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A GINÁSTICA RÍTMICA COMO PROPOSTA PEDAGÓGICA NAS AULAS

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A GINÁSTICA RÍTMICA COMO PROPOSTA PEDAGÓGICA NAS AULAS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA EM PALMAS – 
TOCANTINS 
 
Núbia da Silveira Prado¹ 
Orientadora: Suhellen Lee Porto Orsoli Silva² 
 
Por meio de experiência vivenciada com aulas práticas de Ginástica Rítmica 
(GR) em projetos que atendem na cidade de Palmas, Tocantins, deparou-se 
com um desconhecimento da população sobre a modalidade e, por essa razão, 
objetiva-se identificar a visão e o interesse do docente a respeito da prática 
educativa da GR nas aulas de Educação Física Escolar da Rede Estadual de 
Ensino. Foi conduzida uma pesquisa qualitativa do estudo de caso em escolas 
públicas Estaduais de Palmas que atendem aos alunos do Ensino Fundamental 
do 6º ao 9º ano. Utilizou-se um roteiro semi-estruturado como instrumento de 
coleta de dados em entrevista gravada com 06 (seis) docentes escolhidos por 
meio de um sorteio, após a assinatura do termo de consentimento livre e 
esclarecido, na intenção de responder ao problema de pesquisa. Os dados 
foram analisados à luz da interpretação das respostas obtidas, após terem sido 
gravadas e transcritas, dos docentes envolvidos, resguardando a integridade 
das falas. As respostas obtidas identificaram possuir na escola, professores 
formados em Educação Física, com conhecimento da Ginástica Rítmica, mas 
não atuam com a modalidade por considerarem pouco estudo após a 
graduação; desinteresse pelo desconhecimento da modalidade; falta de espaço 
físico adequado; dificuldade na aquisição de aparelhos e receptividade 
negativa pelo preconceito ao novo/diferente. A opção pela inclusão da GR nas 
aulas de Educação Física Escolar implica coragem de remar contra a maré do 
ensino formal. Necessita de estudos, desejos, conhecimentos, reconhecimento, 
sentimento e respeito ao corpo e à modalidade, fazendo da GR uma grande 
aliada nas aulas de Educação Física Escolar. 
 
Palavras-chave: Ginástica Rítmica. Educação Física Escolar. Professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
¹Especialista em Ginástica Rítmica 
e-mail: nubiasprado@hotmail.com 
²Especialista em Ginástica Rítmica. Docente da UNOPAR. 
e-mail: suhellenlee@yahoo.com.br 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Ginástica Rítmica (GR) continua sua difícil jornada de ser (re) 
conhecida por todos. O trabalho realizado atualmente nas escolas e clubes 
contribui pouco para a divulgação dessa arte-esporte. Sabendo do pequeno 
número de profissionais atuantes na área de GR e de alunas envolvidas nos 
projetos oferecidos, a modalidade fica alheia aos demais interesses da 
população que demonstra motivação na prática de esportes mais conhecidos 
da mídia e familiarizados com seus métodos de aprendizagem. 
Por meio de experiência vivenciada com aulas de GR na 
cidade de Palmas, estado do Tocantins, atendendo turmas de alunas com 
diferentes faixas etárias e diferentes escolas, entristece saber da dificuldade 
encontrada pelo desconhecimento da população sobre a modalidade, ora 
confundida com Ginástica Artística, ora desconhecida na sua totalidade de 
aparelhos e regras oferecidas que enriquecem a beleza do esporte. 
As perguntas como “qual é essa modalidade? Onde praticar? 
Como praticar? É difícil? É a modalidade da Daiane dos Santos?” permite 
acreditar na desinformação do público sobre essa prática esportiva. Apesar de 
serem gratuitos e oferecerem aparelhos oficiais e quadra coberta para sua 
prática, os projetos palmenses sempre tiveram grande dificuldade em manter o 
número de alunas interessadas na prática da GR. Sabe-se sobre a dificuldade 
de transporte, aquisição de uniforme, desestímulo pela dificuldade 
característica da prática da Ginástica Rítmica, mas um dos maiores desafios é 
o desconhecimento da modalidade pelo público. Atualmente a modalidade 
recebe apoio para sua divulgação pela mídia em ocasiões de grandes eventos, 
como Jogos Pan Americanos, Olimpíadas e Mundiais. 
Uma dificuldade encontrada diz respeito ao número reduzido 
de professores interessados em atuar com a Ginástica Rítmica. Ao presenciar 
nos eventos as apresentações das ginastas, muitos demonstram satisfação 
com a modalidade, mas desinteresse em ministrar esse conhecimento em 
aulas para seus alunos. 
O modelo educacional proposto não contempla a Ginástica 
Rítmica na maioria das instituições de ensino de Palmas, Tocantins onde 
 
possuem aulas de Educação Física Escolar no período regular em três aulas 
semanais e duração de cinqüenta minutos para os alunos do 6º ao 9º ano. Os 
profissionais dessa área de conhecimento tendem a trabalhar suas dinâmicas 
favorecendo os esportes mais conhecidos pela comunidade, como voleibol, 
basquete, futsal e handebol. Essa pesquisa foi realizada com professores que 
atuam diretamente com esses alunos com o objetivo de identificar o trabalho 
realizado nas escolas e o interesse do profissional quanto à utilização da GR 
nas aulas. 
Diante desse panorama, toma-se como pergunta-problema 
para a condução da pesquisa: Qual a visão do docente de Palmas, Tocantins, 
a respeito da prática educativa de Ginástica Rítmica nas aulas de Educação 
Física? Essa dúvida permeia a necessidade de contribuir para inovar e divulgar 
essa atividade, sempre com a preocupação de preservar a identidade das 
aulas e a essência da Ginástica Rítmica. 
Com isso objetivou-se identificar a visão e o interesse do 
docente a respeito da prática educativa da GR nas aulas de Educação Física 
Escolar da Rede Estadual de Ensino de Palmas, Tocantins, por meio de uma 
pesquisa qualitativa, na qual participaram 06 docentes. A coleta dos dados se 
deu por entrevista gravada, as respostas foram transcritas e apresentou-se 
uma análise das mesmas às perguntas contidas no roteiro semi-estruturado, 
concluindo com a necessidade de oferecer aos profissionais uma visão 
diversificada a respeito das atividades oferecidas nas aulas de Educação Física 
Escolar. 
A GINÁSTICA RÍTMICA E A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
A Ginástica Rítmica, segundo Martins (2000), utiliza 
movimentos de molejar, balancear, saltitar, circundar, saltar, ondular, girar, 
transferir o peso do corpo e outros, associados a materiais específicos da 
modalidade: corda, bola, arco, fita e maças. Rica em sua totalidade de 
aparelhos, a GR elabora, através da criatividade da ginasta, variadas e belas 
formas de movimentos. Trabalham-se as valências físicas como: agilidade, 
equilíbrio, força, resistência muscular localizada, flexibilidade, ritmo e 
 
coordenação. Para sua prática com aparelhos alternativos, com criatividade e 
diversificação, utilizam-se materiais como: lenços, bastões, bambolês, 
pandeiros, balões e outros. 
De acordo com Martins (2000, p. 49), “os materiais utilizados 
na Ginástica Rítmica têm o objetivo de desinibir, facilitar a realização do 
movimento e favorecer a educação rítmica”. 
 Todo desporto de alto nível merece atenção especial em se 
tratando de sua popularização. Esportes massificados como futebol e voleibol 
já têm seus respectivos lugares aceitos pela comunidade e pela mídia. Se pega 
um menino, entrega-lhe uma bola, ele a joga nos pés. O mesmo fará uma 
menina. Poderá aproveitar o momento e dançar, lançar, girar o seu corpo com 
a bola com movimentos característicos da GR. 
 Apesar da Ginástica Rítmica ser atualmente um esporte 
praticado essencialmente por meninas, nas escolas e clubes sempre ocorreu o 
interesse de meninos pela sua prática. As determinações culturais da 
sociedade, porém, impedem a participação de ambos os sexos das 
modalidades rítmicas como a GR e o nado sincronizado, por exemplo. O 
homem necessita mostrar sua masculinidade através dos esportes que 
prevaleçam força e resistência. 
 
Gaio (2007, p. 39) cita que: 
Acreditamos que o preconceito cultural machista ainda limita o 
homem em seus movimentos, o que o impede de se libertar enquanto 
ser que se move tanto quanto a mulher, em todas as direções e 
sentidos, em qualquer atividade motora, sem com isso modificar suas 
características masculinas.A ginástica possui grande valor educativo graças às 
possibilidades de exploração do corpo, proporcionando ambiente nas relações 
lógicas que se estabelecem entre as pessoas através da inter-relação com 
objetos, com outras pessoas e consigo mesmas (NEDIALCOVA & BARROS 
1999, p. 10). A Ginástica Rítmica enriquece essa afirmação permitindo melhor 
qualidade de vida como prazer pessoal e como meio de relação com os outros. 
Os movimentos apresentados pela criança como saltar, correr, 
 
dançar, rolar, executados naturalmente sem regras leva a resultados relevantes 
ao se utilizar os princípios da GR, sem a preocupação de atingir a perfeição 
dos movimentos citados no código de pontuação. Com a utilização de 
aparelhos específicos, cria-se uma enorme variação de movimentos rítmicos 
facilmente explorados com bolas, arcos, maças, cordas e fitas. 
Atividades como rolar a bola pelo corpo e não nos pés, lançar o 
arco ou rolá-lo sem utilizar o “bambolear”, dançar com a corda, iniciar os 
pequenos círculos com as maças ou mesmo correr com a fita já possibilitam a 
vivência de uma aula rica e proveitosa em Educação Física Escolar. 
Segundo De Marco (2006, p. 25), os resultados apontam para 
a possibilidade de definição de uma diretriz pedagógica que estimule a 
construção do conhecimento em Ginástica Rítmica em uma perspectiva 
motora, criativa e autônoma, que inclui as questões emocionais e sociais 
relacionadas com o grupo, permitindo a criação de gestos motores carregados 
de significado e de conteúdos que caracterizam o “ser” humano, e não 
simplesmente um processo de aprendizagem mecânico e seqüencial. 
 
RESULTADOS 
 
No decorrer da entrevista, questionou-se ao professor se em 
suas aulas ele trabalha com alguma modalidade de ginástica, não enfatizando 
necessariamente a GR nesse contexto. Apesar das expressões utilizadas como 
aulas de alongamento (A), movimentos básicos (B), rolamentos (C), ginástica 
formativa (D), estafetas (E), considera-se que nas respostas obtidas, 50% 
afirmam trabalhar com ginástica e 50% afirmam não trabalhar com ginástica. 
Outra questão foi acerca dos conteúdos abordados nas aulas e 
as respostas obtidas permitem observar que as modalidades desportivas 
coletivas estão obtendo prioridade nas aulas oferecidas. Como a fala do 
professor (A) Olha, todos os anos quando eu vou montar meu planejamento eu 
contemplo a ginástica. Mas, eu percebo que ela sempre fica em último plano 
e... dá lugar as modalidades esportivas. 
 
 
 
 
 
 
 
Observamos no gráfico abaixo as modalidades relatadas. 
 
Volei 15%
Basquete 
15%
Handebol 
15%
Futsal 15%
Outros 40%
 
 
 Gráfico 1 – Modalidades relatadas. 
Os professores relataram como outras modalidades, esportes 
variados como xadrez, danças, ginástica geral, alongamentos, lutas e 
atletismo. 
Costa e Nascimento (2006) apontam que uma das questões 
em relação às ações pedagógicas dos professores se refere à inexistência de 
articulação entre a teoria e a prática pedagógica. As transformações em nível 
teórico não têm alcançado mudanças significativas na prática pedagógica, 
havendo a necessidade de buscar novos referenciais teóricos que possam 
facilitar a implantação de propostas mais adequadas à realidade educacional. 
O planejamento das atividades a serem trabalhadas é 
preparado pelos professores no início do ano letivo. Com a pergunta (07) se 
existe no conteúdo programático escolar um conteúdo relacionado com a GR, a 
resposta negativa foi respondida por 100% dos entrevistados. Então, não existe 
no conteúdo programático para as aulas de Educação Física Escolar das 
escolas participantes, um conteúdo relacionado com a Ginástica Rítmica. Vale 
ressaltar a fala do professor (D) ...nós estamos adquirindo agora um arco, foi 
até solicitado o colchonete, né, eh... nós estamos fazendo uma campanha de, 
de bastões, bastão é aquele cabo de vassoura, né... pra gente fazer um 
 
trabalho com eles. 
É importante ressaltar que o conteúdo programático nas escolas 
acolhe sugestões dos professores no início do período letivo. Os mesmos têm 
a oportunidade para inovar, acrescentando modalidades diferenciadas, 
alternando com as modalidades esportivas, preferencialmente coletivas, que 
tem oferecido em seu plano de ensino. 
Na questão (08) em que se pergunta a definição de Ginástica 
Rítmica e as suas características, verificam-se várias abordagens, mas 
nenhum conceito ou característica que pode ser entendido como definição da 
GR. As respostas a seguir exemplificam o resultado. 
(B) A Ginástica Rítmica, além do próprio nome falar, né, ela chama 
ginástica. Ela é uma ginástica assim graciosa, harmoniosa, e que 
exige muito da, do aluno que tá praticando. 
(C) Eu defino como uma atividade onde envolva né... aspectos motores 
relacionados à aparelhagem, né... aparelhos. 
(D) A Ginástica Rítmica, ela é caracterizada pelo, como o próprio nome 
diz, pelo... pelo ritmo, né? 
(E) A Ginástica Rítmica na verdade é meio complicado trabalhar na 
escola por causa do local. Na minha escola eu tenho uma, tenho 
um espaço físico muito bom, mas eu não tenho material adequado. 
Convém lembrar que apesar de conhecer e apreciar a GR, o 
professor sente a dificuldade em conceituar e citar características básicas da 
modalidade, justificando a necessidade de aprimoramento para a adequação 
futura da modalidade nas aulas de Educação Física Escolar. 
Avançando um pouco nas questões, foi perguntado se o 
professor busca aprimorar os conhecimentos sobre a GR (12). Com um 
resultado de 50% para professores que responderam sim e 50% para 
professores que responderam não, destaca-se as falas por eles proferidas: 
(C) Não, atualmente, atualmente eu não tinha, eu não tenho tido eh... 
interesse mesmo de buscar nada nesse sentido, não. Eu não tô 
trabalhando nisso. 
(E) Busco. Até mesmo agora o que a gente tá vendo, não sobre a 
ginástica rítmica, mas sobre a ginástica geral, né. Eh... a gente busca 
 
sim. Eu busco. 
É importante verificar que o conhecimento adquirido faz do 
profissional sábio conhecedor de novas idéias. O professor estuda, o aluno 
agradece e ambos aprendem, trocam experiências. Observa-se, nas respostas 
apresentadas, que a GR, especificamente, não é abordada pelos docentes (C) 
e (E). 
Visando aprofundar informações sobre a prática da GR, duas 
perguntas foram pertinentes ao estudo: as questões (09) e (10) que abordam, 
respectivamente, a utilização das atividades ginásticas no conteúdo da 
Educação Física Escolar e o interesse na implementação do conteúdo 
programático de GR nas aulas de educação Física Escolar. 
Nas respostas, houveram muitas dificuldades, conforme 
relatado, que justificam, na visão do docente, a não vivência da GR no espaço 
escolar. 
⇒ Não ter conhecimento suficiente para implantação das atividades 
ginásticas; 
⇒ Rejeição do aluno onde tem hábito de não praticar atividade que não 
esteja relacionada com o jogo; 
⇒ Falta de objetivo nas aulas práticas. 
Também muito interesse na implementação da GR nas aulas 
pôde ser observado pelos docentes participantes. Os relatos podem assim ser 
destacados: 
⇒ Com uma reciclagem e apoio da escola; 
⇒ Consciência da aceitação do aluno pela modalidade; 
⇒ Buscar adquirir aparelhos e espaço físico adequado; 
⇒ Buscar alternativas e oferecer oportunidades aos alunos; 
Durante a entrevista, os professores citaram dificuldades e 
interesses em aplicar a GR. A respeito da prática educativa de Ginástica 
Rítmica nas aulas de Educação Física, disseram que necessitam de apoio, 
reciclagem e formação continuada voltada ao desporto. 
Perguntado sobre a participação masculina nas aulas GR (11). 
As respostas apontam alguma tentativa de inclusão do desporto por alguns 
 
profissionais, mesmo sem o conhecimento específico da modalidade. Outros já 
despertaram interesse, mas não a incluem, e outros ainda nãosentem 
interesse no momento devido à desinformação da modalidade pelos alunos. 
Conforme as respostas, 40% dos docentes envolvidos não 
oferecem e nem têm interesse em ofertar a GR em suas aulas destinadas ao 
ensino fundamental. Somente 10% dos docentes oferecem GR nas suas aulas 
e observaram que foi uma aula que deu certo, sendo que 20% ofereceram 
aulas de GR e consideraram que não deu certo. O interesse na oferta de aulas 
de GR é apontado por 30% dos docentes, mas ainda não ofereceram. 
Assim, observa-se a possibilidade de mudança do quadro de 
oferta da GR em planos de ensino, considerando que 60% deles têm interesse 
ou já vivenciaram essa prática no espaço escolar. 
Quando se argumentou se o professor visualiza no aluno o 
interesse pela prática da GR (13) as respostas foram diversificadas. Não, sim, 
às vezes, depende, não de todos, pelas meninas, foram respostas obtidas e 
constatadas que a falta de informação dos alunos ainda é o maior desafio para 
o profissional atender com GR nas aulas, mas não uma dificuldade que não 
possa ser sanada com um pouco de incentivo, dedicação e visão educacional. 
Os relatos apresentados refletem a visão docente sobre a 
oferta da GR no espaço escolar: há ainda a prioridade esportiva coletiva sobre 
a GR, além de pré-conceito docente sobre a exclusividade feminina sobre a 
prática. 
Assim sendo, mesmo se tratando de turmas compostas por 
ambos os sexos, a GR pode ser uma aliada às aulas de Educação Física 
Escolar, estimulando os professores a serem criativos e inovadores. Os 
espaços escolares são espaços de aprendizagem de Educação Física e dos 
esportes para todas as crianças, numa troca de experiências culturais e 
sociais, onde todos tendem a se beneficiar com esse ambiente de diferenças, 
de trocas, de limitações, facilidades e de descobertas (GAIO, 2008). 
 
CONCLUSÃO 
O estudo mostra que, dentre os professores de Educação 
Física Escolar do Ensino fundamental de Palmas, Tocantins analisados, 50% 
 
atendem com modalidade de ginástica em suas aulas, como alongamentos, 
mas não a GR propriamente dita, sendo que a pouca informação dos alunos e 
a prática comum de desportos mais conhecidos como o voleibol, o basquete, o 
futsal, dentre outros, ainda é o maior desafio para o profissional ofertar a GR 
em suas aulas. 
Os professores entrevistados demonstraram possuir pouco 
conhecimento da modalidade de Ginástica Rítmica, mas, 60% gostariam 
(apesar das dificuldades relatadas) de estar trabalhando com essa oferta, pelo 
prazer encontrado ao assistirem as apresentações ou visualizarem em seus 
alunos o interesse pela modalidade, apesar de não constar no conteúdo 
programático das escolas aulas de GR, o que é uma dificuldade que não possa 
ser sanada com um pouco de incentivo das escolas e dedicação do profissional 
em buscar informações para aprimorar seus conhecimentos. 
A opção pela inclusão da GR nas aulas de Educação Física 
Escolar implica coragem de remar contra a maré do ensino formal. Encontra-se 
dificuldades como falta de espaço físico adequado, aquisição de aparelhos, 
receptividade negativa pelo preconceito ao novo/diferente, desinteresse dos 
professores pelo desconhecimento da modalidade. Necessita de estudos, 
desejos, conhecimentos, reconhecimento, sentimento e respeito ao corpo e à 
modalidade, fazendo da GR uma grande aliada nas aulas de Educação Física 
Escolar. 
REFERÊNCIAS 
 
COSTA, Luciane Cristina Arantes da & NASCIMENTO, Juarez Vieira do: 
Prática pedagógica de professores de Educação Física: Conteúdos e 
abordagens pedagógicas. In: REVISTA DA EDUCAÇÂO FÌSICA/UEM, v. 17, n. 
2. Maringá, PR. Junho/Dezembro, 2006. 
 
DE MARCO, Ademir. Capítulo 02, As influências da prática da ginástica para o 
desenvolvimento humano na infância e na adolescência. In: GAIO, Roberta; 
BATISTA, José Carlos de Freitas. (Orgs.). A ginástica em questão: O corpo e 
movimento. São Paulo: Tecmedd, 2006. 
 
GAIO, Roberta. Ginástica Rítmica “popular”: Uma proposta educacional. 2. 
ed. São Paulo: Fontoura, 2007. 
 
 
________. Capítulo 01, Ginástica Rítmica para tu, eles e nós. In: GAIO, 
Roberta (Org.). Ginástica Rítmica: Da iniciação ao alto nível. Jundiaí, SP: 
Fontoura, 2008. 
 
MARTINS, Sissi. Ginástica rítmica desportiva: Aprendendo passo a passo. 
Rio de Janeiro: Shape, 2000. 
 
NEDIALCOVA, Giurga T. & BARROS, Daisy Regina. ABC da ginástica. Rio de 
Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1999.

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