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Necrópsia Veterinária Antes de iniciar uma necrópsia é preciso analisar o histórico do animal, dando ênfase aos sinais clínicos. Paramentação: · Galocha · Macacão ou Pijama de Necrópsia · Luva de Procedimento · Óculos de Proteção · Máscara (suspeita de zoonose) Materiais Utilizados: · Tábua de Corte · Tesouras · Pinças (dente de rato) · Facas retas e curvas (pele) · Costótomos ou Tesoura de Poda (externo) · Machadinha ou Serrinha (crânio) · Chaira · Fundo Azul (fotos) · Seringa 10ml e Agulha Materiais Adicionais: · Régua · Barbante (amarrar estruturas) · Frasco de vidro ou plástico · Formol puro (diluir a 10%) · Bisturi (cosmética) Necrópsia Cosmética · Peles e membros não podem ser cortados. · Deve ser feita apenas uma incisão na região abdominal para a retirada dos órgãos, e preencher a cavidade com jornal ou papel e suturar. · Para ter acesso ao tórax, deve-se fazer um buraco no diafragma e cortar a traqueia retirando o coração e o pulmão. · Retirar apenas um pedaço da calota craniana para a retirada do encéfalo. · Algumas estruturas não podem ser avaliadas (língua, esôfago, subcutâneo etc.) Exame Externo Escore Corporal · Caquético, normal ou obeso. Pele e Tecido Subcutâneo: · Presença de ectoparasitas · Feridas, nódulos ou suturas · Hemorragias, edemas ou Inflamações · Pelos (brilhantes, opacos ou quebradiços) · Região perianal e nasal (secreções) · Linfonodos (tamanho) · Unhas (principalmente em gatos) Cavidade Oral e Região Ocular: · Gengiva, dentes, língua, palato, orofaringe e vestíbulo · Globo ocular · Coloração das mucosas Exame Interno Importante avaliar a posição anatômica dos órgãos, presença de líquidos nas cavidades e outras alterações. Tecido Subcutâneo e Musculatura: · Feridas, hemorragias e edemas. · Nódulos e inflamações. Ossos e Medula: · Fraturas e trincamentos. · Resistência óssea. · Cor da medula óssea. 1° Conjunto: · Órgãos ocos como o esôfago, devem sempre estar limpos. · Se houver presença de espuma na traqueia e pulmão é indicativo de edema pulmonar. · Avalie o tamanho e a coloração do pulmão e da pleura (sempre rosado, flácido, murcho e com aspecto crepitante – sem presença de líquidos). · Em caso de suspeita de icterícia, avaliar a túnica íntima e aorta pulmonar. · Avalie o tamanho (4 a 4,5 espaço intercostal) e formato (ápice evidente e gordura no epicárdio) do coração. · Deve haver uma pequena quantidade de líquido translúcido no interior do saco pericárdico. 2° Conjunto: · O fígado ao ser jogado em alguma solução líquida deve afundar, caso boie é sinal de gordura interna. · Fígado sempre deve ter uma coloração acastanhada, e fluir um pouco de sangue ao corte (longitudinais em cães e transversais em gatos para melhor visualização de ductos biliares). · Padrão lobular evidente só deve ser visível em gatos e suínos, caso contrário há alguma lesão hepática. · A bile deve ser líquida, de coloração amarelo-esverdeada e pouco grumosa. · O baço deve ter uma superfície lisa e drenar pouca quantidade de sangue. · Avaliar sempre a mucosa e o conteúdo gástrico (coletar em caso de intoxicação). · Animais com anorexia prolongada tem o estômago em formato de ampulheta. · Pâncreas autuolisa mais rápido devido as enzimas (5/6hrs – fica mais avermelhado e com consistência mais amolecida). · Sempre dispor o intestino em “zig-zag” facilitando a avaliação até o reto. 3° Conjunto: · Cápsula renal deve sair facilmente ao ser puxada, caso esteja aderida é sinal de fibrose renal ou desidratação. · Os rins devem ter uma coloração acastanhada, a cortical deve ser mais lisa e sem irregularidades. · As adrenais são pequenas e mediais aos rins, com superfície regular e uma relação cortical medular (1:2). · Ao abrir a bexiga deve-se avaliar a coloração da urina e da mucosa interna. · Avaliar presença de cálculos nos rins e na bexiga (levar para analise). · Avaliar a mucosa da vagina/pênis e se há presença de cistos nos ovários/testículos. Encéfalo: · Ventrículos dilatados é sinal de hidrocefalia. · Quantidade de liquor que sai. Passo–a–Passo em Pequenos Animais Parte Externa: 1. Posicione o cadáver em decúbito dorsal (animais de tórax profundo são mais difíceis de estabilizar). 2. Molhe o pelo do animal (pelo seco tira o fio da faca). 3. Seccione a pele e músculos dos membros, ou amarre os membros na mesa. 4. Incisão (faca curva) na região ventral até chegar na região inguinal – machos rebatar o pênis e fêmeas até a vulva. 5. Dissecar a pele e subcutâneo lateralmente. Parte Interna: 1. Seccione a musculatura abdominal na região mediana umbilical. 2. Seccione lateralmente a musculatura ao redor das últimas costelas para expor a cavidade. 3. Faça uma perfuração no diafragma (teste de pressão negativa). 4. Retire o excesso de musculatura das costelas. 5. Corte as costelas com o costótomo. 6. Corte com a faca os músculos intercostais até expor o tórax. 7. Cortar o diafragma e o mediastino. 8. Exponha o tórax. 9. Inicie a retirada da língua (cortar na articulação do hioide) 10. Amarre e isole o esôfago do mediastino e corte cranialmente ao nó. 11. Puxe pela língua caudalmente até o diafragma, seccionando a aorta e a veia cava. 12. Remova o 1° conjunto língua, faringe, laringe, traqueia, esôfago, pulmão e coração. 13. Remova o baço junto ao omento maior. 14. Faça nós duplos no fim do duodeno e reto, corte com a tesoura entre os nós (remova o intestino cortando a raiz do mesentério). 15. Remova o 2° conjunto fígado, diafragma, estômago, duodeno e pâncreas (cuidado com as glândulas adrenais). 16. Faça a manobra de Virchow (verificando se a bile está fluindo normalmente pelo ducto colédoco). 17. Frature o púbis com o costótomo, utilizando o forame obturado como guia. 18. Remova o 3° conjunto rins, adrenais, ureteres, bexiga, útero/vagina/pênis, reto e ânus. Cabeça: 1. Separe a cabeça do restante do corpo através da articulação côndilo-occipital. 2. Corte a pele na região central e rebata lateralmente (não retire as orelhas, use-as como suporte ao retirar a calota cranial). 3. Com a machadinha/serrinha retire a calota craniana (serrar entre os côndilos para não pegar o cerebelo). 4. Ao expor o cérebro, corte com a tesoura a dura-máter (caso ela não tenha saído com a calota). 5. Remova o cérebro com a tesoura, cortando os 12 pares de nervos cranianos. Passo–a–Passo em Grandes Animais Parte Externa: 1. Posicione o cadáver em decúbito lateral (esquerdo em caso de ruminantes). 2. Molhe o pelo do animal (pelo seco tira o fio da faca). 3. Seccione a pele e músculos dos membros (desarticular coxofemoral). 4. Faça uma incisão (faca curva) na pele do abdômen e tórax, dissecando lateralmente. 5. Remova a pele da região mentoniana até a entrada do tórax. Parte Interna: 1. Secione a musculatura abdominal inicialmente na região do flanco e após a região medial. 2. Exponha a cavidade e avalie a topografia dos órgãos. 3. Faça uma perfuração no diafragma (teste de pressão negativa). 4. Corte a articulação do externo ou os músculos intercostais e frature as costelas. 5. Exponha o tórax e avalie as cavidades. 6. Inicie a retirada da língua (cortar na articulação do hioide) 7. Remova o 1° conjunto língua, faringe, laringe, traqueia, esôfago, pulmão e coração. 8. Seccione a aorta e a veia cava (cuidado com o saco pericárdico) 9. Corte o mediastino e amarre o esôfago. 10. Corte o diafragma e remova o 2° conjunto fígado, diafragma, estômago, duodeno e pâncreas (cuidado com as glândulas adrenais) e o 3° conjunto rins, adrenais e ureteres. 11. Bexiga, útero/vagina/pênis, reto e ânus continuarão dentro da cavidade ou frature a pelve com o machado e os ossos em volta do acetábulo. 12. Faça a manobra de Virchow (verificando se a bile está fluindo normalmente pelo ducto colédoco). 13. Separe os órgãos abdominais. Cabeça: 1. Separe a cabeça do restante do corpo através da articulação côndilo-occipital. 2. Corte a pele na região central e rebata lateralmente (não retire as orelhas, use-as como suporte ao retirar a calota cranial). 3. Com a machadinha/serrinha retire a calota craniana (serrarentre os côndilos para não pegar o cerebelo). 4. Ao expor o cérebro, corte com a tesoura a dura-máter (caso ela não tenha saído com a calota). 5. Remova o cérebro com a tesoura, cortando os 12 pares de nervos cranianos. Relatório Cabeçalho: · Solicitante · Nome do Tutor · Nome ou Identificação do Animal · Espécie, raça, idade, sexo, peso e cor da pelagem do Animal Histórico: · Eutanásia ou não · Data e Horário da morte, do recebimento do corpo e da Necrópsia · Forma de conservação do cadáver · Anamnese Exame Macroscópico: · Presença de microchips ou piercings · Escore Corporal · Pele e tecido subcutâneo · Mucosas, dentição e cavidades · Exame externo e interno (cranial a caudal) · Alterações observadas ou fenômenos cadavéricos Exame Microscópico: · Devem constar todos os exames feitos (local, identificação, constatação de fatos e perinecroscopia) de preferência com imagens de cada um · Colocar fragmentos de 1cm³ na solução de formol a 10% de 24 a 48hrs. · Líquidos Cavitários ➟ seringa e frascos (com e sem EDTA) – exames físicos, bioquímicos e citológicos. · Coágulos de Sangue do Coração ➟ microbiológicos e PCR · Toxicológico ➟ conteúdo gástrico ou ruminal, fígado, rins ou gordura perirrenal. · Microbiológico ➟ coletar logo no inicio da necropsia com material estéril Diagnóstico Definitivo: · Causa da morte Anexos: · Modelo de protocolos utilizados. · Fotografias. · Resultado dos exames Documentação Fotográfica: · Câmera de boa qualidade · Luz ambiente adequada (evitar flash e sombras). · Utilizar fundo azul, preto ou branco. · Centralizar a área da imagem e focar. · Sempre separar fotos das mucosas, lesões, cavidades intactas, órgãos ou conjuntos.
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