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PROCESSO CIVIL - Resumo

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PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
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CLASSIFICAÇÃO DE EXECUÇÃO
Execução mediata – processo autônomo – título executivo extrajudicial
Execução imediata - sequência de processo já em andamento
Execução especifica – prestação de fazer ou não fazer (Art. 497 a 499, CPC) – se não
conseguir se transforma em perdas e danos
Execução Judicial - título executivo judicial
Execução extrajudicial – título executivo extrajudicial
Execução Definitiva – título executivos, sentença com trânsito em julgado
Execução Provisória – decisões sem o trânsito em julgado – precisa de caução- Art.
5220, IV
Execução de fazer ou não fazer – Título judicial – Art. 536 e 537, CPC – Título
extrajudicial – Art. 814 a 823, CPC
Execução de entregar coisa certa ou incerta – Judicial – Art. 538, CPC – Extrajudicial
– Art. 806 a 813, CPC
Execução por quantia certa – Judicial – Art. 523 a 527, CPC – Extrajudicial – Art. 824
a 909, CPC.
REQUISITOS DA EXECUÇÃO
Art. 786 – 788, CPC.
è Inadimplemento do devedor – Necessário tanto na execução de título
executivo judicial, quanto na extrajudicial. Inicialmente, cabe ao credor demonstrar o
inadimplemento.
è Título executivo certo, líquido e exigível – Nem toda dívida inadimplida está
acompanhada de um título executivo. Em se tratando de extrajudicial, o título deve
acompanhar a inicial, e ele tem presunção relativa, pois o devedor pode atacar esse
título.
EXECUÇÃO POR TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
è Judicial – esse título em regra se forma em processo de conhecimento anterior
a execução. Em regra, a execução é imediata no cumprimento de sentença, sem a
necessidade de um processo autônomo. Somente no caso dos incisos VI a IX do art.
515 a execução será através de um processo autônomo, pois nunca houve um processo
de conhecimento na esfera cível.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os
artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos
herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
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V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
è Extrajudicial – é o documento produzido fora do procedimento jurisdicional e
que a lei atribui eficácia executiva. A execução acontece através de processo autônomo
com a citação do devedor.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia
e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem
como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio
edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde
que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas
tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PROCESSUAL
Processo de execução autônomo acontece apenas para os títulos executivos
extrajudiciais e os judicias que decorrem de sentença arbitral, estrangeira e penal
condenatória (pois não possuem um processo de conhecimento para dar sequência com
o cumprimento de sentença). Nos demais casos judicias não tem processo autônomo,
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mas sim uma nova fase processual. Isso não faz com o que principio da autonomia se
perca, tendo em vista que a fase cognitiva não se confunde com a executiva.
PRINCÍPIO DA “NULA EXECUTIO SINE TÍTULO”
Nulidade da execução sem o título. Só ocorre execução se houver o título
executivo.
PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE
Em conformidade com o Art. 789, CPC, o devedor responde com os bens e não
com a sua pessoa. A única prisão que é permitida é a em relação a dívidas com
alimentos.
PRINCÍPIO DO EXATO ADIMPLEMENTO
O objetivo da execução é que o credor tenha a mesma utilidade ou vantagem
que teria se a prestação tivesse sido cumprida voluntariamente.
PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO
A execução é para a satisfação do crédito, mas excepcionalmente, algum
interesse do devedor será atendido
PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO
O credor pode a qualquer momento abrir mão da execução independente da
concordância do executado.
A desistência do autor pode ainda abranger toda a execução ou uma medida
executiva como por exemplo a penhora.
PRINCÍPIO DA UTILIDADE
A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem para o exequente. Ela
não pode seguir quando tiver prejuízos para o executado sem proveitos para o
exequente. Ex. houve a penhora do bem e o valor cobre apenas as custas processuais.
PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE
Conforme Art. 805, CPC, quando por vários meios o exequente puder promover
a execução, o juiz mandará que de faça pelo modo menos gravoso para o executado.
PINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Dentro da execução o contraditório é mais mitigado, mas ainda existe.
COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAS
Quando se trata de sentença, a competência segue o Art. 516.
Incisos I e II tratam de competência absoluta, elas não podem ser afastadas. Ex. ação
rescisória é originária no tribunal, quando entrar em execução tem que ser no tribunal
pois a competência originária é lá.
I – Competência originária:
è STF – Art. 102, I, CF (Arts. 340 e 341, RI STF)
è STJ – Art. 105, I, CF (Arts. 301 e 302, RI STJ)
è TRF’s – Art. 108, I, CF
II – Sentença – Art. 53, II, CPC e 528, §2°, CPC - é o juiz que proferiu a sentença, a
exceção que é em ação de alimentos, pois o processo deve tramitar no lugar que mais
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favorece o alimentado. P.ex. o processo de conhecimento correu em Barueri, o
alimentado mudou para Osasco, a execução irá correr em Osasco.
III – Sentença estrangeira, sentença penal – juiz de primeiro grau – cível
P.ex. sentença criminal que reconheça quem o réu terá que ressarcir a vítima, o juiz
criminal não é competente para isso. Então a vítima tem que pagar a sentença criminal
e propor a ação de execução. A regra de competência nesse caso é a geral, prevista no
Art. 46, CPC.
Tribunal marítimo é particular, só valerá como título executivo se ele foi considerado
entre as partes como tribunal arbitral.
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
A principal regra está no art. 781
I – O exequente tem duas opções
è O domicílio do executado ou situação dos bens – isso é opção
è Porém,se houver no título executivo eleição de foro pelas partes, esta se torna
absoluta.
II – Pluralidade de domicílios do devedor (escolha do credor) – caso o devedor tenha
mais de um domicilio, cabe o credor escolher qualquer um deles. Art. 44 § 1°, CPC
III – Domicílio incerto ou desconhecido do executado – local onde for encontrado ou
domicilio do credor (Art. 46, § 2°, CPC)
IV – Pluralidade de executados – qualquer um deles (Art. 46, § 4°, CPC)
V – Foro do lugar onde praticou o ato ou em que ocorreu o fato – ex. batida de carro.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
A responsabilidade patrimonial, implica a sujeição de um bem oi do patrimônio
de determinada pessoa para o cumprimento da obrigação.
Em regra, o DEVEDOR que possui a responsabilidade patrimonial, de acordo
com o Art. 789 “O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para
o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.”
A responsabilidade só existe com o inadimplemento. Cumprida a obrigação,
extingue-se. Não cumprida, nasce a responsabilidade que tem como garantia o
patrimônio do devedor.
Existem pessoas que, sem serem devedoras, assumem a responsabilidade
pelo pagamento, como é o caso soa sócios e fiadores.
BENS SUJEITOS À EXECUÇÃO
Bens presentes e futuros (aqueles que forem adquiridos depois que a obrigação
foi adquirida)
BENS NÃO SUJEITOS À EXECUÇÃO
Somente bens com conteúdo econômico podem ser penhorados.
O Art. 833, CPC, estabelece uma relação de bens impenhoráveis. Além deles,
também configuram exceção a responsabilidade patrimonial os bem públicos e os bens
de família.
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Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado o § 2º ;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória
em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos
da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
Bens de família (Lei 8.009/90) – o imóvel que reside, esse não pode ser
penhorado, ligado ao principio da dignidade humana. Instrumento de trabalho também
entra aqui e não pode ser penhorado. A proteção aos bens de família não pode ser
arguida para proteger esse bem, tem despesas de condomínio do único apartamento,
se tiver execução e não pagar ele pode ser penhorado.
EXECUÇÃO DE QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLENTE
Solvente – Presume-se que tem condições de pagar a dívida.
É uma execução aplicável aos títulos executivos extrajudiciais. Cabe sempre que
o devedor recusa a satisfazer a obrigação voluntariamente.
A técnica mais utilizada é a SUB-ROGAÇÃO, onde o Estado substitui o
particular, no cumprimento da obrigação. Se ele não pagar, toma o dinheiro a forma
para entregar ao credor, e se não encontrar o dinheiro o Estado toma os bens do
devedor de forma suficiente para satisfazer o débito.
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PROCEDIMENTO
Inicia com a petição inicial que deve estar em conformidade com as Artigos
798, 319 e 320. Na petição deve contar o título executivo extrajudicial, demonstrativo do
débito atualizado, prova do termo (prova de que está vencido) e prova do
inadimplemento. Pode ainda, indicar os bens que deseja ver penhorados.
Tendo a inicial atendido os requisitos, o juiz mandará citar o réu para que no
prazo de 3 dias realize o pagamento (em alguns casos, pode ter a redução de até
50%), se houver o pagamento, a execução é extinta.
Cabe ao credor indicar na petição inicial os bens que deseja ver penhorados,
caso o devedor não realize o pagamento em 3 dias, o oficial de justiça poderá
penhorar livremente os bens, observada a seguinte ordem:
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
Pode acontecer que o credor não indique bens para penhora, e o oficial de justiça
não encontre bens. Nesse caso, o juiz poderá determinar que o devedor indique, e se
ele não indicar ficará configurado ato atentatório a dignidade da justiça.
O executado tem o prazo de 15 dias para a apresentação de embargos. Este
não possui efeito suspensivo e a penhora poderá ser executada.
Início dos prazos:
è 3 dias para apagamento: começa a correr no dia seguinte da citação;
è 15 dias para embargos: começa a correr da juntada do mandado/AR nos autos.
Se o oficial de justiça encontrar bens e não encontrar o devedor, poderá seguir
com o arresto em quantia suficiente. Nos 10 dias seguintes tentará buscar o devedor
duas vezes, não encontrando, tentará cumprir o mandado por hora certa e por fim por
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edital. Após a citação por edital, acabando o prazo de 3 dias para pagamento, o
arresto será convertido em penhora.
ARRESTO
É a apreensão de bens em geral. É o ato preparatório da penhora que ocorre
quando se localiza os bens, mas não o devedor.
Depois de findar todos os prazos, se não houver o pagamento, o arresto será
convertido em penhora.
PENHORA DE BENS
A penhora que recai sobre bens constituirá ato preparatório da expropriação,
afetando-os por futura avaliação e alienação forçada.
A penhora assegura ao credor o direito de preferência sobre os bens (Art. 7
97), mas não é absoluto.
É possível que o mesmo bem seja objeto de duas ou mais penhoras, caso que,
ressalvada a hipótese de insolvência civil, a preferência deve respeitar a ordem de
realização das penhoras.
Auto de penhora: elaborado pelo oficial de justiça em diligência externa.
Contém os dados do bem penhorado.
Termo de penhora: elaborado pelo juiz, nos autos do processo (ex. bacenjud,
renajud).
Ordem de preferência de penhora (art. 835, CPC):
1- bens apresentados na petição inicial,
2- bens apresentados pelo executado (art. 798, II, “c”, CPC),
3- bens analisados pelo oficial de justiça.
Penhora de imóveis e veículos (art. 854, §1º, CPC): ou o credor indica, ou o devedor
indica, ou o credor pesquisa (renajud, arisp).
Penhora de créditos e penhora no rosto dos autos (art. 855 a 860, CPC): créditos ou
penhora em outra ação em que o devedor é credor.
Penhora on line de valores (art. 854, CPC): excluindo os valores de salários, valores em
poupança até 40 saláriosmínimos. Caso penhora valor impenhorável, a parte tem 5 dias
para impugnar (art. 854, §3º, CPC).
Penhora de quotas ou das ações de sociedade: art. 861, CPC.
Penhora sobre faturamento (art. 866, CPC): penhora sobre faturamento de empresa,
nomeado administrador que irá analisar.
Penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel (art. 867 a 869, CPC): ex.
aluguel.
EXPROPRIAÇÃO
A finalidade é promover a satisfação do credor. É o ato de retirada do bem do
devedor para a satisfação do crédito.
Existem 3 formas, e devem ser observadas na seguinte ordem:
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
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ADJUDICAÇÃO
Se realiza com a transferência da propriedade do bem penhorado ao credor para
a extinção do seu direito.
Deve ser realizado a requerimento do interessado, o juiz não pode impô-la, e
ainda deve observar o valor pelo qual o bem foi avaliado.
O CPC não impõe prazo para que seja requerida, ela pode ser realizada a
qualquer momento, se já estiver marcado o leilão, ele pode realizar a adjudicação, mas
tem um limite, ela deixa de caber quando uma das outras duas formas de expropriação
forem realizadas.
ALIENAÇÃO
Pode acontecer por iniciativa particular ou através de leilão judicial. Essa última,
tem relação com a técnica de sub-rogação, onde o Estado toma o bem e vende
coativamente para apurar dinheiro a fim de satisfazer o débito.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Liquidação de sentença é apenas para títulos executivos JUDICIAS.
Um título líquido é aquele que indica a quantidade de bens ou valores que
constituem a obrigação
Trata-se de uma fase intermediaria (não constitui novo processo) entre a de
conhecimento e do cumprimento de sentença e serve para a apuração do quantum
quando o título judicial for ilíquido.
O devedor será intimado na pessoa do seu advogado,
Em caso de liquidação para títulos decorrentes de sentença arbitral, estrangeira
e penal condenatória, teremos um processo autônomo, mas só porque não houve fase
cognitiva na esfera civil, e nesse caso, ocorre a citação.
Tanto o credor como devedor possuem legitimidade para requerer a liquidação.
A liquidação não serve para tomar medidas satisfativas, serve somente para
determinar o quantum debeatur.
A natureza da liquidação é declaratória, a decisão nada constitui, mas declara
o valor daquele que foi reconhecido pela sentença.
A decisão é através de decisão interlocutória e contra ela cabe agravo de
instrumento.
LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA
É possível realizar a Liquidação nos casos que se admite a execução provisória;
Se houver recurso sem efeito suspensivo pendente, o credor poderá promover
a execução, no entanto, se o recurso for provido a liquidação e a execução ficarão sem
efeito e as partes restituídas ao status quo.
É possível a liquidação mesmo diante de Recurso com efeito suspensivo, pois a
liquidação não se confunde com a execução, não possuindo providencias satisfativas.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se
em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com
cópias das peças processuais pertinentes.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
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O risco é de quem requerer a liquidação, pois o recurso poderá ter provimento,
tendo que arcar com as despesas realizadas com a liquidação.
VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILÍQUIDA
Somente os títulos executivos JUDICIAIS podem ser ilíquidos, no entanto, há
sentenças que são vedadas expressamente.
As sentenças de obrigação de pagar quantia, mesmo tratando-se de pedido
genérico, devem constar índice de correção, taxa de juros, salvo quando (Art. 491,
CPC):
è Não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido
è A apuração do valor devido depender da produção de prova de realização
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
SENTENÇA PARTE LÍQUIDA E PARTE ILÍQUIDA
Isso é possível, e é comum quando existe cumulação de pedidos na inicial.
A lei autoriza que seja realizada a execução do que é líquido e a liquidação do
que é ilíquidos.
Para não ter tumulto, a liquidação deve ser realizada em autos apartados.
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO
POR CÁLCULO DO CONTADOR
Era uma espécie de execução vigente no CPC/73. Desde que o CPC/2015
entrou em vigor, essa modalidade deixou de existir, pois quando verifica-se que o
quantum depende de simples cálculo aritmético, não haverá fase de liquidação, e
seguirá direito para a execução.
É responsabilidade do credor ao requerer a execução, apresentar memória
discriminada do cálculo do débito, indicando de forma especificada os itens da cobrança
e os acréscimos de correção monetárias, juros e outros fixados na condenação (art.
524, CPC).
Cabe ao juiz analisar os cálculos apresentados pelo Credor, determinando, de
ofício, a correção caso seja necessário.
O devedor poderá alegar erros nos cálculos apresentados pelo Credor através
da Impugnação ou por Exceção de Pré-Executividade.
E se o juiz não tiver condições para analisar se os cálculos apresentados pelo
credor estão corretos e, o Devedor, realizar a impugnação apresentando novos
cálculos? O que o juiz deve fazer?
è O juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30
dias para efetuar a verificação dos cálculos, exceto se outro prazo lhe for
determinado (§2° do Art. 524 do CPC).
è Não se trata de Sentença de Liquidação e, si, apenas a verificação se os cálculos
apresentados pelo credor estão ou não corretos, tendo em vista a necessidade
de não causar prejuízo para o executado.
è Pode ocorrer que, para que o credor apresente os cálculos corretos, necessite
de documentos que não estão em seu poder (Art. 524, §§ 3° e 4°), nesse sentido
o juiz poderá:
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
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1- Quando a elaboração do calculo depender de dados em poder de terceiros ou
do executado, requisita-los, sob cominação do crime de desobediência.
2- Quando a complementação do cálculo depender de dados adicionais em poder
do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, ficando
prazo de até 30 dias para o cumprimento da diligência.
OBS: Se os dados não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no
prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente com
base nos dados que possui (§ 5° do Art. 524 do CPC).
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO
É a que se faz para apurar valor de um bem ou serviço, nenhum fato novo do
processo será verificado.
As partes fornecem os elementos para o juiz fixar o valor O juiz proferirá uma
decisão interlocutória e é combatida por agravo de instrumento.
A liquidação será realizada por Arbitramento quando (Art. 509, I).
1. Determinado na sentença;
2. Convencionado entre as partes;
3. Quando a natureza do objeto da liquidação exigir.
Requerido o arbitramento, tanto pelo credor como pelo devedor, o juiz, não sendo
possível decidir de plano, após a intimação das partes para apresentação de pareceres
e documentos elucidativos, nomeará um perito e fixará prazo para a entrega do laudo.
LIQUIDAÇÃO POR PROCEDIMENTO COMUM
Será um procedimento de apuração mais detalhado, o juiz terá que analisar fatos
e documentos que não foram objeto de apuração quando do proferimento da sentença,
nesse caso, existe até contestação e todos os meios de prova são admitidos.
Entende-se por fato novo não o que ocorreu após a sentença, mas o que não
tinha sido apreciado, quando do julgamento, e que diga respeito ao quantum.
Ex.: Uma vítima pode sofrer lesões cuja extensão não pode ser apurada no
momento da sentença, assim, o juiz condena o réu a arcar com todos os danos e
despesas do tratamento da vítima.
Na petição inicial, o autor os apresentará e eles constituirão a causa de pedir da
liquidação, à qual o juiz deverá ater-se, sob pena de proferir julgamento extra petita.
O réu será intimado para apresentar contestação, sob pena de presumirem-se
verdadeiros os fatos novos relacionados ao quantum debeatur.
Todos os meios de prova serão admitidos, podendo o juiz determinar prova
técnica e designar audiência de instrução e julgamento.
Aofinal, proferirá decisão interlocutória, julgando a liquidação.
Nada impede que seja realizada mais de uma liquidação pelo procedimento
comum, nos casos e que há danos que se manifestam ou se agravam ao longo do
tempo. Na primeira, serão apurados os danos que até então se apresentares e,
oportunamente, os outros que se manifestaram posteriormente. Não existe preclusão,
a causa de pedir é diferente.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
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As sentenças penais condenatórias exigirão sempre prévia liquidação, em regra
acontecerão por procedimento comum, pois não se discute no processo criminal o valor
do dano da vítima.
DECISÃO FINAL
A decisão da liquidação não põe fim ao processo, desta forma é feita através de
decisão interlocutória.
O fato de o juiz julgar como extinta a liquidação, nada impede que o requerente
ajuíze nova liquidação.
O recurso é o Agravo de Instrumento.
LIQUIDAÇÃO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Forma de liquidação estabelecida pelo CDC.
Tendo em vista a legitimidade extraordinária de alguns entes para defesa de
interesses individuais homogêneos, podem ser genéricas.
Não há possibilidade de saber quem são as vítimas, quantas são e qual é a
extensão dos danos, contudo, o réu deverá indenizar todas as pessoas que
comprovarem enquadrar-se na condição de vítimas.
A liquidação será sempre individual, cabendo a vítima demonstrar a extensão
dos danos e que eles são provenientes daquele fato.
Esse tipo de liquidação difere das tradicionais (por arbitramento e procedimento
comum) do CPC, pois, ao contrário delas, pode ser julgada improcedente, caso não se
comprove que o liquidante foi vítima do acidente e sofreu danos.
Na liquidação comum, a condição da vítima há de ter sido provada na fase
condenatória, ao passo que nesta, há de ser demonstrada a liquidação.
Ela formará um processo autônimo (não apenas uma fase), ajuizada pelas
vítimas individuais, e para o qual o réu deve ser citado.
A decisão final não será meramente declaratória, como nas outras formas de
liquidação, mas constitutiva, pois só a partir dela cada vítima obterá título executivo.
LIQUIDAÇÃO NO CURSO DA FASE DE EXECUÇÃO
É um incidente processual e não uma fase do processo.
A obrigação, até então líquida, tornar-se-á ilíquida, já que será necessário apurar
perdas e danos.
O exequente deverá indicar os danos que pretende ver ressarcidos, e o juiz
determinará as provas necessárias para comprová-los. Ao final, preferirá decisão
interlocutória, indicando o quantum debeatur, e a execução prosseguirá, na forma do
art. 523 do CPC.
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
REQUISITOS
è Título executivo judicial
è Inadimplemento do devedor
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 15
Antes de dar início ao cumprimento de sentença após a formação do título executivo
judicial, é dado o prazo de 15 dias para o pagamento voluntário.
Se pagar não tem inicio a fase de cumprimento de sentença.
Se não pagar terá início o Cumprimento de Sentença, com expedição de mandado
de penhora e avaliação e o montante será acrescido de multa de 10% do total do débito
(Art. 523, §1° do CPC).
MULTA
Não ocorrendo o pagamento voluntário, será aplicado multa de 10% (Art. 523,
§1° o CPC)
A multa incidirá sobre o valor da condenação, mais juros, correção monetária,
custas e honorários advocatícios fixados na fase de conhecimento.
Em caso de pagamento parcial, a multa incide sobre o restante do débito.
Iniciando-se a execução, além da multa, o débito será acrescido em 10% de
honorários, tendo em vista a fixação legal de novos honorários advocatícios para a fase
executiva.
A multa e os honorários no Cumprimento de Sentença Definitivo, são devidos,
também, no Cumprimento de Sentença Provisórios (Art. 520, §§ 2º e 3º do CPC).
REQUERIMENTO DO CREDOR
Cabe ao exequente a iniciativa para dar inicio a fase de cumprimento de
sentença.
Basta apresentar petição requerendo a intimação do devedor para pagar no
prazo de 15 dias, sob pena de início da fase executiva, com expedição de mandado de
penhora para a avaliação dos bens.
Não é necessário preencher os requisitos da petição inicial, mas é preciso que o
credor preencha alguns requisitos:
è Apresentar demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo do débito,
conforme o artigo 524 do CPC, e caso não haja o pagamento voluntário, requer
a aplicação de multa e o acréscimo dos honorários;
è Recolher custas iniciais da execução, quando for exigido por lei estadual;
è Indicar, se possível, quais os bens que deseja ver penhorados.
Durante os 15 dias que o devedor tem para pagamento o exequente não pode
requerer arresto ou penhora.
PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
Não é possível o protesto no caso de Cumprimento de Sentença Provisória,
tendo em vista a inexistência do Trânsito em Julgado. Exceção: Alimentos (Art. 528, §
1° do CPC).
Restrito as decisões que reconheçam pagamento de quantia líquida, certa e
exigível, tendo em vista o artigo fazer alusão ao 523.
Para efetivar o protesto é necessário que o Exequente apresente a certidão de
teor da decisão, comprovando o trânsito em julgado e o transcurso do prazo do art. 523.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 16
A certidão deverá conter o previsto no §2° do Art. 517 do CPC
O executado poderá requerer o cancelamento do Protesto comprovando o
pagamento.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Ocorre quando o credor inerte não promove a execução
A princípio, o processo será encaminhado para o arquivo, podendo o exequente,
a qualquer tempo, requerer o início do Cumprimento de Sentença.
A súmula 150 do STF estabelece que a pretensão executiva prescreve no
mesmo prazo que a condenatória
Será suspensa por 1 ano caso não se localize bens passíveis de penhora, após
esse prazo, o credor deverá tomar medidas necessárias para localizar bens, se não,
começará a correr o prazo (Art. 921, §§)
Ocorrendo a prescrição, deverá ser decretada pelo juiz de ofício, ouvindo-se as
partes antes (Art. 921, §5 CPC)
HONORÁRIOS NA FASE EXECUTIVA
No cumprimento de sentença, serão devidos novos honorários advocatícios,
relacionados a essa fase, que não se confundem com os fixados na sentença
condenatória.
Não precisa ser fixado pelo juiz, basta se acrescentado ao cálculo e são devidos
mesmo no Cumprimento de Sentença Provisório (Art. 520, §2º CPC)
Na impugnação só serão cabíveis os honorários caso sejam acolhidos, com
extinção da execução, Súmula 519 do STJ
MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO
Não há distinção entre título executivo judicial e extrajudicial e aplicam-se as
mesmas regras.
O cumprimento de sentença condenatória em quantia certa se inicia com a
expedição de mandado de penhora e avaliação, §23° 523, CPC.
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO
Será possível desde que haja recurso desprovido de efeito suspensivo e será
realizada na mesma forma que o cumprimento de sentença definitivo (Art. 520 do CPC).
Ocorrerá por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a
sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido (Art. 520, I do
CPC)
O executado poderá realizar o depósito do valor, com a finalidade de isentar-se
de multa, contudo, o levantamento só será possível com o depósito de caução suficiente
e idônea, arbitrada de plano pelo juiz.
A caução poderá ser dispensada nos casos em que (Art. 521 do CPC):
è O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
è O credor demonstrar situação de necessidade;
è Pender de agrado do Art. 1042 do CPCP
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 17
è A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com a
súmula da jurisprudência do STF ou do STJ ou em conformidade com Acórdão
proferido no julgamento de casos repetitivos.
A caução será mantida se, quando da dispensa resultar manifesto risco de grave
dano de difícil ou incerta reparação.
DEFESA DO EXECUTADO
IMPUGNAÇÃO
A forma de defesa do executado para os títulos executivos judicias, cuja a
execução ocorrer através de cumprimento de sentença é a impugnação.
Excepcionalmente,admite-se as exceções e objeções de pré-executividade,
embora tenham perdido quase toda a sua utilidade, já que tanto na execução por título
extrajudicial quanto no cumprimento de sentença o oferecimento de embargos ou de
impugnação dispensa a prévia penhora, depósito ou caução.
A impugnação, não será ação autônoma, mas incidente da fase de cumprimento
de sentença e será julgado por decisão interlocutória.
Exceção: Será Ação Incidental quando tiver por objeto declaração de
Inexistência ou Extinção do Débito (Art. 525, VII do CPC).
PRAZO
São dois prazos de 15 dias distintos.
O prazo para que o devedor apresente impugnação é de 15 dias, a contar do
transcurso do prazo de 15 dias para pagamento voluntário, independentemente de
penhora ou nova intimação.
Vencido o primeiro prazo de 15 duas para pagamento voluntário,
automaticamente e sem necessidade de novo requerimento ou intimação, será
expedido mandado de penhora e avalição e passará a correr o prazo de 15 dias para
impugnação.
Aplica-se a dobra do prazo no caso de litisconsórcio, com advogados diferente,
de acordo com o Art. 229, do CPC
Não há necessidade de prévia garantia do título pela Penhora ou Depósito,
conforme o caput do Art. 525 do CPC
EFEITO SUSPENSIVO
A impugnação, assim como os Embargos, em regra, não possui efeito
suspensivo.
Excepcionalmente, o juiz pode concedê-lo
Os requisitos são os mesmos dos Embargos, ou seja:
è Requerimento do impugnante;
è Garantia do juízo com penhora, caução ou depósito suficiente
è Que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar
ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação
A concessão de efeito suspensivo não impede a efetivação de atos de substituição,
reforço ou redução de penhora e avaliação de bens.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 18
MATÉRIAS DE IMPUGNAÇÃO
Na impugnação existem limitações quanto às matérias alegáveis.
A fase executiva foi precedida de fase de conhecimento, e não seria razoável
admitir que o devedor pudesse alegar defesas que ou já foram apreciadas na fase
cognitiva, ou deveriam ter sido alegadas e não foram
As matérias que podem ser alegadas na impugnação estão elencadas no rol do Art.
525,§1º do CPC.
I. FALTA OU NULIDADE DE CITAÇÃO - se, na fase de conhecimento, o processo
ocorreu à revelia – a falta ou nulidade dela, quando o réu permanecer revel,
acarretará a ineficácia da sentença ou do acórdão contra ele proferidos, ou seja,
do título executivo judicial.
II. ILEGITIMIDADE DE PARTE – Ex. sentença penal condenatória, quando a
vítima quiser executar o patrão, por dando decorrentes de crime praticado pelo
empregado; ou, execução contra o fiador, que não participou nem foi condenado
na fase cognitiva.
III. INEXEQUIBILIDADE DO TÍTULO OU INEXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO –
execução do título antes da data do vencimento. É inexigível, também, a
Sentença, ainda que transitada em julgado, fundada em lei ou ato normativo
declarada inconstitucional (Art. 525, §12 do CPC). Se o título é inexequível ou a
obrigação inexigível, falta interesse de agir.
IV. PENHORA OU AVALIAÇÃO ERRÔNEA – se a penhora e a avalição forem
prévias ao prazo para apresentar a impugnação, no entanto, se forem
posteriores a impugnação, basta petição simples para argui-las, no prazo de 15
dias, conforme o Art. 525, §11 do CPC.
V. EXCESSO DE EXECUÇÃO OU CUMULAÇÃO INDEVIDA DE EXECUÇÕES –
ocorre quando o credor requer montantes ou prestações superiores as que são
efetivamente devidas, sendo enumeradas pelo Art. 917, §2 do CPC:
è Quando o exequente pleiteia quantia superior à do título;
è Quando recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
è Quando se processa de modo diferente do que foi determinado no título;
è Quando o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige
o adimplemento da prestação do executado;
è Se o exequente não provar que a condição se realizou.
Há criticas quanto as duas últimas, pois não são de excesso à execução e, sim,
e inexigibilidade do título;
A cumulação indevida de execuções ocorre quando há pretensões executivas
cumuladas, sem observância do Art. 327 do CPC.
VI. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO –
dificilmente ocorre no Cumprimento de Sentença de condenação civil. Se o título
executivo judicial for de outra espécie, como a sentença penal condenatória, a
sentença arbitral, estrangeira etc., a incompetência deverá ser alegada em
impugnação.
VII. QUALQUER CAUSA MODIFICATIVA OU EXTINTIVA DA OBRIGAÇÃO,
DESDE QUE SUPERVENIENTE – a lei dá como exemplo o pagamento,
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 19
novação, compensação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.
Essa é a hipótese que a impugnação terá por fim discutir a existência de débito.
Reconhecendo a inexistência do débito, terá que extinguir a execução.
O Rol é taxativo ou exemplificativo?
A limitação imposta por lei às matérias alegáveis tem por finalidade evitar que, em
cumprimento de sentença, o devedor tenha oportunidade de rediscutir coisas que, ou já
foram discutidas na fase de conhecimento, ou deveriam ter sido deduzidas e não o
foram. Mas não impede que o devedor apresente defesa superveniente, ainda que não
prevista expressamente no rol.
Todos os meios de lícitos de prova são admitidos na impugnação. O juiz poderá, se
necessário, determinar perícia e designar audiência para a colheita de prova oral.
As regras sobre a produção de provas sãos as mesmas que se aplicam ao processo
de conhecimento em geral.
PROCEDIMENTO
É formulada por simples petição, não precisa atender o 319, mas é necessário
que o pedido seja claro e especifico, e que seja apresentado os fundamentos de fato e
direito.
Caso deseje, deve ser apresentado ainda, o pedido de efeito suspensivo, tendo
em vista que o juiz não pode fazer de ofício.
O juiz intimará o impugnado para apresentar respostas no prazo de 15 dias. A
Lei não menciona o prazo, mas, tendo em vista o princípio da isonomia, presume-se o
mesmo prazo.
Havendo condições para o julgamento, o juiz realizará, do contrário, poderá
determinar provas se necessário.
Será sempre julgado por decisão interlocutória, salvo se, do acolhimento da
impugnação, resultar a extinção da execução.
O juiz só fixará honorários se a impugnação for acolhida.
EXECÇÕES E OBJEÇÕES DE PRÉ EXECUTIVIDADE
O CPC atual não prevê a necessidade de prévia garantia do juízo pela penhora,
desapareceu quase que todo o interesse para a oposição de exceções ou objeções de
pré-executividade.
Não se justifica mais a utilização das objeções e exceções de pré-executividade,
a menos que não seja mais possível ao executado valer-se dos meios tradicionais de
defesa (por exemplo, porque já transcorreu o prazo) para alegrar alguma matéria que
ainda possa ser arguida.
Não há um procedimento estabelecido por lei, no entanto, as exceções e
objeções de pré-executividade serão julgadas por decisões interlocutórias, contra as
quais o recurso adequado será o de agravo de instrumento.
Há a possibilidade de acolhimento da execução de pré-executividade e, acolhidas
as alegações, o juiz extinguirá a execução, por sentença.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 20
è Objeções – matérias de ordem pública, cognoscíveis de ofício pelo juiz a
qualquer tempo e que não se sujeitam a preclusão; independente de penhora;
apresentada por simples petição; prova pré constituída, não sendo admissível a
instauração de instrução.
è Exceções – matérias que não podem ser apreciadas pelo juiz de ofício.
Exemplo: pagamento superveniente; independente de penhora; suscitável por simples
petição; prova pré constituída, não sendo admissível a instauração de instrução.
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, SENTENÇA ARBITRAL E ESTRANGEIRA
Se os títulos já estiverem liquidados, constituirá um processo autônomo, no qual
o devedor deverá ser citado, para pagar em quinze dias, sob pena de multa de 10% e
expedição de mandado de penhora e avaliação.
Se for necessário a liquidação antes da fase executiva, o devedor será citado
para acompanha-la; apurado o quantum debeatur, seráintimado para fazer o
pagamento do débito, no prazo de quinze dias, sob pena de multa de 10% e expedição
de mandado de penhora e avaliação.
A execução far-se-á a forma do Art. 523 e ss. Do CPC.
EMBARGOS À EXECUÇÃO
Meio de defesa utilizado nas execuções de título executivo extrajudicial.
Os embargos não é um incidente da execução como na impugnação, ele é uma
ação autônoma vinculada a execução.
Possui todas as características de processo de conhecimento, permite a
produção de todas as provas para a formação do convencimento do juiz e o contraditório
é pleno.
A sentença reflete diretamente na execução, podendo prosseguir, extinguir ou
modificar atos já praticados.
COMPETÊNCIA
São distribuídos por dependência no juízo da execução. Competência Funcional
Absoluta.
A distribuição será feita por dependência, e eles serão atuados apertado com
cópias das principais pelas da execução.
Exceções: Se houver penhora realizada por carta, os Embargos poderão ser
apresentados no juízo deprecante ou no deprecado, mas a competência para julgá-lo é
do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre (Art. 914, §2° do CPC):
1. Vícios ou defeitos de penhora;
2. Da avaliação;
3. Da alienação de bens efetuadas no juízo deprecado
GARANTIA DO JUÍZO
A prévia garantia do juízo, pela penhora ou depósito de bem, não é requedito
para a oposição dos embargos
PRAZO
O prazo para oferecer os Embargos são 15 dias úteis, contados na forma do Art.
231 do CPC.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 21
Nas execuções por carta, o prazo é de 15 dias, no entanto a contagem do prazo
será na forma do Art. 915, §2º do CPC, ou seja, da juntada da Carta (vícios na penhora,
a avaliação e alienação) ou no processo de origem (outros vícios).
O prazo não será modificado se houver litisconsortes com advogados diferentes,
não se aplicando o art. 229 do CPC.
Havendo mais de um executado, o prazo correrá para cada um
independentemente, conforme forem citados e o comprovante de citação for juntado.
Não é necessário que todos os executados sejam citados para que o prazo para
os embargos tenha início
Exceção à Regra - Se os executados litisconsortes forem cônjuges ou
companheiros, o prazo de embargos contar-se-á da juntada aos autos do último
comprovante de citação (Art. 915, §1°, do CPC).
PEDIDO DE PAGAMENTO PARCELADO (ART. 916 DO CPC)
No prazo dos Embargos, o devedor poderá reconhecer o crédito do exequente e
requerer o parcelamento, para isso deverá:
1. Comprovar o depósito de 30% do valor da execução, incluindo custas e
honorários advocatícios;
2. Requer o pagamento do saldo em até 6 parcelas mensais, acrescidas de
correção monetárias e juros de 1% ao mesmo
Deferido o pedido, a execução ficará suspensa até o pagamento integral (Art. 916,
§3º do CPC)
Os depósitos serão judiciais e conforme forem sendo realizados o credor poderá
requerer o levantamento.
O parcelamento é direito do devedor, não podendo ser recusado pelo credor. O
credor será ouvido, APENAS, sobre o preenchimento dos requisitos, no prazo de 5 dias
(Art. 916, §1º)
No entanto, ainda que o devedor formule o pedido de pagamento parcelado fora do
prazo, ou sem depositar os 30%, o juiz, antes de indeferi-lo, deve primeiro ouvir o credor,
pois pode ser que ele concorde.
Deferido o parcelamento, se o devedor deixar de fazer o pagamento de alguma das
parcelas, as restantes vencerão antecipadamente e a execução prosseguirá, acrescida
de multa de 10% sobre o restante, vedada a oposição de embargos.
Indeferido, seguir-se-ão os atos executivos, será mantido o depósito convertendose
em penhora.
O parcelamento não se aplica com Cumprimento de Sentença (Art. 916, §7°).
OBJETO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
No art. 917 do CPC são tratadas as matérias que podem ser alegadas nos
embargos.
1. Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 22
2. Penhora incorreta ou avaliação errônea;
3. Excesso de execução ou cumulação indevida de execução (327);
4. Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, os casos de execução para
entrega de coisa certa;
5. Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
6. Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.
A matéria do último inciso é ampla, porque é a primeira vez que o executado está
tendo a oportunidade de se defender, demonstrando que a cognição do juiz é ampla,
diferente dos casos de Cumprimento de Sentença, que está limitado a sentença.
O juiz determinará as provas necessárias para formar a sua convicção, e proferirá,
desde que preenchidas as condições da ação e pressupostos processuais, sentença
definitiva, que se revestirá de autoridade da coisa julgada material.
Cumpre ao juiz examinar se estão preenchidos os pressupostos processuais e as
condições da ação de embargos. Por exemplo, se eles são tempestivos; se o
embargante e embargado são partes legítimas e se o primeiro tem interesse de agir.
O embargante pode alegar matérias que não dizem respeito nem aos pressupostos
do processo de execução, nem às condições de ação executiva, e que também não
estejam relacionadas ao débito, mas a algum ato processual realizado na execução,
como a penhora ou a avaliação do bem. Pode, por exemplo, sustentar que o bem é
impenhorável, ou que a avaliação está errada.
Nos embargos é possível discutir: questões ligadas à existência, constituição e
extinção do débito; temas relacionados à admissão da execução; questões processuais
da execução.
PROCEDIMENTO DOS EMBARGOS
A petição inicial deverá preencher os requisitos do Art. 319 do CPC, devendo
indicar o valor da causa, que será o valor controvertido, caso o embargante impugne o
valor do débito.
Deve requerer a intimação do embargado para se quiser, apresentar
impugnação.
Se o fundamento dos embargos for excesso de execução, a inicial deve indicar
o valor que o embargante entende correto, apresentando memória de cálculo, sob pena
de indeferimento (Art. 917, § 3°, do CPC).
O embargante deve instruir os Embargos com cópias das peças processuais
relevantes do processo de execução, que poderão ser declaradas autênticas pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
EFEITO SUSPENSIVO
Os embargos, em regra, não têm efeitos suspensivo e permite o prosseguimento
da execução.
Excepcionalmente o juiz pode conceder quando (Art.919 do CPC):
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 23
è Houver requerimento do embargante, já que o juiz não pode concedê-lo de
ofício;
è O juiz verifique que estejam preenchidos os requisitos pra a concessão de
tutela provisória;
è A execução esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
A prévia penhora ou depósito de bens não é condição para que os embargos sejam
recebidos, mas para que lhes seja outorgado efeito suspensivo, mesmo porque, sem
que tenha havido constrição de bens, inexiste perigo de prejuízo irreparável ao devedor,
já que a execução não poderia prosseguir.
O pedido de efeito suspensivo pode ser feito na inicial dos embargos, ou a qualquer
tempo, durante o seu processamento.
Da decisão do juiz que defere ou não efeito suspensivo, cabe agravo de instrumento
(Art. 1.015, X).
Se os embargos forem parciais, ainda que o juiz conceda efeito suspensivo, a
execução prosseguirá sobre a parte incontroversa.
No caso de litisconsortes, o efeito suspensivo só beneficiará a todos se o
fundamento for comum.
INDEFERIMENTO DA INICIAL
O Art. 918 do CPC estabelece as situações de indeferimento liminarmente da inicial:
è Quando intempestivos;
è Nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do
pedido (Art. 330 a 332 do CPC);
è Quando manifestamente protelatórios (verificar a impertinência dos argumentos
apresentados pelo embargante)
INTIMAÇÃO E RESPOSTA DO EMBARGADO
O embargado será intimado para apresentar impugnação no prazo de 15 dias,
não havendo a necessidade de citação, bastando a intimação na pessoa do advogado.
E se o credor não apresentar a impugnação, se implicará os efeitos da revelia?
Caso o embargado não apresente impugnação,será considerado revel. Mas a
ele não serão aplicados os efeitos da revelia, e o juiz não presumirá a veracidade dos
fatos alegados na petição inicial nem promoverá o julgamento antecipado do mérito.
A execução estará fundada em título que goza de presunção de certeza e
liquidez, sendo sempre incumbência do executado demonstrar o necessário para
afastar essa presunção. Da falta de impugnação dos embargos, por si só, não resulta
afastamento da presunção.
Nem por isso a falta de impugnação deixará de fazer presumir verdadeiros os
fatos alegados pelo embargante que não sejam contrários pelo que consta no título
executivo.
Apresentada impugnação, o juiz ouvirá o embargante nos mesmos casos em
que, no processo de conhecimento ele intima o autor para réplica.
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 24
Verificará se há necessidade de provas. Se não, julgará antecipadamente os
embargos; se sim, determinará as necessárias, designando audiência de instrução e
julgamento, se for o caso.
Ao final, o juiz proferirá sentença, que poderá ser de extinção sem resolução do
mérito, presentes nas hipóteses do art. 485 do CPC, ou com resolução de mérito, nos
casos do art. 487.
Julgados improcedentes a execução prosseguirá, cabendo apelação que não
tem efeito suspensivo.
Julgados Procedentes – a execução poderá ser extinta, a redução do valor ou a
modificação ou desconstituição de atos processuais. Ex. Penhora.
Embargos protelatórios, será considerado ato atentatório a dignidade da justiça,
impondo-se multa de 20% (Art. 774, § único).
OUTRAS FORMAS DE DEFESA
Exceções de Pré-Executividade
Tal incidente autoriza o devedor a defender-se sem precisar ter os sus bens
penhorados. Mas como os embargos não dependem mais de prévia penhora, a grande
vantagem das exceções e objeções desapareceu. Como regra, não há mais razão para
que continuem a ser utilizados.
No entanto, não deve ser eliminado por completo a admissibilidade, pois pode ocorrer
que o devedor tenha perdido o prazo para os embargos e queira apresentar defesa com
matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão, não havendo óbice para a utilização
do incidente.
Ações de Conhecimento Autônomas
Não são mecanismos de defesa do devedor relacionados à execução, nem por isso o
devedor fica impedido de utilizá-las, se quiser, por exemplo, obter a declaração de
inexigibilidade ou a desconstituição de determinado título, ou a declaração de
inexistência do débito.
Mesmo diante da autonomia em relação à execução, o seu resultado pode repercutir
sobre a Execução.
O devedor poderia defender se por meio de embargos. Mas pode ser que já tenha
ajuizado a ação de conhecimento antes da execução, ou que prefira valer se da ação
autônoma.
Alguns problemas podem existir com a existência de Ação Autônoma:
è Em Regra, ela não suspende a execução (Art 784 § 1 º do CPC) Exceto se o
devedor ajuizou a ação antes da Execução ou no prazo dos Embargos bastando a
comunicação ao Juízo da Execução sobre a existência da Ação Autônoma, bem como
o requerimento da suspensão da Execução, sendo indispensável os requisitos do Art
919 § 1 º do CPC.
è Se o objeto da ação autônoma é desconstituir o título que embasa a execução,
ou declarar a inexigibilidade do débito que está sendo cobrado, deverá ser feita a
PROCESSO CIVIL – 7° SEMESTRE - RESUMO
P á g i n a | 25
reunião por conexão (art 55 § 2 º, I, do CPC) STJ Resp 732 335 / Rel Min José Delgado,
1 ª Turma, DJ 29 08 2005 p 217
è O Devedor não poderá propor a Ação Autônoma se opostos os Embargos à
Execução, estes forem julgados improcedentes pois proferida sentença contra a qual
não caibam mais recursos, a mesma ação não poderá ser reproposta Exceto se houver
fundamentos de fato diferentes
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
Coisa certa é a coisa individualizada, determinada, no momento da propositura
da execução.
Só haverá execução para entrega de coisa certa pro processo autônomo,
quando fundada e, título executivo extrajudicial. Quando for sentença, haverá execução
imediata e específica, sem novo processo. Basta que o réu seja intimado para entregar
a coisa, no prazo fixado pelo juiz sob pena de busca e apreensão (bem móvel) ou
imissão de posse (bem imóvel).
Ao Ordenar a citação o juiz fixará os honorários advocatícios
Com a citação válida, passará a correr o prazo de 15 dias para que o devedor
satisfação a obrigação
No mandado, constará a ordem de Imissão de Posse ou Busca e Apreensão, se
não satisfeita a obrigação.
Nessa execução o devedor poderá:
è Entregar a coisa para satisfazer a obrigação – será lavrado o termo e com o
pagamento dos honorários extinta a execução, exceto se deva prosseguir para
o ressarcimento de eventuais frutos ou prejuízos. Devendo seguir sob a forma
de execução por quantia (Art. 807 do CPC);
è Não entregar a coisa- Nesse caso será cumprido, de imediato, a ordem de
Imissão da Posse, se o bem for imóvel; ou Busca e Apreensão se móvel
Se o juiz entender que o devedor está ocultando o bem, poderá fazer uso de multa
como meio de coerção;
E se a entrega da coisa tornar-se impossível por perecimento ou deterioração?
Haverá conversão em perdas e danos, com a liquidação incidente para a apuração
do quantum debeatur (Art. 809 do CPC)
S e alienada a coisa litigiosa, será expedido mandado contra Terceiro Adquirente
(Art 808 do CPC)
Independente da atividade do Devedor
1. Fluirá o prazo de 15 dias para a oposição dos Embargos pelo devedor
2. Nos embargos poderão ser alegados qualquer matéria, bem como a
possibilidade de alegar que, de boa-fé, realizou benfeitorias necessárias e úteis,
podendo alegar o direito de retenção (Art. 917,IV do CPC)
Alegando o direito de retenção, poderá requerer aos juiz que suspenda o
cumprimento do mandado de Busca e Apreensão ou imissão de posse;
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Acolhido o pedido pelo juiz, este preservará o bem no poder do Executado até que
seja realizado o ressarcimento das benfeitorias;
Se não houver embargos ou julgados improcedentes, a Busca e Apreensão ou
Imissão da Posse ternar-se-ão definitivos.
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA
Coisa incerta é aquela determinável pelo gênero e pela quantidade.
Há a necessidade de individualizar a coisa, pertencendo ao devedor o direito de
escolha, salvo se o título constar o contrário, não podendo dar coisa pior e não será a
obrigado a dar coisa melhor (Art. 244, CC);
Cabe ao exequente indicar a individualização da coisa
O devedor será citado para:
è No prazo de 15 dias entregar a coisa determinada pelo gênero e pela
quantidade, já individualizada, o entanto, se competir ao credor a escolha,
individualizará na petição inicial (Art. 811 do CPC)
è Independente de quem deverá realizar a escolha, a parte contrária poderá
impugnar no prazo de 15 dias, podendo o juiz ouvir perito, se necessário, para
decidir a questão (Art. 812 do CPC);
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
São aquelas em que o devedor compromete-se a realizar uma prestação,
consistente em atos ou serviços, de natureza material ou imaterial (Art. 814 do CPC)
É necessário distinguir entre as obrigações de fazer fungíveis e infungíveis
è Fungível – são aquelas que, embora assumidas pelo devedor, podem ser
cumpridas por qualquer pessoa, pois não levam em conta qualidades pessoais
do devedor;
è Infungíveis – são aquelas que só o devedor pode cumprir
Tanto nas obrigações de fazer fungíveis como nas infungíveis, podem ser utilizados
meios de coerção, no entanto, somente das fungíveis pode ser utilizados os meios de
sub-rogação;
Só na sub-rogação é permitido a prestação por um terceiro, ás expensas do devedor.
(Pede ao juiz autorização para a contratação de um terceiro para o cumprimento e as
despesas é do devedor em perdas e danos)
Nas obrigações infungíveis só poderão ser utilizados os meios de coerção e se forem
ineficazes, será realizada a conversão em perdas e danos
Toda a ação de execução ela incide honorários
Prazo de 15 dias para apresentar embargos. Se o juiz der o prazo de 30 dias para o
cumprimento, o executado pode apresentar os embargos em 15 dias eisso já fica claro
para o exequente que não haverá cumprimento da execução.
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Art. 814 Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título
extrajudicial ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no
cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será
devida
Parágrafo único se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o
juiz poderá reduzi lo.
OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEIS
O juiz determinará a citação do devedor para que o prazo, estabelecido no título,
satisfaça a obrigação.
Se o título não indicar prazo, o juiz fixará.
Realizada a citação, correrão dois prazos:
1. O assinalado no Título ou fixado pelo juiz para que a obrigação seja cumprida.
Podendo ser fixado multa para o cumprimento da obrigação de ofício pelo juiz
ou a requerimento da parte. Restando infrutífera, pode o credor optar pela
execução por sub-rogação ou a conversão em perdas e danos (Art. 816 do
CPC).
2. Prazo de 15 dias para o devedor opor Embargos.
EXECUÇÃO ESPECÍFICA POR SUB-ROGAÇÃO
Se o devedor não cumprir a obrigação fungível, o credor poderá requerer que
outra pessoa a cumpra no seu lugar e às suas expensas do devedor (Art. 817 do CPC).
A nomeação é livre, podendo o juiz determinar que o credor forneça indicações.
O terceiro apresentará proposta para realização do serviço, que será examinada
pelo juiz, depois de ouvidas as partes. Se acolhida, o exequente antecipará as despesas
(Art. 817, § único do CPC).
Depois que o serviço for prestado, as partes serão ouvidas no prazo de 10 dias,
e, não houver impugnações, se dará por cumprida a obrigação, passando-se à
execução ao devedor, pela quantia que o credor teve de pagar ao terceiro (Art. 818 do
CPC)
Se o serviço não for prestado pelo terceiro no prazo, ou for de maneira
incompleta, o credor poderá pedir ao juiz que o autorize a concluir a obra, à custa do
terceiro, no prazo de 15 dias (Art. 819 do CPC)
Caso o próprio credor queira realizar ou mandar executar o serviço terá direito
de preferência sobre os outros, que deverá ser exercido do prazo de 5 dias, após
aprovação da proposta do terceiro (Art. 820 do CPC).
A execução específica por sub-rogação é opção do credor; se ele acha que o
procedimento é trabalhoso ou excessivamente oneroso, pode requerer a utilização dos
meios de coerção, e se forem ineficazes, a conversão em perdas e danos no
procedimento de execução por quantia certa (Art. 821, §único)
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OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGIVEL
Não há possibilidade de uso dos meios de sub-rogação, o juiz utilizará os de
coerção, para pressionar a vontade do devedor a cumprir, ele próprio, a obrigação. Para
tanto, poderá valer-se dos meios previstos no art. 536, §1°, do CPC.
Mas, se todos resultarem ineficazes e o devedor persistir na recusa, só restará
conversão em perdas e danos
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Quando o devedor pratica o ato do qual, por força do título executivo, estava
obrigado a abster-se (Art. 822 do CPC).
A obrigação, que tem conteúdo negativo, acaba adquirindo caráter positivo,
porque, se o devedor a descumprir, será obrigado a desfazer aquilo a que, por força do
título, não deveria ter realizado.
Não há propriamente execução de obrigação de não fazer, mas sim, de desfazer
aquilo que foi indevidamente feito.
Se alguém constrói sobre um terreno em que não poderia, a execução terá por
objeto o desfazimento da obra e não qualquer abstenção.
Se o desfazimento for possível, o juiz mandará citar o devedor, fixando um prazo
para que ele desfaça o que realizou indevidamente, sob pena de multa;
Se o desfazimento puder ser feito por terceiro, e o exequente o requer, o juiz
deferirá, utilizando o mesmo procedimento previsto para as obrigações de fazer.
Quando não for mais possível o desfazimento, só restará a conversão em perdas
e danos (Art. 823 do CPC).
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGAR COISA
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o
juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências
que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a
efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
Não havendo o cumprimento voluntário da obrigação, o juiz determinará as
medidas coercitivas ou de sub-rogação necessárias para a satisfação do credor
Se a obrigação for fungível, o juiz poderá determinar medidas tanto coercitivas
como de sub-rogação;
Se for infungível, apenas as coercitivas, já que a obrigação não pode ser
prestada por terceiro
Os principais meios de coerção estão enumerados no art. 536, §1° do CPC:
1- A imposição de multa;
2- A busca e apreensão;
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3- A remoção de pessoas e coisas;
4- O desfazimento de obras;
5- Impedimento de atividade nociva; e
6- Auxilio de Força policial, caso necessário
Esses poderes o juiz pode empregar tanto no cumprimento das obrigações de fazer
ou não fazer como no de entregar coisa.
O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprida por 2 oficiais
de justiça, se houver a necessidade de arrombamento, sendo necessário observar o
disposto no Art 846, §§ 1º ao 4º (Art. 536, § 2° do CPC)
O descumprimento fará com que o devedor incorra nas sanções previstas para o
litigante de má-fé (art. 80 e 81), podendo ainda responder por crime de desobediência.
O §4° do Art. 536 estabelece que, o Executado poderá fazer uso da impugnação, no
que couber, conforme a previsão do Art. 525.

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