Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA U4 - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA U4S3 ÉTTORE DE LIMA Defesa do executado O Código de Processo Civil passou a contar com três modalidades de defesa do executado, a saber: os embargos oferecidos pela Fazenda Pública, os embargos opostos em execução de título extrajudicial e a impugnação ao cumprimento da sentença. Meios de defesa do executado • No cumprimento de sentença, o meio típico de defesa do executado é a impugnação ao cumprimento de sentença, cujo prazo de apresentação é de 15 dias, contados da data da intimação para o pagamento voluntário da obrigação constante do título executivo judicial (arts. 523 e 525 do CPC). • Os embargos à execução (art. 920) constituem outro meio de defesa do executado e são o principal instrumento contra a execução forçada, fundada em título executivo extrajudicial. Eles são distribuídos por dependência, autuados em apartado e constituem incidentes, por meio dos quais o devedor ou terceiro busca defender-se dos efeitos da execução, arguindo pleitos de cunho processual ou material, sendo estes capazes de neutralizar ou reduzir a eficácia do respectivo título executivo. Requisitos para a admissibilidade da impugnação ao cumprimento de sentença • Procedimento: Requerimento do exequente (credor) com planilha de cálculos → intimação do executado para pagar voluntariamente em até 15 dias (não pagos voluntariamente, débito será acrescido de multa de 10% e honorários advocatícios de 10%) → transcorrido o prazo de pagamento voluntário, inicia-se o prazo para apresentação de impugnação → decisão do juiz → atos expropriatórios. Requisitos para a admissibilidade da impugnação ao cumprimento de sentença • Matérias que podem ser alegadas (art. 535, §1º, CPC): I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. Requisitos para a admissibilidade da impugnação ao cumprimento de sentença • Efeito suspensivo (art. 535, §6º e §7º, CPC) : §6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens. Embargos à execução Nos embargos à execução fundada em título executivo extrajudicial, tem o executado um vasto campo de atuação, pois se admite a alegação de qualquer matéria de defesa que seria lícito alegar em defesa num processo de conhecimento. Porém, não é qualquer matéria de defesa que poderá ser alegada, são válidas apenas aquelas que poderiam ser trazidas como defesa num processo cognitivo. Requisitos para a admissibilidade dos embargos à execução • Procedimento: Requerimento do exequente (credor) com planilha de cálculos → citação do executado para pagar voluntariamente em até 15 dias e, simultaneamente, inicia-se o prazo para oposição de embargos à execução → decisão do juiz → atos expropriatórios. Requisitos para a admissibilidade dos embargos à execução • Matérias que podem ser alegadas (art. 917 CPC): I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - penhora incorreta ou avaliação errônea; III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. § 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. Requisitos para a admissibilidade dos embargos à execução ACABAR AQUI – suspensão dos embargos Alegação de excesso de execução (art. 917, §2º, CPC) § 2º Há excesso de execução quando: I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título; IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; V - o exequente não prova que a condição se realizou. Proposta de parcelamento na execução de título extrajudicial pelo executado Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput , e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. A OPÇÃO PELO PARCELMANETO DO DÉBITO IMPORTA EM RENÚNCIA DE OPOR EMBARGOS Outras vias de reação do executado ou terceiros Os embargos à execução correm simultaneamente e está fundado em título executivo extrajudicial. A impugnação funda- se incidentalmente e baseia-se em título executivo judicial. Já a exceção de pré-executividade ocorre na própria execução, impede e funda-se na não possibilidade de execução do título. Assim como os embargos de terceiro, poderá ser utilizada a qualquer momento da execução com a finalidade de anulação de atos executivos. Exceção de Pré–Executividade É um meio de defesa de que se pode valer o executado, dentro do processo de execução. Permite, assim, que o executado – independentemente de oferecimento de embargos – ofereça defesa, dentro do módulo processual da execução. Através da “exceção de pré-executividade” poderá o executado alegar qualquer matéria de ordem pública, ligada à admissibilidade da execução, e que poderia ser conhecida de ofício pelo juízo da execução. A objeção de não- executividade pode ser apresentada a qualquer tempo, no decorrer do processo de execução, já que trata de matérias de ordem pública, as quais não são passíveis de preclusão. Podendo ser oferecida antes da apreensão dos bens do executado, ou depois de encerrado o prazo para ajuizamento dos embargos ou impugnação. O pronunciamento judicial que rejeitar a objeção, considerando que todos os requisitos de admissibilidade da execução se fazem presentes, será uma decisão interlocutória, sujeita a agravo. Por outro lado, o provimento que acolher a objeção, terá natureza de sentença, sendo recorrível através de apelação. Embargos de terceiros Embargos de terceiro é um instrumento pelo qual a pessoa que não é parte de um processo, mas, mesmo assim, tem algum bem bloqueado por ordem judicial equivocada, pode utilizar para fazer cessar aquela constrição indevida. Está previsto no CPC, Capítulo VII, do Título III, nos artigos 674 a 680. O prazo dos embargos de terceiro está previsto no artigo 675 do CPC. Eles “podem ser opostos a qualquertempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença”. Já no cumprimento de sentença ou no processo de execução, o prazo é de cinco dias da adjudicação, alienação ou arrematação, desde que não assinada a respectiva carta. E depois de apreciados os meios de defesa?
Compartilhar