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Governador Vice Governador Secretária da Educação Secretário Adjunto Secretário Executivo Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Cid Ferreira Gomes Domingos Gomes de Aguiar Filho Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Maurício Holanda Maia Antônio Idilvan de Lima Alencar Cristiane Carvalho Holanda Andréa Araújo Rocha Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 1 Sumário 1. Introdução a Fruticultura 03 1.1. Importância Social 04 1.2. Importância Econômica 05 2. A Fruticultura no Brasil e no Mundo 07 2.1. Panorama Mundial 07 2.2. Panorama Nacional 07 2.3. Fruticultura no Ceará 10 3. Fisiologia de Plantas Frutiferas 14 4. Escolha de Variedade 16 5. Métodos de Propagação 17 6. Implantação do Pomar 21 6.1. Preparação do Solo 21 6.2. Calagem 22 6.3. Sistema de Plantio 23 6.4. Marcação do Pomar 23 6.4. Espaçamento 25 6.5. Abertura da Cova 26 7. Plantio 27 8. Tratos Culturais Após Plantio 29 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 2 9. Projeção de Pomares 31 10. Manejo do Solo 33 11. Características do Uso de Máquinas no Pomar 33 12. Sistemas de Cultivo do Pomar Depois do Plantio das Mudas 33 13. Variantes para combinar Sistemas 36 14. Solo 35 15. Correção de Solo 38 16. Adubação de Solo 38 17. Doenças 41 18. Pragas 42 19. Podas 43 20. Ponto de Colheita 53 21. Literatura Consultada 55 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 3 FRUTICULTURA GERAL 1. Introdução a Fruticultura A vida humana seria impossível se não existissem as árvores. As plantas, especificamente as árvores, fornecem ao homem lazer, abrigo, perfume, remédio, comida, combustível, tinta, além de permitir a confecção de instrumentos para as mais distintas utilidades. Segundo alguns historiadores, a fruticultura tem sido praticada há milhões de anos e dentre as espécies mais antigas, são citadas a Macieira, Videira, Cítricos, Figueira e Pereira. A dispersão das frutíferas ocorreu com os vários deslocamentos do homem, seja por guerras, ou por novas conquistas. A fruticultura é uma das atividades mais importantes do setor primário, em praticamente todo mundo. A relevância do setor frutícola em cada região é variável, mas pode-se afirmar que a potencialidade para uma ou mais espécies frutíferas ocorre em cada região. No Brasil, mais especificamente, há condições adequadas para cultivo de um grande número de espécies, desde plantas frutíferas de clima tropical (muitas das quais tem seu centro de origem no próprio Brasil) até de espécies de clima temperado, cuja adaptação de um grande número de cultivares é bastante satisfatória, tornando viável o seu cultivo comercial. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 4 Com base nesta potencialidade, a corrida para a fruticultura no Brasil e a tradição do cultivo de espécies frutíferas são realidade. Cada vez mais o setor frutícola tem aumentado sua significância, na medida em que cresce a consciência: a) do valor alimentar das frutas e da necessidade de sua inclusão na dieta; b) da importância das espécies frutíferas em sistemas de diversificação na propriedade; c) da necessidade da capitalização do produtor rural utilizando a fruticultura; d) da relevância da fruticultura como geradora de empregos; e) da importância das frutas como componentes da balança comercial e na geração de divisas; f) do aumento do interesse de produtores tanto em nível doméstico quanto em nível empresarial. Na verdade, a fruticultura é uma das grandes geradoras de recursos, pois as frutas possuem alto valor agregado, ou seja, possuem alto valor por unidade colhida, permitindo a obtenção de uma receita elevada em uma pequena área. Observa-se que, de um modo geral, a receita por unidade colhida para frutas é superior à alcançada em culturas anuais. O valor agregado torna-se tanto maior em espécies destinadas ao consumo „in natura‟ das frutas, como é o caso de maçã, pêssego de mesa, ameixa e tangerina e é menor em produtos provenientes de frutas após processamento, como é o caso do suco de laranja e de conservas de pêssego. Além do que já foi mencionado, o interesse do consumidor em adquirir frutas consideradas exóticas é um dos fatores que têm estimulado a produção frutífera. 1.1. Importância Social O cultivo de espécies frutíferas tem como principal característica a elevada exigência de mão-de-obra. Isso porque não apenas são necessários cuidados na condução do pomar, como também na colheita e manejo dos frutos. Assim, compreende-se porque a fruticultura tem um importante papel social, como fonte geradora de empregos. A complexidade da fruticultura faz com que sejam exigidos tratos culturais especiais e para isso, deve-se dispor de mão-de-obra especializada em grande quantidade. Em comparação, uma cultura anual exige, para condução de um hectare, uma quantidade de mão-de-obra relativamente baixa, inclusive porque a mecanização é altamente adotada, ao contrário da fruticultura. Por outro lado, são necessárias muitas pessoas (mão-de- obra familiar e concentrada) para realização de tarefas tais como podas, raleio de frutos, colheita e apenas para citar alguns exemplos. Ainda no que se refere à mão-de-obra, a fruticultura é uma fonte geradora de empregos não apenas diretamente no pomar, mas Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 5 também indiretamente, no processamento dos frutos e manejo de produtos industrializados. Estima-se que, para cada hectare cultivado com frutíferas, são criados 3 a 5 novos postos de trabalho. Face ao elevado rendimento por área e ao alto valor agregado de frutos, como citados anteriormente, a fruticultura pode atuar, uma vez otimizando o sistema de produção, como um agente de capitalização do produtor, especialmente se a fruticultura estiver dentro de um plano de diversificação de cultura da propriedade. Dessa forma a fruticultura é um importante fator de fixação do homem à terra, pois possibilita a exploração intensiva e lucrativa das áreas produtivas. 1.2. Importância Econômica As frutas apresentam alto valor agregado, proporcionando um volume de recursos alocados e gerados para as atividades muito significativas. Para entender-se a importância econômica da fruticultura deve-se compreender três fases: a) Antes da produção - por ser uma atividade de exploração intensiva, o custo de implantação de pomares é elevado, envolvendo desde preparo de solo; aquisição de mudas e a mão-de-obra do plantio. Estes recursos, de forma indireta, beneficiam os setores que podem ser incluídos na jusante do volume de recursos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 6 b) Durante a produção - os custos de manutenção de um pomar e os recursos alocados pelo produtor beneficiam os setores de fertilizantes, defensivos, maquinários e a própria mão-de-obra concentrada. c) Após a produção - nesta fase, os custos estão representados basicamente pela mão-de- obra para a colheita, além dos setores de embalagens, transportes e sistemas de beneficiamento,refrigeração e processamento. Isto ocorre porque a fruticultura exige tecnologia de alto custo e mão de obra intensiva e especializada. Na Tabela abaixo, é apresentada a quantidade média de insumos para manutenção de pomares de algumas espécies frutíferas, utilizando-se como exemplo o estado de Minas Gerais. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 7 Até agora, entretanto, estas considerações econômicas apenas computaram as despesas. As receitas geradas por um pomar eficiente e com a adoção de tecnologia são significativas, especialmente após encerrado o período improdutivo, quando inicia-se a fase de estabilização da produção e amortização dos recursos. O volume de recursos gerados pela fruticultura, apenas considerando a comercialização dos frutos frescos é muito significativo. Uma consideração econômica a ser feita ainda é quanto à exportação de frutos, uma atividade crescente no Brasil, especialmente em frutas tropicais. Isto favorece o equilíbrio ou mesmo o superávit de balança comercial. As perspectivas para a exportação são promissoras, uma vez que o Brasil atinja patamares de qualidade aceitável e compatível com a exigência dos importadores. 2. A Fruticultura no Brasil e no Mundo 2.1.Panorama Mundial Em termos mundiais, a fruticultura é uma atividade muito importante, movimentando mercados, gerando grandes montantes em divisas e proporcionando o desenvolvimento de muitos países. O Brasil aparece como o 1 o produtor mundial de mamão e laranja, o 2 o de banana, e o 4 o de abacate e abacaxi. Isso qualifica o Brasil como um grande produtor e impõe um grande desafio para a expansão da fruticultura. 2.2.Panorama Nacional O Brasil tem um grande potencial para a exportação de frutas, desde que atenda as exigências dos mercados consumidores de qualidade das frutas, tanto sanitárias, quando de características organolépticas. Além de produzir frutos de qualidades, os produtores devem ter frutas para fornecer na quantidade requerida pelos compradores na época estipulada por eles, a constância é fator imprescindível para se assegurar o comércio. Apesar de o mercado interno consumir a quase totalidade da produção nacional, o consumo per capita de frutas no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Fruticultura – IBRAF, é de apenas 57 kg por ano, bem abaixo de países como Espanha (120 kg/ano) ou Itália (114 kg/ano). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 8 A qualidade da fruta brasileira conquista mercado internacional que experimenta melão, uva, manga, morango, abacaxi produzidos no país. Os 10 maiores produtores de frutas ofertam 50% do volume comercializado no mundo. O Brasil é terceiro produtor mundial de frutas, sendo a China o maior produtor e a Índia, o segundo. Esses três países têm como característica produzirem frutas para suprir a sua própria demanda, ou seja, o mercado consumidor interno do país. Não obstante essa colocação, o Brasil exporta 1,8% da sua produção de frutas in natura, ocupando o 20º lugar entre os países exportadores. No Brasil são produzidas frutas tropicais e de clima temperado, isso se deve a grande extensão do território, sua posição geográfica localizada entre os trópicos de câncer e capricórnio e suas condições edafoclimáticas diversificadas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cadeia produtiva das frutas ocupa 3 milhões de há, emprega: 5,6 milhões de pessoas, ou seja, 27% da mão- de-obra agrícola do país. Em 2005 a fruticultura movimentou US$ 5,8bilhões em frutas frescas (IBRAF), e a receita aumentou 19,3% quando comparada com o ano anterior - (US$ 440 milhões em 2005, US$ 369 em 2004). Nesse mesmo período o volume exportado sofreu uma redução de - 2,43% (827,7 mil toneladas contra 848,3). Na década de 90 o Vale do São Francisco tornou-se agroexportador para mercado interno. Ao comparar o montante gerado com exportações em 2005 com os custos logísticos, pode-se estimar que essas despesas absorveram cerca de 36% da receita gerada com as exportações de frutas. Os gastos marítimos representaram 24%. O aumento dos custos logísticos, além de reduzir a participação do setor produtivo na renda gerada pela exportação de frutas, diminui os investimentos do setor. Em 2005, o setor produtivo ficou com pouco mais da metade da renda gerada com a exportação, segundo estimativas do Cepea/Hortifruti Brasil. Antes de encarar os desafios nos portos, propriamente, as cargas de frutas costumam percorrer longos trajetos rodoviários. Vêm à tona, então, outros sérios problemas. A estrutura da cadeia do frio, com caminhões devidamente refrigerados, é prejudicada pela Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 9 má conservação das estradas e o frete rodoviário torna-se um item cada vez mais significativo nos custos de exportação. Quem está a poucos quilômetros de portos do Nordeste, em tese, poderia passar ileso ao menos pelas dificuldades rodoviárias. Na prática, porém, a falta de navios e a deficiência da infra-estrutura de muitos portos acabam obrigando também esse exportador a percorrer maiores distâncias via rodovia. Os exportadores de mamão do Espírito Santo, por exemplo, deixam de utilizar o porto de Vitória, a apenas 150 km da região produtora de Linhares (ES), para embarcar a fruta por Salvador (BA), distante cerca de 1.200 km. Esta aparente incoerência ocorre devido às condições precárias do porto capixaba, como falta de contêineres, e também ausência de navios para alguns países compradores de mamão. Já para os exportadores de uva e manga do Vale do São Francisco, apesar de o porto de Salvador ser o mais próximo, em épocas de pico de colheita eles precisam recorrer a outros, como o de Pecém (CE), Fortaleza (CE) e Natal (RN). Também nesses casos, a fruta percorre longas distâncias antes de ser embarcada, elevando os custos. Há ainda o exemplo dos produtores de mamão do Rio Grande do Norte. No caso de falta de navios em Pecém e Fortaleza, principalmente na entressafra das exportações de melão (produto forte dos potiguares), suas frutas têm de se deslocar por cerca de 1.200 km até Salvador, triplicando o custo do frete. Distâncias entre as principais regiões produtoras e os portos utilizados para a exportação de frutas e seus respectivos valores de frete rodoviário. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 10 A infra-estrutura precária para a exportação de frutas também em aeroportos e a falta de espaço nos aviões reforçam as dificuldades dos vendedores brasileiros. Um caso a ser tomado em análise é o da região do oeste da Bahia, que está a 500 km do aeroporto de Brasília (DF), mas este não dispõe de infra-estrutura para exportação de frutas. Assim, a opção desses produtores baianos são os aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, que elevam o custo de frete rodoviário em 70% - em comparação a Brasília. 2.3. Fruticultura no Ceará No ranking dos estados exportadores brasileiros de frutas, o Ceará que havia sido o 2º maior exportador de frutas em 2009 voltou a ser o 3º exportador brasileiro em 2010, com redução de 5,78%, em função da recuperação dos Estados da Bahia (aumento de 39,83%) e Pernambuco (15,21%) em 2010. Apesar da redução nas exportações de frutas em 2010, o Ceará continua sendo o 1º exportador brasileiro de melão e melancia e o 3º em banana. Nocaso do melão, apesar da retirada do mercado de grandes exportadores nos últimos anos, o Ceará conseguiu manter os valores das exportações em 2010 mesmo com a redução da quantidade exportada, devido aos melhores preços médios verificados. Demonstrativo da evolução das exportações cearenses de frutas no período de 1998 a 2010. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 11 Os principais frutos exportados (2009-2010): Abacaxi, banana, mamão, manga, melão, melancia sem semente. Culturas A agricultura é responsável por grande parte do PIB (Produto interno bruto) gerado, e dentre as frutíferas neste texto será dado destaque a Banana, Laranja, Caju, Manga e Coco. Estas culturas foram escolhidas por sua importância econômica no Brasil e no estado do Ceará. Banana A bananicultura ocupa o 2º lugar volume de frutas produzidas e consumidas no Brasil. É a terceira cultura em área colhida. Diversas camadas da população brasileira consomem banana não só como sobremesa, mas como uma fonte alimentar. A parcela da renda gasta com na aquisição deste produto é de 0,87% do total das despesas com alimentação. A produção brasileira distribuída por todo o território nacional e ocupa cerca de 500.000 hectares, a Região Nordeste é a maior produtora deste fruto, responsável por 34% da banana produzida, merece destaque os estados da Bahia com 46.438 há e Pernambuco 38.000 ha. Dados de produção de banana em 2009 Fonte: IBGE Produção Agrícola municipal, 2011. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 12 Laranja O Brasil é o maior produtor mundial de laranja para a indústria e a Espanha é o maior produtor de frutos para consumo in natura, ou seja, de fruta fresca. O Brasil encontra-se em 1º lugar entre os países exportadores de suco de laranja concentrado congelado (SLCC). Atualmente a laranja é a fruta industrializada em maior quantidade no Brasil, sendo 72% das frutas produzidas processadas na forma de suco. Observando o quadro a seguir, pode-se notar que a produção de laranja no país se concentra na região sudeste, tanto em área colhida, quanto em quantidade de frutos produzidos como no valor da produção. E das 43 milhões de toneladas de frutas cítricas produzidas no país, cerca de 30% destinam-se ao mercado internacional; desse volume, 18 milhões de toneladas são de laranja, das quais 80% vão para as indústrias e geram mais de US$ 1,2 bilhão de exportação. Caju A importância econômica e social da cadeia do caju, no Ceará, é irrefutável. O Brasil é único país em que se consome o pedúnculo, como fruta fresca, caju-passa, rapadura, geleia etc. O Ceará detém mais de 80% da capacidade instalada do Brasil, e no município de Fortaleza localiza-se um conjunto de indústrias que somam uma capacidade de processamento de 140 mil t/ano. O ponto positivo desta situação é o fato de que há ociosidade no parque industrial para absorver significativos incrementos na produção de castanha. Em todo o nordeste, a capacidade instalada das indústrias de processamento de castanha é estimada em 300 mil t/ano para uma oferta média anual de castanha da ordem de 200 mil t/ano. O fruto do cajueiro é a castanha, além dessa amêndoa apreciada após seu beneficiamento, o pedúnculo desenvolvido, pseudofruto é cultivado para a retirada do caju só no Brasil. A castanha de caju é o maior produto da agropecuária cearense. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 13 Dados de produção de castanha de caju em 2009. Fonte: IBGE Produção Agrícola municipal, 2011. Destacam-se também a indústria de suco de caju que produz mais de 100 mil t e os produtos derivados do pedúnculo do caju, como doces, geléias, rapadura, caju-ameixa, ração, entre outros, considerados uma realidade para o consumidor brasileiro. A indústria ainda é limitada em vários aspectos, tais como: máquinas mais eficientes, melhoria de processos com vistas ao aumento da produtividade, redução dos custos de produção e melhoria da qualidade da ACC (amêndoa da castanha de caju), modernização do parque industrial e conquista de novos mercados com produtos subprodutos exportáveis de maior valor agregado. Manga No Brasil, a mangueira está disseminada em quase todo o território, a área cultivada se aproxima de 70.000 hectares, sendo os principais estados produtores Bahia, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Norte. O Nordeste brasileiro é tradicional produtor de mangas, possuindo condições climáticas consideradas das melhores do mundo para o cultivo da mangueira, destacando-se o Vale do Rio São Francisco desde Pirapora em Minas Gerais, até Petrolina no estado de Pernambuco. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 14 Dados de produção de Manga em 2009. Fonte: IBGE Produção Agrícola municipal, 2011. Coco O coqueiro tem grande importância econômica em 86 países. Na Ásia se concentra maior produção. No Brasil, a região nordeste é a maior produtora de coco, sendo a Bahia, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte. 3. Fisiologia de Plantas Frutíferas A estrutura de uma planta frutífera é composta pelo sistema radicular e pela parte aérea. Na parte aérea encontramos o tronco, ramos, gemas, folhas, flores e frutas e, no sistema radicular, as raízes que garantem a sustentação e a nutrição das plantas. O tronco e os ramos formam o esqueleto que sustenta as folhas, órgãos de frutificação, gemas e frutas. Em plantas frutíferas, as gemas se constituem no órgão vegetativo por excelência, pois delas depende todo o crescimento e o desenvolvimento das frutas. De acordo com sua posição na planta, as gemas podem ser classificadas em terminais, axilares, secundárias (segurança) e basais. Já pela sua estrutura, elas podem ser classificadas em vegetativas, floríferas e mistas. O processo de formação das gemas inicia com a brotação e, de forma evolutiva durante o período vegetativo, parte delas permanecem vegetativas, enquanto as demais se diferenciam em gemas floríferas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 15 Segundo as espécies, as gemas floríferas podem ser formadas antes da brotação, durante a brotação ou posterior a abertura das gemas vegetativas. Geralmente, em plantas frutíferas de clima temperado, o processo de diferenciação de gemas ocorre no final da primavera ou no verão, ou seja 6 a 8 meses antes da abertura na primavera seguinte. Algumas práticas culturais, tais como o anelamento de ramos, estimula a indução floral. Ao passo que a presença de frutas em quantidades elevadas concorrem com a indução floral, estabelecendo-se, em muitas safras, o que se chama de alternância de produção. A poda e o raleio de frutos podem ajudar a diminuir este problema. A formação da fruta se dá por fecundação. As plantas frutíferas, salvo no caso do de serem autoférteis, como o pessegueiro, necessitam de polinização cruzada como forma de garantir uma boa produção do pomar. Particularmente no caso de macieiras, pereiras e ameixeiras é necessário o plantio intercalado de plantas polarizadoras, numa proporção de 10 a 20 %, para garantir uma boa produção do pomar. A presença de insetos polinizadores ajuda a diminuir os riscos na produção. Assim, o uso deabelhas, no período de floração, é uma prática bastante recomendada. 4.Escolha de Variedades Quanto ao clima, as espécies frutíferas são classificadas em tropicais, subtropicais e temperadas. Esta é uma divisão didática, pois há possibilidade de cultivar espécies tropicais em regiões de clima tendendo a subtropical ou, com uso da tecnologia, cultivar espécies de clima temperado em regiões tipicamente tropicais. Apesar disso, é importante, para que se possa verificar a adaptação em diferentes condições, considerando-se as exigências de cada espécie. Portanto, o primeiro cuidado na escolha das espécies e variedades de frutíferas é observar aquelas que apresentam maior adaptação à região ou ao microclima onde se encontrará o pomar doméstico. Esta informação pode ser obtida junto a produtores, escritórios da EMATER, Universidades ou Instituições de Pesquisa. Deve-se considerar que, dentro de cada espécie, existem variedades ou cultivares com diferentes capacidades de adaptação ao clima e ao solo do local do pomar. Assim, os limites para escolha das espécies e variedades que compõem um pomar são muito Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 16 amplas. A preferência do proprietário, a resistência a pragas e doenças e a facilidade de manejo são outros critérios também importantes nesta definição. Dentro de uma espécie, a combinação adequada das variedades pode permitir a produção durante um longo período no ano. As espécies e variedades de clima temperado devem ser escolhidas de acordo com a sua exigência em frio (número de horas com temperaturas menores ou iguais a 7,2 o C. Aquelas que são muito exigentes em frio só se adaptam bem em regiões frias do Sul do Brasil. Algumas frutíferas exigem também que se intercalem variedades polinizadoras para que possam produzir bem, como acontece com ameixeiras, abacateiros, macieiras e caquizeiros. Em regiões de clima ameno, com inverno frio e seco, as espécies tropicais sofrem algumas restrições, aumentando o ciclo e produzido menos, com frutas de pior sabor. Valor comercial Diz respeito à preferência do mercado, tamanho, cor, aspecto da fruta e o destino da produção. Tradicionalmente, em qualquer parte do mundo, as frutas destinadas ao consumo in natura, alcançam melhores preços que aquelas destinadas à indústria. Época de amadurecimento No caso das frutas destinadas ao consumo in natura, deve-se procurar utilizar espécies que apresentem o pico de maturação em épocas diferentes das cultivares existentes na região, por exemplo, no caso de laranjas, deve-se dar preferências às cultivares tardias, como a Valência e a Pêra, pois para as cultivares precoces e de meia estação, o mercado já está saturado. Já no caso de pomares destinados à industria, que geralmente se caracterizam por serem pomares mais extensos, normalmente se recomenda utilizar cultivares com época de maturação diferente, pois com isso evita-se a concentração de atividades no mesmo período. Além disso, diminui-se o risco de grandes perdas devido à ocorrência de geadas, granizos, estiagens, entre outros. Sempre que possível, recomenda-se fazer um escalonamento da produção, plantando cultivares precoces, medianas e tardias. Lembrando sempre que as cultivares precoces, ou seja, aquelas que suas frutas amadurecem mais cedo, necessitam de menores gastos com a produção, pois geralmente escapam ao ataque das pragas e doenças. Um exemplo Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 17 típico acontece com a mosca das frutas, onde as frutas das cultivares precoces de pessegueiros, de ameixeiras e de nectarineiras são pouco afetadas, pois as gerações desta praga ainda são insuficientes para um ataque mais severo, devido à baixa soma térmica que ocorre no período. O planejamento da colheita das frutas aproveita melhor o equipamento e a mão-de-obra disponível. 5.Métodos de Propagação Rebentos São brotações que ocorrem em alguma região da planta, como no abacaxizeiro, bananeira, algumas palmeiras que podem ser utilizadas para propagação direta. Estaquia A estaquia é a técnica de propagação vegetativa mais rápida e de mais fácil execução sendo muito usada nas espécies que apresentam maior facilidade para a formação de raízes adventícias. A estaquia é baseada no enraizamento de um pedaço de ramo (estaca), geralmente de 15 a 40 cm de comprimento e de 0,5 a 2 cm de diâmetro, cortado da parte madura da planta, isto é, não muito nova, ou verde. Há plantas que enraízam melhor de estacas mais novas. Em fruticultura, as estacas lenhosas têm maior uso, embora para algumas espécies seja usada a estaca herbácea. Podem ser usadas para propagação ou para obtenção de porta-enxertos. O ramo de estaca é cortado da planta; são retiradas suas folhas e espinhos, com a tesoura de poda. Sua parte basal é cortada em bisel (inclinado) junto a uma gema, e seu ápice é cortado reto. A seguir são enterradas em solo bem preparado (canteiro, viveiro ou recipiente) deixando apenas 1/3 de seu tamanho para fora do solo. Das gemas, sairão as brotações da parte aérea. O sistema radicular sairá da parte cortada. Após a brotação das gemas, há formação da parte aérea da muda, a qual deve, de preferência, ser conduzida em uma única haste, amarrada periodicamente a uma estaca de 70 – 80 cm, fincada junto à planta, para que se processe um crescimento ereto da muda ou cavalo (neste caso, se estiver estaqueando para posterior enxertia). No caso da muda, a haste pode ser podada na altura de formação a 40-50 cm e, no caso de enxertia posterior feita a 15 – 20 cm, na haste principal, a parte acima é posteriormente Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 18 eliminada. São necessárias, portanto, constantes desbrotas para permitir bom desenvolvimento da haste única, brotada da estaca inicialmente plantada. Mergulhia A mergulhia consiste no enraizamento de uma parte da planta a ser propagada, na própria planta e depois o destacamento da mesma para obtenção da muda. Há muitas variações, dependendo do tipo de ramo, da porção do ramo enterrada no solo ou do seu comprimento, obtendo-se, assim, uma ou mais mudas. A base do processo é o enterrio de uma porção de um ramo, curvado da planta que se quer propagar, para que enraíze e, depois do enraizamento, destaca-se de uma vez ou gradativamente a muda, plantando-a em um recipiente. O ramo que vai ser enterrado deve ser desfolhado ou anelado e, depois, preso ao solo por uma estaca de madeira, bambu ou pedaço de arame grosso. A jabuticabeira e outras frutíferas podem ser propagadas por mergulhia. Alporquia A alporquia é um método usado para propagar plantas difíceis de enxertar. É uma variação da mergulhia. Neste método, escolhe-se, em uma planta adulta, alguns ramos de 1 a 3 cm de diâmetro, faz-se neles um anelamento (retirada da casca) de 3 a 5 cm e, depois, cobre-se a parte anelada, por exemplo, com uma mistura de esterco e serragem úmida, cobrindo com saco plástico, bem amarrado, forçando assim o enraizamento no local cortado. Pode-se fazer um anel também abaixo do local que vai enraizar, para forçar a brotação das gemas. Vai- se cortando mais, conforme o enraizamento, até se destacar o ramo bem enraizado, tendo-se então a muda. Esta necessita de um estufim, ou câmara de nebulização com alta umidade para ser colocada, após a sua retirada da planta para um período de adaptação e pegamento. Várias frutíferas têm sido assim propagadas, embora seja um método caro e de pouco rendimento.Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 19 Enxertia A enxertia é a união dos tecidos de duas plantas, geralmente da mesma espécie, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (copa) e o porta-enxerto (cavalo). A copa, cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir os frutos da variedade desejada e o cavalo ou porta-enxerto é o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta, fornecimento de água e nutrientes e a adaptação às condições de solo, clima e doenças. A enxertia pode ser feita por vários métodos, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia, a garfagem com suas variações, conforme a planta, pois cada espécie se adapta a um tipo. Encostia A encostia é um tipo de enxertia se leva o cavalo a um recipiente, até a planta que se quer propagar (copa). Corta-se uma porção de um ramo de cada planta, de mesma dimensão e encostam-se as partes marrando-se, em seguida, com fita plástica para haver a união dos tecidos. Pode-se fazer um anelamento que consiste de uma incisão ao redor do ramo, acima do corte, no cavalo. Após um período de 30 a 60 dias, havendo a união pode-se cortar a parte acima do ponto de união do cavalo, destacando o ramo da ponta original, formando a nova copa, originando, assim, uma muda, agora constituição da copa e do cavalo. Esse método pode ser usado para propagar plantas difíceis de enxertar. A encostia é usada também quando se quer substituir o cavalo de uma planta já enxertada, plantada no pomar. Faz-se o plantio de 2 ou 3 cavalos de uma outra variedade diferente do cavalo inicial, ao lado do tronco da planta, fazendo-se a encostia destes cavalos na altura de 20 a 30 cm do troco da copa. É chamada, neste caso subenxertia. Borbulhia A borbulhia consiste em se usar uma borbulha ou gema a qual vai ser fixada junto ao cavalo, após o corte de parte do mesmo. A borbulha pode ser fixada em um corte da casca ou sob ela, em uma abertura em forma de T que pode ser normal ou invertido, em janela ou em placa. Todo corte deve ser feito com canivete bem afiado. Para se executar a enxertia pós borbulhia, normalmente usa-se um cavalo de 1 a 1,5 cm de diâmetro, no qual se faz o corte a 10 – 15 cm. O corte é feito no sentido vertical do ramo do cavalo, e depois no horizontal, na parte de cima ou de baixo do primeiro corte ou em ambos Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 20 (janela). Neste corte, introduz-se a borbulha, retirada de um ramo da planta que se quer propagar. Outro tipo é a borbulhia de placa, na qual se faz um corte de parte da casca e lenho do cavalo, e a borbulha, retirada do ramo na mesma dimensão, é justaposta e amarrada. Após a inserção da gema, amarra-se com fitilho plástico e espera-se a brotação do enxerto, o que ocorre até os 30 dias após a enxertia. A retirada do plástico pode ser feita de 15 a 45 dias, dependendo da fruteira. A época de enxertia é usualmente na primavera para as plantas tropicais e no inverno para as temperadas. Após o pegamento do enxerto, inicia-se a brotação da gema, cujo broto mais forte deve ser conduzido em haste única, tutorado a uma estaca, a qual é amarrado, sendo as demais brotações eliminadas, com canivete, tesoura de poda ou à mão, quando bem novas. O enxerto é forçado a crescer, pela poda, anelamento ou curvamento do cavalo. O crescimento do enxerto prossegue, até a altura acima da estaca (60 cm), quando, então, no ramo já maduro, se faz a poda de formação, na altura da estaca. Abaixo do ponto da poda de formação a futura copa da planta. Garfagem A garfagem é um processo no qual se usa um pedaço apical de um ramo, com 5 a 10 cm de comprimento, com várias gemas, chamado garfo. O garfo é obtido de ramos coletados da planta que se quer propagar (matriz) e que irá originar a copa. O garfo deve estar com gemas bem salientes, para que possam brotar depois da enxertia. Há os tipos de garfagem no topo e lateral. A primeira pode ser em fenda (cheia, meia ou esvaziada) e em inglês (simples ou complicado). Existem outros métodos de garfagem, mais difíceis de executar. O forçamento da brotação em ramos da planta-matriz, para se retirar os garfos, é importante no processo de garfagem se algumas frutíferas. Ele é feito, eliminando-se folhas, despontando ou anelando os ramos que vão ser cortados para se retirar os gafos, de 15 a 20 dias da enxertia, ainda na planta. Há o forçamento na brotação das gemas, o que facilita o pegamento após a enxertia. O cavalo para a garfagem pode ser o mesmo daquele indicado para a borbulhia, ou mais grosso. A garfagem mais comum é feita no topo, cortando-se a parte apical do cavalo na horizontal, e nesta fazendo-se outro corte perpendicular ao primeiro, com cerca de 3 a 4 cm (fenda cheia). Nesta fenda, coloca-se o garfo, o qual foi previamente preparado com dois cortes, formando na sua parte basal uma cunha. É necessário que esta cunha seja bem adaptada ao corte feito no cavalo, para que se processe a união, após o amarrio com fitilho plástico. Algumas espécies requerem que seja feita uma câmara úmida para Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 21 melhor pegamento, o que se consegue com o amarrio de um saquinho plástico, cobrindo o garfo. Na fenda esvaziada, o corte no cavalo também é em cunha. O diâmetro do garfo deve ser de preferência igual ao do cavalo, para boa justaposição das partes cortadas. Pode-se também fazer um corte simples no cavalo e no garfo, no sentido inclinado e de igual tamanho, após o qual o garfo e o cavalo são justapostos e amarram-se as partes cortadas, visando a sua união (tipo inglês simples). A garfagem pode ser feita a diferentes alturas no cavalo, desde abaixo o solo, até 1 m de altura. A garfagem pode ser feita também lateralmente no cavalo, fazendo-se um corte na altura de 10 a 30 cm do chão, no qual o garfo cortado é introduzido. Cultura de tecidos É feita em laboratório apropriado e utiliza tecido do vegetal, o qual é cultivado em meios de cultura artificiais, in vitro, ou pela micropropagação ou microenxertia, utilizada para algumas frutíferas. Há informações para a viabilidade de uso da técnica citada para várias fruteiras, embora comercialmente seja utilizada para poucas. 6.Implantação do pomar 6.1.Preparo do Solo O preparo do solo requer cuidados específicos, especialmente se nunca foi cultivado. Notadamente, nesse caso, deve-se desmatá-lo (de acordo com as necessidades), fazer a distribuição das leiras com os restos da derrubada, após a retirada de madeira e lenha. Algumas precauções devem ser tomadas no sentido de não se arrastar a camada fértil de solo utilizando-se de garfos para o enleiramento. A destoca deve ser bem feita, prevenindo problemas futuros com cupim ou fungos dos gêneros Rizoctonia e Armillaria, comuns em áreas recém-desbravadas. Logo em seguir fazer duas arações profundas (geralmente são suficientes), seguidas de duas gradagens. Entretanto, em terrenos recém-desbravados não se recomenda o plantio de frutíferas, devendo-se cultivar durante, no mínimo, dois anos com cultura anuais. Nessa ocasião também se faz o combate sistemático às formigas. Nessa fase deve-se observar, com detalhes se o solo é sujeito a compactação, caso afirmativo fazer então a subsolagem. No caso de renovação de pomares adotar o mesmo procedimento anterior. 6.2.Calagem Em quaisquer dos casos deve-se fazer a calagem, de acordo com a análise do solo. Esta é a única oportunidade de se corrigir o solo em profundidade sem danificaro pomar. Quando a cultura já esta implantada e houver necessidade de calagem a profundidade máxima que se coloca o calcário atinge 10 cm, com a agravante de danificação do sistema radicular das plantas. para realização da calagem em terrenos recém- desbravados, dar preferência ao calcário dolomítico e distribuí-lo em área total, com Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 22 antecedência mínima de 20 dias. A incorporação deve ser feita em duas etapas, cinquenta por cento antes da aração e a outra metade na gradeação. Algumas frutíferas exigem além da distribuição em área total a colocação de calcário nas covas. 6.3.Sistema de Plantio O sistema a ser utilizado dependerá do tipo de pomar a ser implantado e da declividade do terreno. De maneira geral, pode-se optar pelos seguintes sistemas de plantio: quadrado, retangular, hexagonal, quincôncio e triangular. Caso a área de plantio seja plano pode-se optar por linhas retas, não utilizando curvas de nível, facilitando os tratos culturais. Terreno com declive maior que 15%, deve-se utilizar curvas de nível, com espaçamento retangular O quadrado seria o mais simples, sendo que nesse caso dará um menor número de plantas por área. O sistema retangular permite um maior número de plantas por área, facilitando também os tratos culturais. O sistema hexagonal, que é baseado no triângulo equilátero, permite o cultivo em três sentidos. O sistema de quincôncio, que propicia um maior número de plantas inicialmente, é um sistema que para espécies de porte alto, necessita um desbaste no futuro e pode ser adotado para pomar doméstico, com plantio de espécies de menor porte no meio, evitando o desbaste no futuro. O sistema triangular é o mais difícil de se usar, porém oferece a vantagem de um maior número de plantas por área. A determinação do número de plantas para o sistema em retângulo: é feita pela seguinte fórmula: Nº de plantas = S/L x l S = área a ser plantada l = lado menor L = lado maior No sistema em quadrado o número de plantas é determinado pela fórmula: Nº de plantas = S/L x L S = área a ser plantada L = lado do quadrado Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 23 Ilustração dos diferentes sistemas de plantio utilizados, citados. 6.4.Marcação das Covas Antes da demarcação das covas deve-se definir qual o espaçamento a ser utilizado. Quando o terreno é plano adota-se o alinhamento em retas paralelas aos carreadores (ESQUEMA). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 24 Quando o terreno apresenta com declive uniforme pode-se utilizar linhas retas paralelas às linhas de nível (cortando as águas) (ESQUEMA). Nos dois casos anteriores a demarcação das covas é utilizado com o auxílio de linhas intermediárias, distanciadas 40 metros umas das outras. Em terrenos com declive acentuado recomenda-se a utilização de uma nivelada básica fazendo o primeiro sulco com trator e sulcador de cana. Os outros poderão ser feitos a partir deste com o uso de uma vara, ou bambú, com o espaçamento determinado nas entrelinhas, com dois bambús, de maneira que o primeiro homem caminhe sobre o sulco já aberto e o segundo paralelamente. O trator seguirá as pegadas do segundo homem abrindo os sulcos (ESQUEMAS). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 25 6.5.Espaçamento O espaçamento é a distância existente entre plantas da mesma fileira (espaçamento entre plantas) ou entre plantas de fileiras diferentes (espaçamento entre linhas). Os espaçamentos recomendados para as principais culturas são apresentados na Tabela 5. Espaçamentos recomendados para as principais espécies frutíferas. CULTURA DISTÂNCIA ENTRE PLANTAS (m) DISTÂNCIA ENTRE LINHAS (m) ESPAÇAMENTO MAIS UTILIZADO (m) Abacaxieiro Ameixeira Bananeira Citros Figueira Goiabeira Kiwi Macieira Mamoeiro Mangueira Maracujazeiro Marmeleiro Pereira Pessegueiro Videira 0,3 3,0 a 4,0 2,5 2,0 a 7,0 2,0 a 3,0 3,0 a 11,0 4,0 a 6,0 1,2 a 5,0 2,0 8,0 a 12,0 2,5 3,0 4,0 a 10,0 1,0 a 4,0 1,0 a 2,5 0,8 a 1,0 5,0 a 7,0 3,0 5,0 a 8,0 3,0 a 5,0 6,0 a 11,0 4,0 a 6,0 4,0 a 7,0 3,0 8,0 a 12,0 3,0 4,0 5,0 a 10,0 5,0 a 7,0 2,5 a 3,0 0,3 x 0,9 4,0 x 6,0 2,5 x 3,0 4,0 x 6,0 3,0 x 5,0 5,0 x 7,0 5,0 x 5,0 2,0 x 5,0 2,0 x 3,0 10,0 x 10,0 2,5 x 3,0 3,0 x 4,0 4,0 x 6,0 4,0 x 6,0 2,5 x 3,0 e 2,0 x 3,0 O espaçamento é bastante variável entre as espécies e, mesmo para uma mesma espécie, entre as cultivares. Esta também relacionado com fatores como tecnologia adotada, maquinário disponível, vigor do porta-enxerto e da cultivar-copa, disponibilidade de área, entre outros. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 26 6.5.Abertura e preparo das Covas Independente do tipo de marcação da abertura das covas deve obedecer algumas recomendações, como por exemplo a dimensão mínima de 50 x 50 x 50 cm, para frutíferas perenes e semi-perenes. A abertura das covas pode ser feita manualmente ou mecanicamente com sulcador acoplado ao trator ou outro equipamento similar. Na abertura da cova, obedecer a separação do solo da superfície e do fundo da cova (Figura 2). O preparo da cova deve anteceder o plantio, com, no mínimo 60 dias. A adubação deve ser feita obedecendo os resultados da análise de solo e as necessidades de cada cultura. Para assegurar um bom desenvolvimento da planta recomenda-se a utilização de matéria orgânica (esterco de curral, de galinha, composto de lixo, torta de mamona ou similares) a adubação química com macros e micronutrientes(Figura 2). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 27 Deve-se, no enchimento da cova, inverter a ordem de retirada do solo e misturar a terra de superfície com a adubação orgânica e calcário. Depois do fechamento da cova deve ser colocada novamente a estaca para demarcação do centro de cova e efetuar o plantio após 60 dias. 7. Plantio Seleção das mudas A muda é a base de toda a fruticultura e a garantia de produção abundante e de frutas de excelente qualidade. O dinheiro gasto na aquisição de mudas é um investimento muito baixo em comparação aos cuidados permanentes que um pomar exige, considerando-se que uma planta pode produzir frutas durante dez ou quarenta anos. Na fase de planejar o pomar – cinco ou seis meses antes do plantio – devem-se encomendar as mudas e ter certeza de que serão entregues na época certa. Elas devem ser adquiridas diretamente de viveiristas idôneos, credenciados junto a órgãos oficiais e recomendados por especialistas no assunto. Muitos pomares fracassam pelo uso de mudas doentes, com vírus, especialmente os citros, por isso, não se devem comprar mudas de intermediários ambulantes, sem endereço fixo ou tradição na produção de plantas de qualidade garantida. Quando as mudas chegarem ao pomar, tudo já deve estar preparado, as covas prontas e adubadas. Aí é só colocar a muda na cova. Em fruticultura, sempre que a planta permitir, devem-seutilizar mudas enxertadas em vez de mudas propagadas por sementes. Da muda enxertada obtêm-se: produção precoce, plantas de menor porte e garantia da qualidade das frutas produzidas. As mudas previamente encomendadas podem ser transportadas do viveiro até o local de plantio na embalagem coletiva (embalagem em raiz ou lavada) ou nas embalagens individuais (bloco, torrão, cesto de taquara ou bambu, saco plástico). Regra geral: as fruteiras de folhas caducas são transportadas em raiz nua ou lavada, durante o repouso vegetativo, e as plantas de folhas permanentes em embalagens individuais, com as raízes protegidas. Ameixeira, caquizeiro, figueira, laranjeira, limeira, limoeiro, macieira, marmeleiro, nectarineira, nogueira-de-pecã, nogueira-européia, pereira, pessegueiro, tangerineira e videira são fruteiras que podem ser transportadas sem folhas, durante o repouso vegetativo (fim do outono e inverno), na embalagem coletiva com raiz nua ou lavada. As mudas de abacaxi, coqueiro, figueira-da-índia e tamareira podem ser transportadas em embalagens individuais e sem proteção. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 28 As mudas com folhas permanentes – como abacateiro, cherimólia, goiabeira, lechieira, macadâmia, maracujazeiro, nespereira e romãzeira – devem ser transportadas nas embalagens individuais, com as raízes protegidas, durante o período de crescimento vegetativo. Durante o transporte do viveirista ao local de plantio, as mudas não devem ficar expostas ao sol e/ou ao vento, e o plantio deve ocorrer assim que elas cheguem. Época de Implantação O plantio das mudas pode-se tornar uma prática muito traumática para certas espécies devido a condições especiais de luminosidade e umidade que as mudas recebem nos viveiros. Por isso, a época de plantio depende de alguns fatores como a biologia da planta, o tipo de muda utilizada e a região. Mudas de raiz nua devem ser plantadas preferencialmente no período de repouso vegetativo, que corresponde ao período de fim de outono e inverno. Para mudas produzidas em embalagens, o plantio pode ser realizado em qualquer período do ano, desde que haja irrigação frequente. Espécies de folhas persistentes (citros, abacate) podem ser plantadas no inverno desde que não seja rigoroso ou que haja proteção contra as baixas temperaturas e geadas. A alteração da época de plantio só é indicada quando as mudas se encontram envasadas, ou seja, com seu sistema radicular protegido. Colocação da Muda na Cova Para o plantio propriamente dito é necessário a utilização da tábua de plantio. Maiores cuidados devem ser dispensados para mudas de raiz-nua, para essas dar preferência para dias nublados, com chuva e com uma boa rega após o plantio. Para o plantio de mudas com recipientes ou embalagens, deve-se atentar para a retirada destes, antes do plantio. Na retirada da embalagem tomar o máximo cuidado possível para não destorroá-la, expondo e destruindo raízes. Nunca levantar ou transportar a muda pegando-se na haste principal, usar sempre as duas mãos apoiadas no torrão, preservando-o. A altura do plantio deve obedecer o nível do solo, recomendando que a planta seja colocada a 5 cm acima do nível do solo. Após a colocação da muda, com todos os cuidados já citados, deve-se ter o cuidado de apertar bem, evitando deixar espaços vazios. Logo a seguir, de preferência fazer o tutoramento da muda com uma estaca de 60 a 80 cm visando protegê-la contra ventos fortes e principalmente orientar o seu crescimento vertical . Logo após a colocação da muda deve-se construir em volta desta uma bacia com aproximadamente 50 a 80 cm de diâmetro para facilitar as irrigações e proteção da muda. Uma prática recomendada é a colocação de cobertura morta (capim seco, bagaço de cana ou similares), protegendo assim a muda com maior aproveitamento de água e já impedindo o crescimento de plantas indesejáveis. Finalmente, fazer irrigação logo após Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 29 o plantio e nos dias subsequentes até o seu completo pegamento. Após essas operações deverão ser realizados uma série de tratos culturais que serão discutidos em outro capítulo e para cada cultura específica. 8.Tratos Culturais Após Plantio Após o plantio, é fundamental a realização de tratos ou práticas culturais que visam dar ao pomar uma vida longa, com grande produção e frutas de boa qualidade. As mudas devem ser tutoradas. No início da brotação, deve-se ter cuidado com o controle de formigas, plantas daninhas no pomar e alguns roedores que poderão causar danos na casca das mudas. Normalmente, a percentagem de reposição das mudas é da ordem de 5 %. Este percentual deve ser adquirido com antecedência para reposição em ocasião oportuna. De uma maneira geral, os 3 a 4 primeiros anos de um pomar são considerados de formação. Posteriormente, entra-se na fase de produção. Porém, as mudas enxertadas, podem começar a produzir cerca de 6 meses após o plantio, embora a formação da planta continue por cerca de 3 a 4 anos. Para a correta execução destas atividades, deve-se ter uma orientação de um técnico, que deverá traçar um esquema para todo o ano. Entre as atividades a serem realizadas na condução do pomar, têm-se: * irrigação - na fase logo após o plantio, a muda tem poucas raízes e estas estão superficiais e mais sujeitas à falta de água no solo. Apesar do plantio em período chuvoso, a ocorrência de veranicos obriga a irrigação uma vez por semana (ou com maior frequência), nos primeiros 45 dias após o plantio, colocando-se 30 litros de água por muda a cada irrigação. Mesmo em pomares com plantas adultas, a irrigação é um componente importante para a melhoria da qualidade da planta e das frutas, especialmente em regiões com secas estacionais. Por isso, é recomendável ter junto ao pomar uma fonte de água de boa qualidade e um sistema de irrigação, o qual, mesmo que seja simples (mangueira, carretão com tanque metálico ou outro similar), pode auxiliar muito em épocas com pouca chuva. Dependendo do tamanho do pomar e do interesse do proprietário, um sistema de irrigação por aspersão, gotejamento ou outro método pode ser adotado, devendo-se considerar o custo do sistema e o acompanhamento de um técnico com conhecimento na área. * controle de invasoras - a competição de plantas invasoras com as frutíferas por água, luz e nutrientes pode prejudicar o crescimento e o desempenho do pomar. Assim, deve-se manter limpa a rua (ou linha) de plantio ou fazer o coroamento manual com enxada ao redor das plantas (projeção da copa). Entre ruas (ou entrelinhas), o mato deve ser roçado ou ceifado. Em alguns pomares domésticos, pode ser plantada grama entre as Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 30 plantas, devendo-se evitar que ela venha a competir com as plantas frutíferas. Podem ser utilizados herbicidas, desde que se siga as recomendações específicas e haja o acompanhamento de um técnico. * desbrotas - a porção do caule entre o colo da planta situado ao nível no solo até a abertura da copa (40 a 50 cm do solo) deve ser desbrotada periodicamente. * podas - em praticamente todas as espécies frutíferas, algum tipo de poda é necessário e para que dê os efeitos desejados, deve ser realizada com critério e cuidado. Em espécies de clima temperado, as podas em geral são realizadas anualmente durante o período de dormência (inverno). Conforme a situação, vários tipos de poda podem ser recomendados: formação (realizada nosprimeiros 3-4 anos de idade da planta com o objetivo de formar a estrutura que irá sustentar os ramos produtivos), frutificação (realizada anualmente com a finalidade de equilibrar o crescimento vegetativo e a produção de frutas), limpeza (que consiste na retirada de ramos em excesso e ramos mal-posicionados, doentes ou secos) e de renovação (que é aplicada em pomares velhos e/ou debilitados, fazendo-se uma poda drástica para estimular a formação de uma nova copa na planta). Quanto à época de poda, esta pode ser hibernal ou seca (realizada durante o período de repouso vegetativo da planta) ou verde (realizada durante o período de crescimento vegetativo da planta), sendo que as podas mais intensas devem sempre ser realizadas durante o período de repouso. As podas verdes destinam-se à retirada ou desponte de ramos para melhorar a entrada de luz na copa ou ainda para estimular a formação de novos ramos produtivos. * raleio de frutas - plantas muito jovens, com idade até 2 a 3 anos, não suportam muitas frutas e podem ser debilitadas pela produção. Mesmo em plantas adultas, há fixação de muitas frutas, as quais tendem a competir entre si por nutrientes e produtos da fotossíntese, de maneira que a produção seja de baixa qualidade e alternada (em um ano, há alta produção e, em outro, há baixa produção), além de haver quebra de ramos devido ao grande peso exercido pelas frutas. O raleio ou desbaste é uma prática que, se realizada em plantas bem manejadas, pode dar excelentes resultados na melhoria da qualidade das frutas. Nos dois primeiros anos, não se deve deixar muitas frutas por planta, mas apenas uma amostra de 10 a 15. Em plantas adultas, a quantidade a ser deixada após o raleio dependerá da quantidade fixada após o florescimento, da idade e do vigor da planta. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 31 9. Projeção de Pomares A dimensão do pomar depende do tamanho da propriedade e do volume de produção desejado. É comum o exagero no tamanho, ocorrendo ainda o desequilíbrio entre as espécies e variedades plantadas. Em geral, um pomar doméstico bem diversificado pode ocupar de 0,1 hectare (1000 metros quadrados) a 1 ha (10000 metros quadrados). Mas isto não é uma regra: há pomares menores e outros, ainda maiores. Em uma mesma área, é preferível se ter menos plantas, mas mais bem distribuídas, bem arejadas e com boa insolação. Em alguns pomares domésticos, pode- se observar o plantio das mudas muito próximas, o que leva ao sombreamento de uma planta pela outra, causando menor luminosidade, menor arejamento, aumento na incidência de pragas e doenças, baixa produção e menor qualidade das frutas. É importante fazer o cálculo da produção média anual de cada planta, para determinar o número de plantas de cada espécie ou cultivar. Usando-se como exemplo a laranjeira, cuja produção média é de quinhentas laranjas por planta adulta, e sabendo-se que o consumo diário de uma família de dez pessoas é de cinqüenta frutas, ou seja, 1.500 laranjas por mês, conclui-se que o plantio de três laranjeiras da mesma qualidade, produzindo a média mensal de quinhentas frutas por planta, bastaria para atender às necessidades. Outro exemplo: se o consumo diário de uva são 2 quilos (60 quilos por mês), plantándo-se duas qualidades de videira, com produção anual média de 10 quilos por planta, num total de doze parreiras -seis de cada qualidade – amadurecendo em meses diferentes, haverá disponibilidade de uvas maduras por dois meses. O mesmo raciocínio pode ser utilizado para o cálculo da produção de muitas espécies, procurando-se ajustar o consumo com o número de plantas do pomar numa determinada área de terreno para atender às necessidades. A seguir, são apresentadas algumas sugestões para composição de pomares domésticos em áreas de 1000 e 10000 metros quadrados. Esta composição poderá ser alterada em função da área disponível, da preferência do proprietário, do clima e solo da região e da disponibilidade de mudas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 32 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 33 10. Manejo Do Solo O manejo do solo envolve todos os tratos culturais aplicados à camada de solo utilizada pelas plantas frutíferas, desde o momento do plantio até a colheita. Deve ser o mais eficiente possível quanto ao controle da erosão do solo; regulação da disponibilidade de água, manutenção de um bom nível de matéria orgânica; redução da competição com ervas daninhas; manutenção da fertilidade do solo; facilidade no trânsito do homem e de máquinas no pomar, levando em consideração a economicidade, equipamentos e máquinas disponíveis na propriedade. O manejo do solo esta intimamente ligado ao sistema de plantio, espaçamento adotado, dimensão da área, espécie cultivada, clima e topografia. 11. Características do Uso de Máquinas no Pomar A utilização de equipamentos com tração mecânica permite grande rendimento do trabalho e a execução das atividades dentro do menor espaço de tempo. Para que as máquinas diminuam os riscos de erosão, adensamento do solo e danos sobre as plantas, recomenda-se: *Evitar o uso de máquinas pesadas, pois provocam adensamento no solo e danificam as plantas; *Evitar o uso contínuo de equipamentos que pulverizam o solo, como as enxadas rotativas, pois contribuem para aumentar a erosão do solo; *O trabalho no solo com arados e grades deve ser superficial e realizados nas épocas adequadas para cada cultura; *Os equipamentos devem ser apropriados para as atividades dentro do pomar. 12. Sistemas de Cultivo do Pomar depois do Plantio das Mudas O sistema de cultivo ou manejo do solo refere-se às práticas culturais aplicadas à superfície do solo: Pomar em formação: Nos primeiros anos de vida do pomar, recomenda-se manter uma faixa de solo limpa periodicamente ao longo da linha das plantas. Esta faixa deve ser um pouco maior que a projeção da copa das plantas. A área entre as filas de plantas é mantida com cobertura vegetal nativa ceifada ou, com culturas intercalares de porte baixo, tais como: aveia, trevos, entre outras. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 34 Este cultivo intercalar deve receber adubação apropriada e não deve competir com a muda em luz, umidade e nutrientes. O cultivo intercalar mantém uma cobertura do solo, evitando problemas de erosão e propiciando melhorias nas condições físicas e químicas do solo, além de custear as despesas do pomar na fase de implantação. Pomar em produção As plantas frutíferas para se desenvolverem necessitam encontrar, no solo, água, ar e nutrientes minerais. Estas condições são básicas e precisam ser consideradas quando se pretende estabelecer um bom sistema de manejo do solo. Em locais onde ocorre déficit hídrico por longos períodos é necessário prever práticas de irrigação. Já em solos com excesso de água, é necessário executar um sistema de drenagem eficiente, pois as plantas frutíferas não toleram solos encharcados ou com um lençol freático muito próximo à superfície. Pomar permanentemente limpo Neste sistema toda área do pomar é mantida livre de vegetação nativa ou invasora, por meio de mobilizações periódicas e superficiais ou mesmo com uso de herbicidas. Apesar desta forma de manejo evitar a concorrência das plantas daninhas, facilitar aincorporação de nutrientes e demais tratos culturais, expõe o solo à erosão; provoca compactação, pelo trânsito de máquinas e implementos agrícolas; além de diminuir a matéria orgânica, deixando o solo mais sujeito às variações de temperatura durante o dia e a noite. As aplicações sucessivas de herbicidas, provocam um endurecimento na camada superficial, contribuem para aumentar os riscos de intoxicação dos aplicadores e podem poluir os mananciais de água. Pomar com cultivo intercalar Neste sistema, o pomar é mantido na entrelinha com um cultivo intercalar, que pode ter um caráter temporário ou permanente. As espécies cultivadas devem ser de porte baixo e, normalmente, leguminosas e têm o objetivo de melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, porém deve-se considerar que, em períodos de seca, as leguminosas causam maiores prejuízos às plantas do que as gramíneas, pois apresentam sistema radicular mais desenvolvido e, com isso, uma maior capacidade de absorção de água do solo. Quando se mantém a vegetação espontânea, a mesma é ceifada periodicamente. Ao longo das filas é mantida uma faixa limpa, do tamanho ou um pouco maior do que a projeção da copa das plantas, através do uso de capinas ou aplicações de herbicidas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 35 Este sistema combina as vantagens que mantém o solo limpo na linha da planta e da cobertura vegetal na entrelinha com auxilio no controle da erosão. No caso especifico das frutíferas de clima temperado, depois que as frutas foram colhidas pode-se deixar a vegetação espontânea crescer também ao longo da linha de plantas, até o inicio da primavera seguinte. Se for utilizada uma planta intercalar para exploração econômica, deve-se realizar a adubação da planta independente da adubação da planta frutífera. Pomar com cobertura vegetal permanente O solo todo do pomar é mantido com uma cobertura vegetal rasteira, nativa ou cultivada de forma permanente. Oferece vantagens para a proteção do solo no que diz respeito à melhoria na estrutura, proteção contra erosão, transito de maquinas e diminui a compactação. Entretanto, é um sistema que a vegetação dentro do pomar concorre com a frutífera em água e nutrientes, podendo causar graves prejuízos em épocas de estiagem, além de dificultar a incorporação de fertilizantes. Este sistema pode ser utilizado em solos com grande declividade, apenas realizando um pequeno coroamento na projeção da copa durante o ciclo vegetativo da planta, através do uso de capinas ou herbicidas. Pode ser utilizado em plantas que apresentem um sistema radicular profundo, como é o caso da nogueira pecã. Pomar com cobertura morta permanente O solo é mantido com uma cobertura de restos vegetais, cortados de espécies forrageiras, palha ou casca de arroz, serragem, palha de leguminosas, entre outras. A espessura da cobertura varia de 10 a 20 cm, conforme o material utilizado. Apesar deste sistema ser oneroso e limitado a pequenas áreas, traz vantagens para o desenvolvimento das plantas, tais como: redução das perdas de água, aumenta as taxas de nutrientes no solo, contribui para o controle das ervas daninhas. As limitações deste sistema seriam: em solos mal drenados os problemas de aeração são acentuados; em pomares conduzidos com cobertura morta por alguns anos, o abandono da prática pode trazer sérias conseqüências, pois o sistema mantém as raízes da planta na superfície do solo; a cobertura morta aumenta o risco de geadas por impedir a irradiação do calor do solo para o ar; favorece o risco de incêndio e o ataque de roedores; o custo é significativo, pois se necessita adicionar matéria seca anualmente; não deve ser estabelecido antes de três anos de vida da planta, pois estimula o desenvolvimento superficial das raízes. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 36 13. Variantes para Combinar Sistemas de Cultivo do Pomar Na prática os sistemas de cultivo citados anteriormente são pouco utilizados isoladamente, o que se utiliza são as combinações deles, baseadas na espécie vegetal, regime hídrico, declividade, disponibilidade de mão-de-obra, equipamentos e custos. Em algumas situações, pode-se utilizar: * Cobertura vegetal permanente e cobertura morta na linha das plantas; * Cobertura com vegetal ceifado na entrelinha e limpo na projeção da copa, através de herbicidas e/ou capinas periódicas; * Cultivo do solo com planta leguminosa durante parte do ano para posterior incorporação ao solo; * Vegetação nativa na entrelinha, mantida rasteira através do uso de grades que atingem pequenas profundidades do solo; * Vegetação natural ceifada no período das chuvas e limpo, na época da seca, com máquinas ou herbicidas; * Vegetação natural ceifada quando necessário e plantas coroadas com herbicidas. Escolha do sistema de cultivo É difícil recomendar um ou outro sistema de cultivo apenas a partir de considerações teóricas, pois a escolha do sistema deverá levar em conta: * Aspectos relativos à planta; * Aspectos relativos ao solo (profundidade, textura, estrutura, topografia); * Aspectos relativos ao clima (chuvas, geadas); * Aspectos econômicos (custo operacional, equipamentos disponíveis). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 37 14. Solo O pomar deve ser considerado e tratado como uma cultura permanente. Ou seja: ele permanecerá sempre naquele chão, por dez ou vinte anos. Por isso é importante escolher um solo de boa qualidade ou prepará-lo devidamente. O primeiro passo para fazer um pomar é o estudo tanto das condições gerais do terreno quanto da sua constituição (argila, limo, areia grossa ou fina) e também de seus componentes químicos (pH, fósforo, nitrogênio, potássio, matéria orgânica, cálcio e magnésio). É fundamental também conhecer as qualidades e defeitos da estrutura física do solo, se é permeável, bem arejado, sua declividade e se conta com boa disponibilidade de água. Todos esses fatores devem existir em equilíbrio, para que o pomar vingue. Há outro detalhe do solo que não pode ser desconhecido. Uma árvore frutífera tem suas raízes a uma profundidade de 30 cm e, em casos excepcionais, de 60 cm. Há necessidade, portanto, de que as qualidades nutritivas do solo estejam também nessa camada, ao alcance das raízes. Para a instalação de pomares deve-se dar preferência para solos francos, profundos e bem drenados, evitando-se solos encharcados ou que estejam sujeitos ao encharcamento ou que possuam alguma camada que impeça a drenagem da água. Para que possamos obter resultados satisfatórios na produção de frutas, é necessário que se conheça o histórico da área onde o pomar será instalado, ou seja, saber o tipo de vegetação que se encontrava naquele local, outras culturas, tipo de maquinário utilizado, etc. O conhecimento prévio da área permitirá estimar problemas que podem ser encontrados, como camada compactada, presença de nematóides, problemas de alelopatia, bem como planejar as atividades que deverão ser desenvolvidas. Em terrenos que anterior mente abrigavam mata, deve-se fazer destoca, subsolagem, retirada de raízes e pedras, lavração profunda e incorporação de corretivos até 40 cm de profundidade, adubação e gradagem, cultivo de uma gramínea anual por um período de 1 a 2 anos antes da instalação. Em terras que já foram cultivadas deve-se fazer subsolagem, lavração profunda e incorporação de corretivos até 40 cm de profundidade e adubação de base e gradagem.Em regiões onde as propriedades rurais são relativamente pequenas, o replantio na mesma área é uma questão de sobrevivência, porém vale lembrar que para frutíferas, o replantio da mesma espécie ou espécies afins pode acarretar desenvolvimento reduzido das plantas. Os principais sintomas observados são parte aérea pouco desenvolvida, sistema radicular fraco e com raízes esbranquiçadas. Estes sintomas caracterizam o que se chama de doença do solo ou problemas de replantio. Os problemas de replantio são mais severos para macieiras, cerejeiras, pessegueiros e plantas cítricas e, em menor grau ocorrem em ameixeiras e pereiras. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 38 As possíveis explicações são patôgenos, nutrição e fatores físicos e químicos ou a liberação de substâncias no solo pelo sistema radicular que inibem o crescimento das novas plantas, conhecido como alelopatia. 15. Correção do Solo Faz-se a correção da acidez do solo com a prática denominada calagem, que consiste na aplicação de calcário dolomítico. Esse procedimento serve também para incorporar cálcio e magnésio ao solo. É preciso aplicar calcário de preferência de dois a três meses antes do plantio, espalhando-o sobre a área que será utilizada. Depois da aplicação, se possível, deve-se arar o terreno ou passar a enxada rotativa a 10 cm de profundidade para facilitar a incorporação ao solo. É necessário analisar o solo no intervalo de 4 a 5 anos e aplicar calcário, de acordo com as recomendações oficiais. Distribuição dos fertilizantes Em pomares com menos de 5 metros de distância entre as linhas de plantio, os adubos devem ser espalhados em toda superfície. No entanto, onde essa distância for superior e não houver interesse em se estabelecer cultura intercalar, a adubação poderá ser executada somente numa faixa de 3 metros de largura ao longo da linha de plantio. Os adubos fosfatados e potássicos, usados antes do plantio devem ser aplicados por ocasião da instalação do pomar, preferentemente a lanço, e incorporados no mínimo da camada arável. 16. Adubação Antes da instalação do pomar, é necessário que se faça a análise de solo, para corrigir as deficiências nutricionais de acordo com as exigências da cultura que se deseja implantar. A análise de solo deve ser feita, pelo menos 6 meses antes da implantação do pomar. Para a análise do solo, as amostras devem ser coletadas em duas profundidades, de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm, pois é onde se encontra a maior parte do sistema radicular das frutíferas. O número de coletas varia de acordo com a uniformidade do terreno, ou seja, o terreno é dividido de acordo com suas características e, de cada área deve ser coletada uma amostra, que será composta de pelo menos 10 sub-amostras homogeneizadas, representativas da área. As amostras serão encaminhadas a um laboratório de análise. Com o resultado da análise do solo, recomenda-se consultar um técnico da Emater, que fará as recomendações do adubo e tonelagem de calcário a utilizar. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 39 A adubação de um pomar é prática rotineira e obrigatória na fruticultura. Inicia-se corrigindo o solo e adubando a muda ainda pequena. Sua base são a fertilidade do solo, a idade da planta, as espécies e os recursos disponíveis. Num pomar comercial, onde o número de espécies cultivadas é menor, geralmente, a adubação é simples. A dificuldade aumenta no caso de pomar doméstico, diante da diversidade de espécies, exigindo diferentes receitas e nutrientes. Mas, quer seja um pomar comercial ou doméstico, a adubação é medida indispensável para assegurar rápido crescimento, maior resistência às doenças e pragas, grande produção, boa qualidade, vigor e longevidade das fruteiras. As árvores frutíferas – em função de suas diferentes maneiras de crescimento, precocidade ou demora na frutificação, pouca ou grande longevidade, demanda de podas e, principalmente, pelas diferentes qualidades de frutas produzidas – não têm as mesmas exigências de fertilizantes. Normalmente, a planta em formação necessita de maiores quantidades de nitrogênio e depois, na época de frutificação, aumentam as retiradas de fósforo e, principalmente, potássio. Deve-ser manter o equilíbrio entre as quantidades existentes no solo, retiradas pela planta, e as quantidades aplicadas por ocasião das adubações. Na ocasião do plantio, no fundo do sulco colocam-se misturados à terra da superfície, adubo fosfatado e matéria orgânica bem curtida (esterco de bovinos ou de aves). Para as frutíferas de ciclo curto (produção de frutas no primeiro ou segundo ano), pode-se também depositar adubo potássico na cova, enquanto para as frutíferas de produção mais tardia não é recomendável o adubo potássico, sendo preferível sua aplicação posterior, em cobertura, em pequenas quantidades com o adubo nitrogenado durante a fase de crescimento. Após a adubação da cova ou sulco, aplicam-se adubos fosfatado e potássico por três vezes em toda a área do solo coberta pela copa, durante a época de crescimento vegetativo e em cobertura ao redor da planta. Aqui, um cuidado é muito importante: manter o adubo afastado do tronco a uma distância de 40 a 60 centímetros, pois o esterco ainda não totalmente curtido e o adubo químico podem queimar a casca da muda. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 40 Para o Rio Grande do Sul, sugere-se a fórmula 20-0-15, na seguinte quantidade por ano: Idade das plantas Fórmula 20-0-15 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 200 g 400 g 800 g 1.200 g 1.600 g 2.000 g 2.500 g 3.000 g Adubam-se as plantas em fase de crescimento na projeção da sua saia ou copa, isto é, na periferia ou parte externa, incorporando levemente os adubos ao solo. A aplicação de esterco bem curtido melhora consideravelmente as condições de crescimento e produção do pomar. De preferência deve-se aplicar o esterco bem curtido com os adubos químicos. Segundo estudos realizados, as quantidades de esterco bovino ou de aves indicadas por idade das plantas no Rio Grande do Sul são: Idade das plantas Quantidade (Kg por planta) Esterco de bovinos Esterco de aves 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 10 a 15 2 a 4 10 a 15 3 a 4 15 a 20 4 a 6 20 a 25 6 a 8 30 a 35 8 a 10 40 a 50 10 a 12 50 a 60 12 a 15 60 a 80 15 a 20 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Agropecuária – Fruticultura Geral Página 41 Na fase de crescimento das plantas, os adubos orgânicos podem ser aplicados em sulco, na projeção da saia ou copa, isto é, na periferia ou parte externa. Em pomar adulto, os adubos podem ser espalhados em toda a área e depois incorporados levemente ao solo. O mais recomendável seria fazer duas ou três aplicações anuais, nos períodos de grande crescimento, florescimento e produção de frutas. 17. Doenças O plantio de grande número de espécies facilita a entrada, o crescimento e a propagação de muitas doenças comuns a diversas fruteiras. Mas em um pomar doméstico, onde as frutas são colhidas e consumidas
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