípios limitadores do poder punitivo estatal .......................................................... 4 1.2 Lei penal no tempo ............................................................................................. 5 1.3 A norma penal ................................................................................................... 7 1.4 Lei penal no espaço ............................................................................................ 7 2 Tipicidade ........................................................................................................ 10 2.1 Crime impossível ............................................................................................... 10 2.2 Erro do tipo essencial ......................................................................................... 10 3 Antijuridicidade ................................................................................................. 11 3.1 Estado de necessidade ........................................................................................ 11 3.2 Estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito ................................... 12 3.3 Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade ...................................................... 13 4 Concurso de Pessoas ........................................................................................... 14 4.1 Participação .................................................................................................... 14 5 Ação Penal ....................................................................................................... 15 5.1 Classificação .................................................................................................... 15 6 Causas de extinção da punibilidade ........................................................................ 16 7 Crimes contra a vida ........................................................................................... 19 8 Lesões Corporais ................................................................................................ 20 8.1 Lesão corporal e suas diversas modalidades ............................................................... 20 9 Crimes contra a liberdade Pessoal .......................................................................... 21 9.1 Tráfico de Pessoas ............................................................................................. 21 10 Crimes contra o patrimônio .................................................................................. 22 10.1 Furto ............................................................................................................. 22 10.2 Apropriação indébita .......................................................................................... 22 11 Crimes contra a dignidade sexual ........................................................................... 24 11.1 Estupro de vulnerável ......................................................................................... 24 11.2 Importunação Sexual .......................................................................................... 24 12 Crimes contra a paz pública .................................................................................. 25 12.1 Associação criminosa .......................................................................................... 25 13 Crimes contra a fé pública .................................................................................... 26 13.1 Falsidade de títulos e outros papéis públicos ............................................................. 26 14 Crimes contra a administração pública .................................................................... 27 14.1 Noções gerais de crimes contra a Administração Pública ............................................... 27 14.2 Peculato ......................................................................................................... 27 14.3 Concussão ....................................................................................................... 28 L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 3 14.4 Corrupção passiva .............................................................................................. 29 14.5 Facilitação de contrabando ou descaminho ............................................................... 30 14.6 Descaminho ..................................................................................................... 30 L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 4 1 Noções Fundamentais 1.1 Princípios limitadores do poder punitivo estatal PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (bagatela própria): exclusão da tipicidade material. O fato é formalmente típico, mas materialmente atípico. Ainda, é também chamado de causa supralegal de exclusão da tipicidade material. Requisitos: (MARI) • Mínima ofensividade da conduta • Ausência de periculosidade social da ação • Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento • Inexpressividade da lesão jurídica A TIPICIDADE FORMAL é simplesmente à adequação do FATO à NORMA. Por exemplo, no crime de furto, o agente que subtrai um produto de R$5,00 reais de uma rede multinacional de supermercados tem sua conduta adequada ao artigo 155 do Código Penal, uma vez que subtraiu para si coisa alheia móvel. Ou seja, a ação do agente encontra sua tipicidade formal já que os elementos do tipo foram preenchidos. Já a TIPICIDADE MATERIAL consiste numa efetiva lesão ou ameaça ao bem jurídico protegido. Esta Quando a lesão ou ameaça se der de forma tolerável, não há crime, pelo fato de estar afastada a tipicidade material. Esta tipicidade pode ser afastada quando se encontram presentes os princípios da lesividade, insignificância, adequação social e alteridade. Outro exemplo: Maria, empregada de uma rede de supermercados , subtraiu, conscientemente, de forma furtiva, a quantia de R$ 17,00 (dezessete reais), em espécie, do caixa da loja em que trabalha. Descoberta tal prática, foi oferecida denúncia, mas, em sentença, a ré foi absolvida. Pode-se concluir, acerca dos fatos narrados, que Maria foi beneficiada pela aplicação do princípio da insignificância. Os tribunais superiores, para a aplicação do princípio da insignificância, nos crimes contra o patrimônio, consideram a capacidade econômica da vítima. Assim, 17 reais para a loja é uma quantia insignificante, no entanto, caso Maria furtasse 17 reais de um morador de rua, certamente essa quantia não poderia ser considerada insignificante. Por isso, sempre analise o caso concreto. BÔNUS: Aplica-se para o contrabando? NÃO Aplica-se para o descaminho? SIM, até R$ 20.000,00. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/5 CF 88 - Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: b) direito penal, processual penal e processual civil; Medida provisória não cria crime e não comina pena. Os crimes somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito (lei ordinária e lei complementar). Porém a Medida provisória pode versar sobre direito penal não incriminador. Ou seja, para beneficiar o réu. 1.2 Lei penal no tempo Tempo do Crime é o marco adotado para estabelecer o momento (tempo) do cometimento de um crime. Consoante artigo 4º do código penal, "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado". Ou seja, o tempo do crime (retratado pela chuva na imagem) é o momento da atividade (Retratado pelo boneco correndo ). Para o Lugar do crime a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro é a teoria mista ou da ubiquidade (lembra umbigo como na imagem), de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Mnemônico: LUTA Lugar do crime = Ubiquidade Tempo do crime = Atividade L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 6 STF Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica- se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Em outras palavras, aplica-se a lei mais nova, ainda que maléfica ao acusado A novatio legis in mellius é a situação oposta a novatio legis in pejus (Lei posterior adota penas mais graves). Trata-se de um fenômeno da lei penal no tempo no qual uma nova lei traz benefício à situação em que se encontra o acusado . Ela ocorre quando a lei posterior é, de qualquer modo, mais favorável ao agente. Por exemplo: altera para menos tempo a pena, torna mais branda sua forma de execução, etc. Levando em conta o art. 5º inc. XL da Constituição Federal e o princípio da retroatividade, a novatio legis in mellius é adotada pela justiça de modo a garantir ao acusado a aplicação de uma lei penal menos gravosa, mais benéfica . L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 7 1.3 A norma penal A analogia é aplicada no Direito Penal apenas IN BONAM PARTEM , ou seja, em benefício do réu . Analogia é uma forma de integração do direito. No direito penal é permitida in bonam partem ---> em benefício do réu. A imagem ao lado retrata a Ana com asas de Anjo para representar que é um benefício. Já a imagem onde mostra o diabo , não tem a Ana pois não há ANAlogia em prejuízo do Réu. Interpretação analógica (que é diferente de analogia) é uma forma de compreensão do direito e pode ser usada tanto in bonam partem, benefício, quanto em malam partem, ou seja, para prejudicar o réu. 1.4 Lei penal no espaço Lugar do Crime A Teoria mista ou da ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado Tempo do Crime é o marco adotado para estabelecer o momento (tempo) do cometimento de um crime. Consoante artigo 4º do código penal, "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado" (Teoria da atividade ) Mnemônico: LUTA Lugar Ubiquidade Tempo Atividade L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 8 Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Extraterritorialidade INcondicionada Aplica-se a lei nacional a determinados crimes cometidos fora do território, independentemente de qualquer condição, ainda que o acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro. a) contra a VIDA ou LIBERDADE do Presidente da República. (Princípio da defesa) b) contra o PATRIMÔNIO ou FÉ PÚBLICA da União, do DF, de Estado, Território, Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. (Princípio da defesa) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. (Princípio da defesa) L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 9 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. (Princípio da justiça universal) Genocídio significa a exterminação sistemática de pessoas tendo como principal motivação as diferenças de nacionalidade, raça, religião e, principalmente, diferenças étnicas. É uma prática que visa eliminar minorias étnicas em determinada região. A imagem retrata um brasileiro (com a camisa nas cores Brasil) que matou diversas pessoas fora do Brasil. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 10 2 Tipicidade 2.1 Crime impossível Crime impossível, na conceituação de Fernando Capez, "é aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material é impossível de se consumar ". "Art. 17 do CP. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime." O crime impossível é também chamado pela doutrina de quase-crime, tentativa inadequada ou inidônea. A imagem retrata uma pessoa tentando matar outra que já está morta (impossível) utilizando uma arma de brinquedo (é impossível ferir alguém). 2.2 Erro do tipo essencial Erro na execução (aberratio ictus): o agente, querendo atingir determinada pessoa, por inabilidade ou outro motivo qualquer, erra na execução do crime. Se o agente atingir apenas a pessoa diversa da pretendida, será punido pelo crime, considerando-se, contudo, as condições e qualidades da vítima visada (virtual) e não da vítima efetivamente atingida (efetiva) Aberratio ictus quer dizer aberração no ataque ou desvio do golpe. Dá-se quando o autor, desejando atingir uma pessoa, vem a ofender outra. Ex.: o agente atira em A e mata B (A = vítima virtual; B = vítima efetiva). Nesse caso, considera-se as qualidades da vítima virtual. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 11 3 Antijuridicidade 3.1 Estado de necessidadeArt. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. A imagem retrata um homem que teve que matar outro dentro do helicóptero para ficar com o único paraquedas que havia lá dentro a fim de se salvar. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. CP, Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Palavras-chave para cada caso. Estas palavras terão de estar presentes no enunciado ou resposta: Estado de necessidade: Perigo Atual Legítima Defesa: Agressão atual ou iminente Obs.: Agressão é sempre humana, diferente de perigo que pode ser proveniente de ataques de animais também. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 12 São requisitos do estado de necessidade perante a lei penal brasileira: a) Existência de perigo atual, inevitável e que ponha em risco direito próprio ou alheio. b) não provocação voluntária do perigo; c) Inexigibilidade de sacrifício do bem salvo – ponderação de valores; d) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo; e) o conhecimento da situação de fato justificante. Não pode alegar estado de necessidade o agente que tem o dever legal de enfrentar o perigo, como preceitua o § 1º do artigo 24 do CPB. São pessoas que em razão da função ou ofício, tem o dever legal de enfrentar o perigo, não lhes sendo lícito sacrificar o bem de terceiro para a defesa do seu próprio. 3.2 Estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito A lei obriga o agente a agir dentro do dever que lhe foi imposto, ex: o policial que é obrigado a agir em caso de um assalto a banco, um bombeiro que é chamado para apagar chamas de um incêndio e para entrar na casa em chamas precisa quebrar a porta. CUIDADO: Policiais que estão em um tiroteio quando lesionam um terceiro ou o agente delituoso está agindo em legítima defesa (repele injusta agressão, atual ou iminente). L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 13 3.3 Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 14 4 Concurso de Pessoas 4.1 Participação CP Art. 30 – Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Sendo assim, as elementares do crime, de caráter pessoal ou objetivas, sempre se comunicam aos coautores e partícipes, sendo indispensável que delas todos tenham conhecimento. Exemplo: Tício, funcionário público, aproveitando-se das facilidades que o cargo lhe propicia, juntamente com Mévio – que conhece a profissão do primeiro – subtrai bens da Administração Pública. Nesse caso, ambos responderão por peculato (art. 312 do Código Penal) tendo em vista que a condição de funcionário público (de caráter pessoal) é elementar do tipo penal. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 15 5 Ação Penal 5.1 Classificação A ação penal pública é incondicionada quando não depender da manifestação de vontade da vítima ou de outra pessoa. CP, Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público , dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. CPP, Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público , mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 16 6 Causas de extinção da punibilidade Extinção de punibilidade é a impossibilidade de punir o autor de um crime. Art. 107 - Extingue-se a punibilidade (perda do direito de punir): I - Pela morte do agente; Retratado pelo Hitler no caldeirão do kkkk O fundamento para esta afirmação reside no Princípio da Pessoalidade da pena (Personalidade da pena, Responsabilidade penal ou Intranscedência da pena) que impede a punição por fato alheio. Em outras palavras, somente o autor da infração penal pode ser apenado. II - pela anistia, graça ou indulto Mnemônico GIA: É uma rã grande kkkk São causas de renúncia do Estado ao exercício do direito de punir, atingindo tanto crimes de ação penal pública incondicionada e condicionada como delitos de ação penal privada. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 17 III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; É o famoso Abolitio Criminis retratado na imagem por uma cena de adultério que deixou de ser crime há muitos anos. Trata-se do fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato (exemplo: a Lei n. 1.106/2005 deixou de considerar condutas criminosas o adultério, a sedução e o rapto consensual). Além de conduzir à extinção da punibilidade, também faz cessar todos os efeitos penais da sentença condenatória, permanecendo, contudo, os efeitos civis. IV - Pela prescrição, decadência ou perempção; A prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo seu não exercício em determinado lapso de tempo, uma vez que o direito de punir deve ser exercido dentro do prazo legalmente estabelecido. A decadência nada mais é que a perda do direito da vítima de oferecer a queixa ou representação pelo transcurso do prazo decadencial. A perempção resulta da inércia do querelante (vítima) no curso da ação penal privada, impedindo a demanda de prosseguir, acarretando a extinção da punibilidade réu. Note-se que a perempção apenas se aplica à ação penal privada, e não na pública. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 18 V - Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; Renúncia: a vítima desiste de processar antes da ação penal, ou seja,abre mão de seu direito de oferecer a queixa crime, independentemente da concordância do autor do delito. Perdão: A vítima não quer mais PROSSEGUIR com o processo e perdoa o réu (que precisa aceitar. Se não se manifestar, considera-se aceito o perdão) após iniciada a ação penal. O perdão oferecido a um dos agentes estender- se-á aos demais. VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; Retratar é desdizer, retirar o que se disse. A lei penal brasileira prevê essa causa extintiva da punibilidade em pelo menos duas passagens: I - Art. 143 do CP – a retratação é admitida nos crimes contra a honra, mas apenas nos casos de calúnia e difamação, sendo inadmissível na injúria. II - Art. 342, § 3º, do CP: o fato deixa de ser punível se o agente (testemunha, perito, tradutor ou intérprete) se retrata ou declara a verdade. VII – REVOGADO VIII - REVOGADO IX - Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. O Perdão judicial consiste no perdão concedido pelo Estado ao réu, deixando o juiz de aplicar a pena, embora este reconheça a prática da infração penal. Esta modalidade de extinção da punibilidade só pode ser aplicada em hipóteses expressamente previstas em lei L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 19 7 Crimes contra a vida Crimes culposos no CP: Contra a vida: homicídio, art. 121, p. 3; e lesão corporal, art. 129, p. 6 Contra o patrimônio: receptação, art. 180, p. 3 Contra a incolumidade pública: incêndio, art. 250, p. 2 Contra a Administração Pública: peculato, art. 312, p.2 L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 20 8 Lesões Corporais 8.1 Lesão corporal e suas diversas modalidades O caput do artigo é considerado lesão de natureza leve. Logo, tudo o que não se encaixa em natureza grave ou gravíssima será leve. Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano." L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 21 9 Crimes contra a liberdade Pessoal 9.1 Tráfico de Pessoas Conduta: O crime de tráfico de pessoas é um crime de ação múltipla, tendo oito verbos nucleares, que são: agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa. Na imagem ao lado houve a conduta de transportar. Modus Operandi: existem cinco maneiras de o agente cometer o crime de tráfico de pessoas. São elas: com grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso. Elemento subjetivo: o crime exige que a conduta do agente tenha um especial fim de agir. Poder ser: (I) remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (II) submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (III) submetê-la a qualquer tipo de servidão; (IV) adoção ilegal; ou (V) exploração sexual. Causas de aumento de pena: I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; II - o crime for cometido contra criança , adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência ; III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 22 10 Crimes contra o patrimônio 10.1 Furto O crime de furto ocorre quando o agente subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, equiparando-se à coisa móvel, à energia elétrica ou a qualquer outra que tenha valor econômico. 10.2 Apropriação indébita L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 23 CP Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Atenção: O STF e o STJ entendem que o pagamento, a qualquer tempo (antes do trânsito em julgado) extingue a punibilidade. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 24 11 Crimes contra a dignidade sexual 11.1 Estupro de vulnerável Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 11.2 Importunação Sexual CP Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave O agente (que pode ser homem ou mulher); pratica contra a vítima (que também pode ser homem ou mulher, uma vez que o tipo descreveu “contra alguém”) Ato libidinoso (É todo ato de cunho sexual capaz de gerar no sujeito a satisfação de seus desejos sexuais). Perceba que não exige a relação sexual (penetração), mas, tão somente, o ato libidinoso; com o objetivo de satisfazer a própria lascívia (Lascívia é o prazer sexual, o prazer carnal, a luxúria); ou a lascívia de terceiro. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 25 12 Crimes contra a paz pública 12.1 Associação criminosa CP Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas , para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. O elemento subjetivo é o dolo (não há associação criminosa para a prática de crimes culposos!), acrescido do especial fim de agir representado pela expressão “para o fim específico de cometer crimes”, independente da sua natureza e da pena cominada. Ou seja, não há associação criminosa para a prática de um único crime. É um crime formal, consumando-se no momento em que se concretiza a convergência de vontades, independente da realização ulterior do fim visado, ou seja, consuma-se quando três ou mais pessoas se associam para a prática de crimes, ainda que nenhum delito venha a ser efetivamente praticado.É um crime permanente: Se protrai no tempo até a cessação da associação. A estabilidade e permanência nas relações entre os agentes reunidos em conjugação de esforços para a prática reiterada de crimes são essenciais para que se configure a associação criminosa, diferenciando-se essa do simples concurso eventual de pessoas para realizaram uma ação criminosa. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 26 13 Crimes contra a fé pública 13.1 Falsidade de títulos e outros papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) II - Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - Bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 27 14 Crimes contra a administração pública 14.1 Noções gerais de crimes contra a Administração Pública Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. 14.2 Peculato O Peculato, tipificado no art. 312, trata-se de crime funcional impróprio, ou seja, se tirar a qualidade de funcionário público o agente responderá por outro crime (Apropriação indébita, Art. 168). O sujeito ativo L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 28 do crime é o funcionário público, e excepcionalmente, o particular que poderá atuar na condição de coautor ou partícipe. O sujeito passivo imediato é a administração pública. CP, art. 312 – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro , valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. Atenção aos verbos: Peculato: APROPRIAR Concussão: EXIGIR Corrupção passiva: SOLICITAR Prevaricação: RETARDAR Furto: SUBTRAIR 14.3 Concussão Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. (Lei 13.964/19) A conduta é a de exigir vantagem indevida. Vejam que o agente não pode, simplesmente, pedir ou solicitar vantagem indevida. A Lei determina que deve haver uma “exigência” de vantagem indevida. Assim, deve o agente possuir o poder de fazer cumprir o mal que ameaça realizar em caso de não recebimento da vantagem exigida. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 29 14.4 Corrupção passiva Corrupção passiva (não está incluso no rol dos crimes hediondos) Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 30 14.5 Facilitação de contrabando ou descaminho PARTICULAR QUE PRATICA CONTRABANDO / DESCAMINHO: Responde pelo CP Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (DESCAMINHO). OU Responde pelo Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida (CONTRABANDO). FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE CONTRIBUI PARA O CONTRABANDO / DESCAMINHO: Responde pelo Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (Facilitação de contrabando ou descaminho). 14.6 Descaminho CP Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. Para a doutrina e a jurisprudência majoritária o crime de descaminho é crime formal, sendo assim não se aplica a exigência de constituição definitiva do crédito tributário e nem mesmo a exigência de prejuízo para consumação do crime. O crime se consuma com a simples conduta de iludir o Estado quanto ao pagamento dos tributos devidos quando da importação ou exportação de mercadorias. L ic en se d t o L u ci an o m ar th d o s p as so s Jú n io r - lu ci an o g b g u ar a@ o u tl o o k. co m - 0 46 .9 55 .6 41 -2 2 https://www.instagram.com/mapas.concursos/ 1 Noções Fundamentais 1.1 Princípios limitadores do poder punitivo estatal 1.2 Lei penal no tempo 1.3 A norma penal 1.4 Lei penal no espaço 2 Tipicidade 2.1 Crime impossível 2.2 Erro do tipo essencial 3 Antijuridicidade 3.1 Estado de necessidade 3.2 Estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito 3.3 Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade 4 Concurso de Pessoas 4.1 Participação 5 Ação Penal 5.1 Classificação 6 Causas de extinção da punibilidade 7 Crimes contra a vida 8 Lesões Corporais 8.1 Lesão corporal e suas diversas modalidades 9 Crimes contra a liberdade Pessoal 9.1 Tráfico de Pessoas 10 Crimes contra o patrimônio 10.1 Furto 10.2 Apropriação indébita 11 Crimes contra a dignidade sexual 11.1 Estupro de vulnerável 11.2 Importunação Sexual 12 Crimes contra a paz pública 12.1 Associação criminosa 13 Crimes contra a fé pública 13.1 Falsidade de títulos e outros papéis públicos 14 Crimes contra a administração pública 14.1 Noções gerais de crimes contra a Administração Pública 14.2 Peculato 14.3 Concussão 14.4 Corrupção passiva 14.5 Facilitação de contrabando ou descaminho 14.6 Descaminho
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