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Nós que aqui estamos, por vós esperamos Resenha

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De maneira orgânica e sem responsabilidade há linearidade temporal já conhecida,
Nós que aqui estamos, por vós esperamos, apresenta as mudanças sociais através
de fragmentos fotográficos e lembranças de figuras conhecidas e anônimas,
mostrando os horrores e as maravilhas dentro da transição dos séculos.Tal qual um
relógio, onde cada ponteiro representa um momento, cada fotografia irá apresentar
o estopim do século XX, marcando assim de maneira afetiva visual todas as
mudanças da historicidade global. Revoluções, conflitos geopolíticos, vitórias,
derrotas, nascimentos e mortes guiam a alegoria cinematografia, mostrando que a
história se faz presente mais na atualidade do que no próprio passado como
imaginamos. Como uma carta visual ao passado, Nós que aqui estamos, por vós
esperamos, diz muito sobre o passado ao mostrar a relevância daqueles que já se
foram, como também diz muito sobre o presente ao fazer uma ponte com o passado
gerando reflexões sobre a atualidade e consequentemente reflexões sobre o futuro.
Nós são aqueles que já foram contando as suas histórias, enquanto aqui esperamos
representar a nossa existência atual que aguarda incessantemente para também
contar as nossas histórias. A narrativa visual do filme apresenta através de
pequenos frames o poder pela conquista, o tempo histórico e a herança ancestral
humana de maneira simbólica e próxima ao telespectador. O homem é o único
agente participante da obra que se mantém em constante mudança, somente
através desse homem em vida e em morte que é possível estabelecer marcos
civilizatórios e a expansão da compreensão da potencialidade tecnológica dos
conflitos para fins de dominação e expansão mercantil. Assim o homem
representado ao longo de 1h 13 min torna-se o seu próprio artista e a sua obra de
arte, o criador e a criatura genocida e gloriosa dentro de campos de batalhas onde
seus semelhantes, por mais humanos que sejam, já não se assemelham mais a
humanos, e sim a pequenas criaturas que merecem o extermínio e a dominação.
Por vezes o homem vitorioso dos conflitos torna-se o pai, vestindo Caftan vermelho
e em suas mãos uma foice e um martelo. Por vezes o homem vitorioso do conflito
torna-se a mãe, vestindo um vestido pintado de azul, branco e vermelho enquanto
segura uma tocha em seu braço direito. Passado, presente e futuro encontram-se
em um generoso banquete, onde através do grande marco da comunicação de
massas é assistida a odisseia sangrenta da história com personagens femininas
esquecidas e vitoriosas, assim como camponeses e operários que serviram como
principais agentes de promoção de mudanças jamais vistas ao longo da
humanidade que até hoje não possuem reconhecimento.

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