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FISIOLOGIA AULA 2 (FUZII)

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Medicina UFPA D 2015 
 
FISIOLOGIA – SISTEMA DIGESTÓRIO 
Data: 31/07/2017 (Aula 2) 
Professora: Hellen Fuzii 
Temática: Fisiologia do Sistema Digestório 
 João Felipe Serrão 
A principal função do estomago é o armazenamento. Além disso, é importante para 
transformar o alimento em quimo, ou seja, o alimento precisa ter uma consistência adequada para 
ser gotejado do piloro ao duodeno, para que os nutrientes sejam bem absorvidos. 
FUNÇÕES SECRETORAS DO TRATO ALIMENTAR 
As glândulas possuem 2 funções: 
- Secretam enzimas: desde a boca até o término do íleo. 
- Secretam muco: desde a boca até o ânus. 
Princípios Gerais da Secreção do Trato Alimentar 
- Tipos anatômicos de glândulas 
 Glândulas mucosas unicelulares espalhadas por toda a mucosa do TGI e cheias de 
muco, são células mucosas ou caliciformes sem a necessidade de coordenação com 
outras células. 
 Todo o TGI apresenta depressões que são invaginações do epitélio no interior da 
submucosa; no intestino delgado são as criptas de Lieberkühn (tanto no intestino 
delgado como no grosso, sendo que a diferença consiste no fato de que nas do 
intestino delgado tem-se enterócitos. 
 No estômago, tem-se as glândulas tubulares profundas (oxínticas – principalmente no 
corpo; pilóricas – próximo ao piloro). 
 Existem várias glândulas complexas associadas ao TGI: salivares, pancreáticas e 
hepáticas. 
Mecanismos Básicos de Estimulação das Glândulas do Trato Alimentar 
Podemos ter um estímulo local, devido ao efeito do contato do alimento com o epitélio – 
presença mecânica do alimento, os estímulos são tátil, irritação química e distensão da parede 
abdominal. 
Pode ser por estimulação autonômica da secreção por estimulação parassimpática, que 
aumenta a secreção principalmente das glândulas da porção superior do TGI (nervo vago) e porção 
inferior (nervos pélvicos). A estimulação simpática pode aumentar levemente ou diminuir pela 
redução da irrigação sanguínea, já que o simpático gera vasoconstrição. 
Medicina UFPA D 2015 
A regulação da secreção glandular por hormônios aumenta a secreção do suco gástrico e 
suco pancreático e causam esvaziamento da vesícula biliar. Dependendo de onde agir, pode 
causar inibição. 
Mecanismo Básico de Secreção pelas Células Glandulares 
Para ocorrer a secreção de substâncias orgânicas (proteínas) é preciso ter nutrientes + ATP 
+ REG e complexo de Golgi e secretar por meio de vesículas, que por sua vez, caminham em 
direção à membrana apical e quando recebe estímulo elas realizam exocitose. Durante esse 
processo, ela pode ficar retida naquela região formando uma placa de proteína, então, para evitar, 
e importante que essa proteína seja “lavada” para que ela possa cair dos ductos. Ou seja, é 
importante ter: 
- Secreção de água e de eletrólitos: 
Não se sabe ao certo como esse processo ocorre, mas estudos mostram que ocorre por 
meio desses fatores: 
 Estímulo nervoso causa transporte ativo de íons Cl para o interior da célula 
 Aumento da eletronegatividade atraindo íons positivos 
 Excesso de ambos aumenta a força osmótica e suga a água para dentro da célula 
 O aumento de pressão resulta em pequenas rupturas na membrana. 
Durante a exocitose, sai água por meio de pequenas fissuras na membrana, então cai 
proteína e água no TGI. 
Propriedades lubrificantes e protetoras do muco e sua importância no TGI: água e 
glicoproteínas, apresenta propriedades aderentes, baixa resistência em relação ao deslizamento – 
sem danificar a parede, consistência adequada para formar um filme sobre o epitélio, aderência 
para a formação do bolo fecal, resistência à digestão de enzimas e propriedades anfotéricas. O 
muco é importante para a fluidez do TGI. Varia em sua composição dependente da área no TGI. 
Pode apresentar bicarbonato para poder proteger a parede da mucosa. As células que produzem 
pepsinogênio ficam principalmente azuladas (ricas em proteínas – captura hematoxilina). 
Beatriz Moraes 
Secreção gástrica: 1,5 L, de pH 1 a 3,5; secreção hepatopancreática: 1L, pH 8 a 8,3; bile: 
1L, de pH 7,2; as secreções da parede do intestino delgado chegam a 1L, de 7,5 a 8 de pH; das 
glândulas de Brunner 200 ml, de pH 8 a 8,9; do intestino grosso em torno de 200 ml, de 7,5 a 8. 
Total de mais ou menos 6,7 a 7 L. 
 
 
Medicina UFPA D 2015 
Glândulas salivares 
As principais são as parótidas, submandibulares e sublinguais. Alem disso, temos várias 
pequenas glândulas orais produzindo muco. A secreção diária varia de 800 ml a 1,5L. E tudo 
depende de vários estímulos, inclusive quando você fica nervoso ou ansioso. 
Aqui eu tenho dois tipos de secreções, a ptialina – que é a serosa (ptialina é uma enzima 
alfa-amilase, responsável por digestão de açúcares), secretada principalmente pelas parótidas e 
submandibulares. E há a produção de mucina (muco), produzida principalmente pelas sublinguais 
e submandibulares além das pequenas glândulas bucais. Nosso pH na boca é de 6 a 7, pois é um 
pH ótimo para o funcionamento da ptialina. 
Como é produzida a saliva? Inicialmente, ali nos ácinos das glândulas, com produção da 
parte proteica e lançamento nos ductos de maneira já comentada antes (influxo de cloro, depois 
sódio, aumenta a osmolaridade, entra água, aumenta o volume, etc), então essa primeira secreção 
tem composição iônica diferente do que precisamos, sendo rica em sódio e cloreto. A nossa saliva 
final é rica em potássio e bicarbonato, importante na manutenção do pH. Lembrem que a boca tem 
milhões de bactérias, fermetando isso pode alterar o pH, então tem que dar um jeito de manter o 
pH. Depois da produção ocorre o fluxo pelas glândulas. Se houver um fluxo normal de produção, 
em torno de 1L por dia, ao passar pelos ductos ocorre absorção ativa do sódio junto com o cloreto, 
essa absorção ativa do sódio é uma troca com o potássio (absorvo sódio e jogo o potássio). 
Considerando que deve-se manter o equilíbrio das concentrações de íons positivos e negativos, 
com a ida do sódio, acompanha o cloreto e, para compensar, secreto bicarbonato. Sendo assim, a 
secreção fica rica em potássio e bicarbonato, mantendo o pH. 
 A saliva é importante para iniciar a umidificação do alimento. É necessário umidificar o 
alimento para a formação do quimo. Ela também ajuda na higiene bucal. Com esse fluxo contínuo 
você lava a boca das bactérias que são patogênicas. Cita: síndrome de Sjögren, doença autoimune, 
onde o sistema imunológico ataca as glândulas, sendo destruídas e passando a não produzir mais 
saliva, lágrima, causando secura das mucosas em geral. Em Belém não se faz diagnóstico dessa 
síndrome porque é preciso fazer biópsia de bochecha. Esses pacientes têm um alto índice de cárie, 
porque não tem a produção da saliva, e é interessante dar para esses pacientes saliva artificial. 
Medicina UFPA D 2015 
Tem também o chiclete para estimular a secreção – superfícies lisas estimulam a produção de 
saliva. Superfícies rugosas tendem a reduzir a produção de saliva. 
Na saliva também há íons de tiocianato e lisozima, sendo que esta fura a parede da 
bactéria. O íon de tiocianato penetra a bactéria e a mata. Além disso, tem anticorpos IgA, para a 
proteção da mucosa. 
 
Regulação nervosa 
 
As vias nervosas parassimpáticas saem dos núcleos salivares superior e inferior, que ficam 
próximo ao bulbo. Inclusive, ficam muito próximos de regiões que estimulam a parte de apetite. Ali 
também é uma região muito sensível a estímulos gustativos táteis. A inervação parassimpática 
inerva toda a região bucal, da mucosa, e trás as sensações para os núcleos salivares. Os estímulos 
de imaginação, olfativos, paladar levam à estimulação dos núcleos e, portanto, da produção de 
saliva. 
As vias simpáticas originam-se principalmente nos gânglios cervicais, e podem estimular 
junto às vias parassimpáticas a produção de saliva, porém se o estímulo for muito forte e causar 
vasoconstrição, diminui a nutrição e assim, diminui a produçãode saliva. Essa região entre o bulbo 
e a ponte fica bem sensível ao estimulo do vômito. Quando há sensação de enjoo e náuseas, há 
aumento da produção de saliva, ajudando a proteger a mucosa do vômito. 
 
 Secreção esofágica 
 
O esôfago é um órgão de passagem. Portanto, só tem secreção mucóide. E ali temos 
glândulas mucosas simples (unicelulares), principalmente na parte principal. Na parte inicial e na 
extremidade temos glândulas compostas, maiores, com maior numero de células e que produzem 
um muco diferente. Na parte principal o muco é um pouco mais fino, delicado, porém produz um 
filme muito bom em cima do epitélio. Na parte de entrada e de saída temos as glândulas compostas, 
e a produção do muco será muito mais densa. Na entrada porque o alimento é mais seco, tem 
partículas maiores e pode arranhar a entrada do esôfago. Na saída (lembrando que o muco nessa 
região tem mais bicarbonato também) porque há conexão com o estômago, onde há muito ácido, 
e mesmo que não haja refluxo, na hora que abre o esfíncter tem um contato com o suco gástrico. 
 
 Secreção gástrica 
 
 Dentro das glândulas tubulares profundas temos a produção de ácido, de pepsinogênio, e 
de fator intrínseco. Além disso, na mucosa temos várias células caliciformes produzindo muco mais 
denso ainda do que o visto nos outros órgãos. É tão denso que consegue produzir um filme de até 
1 mm sobre o epitélio, além de ser extremamente alcalino com produção de bicarbonato para a 
Medicina UFPA D 2015 
proteção da mucosa. Temos 2 tipos de glândulas, as tubulares oxínticas e as pilóricas. Em termos 
de composição elas são bem diferentes e também sua localização. As tubulares, em maior 
quantidade no corpo, produzem HCl, pepsinogênio e fator intrínseco (esse fator serve para se ligar 
a vit B12, para evitar a sua degradação e facilitar sua absorção, importante para produção de 
hemácias). Em algumas doenças do trato GI (atrofia gástrica, por exemplo) os pacientes têm grande 
facilidade de desenvolver anemia perniciosa. As glândulas tubulares pilóricas (20% das glândulas 
dessa região) ficam na região pilórica, secretam predominantemente muco, pepsinogênio (um 
pouco diferente do visto no corpo, mas bem pouco) e gastrina. Tem o colo da glândula, com varias 
células mucosas, mais gordinhas, grandes, são as caliciformes. Na metade dela tem as células 
oxínticas ou parietais, que produzem ácido. E mais ao fundo tem as células principais que produzem 
o pepsinogênio, são mais azuladas. 
A célula parietal tem uma invaginação que produz um monte de canalículos, onde ocorre a 
produção de ácido. 
 
Além dessas, nós temos células enterocromafins-like, enterocromafins, células D, todas 
aqui pra ajudar na regulação da secreção das glândulas (chamadas carinhosamente de 
enteroendócrinas). Diferente das glândulas pilóricas, onde temos células principais e outras, o 
destaque vai para as células D e G, além das enterocromafins. O importante delas é regular a 
produção de ácido e de pepsinogênio. Inicialmente, a secreção do ácido é: CO2 entra na célula 
parietal, se combina com a água, só que ao invés de liberar bicarbonato para o lúmen, libera-se o 
H+ e o bicarbonato é reabsorvido. Para liberar o H+ para o lúmen tem um contratransporte com 
potássio (potássio entra e H+ sai). Para manter esse fluxo de potássio, nós temos a bomba Na/K 
aqui. E pra compensar a saída de potássio, o sódio entra. O cloreto entra por que o sódio está 
entrando, e então é preciso transportá-lo ativamente para fora para poder eliminar junto com o H+ 
Medicina UFPA D 2015 
formando o HCl. E a água vai por osmose. Essa secreção mantém o estômago com um pH de 1,5 
a 3,5. 
 
 Fatores básicos para que eu possa estimular a secreção gástrica 
 
Inicialmente, estímulos nervosos locais, de distensão da mucosa e o atrito do alimento em 
cima dessa mucosa. A acetilcolina atua nisso. 
Essa é uma célula parietal com bomba de prótons que pode ser estimulada de 3 formas 
diferentes: (1) através de acetilcolina, ligando a M3 (aumenta influxo de cálcio); (2) através da 
gastrina (lembra das células G do piloro? Produzem gastrina), que vem pelo sangue, se liga a 
receptores de CCK 2, aumenta o influxo de cálcio, ativando as glândulas; (3) através de histamina, 
que se liga a H2, produz AMPc e estimula a secreção de ácido. Essa produção de histamina ocorre 
via células enterocromafins-like ou tipo enterocromafins, essas células possuem o receptor de CCK 
2, que a gastrina vem e se liga, estimula a produção de histamina. (essa parte é pergunta de prova 
galera). Não esqueçam: maneira direta da gastrina, direta da Ach e a maneira da histamina, que é 
liberada pela gastrina. 
 
A descoberta do mecanismo da histamina deu origem a um medicamento muito utilizado, 
que é a Cimetidina, mas ela que não funciona sozinha para diminuir a acidez. Por isso se usa muito 
mais os inibidores de bomba (omeprazol, etc.), que não pode ser usado por muito tempo, porque 
esse tipo de medicamento pode levar a atrofia gástrica além de induzir a formação de pólipo, que 
pode levar ao desenvolvimento de câncer. 
 
 
 
 
Medicina UFPA D 2015 
Thays Pimentel 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA POR MECANISMOS NERVOSOS E 
HORMONAIS 
- Fatores básicos que estimulam secreção gástrica: acetilcolina (todas as células secretoras), 
gastrina e histamina (produção de ácido). 
Durante o tratamento para gastrite são usados os inibidores de bomba por um ou dois meses, 
porque esse tipo de medicamento pode elevar o pH além de estimular o crescimento de pólipos 
gástricos, o que, dependendo do tipo de pólipo pode levar ao desenvolvimento de câncer, logo não 
se recomenda uso indiscriminado de omeprazol, por exemplo. Vale ressaltar que antiácido alivia 
apenas um paliativo imediato. 
Assim, quando se fala de gastrite, de produção exagerada de ácido, tem que se tratar o outro 
lado do paciente investigando a alimentação, a vida da pessoa, pois a gastrite nervosa existe. Deve-
se olhar para o paciente como um todo, pois mesmo após o tratamento os sintomas podem retornar 
por não se ter investigado corretamente o que está causando tais problemas. Nesse momento ela 
diz que é importante entender isso, não só por ser pergunta de prova, mas também para entender 
fármaco. 
- Estimulação da secreção gástrica ácida: Células 
parietais; células enterocromafins (estimuladas por gastrina 
e acetilcolina liberada na extremidade dos nervos vagos); 
Estimulaçãos da secreção ácida pela gastrina, que é 
produzida pelas células Gs, localizadas nas glândulas 
pilóricas. 
As enterocromafins e as células D produzem 
somatostatina que inibe (o quê? Ela não disse) 
Quando o pH diminui para menor que 3, percebe-se que essa produção deve diminuir pois 
pode começar a lesar a mucosa e o organismo, então, tenta diminuir isso a partir da dimunuição da 
produção de ácido a partir da redução de gastrina com a redução da produção delas (as gastrinas) 
pelas células Gs. 
As enterocromafins, diferente da enterocromafins like que produzem histamina, produzem 
serotonina que é um importante regulador de bem-estar. A maior porção de serotonina é em 90% 
na mucosa gástrica, então toda a ação da serotonina é feita a partir de estímulos que a pessoa 
recebe na mucosa gástrica. Sendo importante para ajudar na motilidade, digestão. Pois estas 
células percebem como está o bolo alimentar sendo importante na regulação da digestão, na 
saciedade e na fome. 
Medicina UFPA D 2015 
- Regulação da secreção de pepsinogênio: Células pépticas estimuladas pela acetilcolina ou 
em resposta à presença de ácido no estômago; Inibição da produção de ácido e pepsinogênio em 
pH menor que 3. 
 A regulação da produção de pepsinogênio é parecida com o que foi visto quanto a do ácido, 
também estimulada pela acetilcolina e pela presença de ácido no estômago. Se não tem ácido 
significa que não tem digestão e se esta não acontecerá, não precisa produzir pepsinogênioe 
gastar energia fora. Se a produção de ácido foi iniciada é sinal que haverá a digestão, então o pH 
diminui com produção de pepsinogênio. 
 Durante a fase interdigestiva que o estômago está vazio e 
a pessoa não está se alimentando, o pH fica maior que três e 
com um pH mais básico não se produz pepsinogênio. Lembrem 
amiguitos, se o pH ficar menor que 3, temos produção de ácido 
e de pepsinogênio. As fibras sensitivas percebem isso e fazem 
com que essa produção iniba, tanto pelo sistema nervoso 
mioentéricos quanto pela ação da somatostatina. 
 
 FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA 
Para que a digestão não ocorra em tempo demasiado tem se fases da secreção para que o 
estômago se prepare para receber o alimento: 
-Fase cefálica: é principalmente de sinais neurogênicos que estimulam a produção de um pouco 
de ácido e, posteriormente, de pepsinogênio. Tais estímulos vêm, diretamente, do córtex cerebral 
principalmente do centro do apetite no hipopótamo (onde se tem toda a parte visual, de cheiro, de 
imaginação) e transmite por meio dos núcleos motores dorsais dos nervos vagos e chega ao 
estômago iniciando a produção dita acima. Corresponde a cerca de 10% da secreção. Esta fase 
também ajuda na liberação de gastrina, mas é, demasiadamente, pouca. 
- Fase gástrica: o alimento chega ao estômago e distende a mucosa, irritando-a. A mucosa sente 
a composição do alimento, ou seja, as fibras sensitivas percebem, quimicamente, o tipo de alimento 
que está sendo ingerido estimulando a produção adequada e na quantidade certa para que se inicie 
a digestão. Nesta fase tem se tantos os reflexos locais, tanto os de parassimpático quanto os do 
próprio sistema nervoso entérico, que no caso é o submucoso. Nesta fase estimula-se a produção 
de gastrina que aumentará a produção de ácido e de pepsinogênio, além do fator intrínseco. 
-Fase intestinal: passando a fase gástrica, há a formação do quimo que será gotejado no intestino. 
Nesta fase ainda há liberação de gastrina, o bolo alimentar as esta é produzida no córtex da 
adrenal. Isso aumenta a produção gástrica e ocorre no início do gotejamento, pois é quando se 
finaliza a formação desse quimo. 
 
Medicina UFPA D 2015 
- Inibição da secreção gástrica por fatores intestinais pós-gástricos: 
Ao mesmo tempo que no início tenha-se isso, no intestino tem-se que a pessoa se alimentou e a 
comidinha chegou e precisa digerida, logo deve chegar devagar, gotejada, percebendo a 
quantidade suficiente quando se distende. 
 Reflexo enterogástrico inverso: desencadeado pela presença do alimento no intestino 
delgado. A partir do sistema nervoso mioentérico e pelos nervos extrínsecos vagos e simpáticos. 
O sistema nervoso mioentérico percebe a dilatação dessa mucosa e envia um sinal para o 
estômago, inibindo, assim, a secreção e a motilidade gástricas (a motilidade gástrica inibida é a 
bomba pilórica, não a bomba de mistura). As enervações simpáticas também fazem isso. 
Liberação de hormônios: secretina, peptídeoinibidor gástrico, somatostatina. O quimo é 
quimicamente negativo e cheio de composições. A liberação desse hormônios acontece em 
resposta ao ácido vindo do estômago para que não machuque a mucosa do intestino. Há também 
a liberação de colecistoquinina para aumentar a secreção do pâncreas e liberação de bile, mas 
também ajuda na inibição da bomba pilórica. “Mas na fase intestinal foi dito que iria estimular, agora 
a professora louca diz que vai inibir. O que vai importar?” Valerá o que tiver mais peso na balança, 
a que está em maior quantidade, se são a secretina, peptídeo inibidor e somatostatina ou se é a 
gastrina duodenal. Chega um determinado momento, então que a parte estimulatória é vencida 
pela inibitória. 
Dessa forma, a secreção gástrica no período interdigestivo se resume a produção de muco 
e, normalmente, sem produção de ácido nem pepsinogênio. Há uma leve produção de ácido para 
prevenir o organismo contra bactérias vindas da deglutição de saliva a cada momento. 
 
 SECREÇÃO PANCREÁTICA 
Aqui encontramos a produção de tudo (as enzimas) o que precisamos para uma boa digestão e 
- Enzimas digestivas pancreáticas: 
 Tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase; Amilase pancreática; Lipase pancreática, 
colesterol-esterase e fosfolipases; 
Encontram-se em estado inativado, visto que se forem produzidas/encontradas já em sua forma 
ativa, ocorre lesão ao pâncreas, ou seja, pancreatite. Sendo ativadas quando chegam ao lúmen do 
intestino, onde haverá a Enteroquinase que ativa o tripsinogênio em tripsina e a tripsina ativa todo 
o restante das enzimas. O que é uma forma de proteger ainda mais o organismo, pois, já que é só 
a tripsina quem ativa todas essas enzimas, o pâncreas produz junto com tais enzimas o Inibidor da 
tripsina. Esse inibidor de tripsina impede a autocatálise do tripsinogênio, que também pode 
acontecer. Essas enzimas são produzidas pelos ácinos. 
Se o paciente tem uma dieta gordurosa e desenvolve colelitíase, se essa “pedrinha” entupir. O suco 
pancreático continua sendo produzido até que a quantidade de tripsinogênio é maior que a de 
Medicina UFPA D 2015 
inibidor de tripsina. O tripsinogênio auto catalisa, ativando tripsina e esta todo o resto levando ao 
desenvolvimento de uma pancreatite aguda. Em geral, as pedras na vesícula preocupam mais por 
poder levar a esse quadro de pancreatite aguda, quando as pedras são grande o problema é a dor, 
mas quando são pequenas, há maior o risco de pancreatite. 
- Secreção de íons bicarbonato. As enzimas produzidas pelo pâncreas funcionam bem em pH 
entre 7 e 8, porém o quimo chega bastante ácido e precisa ser alcalinizado a partir da produção de 
bicarbonato pelos ductos, pelas células ductais. 
 A produção de bicarbonato é em torno de 1.800 mEq/l, para alcalinizar o mais rapidamente este 
quimo. Muitas úlceras ocorrem nesse locais de desague do quimo, na junção gástrica duodenal e 
na região cárdia e do fundo. 
- Regulação da secreção pancreática: 
Estímulos que causam secreção pancreática (acetilcolina, colescistocinina e secretina); No 
momento que o quimo chega e distende e irrita a mucosa intestinal, estimulando a parte nervosa à 
secreção pancreática. Além disso, a composição também estimula a secreção de hormônios como 
colecistocinina, para produção de enzimas no pâncreas, a 
secretina, para a produção de bicarbonato. 
Efeitos multiplicadores dos diferentes estímulos (resulta 
dos efeitos combinados e não de um isolado que seria a 
secretina, a colecistocinina, a distensão gástrica, a distensão 
e irritação da mucosa, a acidez do quimo). 
- Fases da secreção pancreática: 
Fases Cefálica e Gástrica. Não correspondem a maior 
produção de suco pancreático. A fase cefálica é igual, a 
gástrica é quando ocorre a distensão da mucosa gástrica que 
é quando manda mensagem para o início da produção do suco. 
A Fase Intestinal é muito mais forte. 
Secretina estimula a secreção de bicarbonato para neutralizar o quimo: Baixa concentração de Cl; 
formação de ácido carbônico que se dissocia em água e CO2; Aumenta o pH para o funcionamento 
das enzimas pancreáticas. 
Colecistocinina controla a secreção enzimática digestiva pelo pâncreas: Produção estimulada pela 
presença do alimento no intestino delgado(gordura) e de ácido clorídrico; estimula a secreção de 
enzimas pelas células acinares; Responsável por 80% da secreção total. 
Medicina UFPA D 2015 
 As fibras sensitivas percebem a diferença na composição. 
Se for colocado ácido (HCl) há pouca produção de enzimas e 
muita produção de água, ou seja muita secretina para 
neutralizar. Se for colocado algo rico em gordura, sabão como 
mostra a figura, há produção de água e de enzimas. Se for 
colocado peptona, em pH 7, produz-se pouca água e 
bicarbonato e muita enzima. Isso mostra que o intestino 
reconhece a composição e produz a quantidade de enzimas 
necessária para digerir esse bolo alimentar. 
 
 SECREÇÃO DE BILEPELO FÍGADO: FUNÇÕES DA ÁRVORE BILIAR 
 Importante pelos ácidos biliares e excreção de bilirrubina e excesso de colesterol. 
Essa bile que é produzida pelo fígado, não sou eu quem vai falar pra vocês (é a Anitta, então). A 
bile é feita a partir dos ácidos biliares que são produzidos a partir de colesterol, logo o colesterol é 
necessário, apenas deve-se ter cuidado com o excesso. 
- Anatomia fisiológica da secreção biliar: 
Armazenamento e concentração da bile na vesícula: a bile é armazenada na vesícula biliar 
que armazena em torno de 60 ml, mas é produzido 1l de bile todos os dias. O epitélio da vesícula 
absorve água e eletrólitos, fazendo um concentrado de bile. Então é liberado uma certa quantidade 
de bile pelo fígado e quando está ali na vesícula retira água e eletrólitos concentrando a bile. O 
problema é, visto que o colesterol não é solúvel em água, logo, fica em solução com os sais biliares 
e, além disso, tem lecitinas que são compostos que fazem a emulsificação da gordura e faz com 
que eles fiquem em solução, porém acontece que ao comer em excesso ou ter uma inflamação 
nesse epitélio, modifica a permeabilidade desse epitélio e ao invés de absorver apenas água e 
eletrólitos, passa a absorver sais biliares. Para que se tenha uma boa emulsificação, precisa-se de 
uma quantidade adequada de sais biliares para manter o emulsificado. Se isso modifica, a relação 
ácido biliar com o colesterol diminui, o colesterol precita e tem pedra na vesícula. Então, associada 
a essa desregulação e a essa dieta rica em gordura, pode levar ao desenvolvimento de colesterol. 
Composição da bile; 
Esvaziamento da vesícula biliar – papel estimulador da colecistocinina; Dessa forma, a bile 
é concentrada e armazenada na vesícula biliar, sendo esvaziada quando é necessário, ou seja, 
quando ocorre a ingesta de gordura que é percebida pelo epitélio do intestino que libera 
colecistocinina. As fibras sensitivas percebem a ingestão de gordura e provocam a contração da 
vesícula. 
Medicina UFPA D 2015 
- Função dos sais biliares na digestão e na absorção de gorduras, cerca de 95% dos sais biliares 
é reabsorvido. Vai e volta umas 27 vezes até ser eliminado e o organismo ter que produzir 
novamente 
Papel da secretina no controle da secreção 
- Secreção hepática de colesterol 
- Formação de cálculos biliares 
 
Simone Passos 
Se você tem alguma inflamação ali que altera a permeabilidade desse epitélio, a relação 
ácido biliar com o colesterol diminui e o colesterol precipita, ocasionando pedra na vesícula. A 
inflamação associada a uma dieta rica em gordura pode levar ao desenvolvimento dessas pedras. 
Esse colesterol é o excesso que foi adquirido em uma dieta rica em gorduras, por que todo o 
colesterol ingerido não vai ser utilizado. Além da ingestão de colesterol, você ainda o produz para 
a síntese de hormônios e de sais biliares, então sempre tem o excesso de colesterol. Comer um 
churrasco gera um aumento de colesterol e para diminui-lo usa-se a bile. 
A ingestão de carne todo o dia (ou leite, ovos, manteiga que são produtos animais ricos em 
colesterol), gera um excesso de colesterol. Não entram produtos de origem vegetal, como óleo 
usado para fritar alimentos (eles são excesso de gordura? São sim, mas são eliminados de outra 
maneira). Se é um excesso muito grande e os sais biliares não conseguem emulsificar ,ele precipita 
causando pedra na vesícula. Tudo depende da alimentação. 
A bile é concentrada na vesícula que só vai ser esvaziada quando necessário, ou seja, após 
a ingestão de gordura. É preciso emulsificar, para poder digerir e absorver. Quem detecta isso? O 
epitélio do intestino que libera colecistocinina. Após comer uma feijoada as fibras sensitivas 
percebem que isso é gordura e estimulam a contração da vesícula para liberar a bile a fim de fazer 
a emulsificação. Se só comer vegetais, a contração na vesícula não é feita frequentemente. 
Em geral, a eliminação do colesterol é de 1-2 gramas, de excesso perdido. Os sais biliares 
quando são liberados, cerca de 95% é reabsorvido ,então só são utilizados 5% ,não precisa de 
muito consumo de colesterol para manter esses sais biliares . Os sais biliares são produzidos e 
reabsorvidos até que o colesterol em excesso seja eliminado. O problema das pedras é quando 
elas entopem os ductos e ocasionam pancreatite aguda. 
Secreção intestinal 
 A secreção mucoide das glândulas de Brunner, as quais estão na saída da papila de vater, 
é composta por um muco bem denso e alcalino. Essa região precisa ser protegida, pois é 
onde desagua o suco pancreático. 
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 PROVA: 
 As Criptas de Lieberkuhn são cheias de células caliciformes produzindo grande quantidade 
de muco, mas existem também enterócitos, os quais são importantes para a finalização da 
digestão. Os enterócitos produzem várias enzimas digestivas, como peptidases, sacarases, 
maltases, lactases e a lipase intestinal. 
Como a secreção dessas enzimas é regulada? Principalmente por estímulos táteis e irritativos, 
além de toda atividade nervosa entérica (fibras sensitivas). Além da atividade nervosa, tem a 
regulação por meio de hormônios, como a secretina e a colecistocinina. 
No intestino grosso, há a ação das criptas de lieberkuhn, mas a diferença é que são usadas 
principalmente as células caliciformes, não tem enterócitos, nem produção de enzimas de 
finalização digestiva, pois nessa etapa não há mais digestão, apenas reabsorção. Há a presença 
de um muco denso para a compactação do material fecal e a formação das fezes. 
Nessa região é onde há a diarreia, devido a grande secreção de água e eletrólitos em resposta 
à irritação. A toxina da cólera ataca as criptas de lieberkuhn estimulando a secreção ativa de sódio, 
de cloreto e consequentemente de agua; isso é importante para tentar lavar o intestino do que 
esteja irritando-o. Em pacientes com síndrome do colo irritado, a mucosa está toda inflamada 
causando diarreia. 
Digestão e absorção 
A digestão dos alimentos é básica, feita por hidrólise, ou seja, é utilizada uma molécula de 
agua para poder quebrar. Os carboidratos são ligados por condensação, na ligação glicose – 
glicose é liberada uma molécula de água, consequentemente para separá-las entra uma molécula 
de água. A mesma coisa acontece na formação dos triglicerídeos, três ácidos graxos e um glicerol 
são condensados e, para isso, saem moléculas de agua; para quebrar, entram moléculas de água. 
Nas proteínas, essa relação é chamada de ligações peptídicas, é utilizada uma molécula de agua 
para poder lisar (hidrólise). 
A digestão dos carboidratos começa na boca (sacarose, lactose, amidos), na qual tem 
ptialina que é uma alfa amilase. Na mastigação há o inicio da quebra do alimento , a umidificação 
e a adequação do ph ( para que a ptialina tenha ação, a qual ocorre até o alimento chegar no 
estômago) . Se não modificar o ph, (no caso, acidificar o ph), a ptialina continua agindo, mesmo 
chegando ao estômago. Até a neutralização da ptialina pelo ácido do estômago, há uma digestão 
de 20-40% dos carboidratos. 
No estômago, não existe enzimas que digerem carboidratos, por isso eles não são digeridos. 
No intestino delgado há a amilase pancreática, onde 50 a 80 % de todo carboidrato é digerido, essa 
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enzima também é uma alfa amilase, porém é mais ativa que a ptialina, então a digestão dela é mais 
eficiente. 
PROVA: 
No final da digestão irá ter dissacarídeos, e esses pequenos polímeros de glicose precisam 
ser finalizados, pois devem ser absorvidos somente os monossacarídeos (a glicose, a frutose). Nos 
enterócitos, há pequenas carboxipeptidases que terminam essa digestão para que o nutriente 
possa ser absorvido. 
Digestão de proteínas 
As proteínas são provenientes das carnes, dos cereais e dos diversos tipos de alimento. A 
digestão das proteínas começa no estômago, por meio da pepsina. Essa enzima é importante porque quebra colágeno (é a única enzima que consegue quebrar colágeno), a tripsina e a 
quimiotripsina não conseguem. É importante para quebrar o colágeno da carne e formar o quimo. 
Os outros tipos de proteína, que vem dos cereais, não tem esse problema de quebra, ou seja, quem 
é vegetariano não tem esse problema. 
No intestino, há a secreção pancreática com tripsina e quimiotripsina para terminar de fazer 
a digestão das proteínas. Nessa etapa irá ter polipeptídios e dipeptideos, e quem vai finalizar em 
aminoácidos será a peptidase produzida pelos enterocitos. 
Digestão das gorduras 
A gordura vem da carne, da manteiga, do leite, e será digerida no intestino delgado. Há 
enzimas do estômago, as tributinases que aproveitam gordura de manteiga, mas a ajuda delas é 
ínfima e não vale a pena citar. A digestão de gorduras será, de fato, no intestino e para que ela 
aconteça deve haver uma facilitação. 
 As proteínas trabalham em superfície, tanto o amido e a carne mastigados estão bem 
pequenos para que a ação das enzimas seja facilitada. No caso das gorduras é mais complicado, 
pois elas não são hidrossolúveis e em superfície aquosa elas tende a se agrupar. Os sais biliares, 
então, são utilizados na digestão das gorduras, promovendo a formação de micelas e aumentando 
a superfície de contato com a lipase pancreática que é responsável pela quebra dos triglicerídeos. 
No movimento de mistura, o bolo alimentar no intestino está extremamente líquido. A bile é 
adicionada e o movimento de mistura faz com que essas gorduras sejam envoltas em forma de 
micelas, que facilita a ação da lipase pancreática. Não apenas com a gordura, mas outros tipos de 
substâncias gordurosas como o colesterol e fosfolipídios. Existem enzimas que ajudam a digerir 
esses outros compostos. A lipase pancreática pode liberar ainda pequenos fragmentos de 
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triglicerídeos, mas precisa finalizar através da lipase entérica. Há uma vitalização dos enterócitos 
lá nas criptas de Lierberkuhn produzindo então essas pequenas enzimas. 
Anatomicamente, há as vilosidades, a borda em escova, que tem 250 m2 de área absortiva, 
por conta de todas as dobras intestinais, isso facilita muito, pois há pouco tempo para absorver o 
alimento, e isso precisa ser compensado. 
Quanto tempo o alimento fica no organismo? Isso depende de pessoa para pessoa. Depende 
de como é a motilidade gástrica. Isso envolve qual é o tipo da alimentação. Não adianta comer 
muita fibra, e não beber água, pois a motilidade vai diminuir devido à alta densidade do bolo 
alimentar. 
 A Absorção de água é por osmolaridade. Durante a absorção de várias substâncias dentro 
do intestino, os osmóis no bolo alimentar diminuem e se dirigem para o tecido, puxando junto à 
agua. Há uma grande necessidade de absorção de agua. Quando o suco digestivo é liberado, 
reabsorvem-se quase sete litros de agua, além dos dois litros de agua que se ingere todos os dias. 
Nas fezes são eliminados 200 ml de agua. Ou seja, nove litros são ingeridos, porém apenas se 
liberam 200 ml. Reabsorvem-se oito litros e 800 ml. 
Na maioria dos íons a absorção ativa, ou seja, é um transportador ativo, como com o Mg e 
o Ca+. Entretanto eles dependem da influencia de hormônios liberados. No caso do cálcio, se 
houver liberação de paratormônio, há um aumento da absorção intestinal dele. 
O sódio entra por várias vias, não só o processo ativo, mas também o processo passivo e 
em geral ele trás junto o cloro. Da mesma forma, tem-se o transporte ativo de potássio. E há uma 
absorção ativa de bicarbonato porque se libera muito. Absorve-se muito bicarbonato assim como 
se secreta bastante e a absorção de bicarbonato não é diferente da absorção do sistema urinário. 
Há a absorção do bicarbonato, a interação com água e a formação do CO2 para que se possa 
absorvê-lo. 
Apesar de se absorver bicarbonato, em algumas regiões é necessário secretar também. 
Principalmente na região do íleo e no intestino grosso, tem-se uma alta atividade bacteriana, que 
produz muito ácido e isso pode causar danos ao epitélio. Então nessa região, há uma secreção de 
bicarbonato e absorção simultânea de cloreto, mas apenas para impedir a acidificação e lesão do 
epitélio. 
Há a absorção dos nutrientes. Como era a absorção de glicose no sistema urinário? Por 
transporte com sódio. O organismo usará o mesmo transporte. Há os transportadores GLUT, mas 
de qualquer forma é a mesma maneira: é com transporte com sódio. Para absorver glicose se usa 
a força gerada pelo sódio. Há uma diferença elétrica entre o exterior e o interior da célula de -70 
mv e isso faz com que o sódio seja atraído para dentro da célula e então a glicose vem junto. 
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A absorção dos aminoácidos também é por transporte com sódio. E a força gerada pela 
bomba de Na/K atrai os aminoácidos para dentro da célula e depois ela é difundida dos dois lados. 
Os carboidratos e proteínas vão direto para o sangue. 
As gorduras precisam da ajuda dos ácidos biliares, porque se precisa quebrar glicerol e 
ácidos graxos durante a digestão, mas o glicerol se liga muito fortemente com os ácidos graxos, 
então se estiverem em solução, ligam-se rapidamente formando triglicerídeo novamente, mas isso 
não é desejado. 
Então, os mesmos ácidos biliares que formam a micela para poder haver a digestão, 
envolvem o glicerol e os ácidos graxos, deixando-os separados. Esses ácidos ajudam no transporte 
até as microvilosidades, então as gorduras são absorvidas pela célula epitelial, são metabolizadas 
e formam os quilomícrons, que são levados para o sistema linfático (proteínas e carboidratos vão 
para o sangue). Eles caem nos vasos linfáticos e são levados à veia cava. Eles não passam pelo 
fígado (usam a circulação esplênica). Além de ajudar na digestão, como também são gordurosos, 
[os ácidos biliares] ajudam no transporte por que passam normalmente pela membrana, não é 
necessário um receptor. 
A absorção do intestino grosso 
 Haverá a absorção e secreção de eletrólitos, água, principalmente sódio, cloreto e 
bicarbonato. Quanto é a secreção no intestino grosso? No máximo 200 ml, o mais importante é a 
liberação de bicarbonato. O resto é para absorção. A água e os eletrólitos são muito absorvidos 
deixando cada vez mais ressecadas as fezes. O intestino grosso tem uma grande capacidade de 
absorção. Há a ação bacteriana para a produção de algumas proteínas como vitamina B12, 
vitamina K e essa ação bacteriana produz muito ácido, por isso há a secreção de bicarbonato. E a 
composição final das fezes: 10 a 20% de gordura, de 10 a 20% de matéria orgânica, 30% de 
bactérias mortas e 2 a 3% de proteínas e 30 % de matéria não digerida. Significa que é aproveitado 
tudo e mais um pouco do que é ingerido.

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