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EMBARGOS À EXECUÇÃO (PROCESSO CIVIL)

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Defesa de título extrajudicial. O executado defende-se por meio dos embargos, cujo conteúdo compreende 
matérias de defesa. 
 
 Ação ou defesa? 
 
Segundo Haroldo Pabst, os embargos à execução ostentam a natureza de defesa no processo de execução, 
não constituindo um processo de conhecimento'. Secunda tal entendimento Cassio Scarpinella Bueno, para 
quem os embargos são defesa, e não ação. Não é esse, contudo, o entendimento que prevalece. A grande 
maioria da doutrina considera os embargos uma demanda de conhecimento, que dá origem a outro processo 
autônomo, se bem que conexo ao processo de execução. Há quem considere os embargos um misto de ação 
e defesa ou que sua natureza jurídica depende do seu conteúdo: se os embargos versam sobre questões 
relativas à admissibilidade da execução ou combatem atos executivos, tais corno penhora e avaliação, teriam 
natureza de defesa; se, diversamente, tratam da inexistência ou extinção da obrigação, teriam, então, 
natureza de ação5. Por incompatibilidade de convivência funcional entre atos cognitivos e executivos, a 
legislação processual concebeu o processo de execução de forma a não comportar defesa interna, sendo 
certo, portanto, que os embargos à execução, embora ostentem conteúdo de defesa, constituem verdadeira 
ação de conhecimento, incidente à execução. 
 
 - A substância de defesa. Essencialmente, os embargos constituem uma defesa. 
- A forma de ação. O Código de Processo Civil, entretanto, atribui-lhe a forma de uma ação de 
conhecimento 
 
 Observância aos arts. 319 e 320 do CPC. 
 
Como os embargos assumem a forma de uma demanda, seu ajuizamento rende ensejo à formação de novo 
processo, que é de conhecimento. Assim, os embargos devem ser intentados por petição inicial, que atenda 
aos requisitos dos arts 319 e 320 do CPC. O executado passa a ser o autor dos embargos, sendo chamado de 
embargante. O embargado - réu nos embargos - é o exeqüente. 
 
Os embargos servem para impugnar o título executivo, a dívida exequenda ou o procedimento executivo. 
O embargante pode discutir a validade do título, a inexistência da dívida ou um defeito do procedimento 
executivo. 
 
Obs.: Cabe ao embargante o ônus da prova de suas alegações, incumbindo-lhe provar a alegada 
insubsistência do crédito exequendo. Não é o embargado quem tem de provar a subsistência do crédito; ao 
embargante é que cabe comprovar sua insubsistência, o que reafirma que os embargos são substancialmente 
uma defesa. 
Por ter natureza de ação, os embargos contêm os três elementos da demanda: partes, causa de pedir e 
pedido. 
 
 Declaratória (atacando a dívida) ou desconstitutiva (atacando o procedimento ou o título 
executivo). 
 
Existem aqueles que defendem que os embargos são apenas ações declaratórias, pois o pedido imediato seria 
sempre declaratório e aqueles que defendem que são apenas ações constitutivas. E, finalmente, desponta o 
entendimento segundo o qual a sentença dos embargos tem conteúdo variável, podendo ser declaratória ou 
 
constitutiva, a depender do seu fundamento e dos termos do pedido imediato formulado. Predomina a última 
corrente. 
Enfim, os embargos têm natureza de defesa, mas assumem a forma de demanda de conhecimento, com 
natureza declaratória ou constitutiva negativa (descontitutiva). Quando o embargante impugna a existência 
da dívida, terão os embargos natureza declaratória, como no caso da alegação de inexistência de dívida, em 
razão do pagamento. Se o alvo do embargante é o título executivo ou o procedimento executivo, os embargos 
tendem a assumir natureza constitutiva negativa, pois o título executivo ou algum(ns) ato(s) do procedimento 
executivo serão desfeitos. O embargante pode, ainda, demonstrar que o título executivo é falso, requerendo 
a declaração de falsidade documental (ação declaratória - CPC, art. 19). 
 
Obs.1: Os embargos não ostentam a natureza de ação condenatória. O embargante - ressalvado o pedido 
relativo aos custos do processo e aos honorários de advogado - não postula a condenação do embargado. Se 
o executado tiver um crédito em face do exeqüente, ou o cobra em outra demanda, ou alega, em seus 
embargos, a compensação, a fim de demonstrar a extinção da obrigação e requerer a declaração de 
inexistência de relação jurídica. Não é pelos embargos que o executado promove cobrança judicial de 
eventual crédito que tenha em face do exeqüente. 
 
Obs.2: Alexandre Freitas Câmara entende que os embargos à execução sempre têm natureza constitutiva 
negativa. “A sentença de procedência dos embargos declarará a inexistência do direito de crédito do 
embargado (quando este for o fundamento dos embargos, obviamente), mas não se limitará a essa 
declaração. Daí por que não a consideramos, em qualquer hipótese, sentença meramente declaratória. De 
nada adiantaria, a nosso juízo, obter-se uma declaração de inexistência do crédito, sem que se retirasse a 
eficácia executivo do título. Os embargos do executado terão por fim, assim, retirar a eficácia executiva do 
título, o que demonstra seu caráter constitutivo.” 
 
 
 
 
 
A petição inicial dos embargos à execução deve conter valor da causa. 
O valor da causa nos embargos à execução não deve coincidir, necessariamente, com o valor da execução ou 
do crédito cobrado. Em qualquer demanda, o valor da causa, corresponde ao proveito econômico auferido 
com a eventual procedência do pedido formulado na petição inicial. 
 
1. Embargos que atacam a totalidade do crédito. Se os embargos se voltam contra a totalidade 
do crédito, uma vez acolhidos, o proveito econômico consiste em deixar de pagar tudo o que está 
sendo cobrado. Nesse caso, haverá a mencionada coincidência, é dizer, o valor da causa dos 
embargos será o mesmo ela execução. 
 
2. Embargos que atacam parcialmente o crédito. Na hipótese de ser alegado, nos embargos, 
excesso de execução, o valor da causa não deverá corresponder ao da totalidade do crédito 
executado, mas o da diferença entre o que está sendo exigido e o que foi reconhecido pelo 
embargante. Esse é o entendimento do STJ. 
 
"PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. EMBARGOS DO DEVEDOR. VALOR DA CAUSA. I MPUGNAÇÃO 
PARCIAL DA DÍVIDA. ARTIGOS 258 E 259 DO CPC. l. Na hipótese de embargos à execução em que 
impugnado o excesso da cobrança, o valor atribuído ao feito deve ter como parâmetro a diferença 
entre o que é exigido e o que já foi reconhecido pelo devedor, e não à totalidade do título. II. 
Recurso especial não conhecido.’’ 
 
 
3. Embargos que atacam questões processuais. 
Ex. Embargos que atacam admissibilidade da penhora. 
E se os embargos veicularem apenas matéria processual que não acarrete a redução do crédito 
exequendo, nos casos de 'penhora incorreta ou avaliação errônea' (art. 917, II)?" "Se os embargos 
atacarem a penhora, reputando-a incorreta, o valor da causa deverá corresponder ao valor do bem 
penhorado. Se tiver por objeto o valor da avaliação, será o montante correspondente à diferença entre o 
valor da avaliação e o valor atribuído ao bem pelo executado (que por isso mesmo deverá declinar um 
valor, ainda que aproximado) 
 
Executado citado para pagar em 3 dias. (Art. 829) prazo contado da citação. Execução 
fundada em título extrajudicial. 
Embargos em 15 dias (Art. 915). Prazo contado na forma do art. 231. Independentemente de 
penhora, depósito ou caução, o executado poderá opor-se à execução por meio de embargos, não sendo 
necessária a constrição de bens pela penhora, depósito ou caução.
Obs: Antes mesmo de ser citado, o executado pode comparecer, espontaneamente, e já apresentar seus 
embargos. Aplica-se, no particular, o disposto no § 1° do art. 239 do CPC. Havendo comparecimento 
espontâneo, o prazo para oferecimento dos embargos já tem início a partir dali. Nesse caso, o executado 
perde o benefício, no caso de pagamento posterior, da redução pela metade dos honorários de advogado, 
prevista no art. 827 do CPC, perdendo, igualmente, a possibilidade de requerero parcelamento a que 
alude o art. 916 do CPC. 
 
 Contagem do prazo com mais de um executado.
 
O prazo é individual, ainda que haja mais de um executado, estando cada um representado por procurador 
diferente, salvo no caso de cônjuges ou companheiros onde o prazo para embargos somente terá início, 
a partir da juntada aos autos do último mandado de citação devidamente cumprido. 
 
 
 Se a citação ocorre por precatória, conta-se o prazo a partir de comunicação passada pelo juiz 
deprecado ao deprecante de que a citação foi realizada.
Vale dizer que, como regra geral, deve-se aguardar a devolução da carta precatória e sua juntada aos 
autos originários para que, então, possa ter início o prazo. Na execução fundada em título extrajudicial, 
não se aplica essa regra geral.
Ocorrendo a citação por carta precatória, deve o juízo deprecado comunicar o mais rápido possível ao 
juízo deprecante seu cumprimento – fazendo com que da juntada de tal comunicação nos autos da 
execução seja iniciado o prazo para sua oposição. Tal regra somente não será observada se as matérias a 
serem discutidas nos embargos forem aquelas que geram a competência do juízo deprecado para o 
julgamento, de acordo com o § 2º, I, do art. 915, caso em que o prazo terá início da juntada da citação na 
Art. 915 
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada 
do respectivo comprovante da citação, salvo tratando-se de cônjuges ou companheiros, quando será contado 
a partir da juntada do último. 
 
carta precatória. 
 
Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente comunicada pelo juiz 
deprecado ao juiz deprecante, por meio eletrônico (art. 915, §4º).
 
 
Obs. Questões duvidosas relacionadas ao prazo de embargos: 
 
1. Situações em que a citação na execução tenha sido feita por edital: Parece que a melhor solução é a 
aplicação do art. 231, IV, tendo início o prazo de embargos no dia útil seguinte ao fim prazo assinalado 
pelo juiz no edital. 
2. O CPC não deixa claro se há preclusão temporal do ônus de embargar, caso haja a perda do 
respectivo prazo: O art. 918, I, determina que o órgão jurisdicional não admita os embargos 
intempestivos. Após o prazo de embargos, não se deve admitir novas alegações de defesa pelo 
executado. A solução é boa, notadamente por seu caráter ético, pois impede que o executado 
fragmente a sua defesa, impedindo o prosseguimento regular e em duração razoável do 
procedimento executivo. É preciso, porém, aplicar por analogia a regra do art. 341, CPC, que permite 
a alegação de defesas após o prazo, se se tratar de direito superveniente (art. 341, I), se se tratar de 
objeção (art. 341, II) e se tratar de questão que possa ser suscitada a qualquer tempo, por expressa 
previsão legal. 
3. Araken de Assis entende que "a perda do prazo para embargar apenas impede o executado de travar 
a execução". O único efeito da perda do prazo seria a perda da possibilidade de suspender a execução, 
efeito esse que seria atributo exclusivo dos embargos. Poderia o executado, assim, propor ação 
autônoma, de mesmo conteúdo, mas que não poderia suspender a execução. O pensamento do autor 
é coerente com a sua premissa, de que os embargos têm a natureza de ação. Permitir o ajuizamento 
desta ação autônoma, conexa à execução e com conteúdo idêntico ao dos embargos que poderiam 
ter sido opostos, é conferir ao executado a possibilidade de driblar as regras processuais examinadas. 
Além disso, é interpretação que favorece a deslealdade processual, permitindo comportamentos em 
dissonância ao dever geral de atuação em conformidade com a boa-fé objetiva, princípio que se busca 
efetivar com a criação de regras que estabelecem prazos para o oferecimento de alegações em um 
processo. 
 
Obs: Se a ideia de que os embargos à execução possuem natureza de ação fosse levada às últimas 
consequências o prazo para embargar de nada serviria, pois não poderia impedir o ajuizamento de outra ação, 
ainda que com nome diverso. Poderia o embargante, por exemplo, após ter apresentado os seus embargos, 
apresentar novos embargos, com novas alegações de defesa, sem que se fosse possível alegar preclusão, 
fenômeno endoprocessual. A solução não é boa como se vê, pois significaria negar aplicação, sem justificativa, 
aos arts. 915 e 919 l, do CPC. 
 
No juiz competente para ação de execução.
Trata-se de competência funcional; absoluta, portanto. 
§ 2o Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado: 
I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, 
da avaliação ou da alienação dos bens; 
II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4o deste artigo ou, não havendo este, da juntada 
da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo. 
Art. 61. A ação acessória será proposta perante o juiz competente para a ação principal. 
 
 
a) Quando se der a execução por carta precatória: 
Se o executado não tiver bens no foro da execução, esta far-se-á por carta precatória, penhorando-se, 
avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação (art. 845, §2º). 
Art. 914, §2º, é a reprodução da Súmula 46 do Superior Tribunal de Justiça. O dispositivo excepciona a regra 
geral de julgamento de embargos à execução no juízo deprecante para situações que ocorrerão raramente, 
ou seja, apenas haverá julgamento no juízo deprecado se forem alegados vícios ou defeitos da penhora, da 
avaliação ou da alienação dos bens penhorados. 
Caso a citação ocorra postal tal situação jamais ocorrerá, uma vez que o prazo para seu ajuizamento tem 
início com a juntada do comprovante de citação nos autos, físicos ou eletrônicos, do processo executivo. 
 
- Havendo penhora no juízo deprecado e os embargos versarem sobre vícios na penhora, avaliação e 
alienação: juízo deprecado (execução por carta precatória). 
- Nos demais casos: juízo deprecante. 
 
Enunciado 46 da súmula do STJ contém a seguinte dicção: "Na execução por carta, os embargos do devedor 
serão decididos no juízo deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação 
ou alienação dos bens" 
Segundo anotado em precedente do Superior Tribunal de Justiça, "De nosso sistema processual civil retira-se 
o princípio segundo o qual compete ao juízo em que se praticou o ato executivo processar e julgar as causas 
tendentes a desconstituí-lo. Assim o é para os embargos à execução por carta e para os embargos de terceiro. 
Precedentes do STJ e do STF. 
Tal regra deve ajustar-se: Atualmente, os embargos não dependem mais da garantia do juízo. Após o prazo 
contado na forma do art. 231, já se tem início o prazo de quinze dias para o oferecimento dos embargos. É 
possível que, nesse momento, ainda não tenha havido penhora ou, quando da penhora, já se tenha passado 
o prazo para embargos ou, até mesmo, estes já tenham sido julgados. Nessa hipótese, não há que se cogitar 
da competência do juízo deprecado para julgamento dos embargos. Aliás, os embargos nem irão versar sobre 
penhora, avaliação ou alienação, eis que, em tal situação ora aventada, não terá havido qualquer ato desse 
tipo. 
Diversamente, se, quando do ajuizamento dos embargos, já tiver havido penhora e avaliação, a alegação que 
diga respeito a vícios numa delas deverá ser examinada e resolvida pelo juízo deprecado. As demais questões 
ficarão a cargo do juízo deprecante. 
É possível, ainda, ocorrer o seguinte: o executado é citado e intenta, desde logo, os embargos. Somente 
depois do julgamento dos embargos ou apenas durante seu regular processamento é que sobrevêm a 
penhora e a avaliação de um bem seu. Pretendendo questionar tal penhora e avaliação, deverá o executado 
investigar qual o juízo que determinou a realização de tal ato processual. Verificado o juízo que determinara 
a penhora e avaliação de bens, caberáao executado, por simples petição, alegar o vício da penhora ou da 
avaliação. 
Não poderá mais intentar embargos para veicular tal alegação, eis que já ofertados anteriormente. Por outro 
lado, não há preclusão, já que se trata de fato superveniente: a penhora e a avaliação ocorreram após o 
ajuizamento dos embargos. Logo, a alegação deverá constar de simples petição, que será examinada pelo 
juízo deprecado, caso este tenha determinado a realização de penhora e avaliação (CPC, art. 914, §2º). 
 
b) Intervenção de terceiros: assistência. 
 
Com exceção da assistência, não cabe, nos embargos, qualquer espécie de intervenção de terceiros. 
Realmente, não se admite, nos embargos à execução, a denunciação da lide. Também não são cabíveis 
nem a nomeação à autoria, nem a oposição, nem o chamamento ao processo. Isso porque essas intervenções 
de terceiro pressupõem demandas que não podem ser veiculadas por embargos: pretensões condenatórias 
e reipersecutórias, por exemplo. 
 
 
 
Em relação ao momento em que são oferecidos, os embargos à execução se dividem em embargos de 
primeira fase, que podem ser opostos no prazo que se inicia logo após da juntada do comprovante de citação 
nos autos do processo, sejam eles eletrônicos ou físicos (art. 915 do CPC), e os embargos de segunda fase, 
que servem à impugnação da arrematação, pleiteada em ação autônoma (art. 903, §4º, do CPC). 
 
 Embargos de primeira fase. 
 
 
Obs: A citação pelo correio, no CPC/2015, é permitida por força dos arts. 247, onde não há mais a proibição 
à citação postal nos processos de execução e, art. 249. De acordo com o art. 248, §§ 2º e 4º, admitir-se-á, 
mesmo na execução, que a citação se efetive na pessoa do responsável em receber correspondência na 
pessoa jurídica ou no porteiro ou responsável pelo recebimento de correspondências do condomínio edilício. 
A regra está de acordo com a Súmula 429 do STJ, que estabelece: “A citação postal, quando autorizada por 
lei, exige o aviso de recebimento”. 
 
 Embargos de segunda fase. 
 
 
 
 
- Efeito suspensivo ope iudicis dos Embargos.
 
A suspensão da execução, tendo em vista o ajuizamento dos embargos do executado, pode operar-se ope 
legis ou ope iudicis. 
A legislação processual deve estabelecer se a defesa do executado terá, automaticamente, o efeito 
suspensivo. Trata- se do critério ope legis do efeito suspensivo dos embargos. O sistema originário do CPC 
brasileiro tinha, como visto, o efeito suspensivo, em razão da determinação legal (critério ope legis). Outros 
sistemas, como o italiano, determinam que os embargos sejam recebidos sem efeito suspensivo, podendo o 
juiz, mediante provimento cautelar, agregar esse efeito suspensivo. Haverá, nesse caso, concessão de e feito 
suspensivo pelo critério ope iudicis. 
A Lei nº 11 .382, de 6 de dezembro de 2006, alterou essa sistemática, de sorte que o regime brasileiro 
migrou do critério ope legis para o ope judicis: os embargos não têm mais efeito suspensivo automático. 
Sua oposição não acarreta a suspensão da execução, cabendo ao juiz, preenchidos os correlatos requisitos, 
avaliar se deve suspender a execução. Do contrário, não se suspende a execução. 
 
- Os requisitos autorizadores da suspensão da execução. 
Invertem-se os ônus da demora do processo. É o executado quem deve suportar os riscos da eventual 
morosidade processual, demonstrando a necessidade de se conferir efeito suspensivo aos embargos. 
 
Art. 921 : "Suspende-se a execução: I - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os 
embargos à execução". 
 
Art. 903, §4º. 
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da arrematação 
poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte 
necessário. 
 
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o prazo 
na forma do 231. 
 
A execução passará a ser suspensa, não com a propositura dos embargos, mas sim com a determinação 
judicial de que os embargos merecem, no caso concreto, ser recebidos com efeito suspensivo. 
 
 
OBS. Dispensa de caução e proporcionalidade. Caberá ao órgão judiciário, recorrendo ao princípio 
da proporcionalidade e avaliando a plausibilidade da vitória final do necessitado, dispensar a caução. 
 
- O bloqueio da suspensão dos efeitos: a suspensão da supensão. 
 
A execução pode prosseguir, mesmo tendo o juiz concedido o efeito suspensivo. 
Trata-se de indisfarçável medida de contracautela, prestada pelo exeqüente para resguardar o dano a que o 
executado alega estar exposto e que justificou o deferimento do efeito suspensivo. O dispositivo prevê um 
contradireito (é uma exceção da exceção, exceptio exceptionis, replicatio) do exeqüente, para o caso de o juiz 
determinar a suspensão do procedimento executivo: é direito do exeqüente obter o prosseguimento da 
execução, desde que preste caução idônea, nos próprios autos. Não é necessária a propositura de uma 
demanda cautelar para que seja prestada a caução; esta se presta nos próprios autos, devendo ser suficiente 
e idônea. 
 
 
Muito embora o art. Art. 525, §10 do CPC trate da impugnação ao cumprimento da sentença, diante da 
omissão em 
relação aos embargos sobre a essa possibilidade de caução para afastar o efeito suspensivo concedido, tal 
dispositivo aplica-se igualmente aos embargos à execução fundada em título extrajudicial, por força do 
parágrafo único do art. 771 do CPC, segundo o qual se aplicam, subsidiariamente, à execução as disposições 
que regem o processo de conhecimento. 
 
- O caráter precário da decisão que suspende a execução (Art. 919, §2º). 
 
Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a 
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Art. 
919,§ 2º,) 
A determinação judicial de conferir efeito suspensivo aos embargos consiste, em verdade, num provimento 
de urgência. E, como tal, reveste-se de feição provisória, podendo, a requerimento da parte, ser modificada 
ou revogada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada que demonstre a alteração da situação que 
motivou a suspensão. O próprio juiz, instado pelo embargado, poderá reconsiderar sua decisão, a qualquer 
momento, desde que entenda não mais estarem presentes os requisitos autorizadores da suspensão da 
execução, desde que por decisão fundamentada. 
 
- A eficácia da suspensão sobre os demais executados. 
 
Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, 
esta prosseguirá quanto à outra parte. Nesse caso, diz ser parcial o efeito suspensivo, suspendendo-se, 
somente em parte, a execução. Isso pode ocorrer em duas hipóteses: a) quando os embargos forem parciais, 
ou seja, impugnarem apenas parte do crédito ou da execução, vindo a ser concedido o pretendido efeito 
suspensivo pelo juiz; b) quando os embargos atacam toda a execução, mas o juiz somente concede o efeito 
suspensivo em relação a uma parte. 
Art. 919. 
Os embargos do executado não terão efeito suspensivo. 
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando 
verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução da esteja 
garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. 
 
Art. 525, §10 
§ 1o Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente requerer o prosseguimento da 
execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. 
 
 
 
A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspende a execução 
contra os que não embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao 
embargante. Vale dizer que, havendo fundamento comum, que aproveite a todos os executados, o efeito 
suspensivo beneficia todos. Se, todavia, o fundamento dos embargos guarda pertinênciaapenas com o 
embargante, somente em relação a ele é que estará suspensa a execução. 
 
 
 
- A extensão do efeito suspensivo. 
 
Mesmo sendo suspensa a execução, ao menos até que sejam julgados os embargos, não serão obstados 
alguns atos de execução, por expressa previsão legal (§ 5°), quais sejam: os atos de substituição, reforço ou 
de redução da penhora e de avaliação do bem penhorado. 
Caso não tenha sido efetivada a penhora no prazo para o ajuizamento dos embargos e, queira o executado 
ofertar um bem, este deverá indicar o valor, atendendo- se ao disposto no art. 871, I, que estabelece que não 
se procederá a avaliação dos bens se “uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra”. 
 
 
 
 
 
a) Não alcança substituição de bem penhorado. 
b) Não obsta nova avaliação sobre bem penhorado. 
 
 
O executado pode alegar qualquer matéria em seu favor, não havendo restrições legais. A enumeração do art. 
917 do CPC é meramente exemplificativa, tanto que se encerra com uma cláusula geral. 
 
 
Inciso I. É possível duas razões que tornam o título inexequível. O título apresentado – entenda-se o 
documento que 
instruiu a petição inicial – pode não estar previsto em lei como título executivo, o que acarretará a nulidade 
da execução em virtude da ausência de título executivo (princípios da taxatividade e do nulla executio sine 
titulo). Além disso, o documento pode estar previsto abstratamente em lei como título executivo, mas 
faltando à obrigação representada nesse título certeza, liquidez e exigibilidade (art. 783 do Novo CPC); 
também haverá, neste caso, nulidade da execução. 
Obs: Na hipótese de inexistência do título executivo, o juiz, na análise da petição inicial, não deve extinguir o 
 
Art. 919, 
§ 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a 
execução contra os que não embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao 
embargante. 
 
Art. 919 
§ 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução 
da penhora e de avaliação dos bens. 
Art. 917. Nos embargos, poderá o executado alegar: 
I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
II - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa; 
 
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
 
processo sem a resolução do mérito, amparando-se no princípio do nulla executio sine titulo. Deverá o juiz 
determinar que o demandante transforme o processo executivo em processo de outra natureza, o qual não 
necessita da existência de um título executivo para se desenvolver, como uma ação cognitiva ou monitória. 
Dessa forma, preserva-se o processo, em nítido respeito ao princípio da economia processual. 
 
Inciso II e § 1º. A penhora incorreta pode ser alegada nos embargos para atacar eventual penhora sobre 
bem absolutamente impenhorável, consoante estabelece o art. 833, bem como a Lei 8.009/1990 (Bem de 
Família). 
Caso não tenham sido observadas da forma correta deve ser uma das matérias alegadas em embargos à 
execução, isso se tanto a penhora quanto a avaliação forem efetivadas dentro do prazo dos embargos. 
 
Na eventualidade de não haver garantia do juízo pela penhora no momento do oferecimento dos embargos 
à execução, poderá o executado alegar, tanto a penhora incorreta, como a avaliação errônea por simples 
petição, no prazo preclusivo de 15 dias a contar da ciência do ato, conforme estabelece o § 1º do art. 917. 
 
Se a penhora é superveniente, a alegação permanece por Embargos? 
 
O executado ainda pode alegar defeitos na penhora ou na avaliação. Sucede que, como já se viu, na execução 
fundada em título extrajudicial, os embargos não dependem mais de penhora, sendo ajuizados no prazo de 
quinze dias, contado da juntada aos autos do mandado de citação. Significa, então, que, citado o executado, 
este já pode opor embargos. Como os embargos não têm efeito suspensivo por não haver penhora, a 
execução irá prosseguir em busca de um bem a ser penhorado. É possível, desse modo, que sejam opostos 
embargos e, somente depois, ser penhorado um bem. Só que a penhora incorreta ou a avaliação errônea 
constitui matéria a ser alegada nos embargos. Havendo vício na penhora ou na avaliação do bem, como deve 
o executado defender-se, se já opôs embargos? Nesse caso, impõe-se aplicar o disposto no art. 493 do CPC, 
a permitir que o executado alegue, posteriormente, o fato superveniente. Tal alegação, entretanto não há 
de ser feita mais nos embargos, que já foram ajuizados, a não ser que não tenha ainda sido intimado o 
exeqüente. Aplica-se, no caso, o disposto no art. 329 do CPC, de forma que somente pode haver aditamento 
dos embargos até a intimação do exeqüente. Vale dizer que, tendo o exeqüente já sido intimado, não poderá 
mais haver o aditamento dos embargos, a fim de serem incluídos novos argumentos, com novo pedido, que, 
no caso, seria para desconstituir a penhora ou questionar a avaliação feita. Muito embora não possa mais 
a questão ser suscitada nos embargos, é possível que o executado alegue vício da penhora ou avaliação 
errônea na própria execução, valendo-se do disposto no art. 493 do CPC. Como se trata de fato superveniente, 
não há preclusão, podendo a parte invocá-lo posteriormente, desde que respeitado o contraditório e as 
demais regras inerentes ao devido processo legal. 
Se, quando da penhora ou avaliação do bem, já houverem sido julgados os embargos, poderá igualmente 
o executado alegar o vício da penhora ou o erro da avaliação por simples petição, não havendo que se falar 
em preclusão, dada a superveniência da situação, aplicando-se, de igual modo, o disposto no art. 493 do CPC. 
Inciso III e §§ 2º a 4º. 
Excesso de execução: Se o executado alegar que o credor pleiteia quantia superior à do título, deverá indicar, 
na petição inicial de seus embargos, o valor que entende correto, apresentando memória de cálculo que o 
demonstre. Trata-se de ônus atribuído ao embargante. A falta de indicação do valor correto ou a ausência de 
memória de cálculo que o demonstre implicará a rejeição liminar dos embargos ou o não conhecimento desse 
fundamento Trata-se de exigência de oposição da exceptio declinatória quanti, acaso o objeto dos embargos 
seja a discussão do valor da dívida. 
A alegação de que a quantia pretendida é superior à quantia efetivamente devida está prevista no art. 917, § 
2º, I, do Novo CPC, sendo a única que pode ser considerada, nesse artigo, matéria de defesa que versa sobre 
o mérito da execução, já que nos outros incisos, o acolhimento da defesa levará à extinção do processo por 
ausência de condição da ação. 
Quando a execução se processa de modo diferente do que foi determinado na sentença, aplica-se aos casos 
 
de execução de obrigação de fazer e de não-fazer, que porventura extrapole os limites estabelecidos na 
decisão judicial, que determinou as medidas executivas, diretas ou indiretas, para a realização da prestação. 
Assim, se o título aponta para a obrigação de pintar um quadro, o exequente não poderá ingressar com ação 
de execução por quantia certa, cobrando o valor desse quadro. Uma vez descumprida a obrigação em juízo, 
pode-se até converter a execução em quantia certa, quando o exequente cobrará as perdas e danos, mas isso 
somente será possível após o ingresso de execução da forma pela qual indicada no título. 
A quarta hipótese de excesso de execução prevista pelo artigo legal ora analisado se verifica quando o 
exequente, sem ter cumprido a prestação que lhe correspondia, exige o adimplemento da obrigação do 
executado (art. 917, § 2º, IV, do Novo CPC). Nesse caso, permite-se ao executado a alegação de “exceção de 
contrato não cumprido”, previsto no art. 476 do CC. Ao embargar umaexecução que tem como objeto a 
entrega do acervo de uma biblioteca, o executado alega que não entregou os livros porque ainda não recebeu 
o pagamento. 
No art. 917, § 2º, V, do Novo CPC, encontra-se a última hipótese de excesso de execução, o que ocorrerá 
quando o exequente ingressar com o processo executivo sem que a condição a que estava sujeita a execução 
tenha se realizado. O exequente ingressa com execução por quantia certa e o executado opõe embargos 
afirmando que sua obrigação de pagar somente será exigível quando a gloriosa Associação Portuguesa de 
Desportos for campeã mundial (o que, infelizmente, parece longe de ocorrer). 
Cumulação indevida de execuções. É perfeitamente possível que sejam cumuladas execuções, isto é, 
uma única execução fundada em diversos títulos executivos, desde que sejam preenchidos os requisitos: a) 
sejam exequente e executado os mesmos em todos os títulos, b) seja competente o mesmo juízo para 
analisar a execução de todos os títulos e c) a modalidade de execução (pagar, entrega de coisa, fazer ou não 
fazer) seja a mesma para todos os títulos. Súmula 27 do Superior Tribunal de Justiça: “Pode a execução fundar-
se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio”. 
A doutrina majoritária entende que o acolhimento de tal defesa deve levar à extinção integral do processo 
de execução, sendo possível ao exequente mover posteriormente processos de execuções em separado. Há, 
entretanto, doutrinadores que entendem que o acolhimento de tal defesa enseja ao exequente uma escolha 
de qual execução pretende dar continuidade, prestigiando-se o princípio da economia processual. 
Aponta a melhor doutrina que a cumulação indevida de execução é matéria de ordem pública, podendo ser 
alegada fora dos embargos, e até mesmo reconhecida de ofício pelo juiz. 
 
Inciso IV e §§ 5º e 6º. S Na execução para a entrega de coisa, pode o executado, se de boa-fé, exercer o seu 
direito ele retenção pelo valor das benfeitorias por meio dos embargos, que, no caso, recebem o nome de 
embargos de retenção por benfeitorias necessárias ou úteis. 
Nestes embargos, o exequente, em sua manifestação, poderá exercer o contradireito da compensação do 
valor das benfeitorias com os frutos ou danos considerados, pelo órgão jurisdicional, devidos pelo 
executado/embargante. O "encontro de contas" será apurado nos embargos, inclusive mediante prova 
pericial (art. 917, § 5°, CPC). O § 6º do 
art. 917 do CPC confere ao exeqüente, ainda, o direito de ser imitido na posse da coisa, não obstante o direito 
de retenção do executado. Trata-se de um contradireito do exeqüente, exceção da exceção (defesa da 
defesa). Os embargos à execução, nesse caso, terão natureza meramente dilatória, considerando-se que, uma 
vez reconhecido o direito de retenção, bastará ao exequente pagar ao executado o valor determinado em 
sentença para que a execução prossiga, com a efetiva satisfação do exequente por meio da entrega da coisa. 
 
Inciso V. Inovação interessante é a inclusão no rol das matérias alegáveis por meio de embargos à execução, 
no inciso V do art. 917, da incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução, dirimindo quaisquer 
dúvidas acerca da impossibilidade de suspensão do prazo para os embargos mercê da exceção de 
incompetência relativa, uma vez que, não mais será alegada a incompetência por meio de exceção 
declinatória de foro e sim como uma das matérias de embargos à execução, assim como ocorrerá, no processo 
de conhecimento com a contestação. 
 
 
Inciso VI. É facultado ao embargante, além das matérias enumeradas nos incisos I a IV e daquela prevista no 
inciso V (que também pode ser alegada no processo de conhecimento), pode alegar qualquer matéria que 
deduziria caso se tratasse de processo de conhecimento e estivesse oferecendo contestação, em preliminar 
ou em questão de mérito, como por exemplo, prescrição do título executivo ou pagamento, ou ainda, 
 
compensação com outra execução 
 
 Parcelamento do crédito. 
 
Trata-se de um estímulo ao cumprimento espontâneo da obrigação: uma medida legal de coerção indireta 
pelo incentivo à realização do comportamento desejado (adimplemento), com a facilitação das condições 
para que a dívida seja adimplida. 
 
Os pressupostos para a configuração deste direito potestativo do executado são: 
a) vontade: não se trata de imposição, mas opção conferida ao executado; 
b) depósito imediato de no mínimo trinta por cento do montante executado, inclusive custas e honorários 
advocatícios; 
c) manifestação do exeqüente, em respeito ao contraditório; 
d) não ter o executado apresentado embargos à execução. 
 
Tem o exeqüente o direito de levantar o valor depositado, até mesmo porque se trata de valor incontroverso. 
O restante da dívida, como se vê, poderá ser pago em parcelas mensais sucessivas, em número não superior 
a seis, acrescidas de juros e correção monetária. Note que se trata de um direito que surge a partir da 
litispendência executiva ( lide pendente) é, um direito do executado a ser exercido na execução. Não há um 
direito ao parcelamento da dívida que possa, por exemplo, ser exercido por meio de uma ação de consignação 
em pagamento. 
Pretendendo exercer esse direito potestativo ao parcelamento, o executado não deve requerer o depósito 
de 30%; ele já o deve efetuar e requerer, comprovando-o. A comprovação do depósito é pressuposto para o 
deferimento do pedido de parcelamento. 
O executado não pode aguardar o deferimento do requerimento de parcelamento para efetuar os depósitos 
das parcelas posteriores ao depósito inicial de 30% do valor do débito atualizado, acrescido de custas e 
honorários. Deve, portanto, quando completar o primeiro mês da data em que formulou o requerimento 
providenciar o depósito da primeira parcela e assim sucessivamente até que complete o pagamento ou que 
o juiz decida, pelo deferimento ou indeferimento da proposta. 
Enquanto o juiz não decidir acerca do parcelamento e mesmo após sua decisão deferindo a proposta, os atos 
executivos permanecerão suspensos até que haja o cumprimento definitivo da obrigação de pagar ou o 
descumprimento, com o consequente reinício da execução com a prática dos atos expropriatórios. 
Na hipótese de todos os requisitos estarem presentes, será deferida a proposta e o total depositado até a 
data em que for proferida a decisão é revertido ao exequente que permanecerá aguardando até que seja 
quitada definitivamente a dívida. Caso a proposta seja indeferida, o montante depositado será convertido em 
penhora e terão início os atos de constrição para que se efetive a execução. Preenchidos os pressupostos 
legais, o magistrado não pode indeferir o parcelamento; trata-se de hipótese normativa composta por 
conceitos juridicamente determinados e, além disso, a consequência jurídica (direito potestativo do 
executado) não fica à discricionariedade do magistrado. Poderá o órgão jurisdicional, entretanto, exercendo 
seu poder geral de cautela, exigir alguma garantia, em razão de peculiar situação do executado. 
Deferido o parcelamento pelo juiz, não pode o exeqüente manifestar discordância. O exeqüente - que deve 
ter oportunidade de pronunciar-se, mercê da garantia constitucional do contraditório - pode demonstrar 
ausência ou o não preenchimento de algum pressuposto. O que não pode é, pura e simplesmente, discordar 
(a ninguém é licito demandar sem interesse jurídico, art. 3° do CPC). Se, contudo, o executado deixar de 
preencher algum pressuposto (requerer além do prazo, depositar valor inferior aos 30% exigidos ou requerer 
o parcelamento em mais de seis prestações), aí se impõe colher a concordância do exeqüente. Nesse caso, 
não se terá mais o exercício de um direito potestativo do executado, previsto no artigo; haverá um acordo 
entre exeqüente e executado para que o valor seja pago parceladamente, devendo, diante desse acordo o 
juiz deferir o parcelamento. 
 
Obs: Não há necessidade de prévia penhora para o exercício deste direito pelo executado, embora, se elajá 
tiver sido realizada, não será desfeita em razão do pedido de parcelamento. Deferido o parcelamento, ficarão 
suspensos os atos decisórios, mas não será desfeita a penhora. O desfazimento da penhora depende do 
adimplemento integral de todas as parcelas. Pagas todas as prestações, desfaz-se a penhora. Não havendo 
pagamento integral, a execução prossegue relativamente ao saldo, aproveitando-se a penhora anteriormente 
 
realizada. 
 
Na eventualidade de haver o deferimento o parcelamento e por qualquer motivo o executado deixar de 
honrar com a obrigação, deixando de efetuar o pagamento de uma das prestações, ocorrerá o vencimento 
antecipado de todas as parcelas e acrescentada multa de 10% sobre o saldo devedor em aberto, autorizando 
ao exequente requerer o que entender pertinente para o prosseguimento da execução. 
Nem seria necessária a previsão de que a opção pelo parcelamento importa renúncia ao direito de opor 
embargos, uma vez que o requerimento de pagamento parcelado foi feito no prazo previsto para a oposição 
dos embargos – ocorrendo, portanto, preclusão temporal – e, no momento em que foi requerido o 
parcelamento houve reconhecimento do crédito do exequente – acarretando a preclusão lógica. Trata-se de 
vedação que se relaciona ao princípio que proíbe o comportamento contraditório (venire contrafactum 
proprium) e, portanto, está relacionada à proteção da boa-fé objetiva e da confiança. É norma de profundo 
conteúdo ético. Obviamente, essa preclusão não atinge fatos supervenientes ao exercício do favor legal. 
Assim, por exemplo, concretizado o parcelamento, mas retomada, posteriormente, a execução por não terem 
sido pagas algumas prestações, é possível ao executado insurgir-se contra urna penhora inválida ou contra 
uma avaliação errônea, que venha a ser realizada após a retomada da execução. 
É proibida expressamente a aplicação da regra do parcelamento da execução de título extrajudicial para o 
cumprimento da sentença, sem, contudo, impedir que haja uma transação entre as partes, viabilizando, 
inclusive, que o número de parcelas seja maior, vide art. 523 do CPC. 
 
 
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 
trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado 
poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de 
correção monetária e de juros de um por cento ao mês. 
 
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e 
o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. 
 
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas 
vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. 
 
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos 
executivos. 
 
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em 
penhora. 
 
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: 
 
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato 
reinício dos atos executivos; 
 
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. 
 
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos 
 
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. 
 
 
 
Tratando-se de uma ação de conhecimento, os embargos à execução serão decididos por meio de uma 
sentença, que tanto poderá ser terminativa (art. 485 do Novo CPC) como definitiva (art. 487 do Novo CPC). O 
recurso cabível é a apelação (art. 1.009 do Novo CPC), que será recebida sem o efeito suspensivo (art. 1.012, 
III, do Novo CPC), quando os embargos forem rejeitados liminarmente ou julgados improcedentes. Significa 
dizer que nesses casos o andamento da execução não será suspenso em virtude da propositura da apelação, 
o que atualmente significa dizer que se prosseguirá com a situação de não suspensão da execução, 
considerando-se a inexistência de efeito suspensivo dos embargos à execução. 
O art. 918 do Novo CPC trata das hipóteses de rejeição liminar dos embargos à execução, quando o juiz 
extinguirá essa demanda judicial incidental sem nem ao menos intimar o embargado para se manifestar a 
respeito das alegações do embargante. São três as hipóteses de rejeição liminar dos embargos: 
intempestividade, indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido e embargos 
manifestamente protelatórios. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, na hipótese de indeferimento liminar 
dos embargos, não são devidos honorários advocatícios. 
O termo “rejeição” utilizado pelo legislador deve ser interpretado de forma ampla, significando tanto a 
extinção do processo sem resolução do mérito – intempestividade e indeferimento da petição inicial – 
como também a extinção do processo com resolução do mérito – julgamento liminar de improcedência 
e embargos manifestamente protelatórios. O conteúdo da decisão, na realidade, variará de caso a caso, 
tudo a depender do fundamento da decisão judicial, mas o que é essencial para a aplicação do art. 918 do 
Novo CPC é a extinção dos embargos inaudita altera parte, ou seja, antes da intimação do embargado. 
Rejeição, portanto, significa impossibilidade de o embargante ver sua pretensão acolhida, seja essa 
impossibilidade gerada por uma decisão de mérito ou por uma decisão terminativa. A decisão que rejeita 
liminarmente os embargos à execução é uma sentença, recorrível por apelação, que não terá efeito 
suspensivo (art. 1.012, III, do Novo CPC), ainda que seja possível ao apelante obtê-lo no caso concreto, 
nos termos do § 3º do art. 1.012 do Novo CPC. Em apenas uma situação, a decisão poderá ser considerada 
interlocutória e, por tal razão, recorrível por agravo de instrumento. 
Não existe rejeição liminar parcial nas hipóteses de intempestividade e de embargos meramente 
protelatórios, mas o mesmo não pode ser afirmado quanto ao julgamento liminar de improcedência e ao 
indeferimento da petição inicial. Nesse caso, apesar de sua raridade prática, a rejeição liminar se dá por meio 
de decisão interlocutória recorrível por agravo de instrumento. A regra, entretanto, é de rejeição integral por 
meio de sentença, recorrível por apelação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por Beatriz Araujo com bases nas aulas e doutrina e que envolve a matéria.

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