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7 - Um novo perfil para a advocacia o exercicio profissional do advogado no processo de mediacao

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Um novo perfil para a advocacia: o 
exercício profissional do advogado no 
processo de mediação 
Sumário: 1. Introdução 2. A formação do profissional: o 
desenvolvimento de um novo perfil 2.1. O processo de mediação e a 
exigência de um profissional diferenciado 2.2 A mudança de atitude 
em relação ao processo judicial: uma análise comparativa do 
exercício da advocacia 3. A importância do advogado na mediação 4. 
A experiência no Direito Comparado 5. Conclusões 6. Bibliografia 
1. Introdução 
A deontologia jurídica é um ramo da filosofia que trata dos fundamentos éticos 
e legais relativos aos deveres dos agentes que lidam com o Direito, tais como 
advogados, magistrados e membros do Ministério Público. 
O termo deontologia foi criado pelo filósofo inglês Jeremias Bentham (1748-
1832), um dos fundadores da escola filosófica utilitarista. O objetivo de 
Bentham era estabelecer uma ética objetiva, espécie de matemática moral, pela 
qual ficassem pré-definidos os deveres e obrigações no campo social e 
jurídico, tendo como fundamentos o prazer e a pena (castigo).[1] Uma 
investigação etimológica nos revela que a palavra deontologia deriva do grego 
deontos, que significa dever, e logos, cujo significado é tratado, ciência ou 
estudo. 
Assim, pode-se definir a deontologia, grosso modo, como a ciência dos 
deveres. Com efeito, o estudo da deontologia é de fundamental relevância para 
um aprofundamento adequado na tarefa a que nos propusemos: traçar um 
novo perfil para a advocacia, no contexto da mediação. Ao oferecer os 
princípios e noções capazes de informar a conduta moralmente aceitável, 
digna, do profissional do Direito, a deontologia busca aprimorar as 
características da pessoa enquanto profissional. 
Infelizmente, a matemática moral de aplicação nas relações sociais e jurídicas, 
almejada por Bentham, não foi alcançada e, conforme será constatado ao 
longo deste artigo, as questões que envolvem o exercício da advocacia na 
mediação mostram-se bastante peculiares. 
Com base nas lições deontológicas, podemos apontar três deveres naturais de 
um advogado ao assumir o patrocínio de uma causa. Em outros termos, uma 
vez atingidas estas finalidades, pode-se dizer que um advogado cumpriu a 
função social de sua profissão. 
Em primeiro lugar, o advogado deve averiguar minuciosamente o direito de 
seu cliente e, a seguir, buscar a sua eficácia e concreção. Deve também 
colaborar com o Judiciário na composição dos litígios e na aplicação do direito 
objetivo. Por fim, e não menos importante, o advogado deve cooperar 
diretamente na efetividade da ordem jurídica na comunidade.[2] 
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Consoante será demonstrado, um novo paradigma para o exercício da 
advocacia está sendo concebido no contexto das resoluções de disputa 
alternativas ao processo judicial, como é o caso da mediação. Nesses 
processos, exige-se do advogado o desenvolvimento de habilidades que se 
distinguem das tradicionalmente desejadas para o causídico que atua em 
tribunais. Basta dizer que a mediação é um processo no qual as próprias 
partes, com o auxílio de seus advogados, constroem a solução para a questão 
que as envolve, na presença de um mediador imparcial que, através de 
técnicas específicas, valida os sentimentos envolvidos e busca demonstrar que 
o conflito pode ser um fator de crescimento e aprendizagem para as partes. 
Assim sendo, busca-se na mediação eliminar o caráter belicoso e adversarial 
habitualmente observado nas disputas judiciais. 
Portanto, à medida que as resoluções alternativas de disputas (RADs) forem 
sendo mais amplamente divulgadas e adquirindo adesão, os clientes 
começarão a esperar que seus advogados concebam mecanismos mais 
eficientes e céleres para se alcançar acordos expeditos, mutuamente 
vantajosos e atraentes do ponto de vista econômico. Assim, ficará patente a 
necessidade de se formar advogados que concebam "processos" para a solução 
disputas, além das tarefas tradicionais de conceber "problemas" e 
"soluções".[3] 
O quadro brevemente exposto revela as tendências processualísticas 
contemporâneas, inseridas em tantas outras transformações pelas quais o 
Direito passa. A atuação do advogado segundo os preceitos deontológicos 
enfatiza a necessidade de se cooperar diretamente na efetividade da ordem 
jurídica na comunidade. Nada mais adequado que acompanhar os novos 
tempos e se moldar às exigências que emergem, de forma a proporcionar, ao 
cliente, a melhor alternativa para satisfazer suas necessidades e interesses. 
2. A formação do profissional: o desenvolvimento de um novo perfil 
2.1 O processo de mediação e a exigência de um profissional diferenciado 
As resoluções alternativas de disputas, ou simplesmente RADs, são 
instrumentos adicionais para a consecução de escopos do sistema processual. 
Não se trata de mera substituição do processo judicial, o qual é fruto de 
construções legais, doutrinárias e jurisprudenciais bastante consolidadas. Na 
verdade, nota-se nas RADs- dentre as quais se encontra, com certo destaque, a 
mediação- uma complementaridade procedimental, uma alternativa ao 
processo judicial, na esteira do fenômeno de abandono de fórmulas 
exclusivamente jurídicas para a solução de conflitos.[4] 
Diante desse novo quadro, mostra-se necessário o desenvolvimento de 
técnicas e habilidades que emprestem efetividade a esses processos 
autocompositivos[5], e, em especial, ao processo de mediação. O advogado, 
por seu turno, não pode se furtar de uma preparação adequada para a atuação 
nesse tipo bastante peculiar de solução de controvérsias. 
Em primeiro lugar, o advogado deve ser preparado para reconhecer quando e 
como utilizar um método alternativo de resolução de disputa. Sem nos 
alongarmos muito neste aspecto, podemos dizer que as RADs devem ser 
aprendidas e aplicadas quando o processo judicial não puder proporcionar a 
melhor opção para satisfazer às necessidades e interesses emocionais, 
econômicos e psicológicos dos clientes. 
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A mediação, que está sob enfoque neste trabalho, é normalmente utilizada 
quando as partes acreditam que poderão chegar a um acordo com o auxílio de 
um terceiro desinteressado. 
A mediação também é aconselhável quando as partes vão manter uma relação 
contínua após a resolução do conflito. Com exigências formais mínimas, esse 
método proporciona oportunidade para que as partes exerçam flexibilidade ao 
comunicar suas preocupações e prioridades básicas em relação à disputa. 
Além disso, a mediação pode mostrar às partes soluções alternativas 
potenciais, dar-lhes condições de reforçar e melhorar suas relações futuras e 
estimulá-las a explorar e atingir resoluções criativas com alto grau de 
acatamento.[6] 
Entretanto, a mediação não deve ser considerada quando a situação exigir uma 
ordem judicial de emergência para evitar dano irreparável ou de difícil 
reparação. Ainda, não é processo adequado quando uma das partes tem tudo a 
ganhar e nada a perder com a prolongação do trâmite processual. 
Advogados que já tenham usado com sucesso a mediação sabem quão 
benéfica ela pode ser para seus clientes. Não deve encontrar sustentação, por 
exemplo, a posição segundo a qual um caso demasiado complexo ou 
carregado de fortes emoções não possa ser levado à mediação. Uma vez 
escolhido um bom mediador, o processo de mediação possibilitaencontrar 
soluções mutuamente satisfatórias para conflitos marcados por aspectos 
emocionais. Em oposição, a decisão por via judicial tende a exacerbar e 
prolongar os sentimentos envolvidos. 
Assim sendo, pode-se afirmar, na linha defendida por John Cooley, que o uso 
da mediação tende a se expandir cada vez mais, dada a sua capacidade em 
obviar o prolongado litígio que seria levado ao Judiciário. Nesse contexto, um 
advogado deve saber reconhecer os casos ou momentos oportunos para 
mediação. Essa incapacidade poderá ser interpretada como um sinal de 
fraqueza ou indiferença, além de uma nítida falta de crescimento profissional e 
adequação aos novos tempos.[7] 
2.2 A mudança de atitude em relação ao processo judicial: uma análise 
comparativa do exercício da advocacia 
Conforme já explicitado, a mediação, em sua forma mais simples, é um 
processo através do qual uma terceira pessoa assiste duas ou mais partes no 
processo elaborativo de sua própria solução para um conflito. A eficácia da 
mediação reside na oportunidade que têm os adversários de examinar a 
questão em reuniões particulares ou em reuniões conjuntas, com o objetivo de 
criar uma solução de ganhos mútuos, que contemple o máximo de seus 
interesses individuais e comuns. Nota-se que, a partir desse processo, as 
partes voluntariamente afastam-se de outras abordagens do problema, como a 
ação judicial. A mediação pode ser considerada, portanto, como uma 
negociação assistida.[8] 
As diferenças entre a mediação e o processo judicial, como pode ser 
constatado, são nítidas. 
Após analisar minuciosamente o caso exposto pelo cliente, o advogado, em 
um processo judicial, concebe os problemas e a solução jurídica, defendendo 
esta última e buscando o convencimento do juiz. Diversamente, no processo 
de mediação, a característica fundamental do advogado deve ser a capacidade 
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de conceber a melhor alternativa para a solução da disputa, já que o mediador 
não irá tomar decisões pelas partes, como fazem os juízes. 
Dessa forma, os advogados devem ser capazes de estimular as partes para que 
cheguem ao acordo. Uma das formas de estímulo é a criação de opções de 
ganhos mútuos, descrita por Fisher e Ury[9]. Estes autores desenvolveram um 
método de negociação baseado em princípios, em superação à negociação 
tradicional, centrada na barganha posicional, ou seja, cada parte toma uma 
posição e se mantém adstrita a ela. Fisher e Ury defendem que as questões 
devem ser decididas a partir de seus méritos, e não através de um processo de 
regateio no qual cada lado se diz disposto a fazer e a não fazer algo. Os 
benefícios mútuos são enfatizados e, caso os interesses das partes entrem em 
conflito, o resultado deve ser pensado com base em padrões justos e 
objetivos, independentes da vontade de qualquer dos lados. 
A negociação baseada em princípios é resumida em quatro pontos 
fundamentais: 
(1) separar as pessoas dos problemas, (2) concentrar-se nos interesses, e não 
nas posições, (3) criar opções de ganhos mútuos, (4) insistir em critérios 
objetivos. 
Toda a teoria da negociação baseada em princípios pode ser utilizada como 
ensinamento e referência para as sessões de mediação. Porém, neste 
momento, interessanos particularmente a invenção de opções de ganhos 
mútuos. 
Para que essas opções sejam criadas, o advogado deve seguir algumas 
recomendações básicas como, por exemplo, separar o ato de inventar opções 
ao ato de julgá-las como boas ou ruins, ampliar as opções, em vez de buscar 
uma resposta única para a questão, buscar benefícios mútuos e, ainda, 
inventar meios de facilitar as decisões da outra parte. 
Com efeito, um advogado criativo na sessão de mediação será muito bem-
vindo. 
Ele poderá produzir uma gama de acordos satisfatórios para ambos os lados. A 
propósito deste tema, Cooley faz menção ao interessante fato de advogados 
criativos serem, muitas vezes, litigantes frustrados, na medida em que não 
encontram espaço para a aceitação de soluções criativas no ambiente judicial. 
Esse autor conclui da seguinte forma: "Os advogados criativos agora têm uma 
solução para seu dilema – um mediador. Nas reuniões para deliberação, o 
mediador pode funcionar como uma caixa de ressonância para idéias criativas, 
testando-as, talvez melhorandoas, e até mesmo sugerindo idéias adicionais. 
Assim, o mediador pode conferir legitimidade e credibilidade às idéias, 
apresentado-as aos advogados da outra parte numa reunião fechada separada. 
O choque instantâneo que experimentaria o advogado da outra parte quando 
exposto a uma nova idéia, a uma nova proposta, ou a uma nova perspectiva da 
mesma situação é temperado pelo contexto da exposição – a neutralidade, a 
imparcialidade e a equanimidade do mediador. Como a nova idéia parece ter-
se originado a partir do mediador, é mais provável que o advogado da outra 
parte tente veri-ficar sua relevância enquanto solução ou elemento de uma 
solução."[10] (Grifou-se) 
A professora Carrie Menkel-Meadow, em artigo intitulado "Aha? Is creativity 
possible in legal problem solving and teachable in legal education?" 
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compartilha de posição semelhante, ao afirmar que negociadores e advogados 
podem atingir mais eficientemente seus objetivos se focalizarem suas atenções 
às soluções criativas para as necessidades de ambas as partes. Segundo a 
autora, os objetivos de maximizar apenas os ganhos individuais devem ser 
relegados a um segundo plano.[11] 
Algumas conclusões podem ser retiradas acerca da atuação criativa do 
advogado no processo de mediação. 
Em primeiro lugar, as soluções criativas construídas pelas partes com o auxílio 
dos advogados põem fim ao problema da litigiosidade remanescente, 
facilmente constatada em processos judiciais. Por litigiosidade remanescente 
entendemos todas as questões que não são passíveis de solução pela 
autoridade judiciária, como, a título de exemplo, os sentimentos de ira e 
frustração cultivados entre as partes litigantes. As questões sentimentais 
submetidas à mediação não são ignoradas. Pelo contrário, são resolvidas e 
esclarecidas em primeiro lugar, para que não tenham repercussão nos 
aspectos materiais e econômicos da demanda. 
Por conseguinte, o processo de mediação envolve uma diferente concepção 
sobre a justiça a ser distribuída entre as partes: ao contrário do processo 
judicial, a mediação não é encarada como uma disputa entre partes rivais que 
terá como resultado, necessariamente, a perda de um lado e a vitória do outro. 
De fato, o que se busca é o entendimento de que os conflitos não precisam ser 
vistos como problemas, mas sim como oportunidades de crescimento pessoal. 
O individualismo é superado em prol dos sentimentos relacionais de 
preocupação com os outros.[12] 
3. A importância do advogado na mediação 
Consoante reiteradamente afirmado, o advogado na mediação deve agir de 
maneira distinta em relação ao tradicional exercício da advocacia nos tribunais. 
Uma das características da mediação é que os mediadores não tomam decisões 
pelas partes, como fazem os juízes. O trabalho do mediador consiste em 
auxiliar as partes a estruturar o seu processo de comunicação e negociação, a 
fim de permitir que elas analisem seus problemas, gerem soluções e 
concordem com um procedimento para que a solução se concretize. Neste 
aspectoreside o papel fundamental do advogado em preparar o seu cliente 
para a mediação e informá-lo a respeito das particularidades desse processo. 
Conforme ressalta John Cooley, um cliente não adequadamente preparado 
pode não conseguir entender plenamente a finalidade do processo e, 
conseqüentemente, ficar impossibilitado de participar ativamente.[13] O 
advogado deverá esclarecer que seu objetivo seria o mesmo caso estivessem 
num tribunal: obter a melhor resolução possível para o problema. Contudo, o 
método e a maneira de que o advogado se servirá para atingir essa resolução 
será bastante diferente. 
O advogado deve, por exemplo, aconselhar as partes a revelarem ao mediador 
seus interesses e preocupações subjacentes, e não escondê-los do adversário, 
com medo de ser esta informação usada contra elas. Através de reuniões 
particulares e de um questionamento cuidadoso de cada parte, o mediador 
ganha mais informação do que cada uma das partes pretende, e pode 
geralmente usar esta informação para assisti-los na formação de uma solução 
que teria sido inatingível se esses dados tivessem permanecido ocultos. 
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Durante a sessão de mediação, o advogado deve assumir uma posição de 
liderança nas negociações. A novidade representada pelo processo de 
mediação, bem como a flexibilidade dos procedimentos, não podem ser 
motivos para intimidação ou um comportamento passivo e meramente 
observador. O advogado deve saber o que fazer e quando fazê-lo, 
especialmente no que se refere às táticas de negociação a serem aplicadas. 
Basicamente, são três os tipos de tática de negociação, enunciados por Cooley: 
táticas competitivas, cooperativas e de desvio que, por sua vez, incluem 
subtipos e especializações. Interessa-nos por ora defini-las com base em duas 
características principais, quais sejam, a afirmatividade e a 
cooperatividade.[14] 
A afirmatividade corresponde à tentativa de satisfazer às preocupações 
próprias, no caso, defender os interesses do cliente. Já a cooperatividade 
consiste na tentativa de satisfazer as preocupações alheias, ou seja, da parte 
contrária. Dessa maneira, no comportamento (tática) competitivo, notamos 
uma alta afirmatividade e uma baixa cooperatividade. Na tática cooperativa, 
tanto a afirmatividade quanto a cooperatividade são elevadas. No 
comportamento de desvio, a afirmatividade e a cooperatividade são igualmente 
baixas. 
Cabe ao advogado conhecer e estudar profundamente cada uma dessas 
táticas, para que possa determinar o comportamento mais adequado para cada 
situação específica. 
A título de exemplo, podemos citar algumas circunstâncias que determinam a 
adoção de algum dos três comportamentos. 
Assim sendo, a tática competitiva deve ser utilizada quando for necessária uma 
solução rápida, quando for preciso proteger o cliente ou, ainda, quando o 
advogado necessitar de uma resolução favorável quanto a uma questão vital 
para o seu cliente. 
O comportamento cooperativo deve ser empregado quando se desejar 
encontrar soluções integrativas, ganhar compromissos ou criar créditos para o 
futuro. É também eficaz para trabalhar os rancores. 
Por fim, quando for preciso ganhar tempo para se acalmar ou coletar mais 
informações, bem como quando danos possíveis tiverem mais peso que os 
resultados a serem negociados, o comportamento a ser adotado é o de desvio. 
Analisando as diferentes táticas e suas características, Cooley faz um estudo 
minucioso e esquematizado para concluir que a mais alta possibilidade de se 
alcançar um resultado minimamente aceitável ocorre quando o advogado 
adota comportamentos colaborativos e competitivos. Entretanto, quando os 
advogados de ambas as partes adotam comportamentos competitivos, as 
possibilidades de resolução minimamente aceitável são bastante baixas.[15] 
Muito embora a mediação seja um processo de resolução de disputas baseado 
na auto-determinação e no consenso das partes, é importante salientar que a 
orientação de um advogado especializado é crucial para o seu sucesso. 
Portanto, é um erro considerar o advogado desnecessário no ambiente das 
RADs. Com efeito, o papel do advogado torna-se indispensável quando as 
partes não forem familiarizadas com os aspectos do mundo jurídico. Eventuais 
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dúvidas quanto aos seus direitos e ao respaldo legal dos mesmos só poderão 
ser sanadas com a devida assistência de um especialista. 
Segundo nos ensina a professora Jacqueline Nolan-Haley, em seu artigo "Court 
mediation and the search for justice through law" não se pode permitir que 
exista ignorância, tanto jurídica, como a relacionada ao procedimento, sob 
pena de se descaracterizar a mediação.O resultado advindo do 
desconhecimento sobre o processo seria desastroso: acordos aparentemente 
bons, porém prejudiciais ou sem eficácia prática para a parte sem 
representação.[16] 
4. A experiência no Direito Comparado 
A mediação não é um processo novo, nem unicamente ocidental, pois foi 
relatada como parte das culturas primitivas e tem uma longa tradição na 
China. 
No final do séc. XX, nota-se o crescimento do interesse na mediação. Uma 
insatisfação comum com o custo financeiro e com o desgaste emocional dos 
processos judiciais tornaram a mediação uma integrante de destaque no 
contexto de desenvolvimento dos métodos para resolução alternativa de 
disputas nos Estados Unidos. Naquele país, muitas companhias estão 
registrando elevadas economias por usarem a mediação para resolver suas 
disputas, especialmente aquelas relacionadas a queixas de consumidores. 
Além disso, muitos tribunais têm criado programas de RADs, realizando uma 
triagem e encaminhando os casos que possam comportar acordos e decisões 
concebidas fora do ambiente judicial. Citamos ainda que, com o auxílio tanto 
de recursos humanos como de departamentos jurídicos, empresas estão cada 
vez mais usando suas próprias equipes de mediação para resolver um amplo 
conjunto de disputas empregatícias, antes que elas alcancem o estágio de 
ações judiciais. 
Na comunidade jurídica brasileira também se verifica um crescente interesse 
pela utilização e aprimoramento das RADs. No âmbito dos tribunais, como o 
TJDF e o TJMS, programas de acesso à justiça e de justiça comunitária 
(mediação nas comunidades) ganham relevância devido ao sucesso com que 
são implantados e a conseqüente efetividade dos resultados alcançados. 
Esses dados nos indicam ser a advocacia na mediação um campo profissional 
bastante promissor. Para atender as demandas que surgirão gradativamente, 
devem ser pensadas iniciativas para a capacitação de especialistas em RADs. 
Em interessante simpósio oferecido ("The Future of ADR"), o prof. Frank Sander 
identifica problemas ou impedimentos que alguns advogados enxergam 
quanto à utilização das resoluções alternativas de disputa.[17] 
Segundo o citado professor, a relutância em não utilizar as RADs advém, 
basicamente, do medo que os processos novos e não-familiares provocam nos 
advogados já adaptados à cultura adversarial dos tribunais. Assim, somente 
após ter uma experiência bem sucedida na mediação o advogado realmente se 
convence da efetividade do processo. Para superar esse estigma, o professor 
sugere que os estudantes de direito, ainda na graduação, tenham contato mais 
estreito e possam conhecer na prática essas promissorastendências 
processuais. 
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Alguns advogados receiam perder o controle sobre o caso e sua resolução em 
um processo de características flexíveis, como a mediação. Entretanto, esse 
argumento não persiste caso o advogado tenha se preparado adequadamente. 
Conforme indicamos, a sessão de mediação, apesar de não envolver 
formalidades, exige o estudo profundo do caso e suas características. 
Contempla também o prévio estabelecimento de táticas de negociação e 
comportamento durante a sessão. Ademais, o cliente deve ser orientado sobre 
o processo e seu procedimento, sobre seu papel e as possibilidades de não se 
chegar ao acordo num primeiro momento. Logo, o advogado tem um papel de 
extrema relevância para o bom desenrolar da sessão, na medida em que o 
sucesso das negociações está diretamente associado a uma boa preparação, 
tanto do advogado como do cliente. 
Há ainda uma séria restrição relacionada aos honorários advocatícios em 
processos mais céleres, como as RADs. Os advogados entendem ser mais 
seguro do ponto de vista econômico patrocinar uma causa nos tribunais, que 
irá se arrastar por um considerável período de tempo, do que assumir uma 
promessa de resolução rápida da questão, com pequeno retorno financeiro. 
Essa é uma questão que apenas o passar dos anos solucionará, com a 
conseqüente e esperada adesão maciça da sociedade e dos advogados aos 
métodos alternativos de resolução de disputas. A longo prazo, pode-se 
entrever que os advogados capazes de solucionar as questões de forma efetiva 
e rápida receberão a justa contrapartida por sua característica diferencial em 
relação aos demais. A curto prazo, porém, muitos preferem permanecer no 
estágio em que estão, preocupados se processos mais eficientes poderão 
significar honorários menores. 
A tendência internacional para a superação desses impedimentos para a 
advocacia nas RADs está na adoção de iniciativas criativas, algumas de 
implantação bastante simples. 
A atenção principal deve ser dispensada aos estudantes de graduação, 
geralmente mais abertos à compreensão de novas perspectivas. As faculdades 
de direito, administração, economia, serviço social e áreas conexas, podem 
desenvolver cursos periódicos ou disciplinas sobre as RADs. 
As ordens e conselhos de classes profissionais podem seguir na mesma trilha 
e organizar cursos, palestras e simpósios sobre as novas tendências 
processuais, destinados à reciclagem e aperfeiçoamento. Nestas 
oportunidades, advogados, magistrados e membros da comunidade com 
experiência nessa área poderiam ser convidados a dar seus testemunhos sobre 
a eficácia dos procedimentos. 
Enfim, a falta de informação sobre as formas de RADs parece ser o principal 
empecilho à sua difusão como método eficaz de solução de disputas. Com o 
engajamento daqueles que já se encontram neste ambiente, esse problema 
pode ser gradativamente superado. 
Advogados com prévia experiência ou conhecimento de RADs podem 
aconselhar os clientes que procuram seus serviços a aderir a esses processos, 
demonstrando-lhes as vantagens e as possibilidades de sucesso. Não há 
dúvidas de que um caso solucionado de forma rápida, eficiente e menos 
desgastante para o cliente é um poderoso instrumento de "marketing" para o 
profissional da advocacia. 
5. Conclusões 
É certo que nos últimos dois decênios assistimos a uma massificação da 
advocacia, que trouxe como conseqüência negativa um número muito grande 
de profissionais sem a devida qualificação. Esse fato traz inegável prejuízo 
para o conceito da profissão. 
Por conseqüência, o advogado que pretende se estabelecer deve, 
fundamentalmente, primar pela real função social de sua profissão, que inclui 
o cumprimento dos seus deveres naturais, enunciados na Introdução desse 
artigo. 
No contexto do novo modelo de advocacia traçado neste breve trabalho, 
observase uma perfeita integração entre os objetivos do processo de mediação 
e o exercício profissional segundo os deveres deontológicos. Assim, a busca 
pela eficácia e concretização do direito do cliente deve ser acompanhada da 
colaboração com o Poder Judiciário para o apaziguamento social. A partir 
disso, a advocacia repercute na sociedade de forma positiva, ao difundir a 
efetividade da ordem jurídica.[18] 
Entretanto, esses objetivos e deveres aqui considerados não são alcançados 
pelo advogado sem esforço pessoal e reciclagem constantes. 
Conforme buscamos apresentar, o paradigma em formação exige dos 
advogados preparação especial e a compreensão das peculiaridades do 
processo de mediação. Restou demonstrado, por exemplo, que as técnicas e 
táticas utilizadas tradicionalmente no processo judicial não são desejáveis no 
processo de mediação. 
Por fim, enfatizamos que a advocacia na mediação mostra-se como um campo 
bastante promissor. Num futuro próximo, a difusão das RADs trará consigo a 
demanda por profissionais especializados e plenamente habilitados para atuar 
nesse ramo. Conquistará seu espaço o advogado que, como propulsor da 
justiça, for capaz de se adequar aos novos rumos do direito processual. 
6. Bibliografia 
COOLEY, John W. A advocacia na Mediação. Trad. René Loncan. Brasília:Editora 
Universidade de Brasília, 2001. 
COSTA, Elcias Ferreira. Deontologia Jurídica: ética das profissões jurídicas. Rio 
de Janeiro: Forense, 1997. 
DINAMARCO, Cândido. A Instrumentalidade do Processo. 8 ed. São Paulo: 
Malheiros, 2000. 
FISHER, Roger, URY, William e PATTON, Bruce. Como chegar ao Sim: A 
Negociação de Acordos sem Concessões. Trad. Vera Ribeiro e Ana Luiza 
Borges. 2 ed. Rio de Janeiro: Imago, 1994. 
FRANZ, Patricia. 13 Ohio St. J. on Disp. Resol. 1039. 
LANGARO, Luiz Lima. Curso de Deontologia Jurídica. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 
1996 
MENKEL-MEADOW, Carrie. 6 Harv. L. Rev. 97. 
NOLAN –HALEY, Jacqueline.74 Wash. U. L. Q. 47. 
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SANDER, Frank E. 2000 J. Disp. Resol. 3. 
SLAIKEU, Karl A. No final das contas: um manual prático para a mediação de 
conflitos. Trad.. Grupo de Pesquisa e Trabalho em Arbitragem, Mediação e 
Negociação na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. 
 
 
 
[1] Para maiores esclarecimentos sobre a origem histórica da deontologia geral 
e jurídica, cf. LANGARO, Luiz Lima. Curso de Deontologia Jurídica. 2 ed. São 
Paulo: Saraiva, 1996, p. 3. 
[2] COSTA, Elcias Ferreira. Deontologia Jurídica: ética das profissões jurídicas. 
Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 69. 
[3] COOLEY, John W. A advocacia na mediação. Trad. René Locan. Brasília: 
Editora Universidade de Brasília, 2001. 
[4] DINAMARCO, Cândido Dinamarco. A Instrumentalidade do Processo. 8 ed. 
São Paulo: Malheiros, 2000, p. 157. 
[5] Métodos autocompositivos são aqueles nos quais as próprias partes 
chegam à solução de suas questões, com ou sem o auxílio de um terceiro 
desinteressado. A autocomposição distingue-se da autotutela, pois nela não 
ocorre a sujeição forçada de um dos litigantes aos interesses do outro. Em 
nosso ordenamento, são previstas três modalidades de autocomposição, quais 
sejam, a renúncia, o reconhecimento jurídico do pedido e a transação, 
previstas no art. 269 do Código de Processo Civil. Além disso, na 
autocomposição não se observa o fenômeno processual de substituição das 
partes, pelo qual o jurisdição, depois de provocada, atua no lugar das partes 
de maneira obrigatória. 
[6] COOLEY, op. cit., p. 29-30. 
[7] COOLEY, op. cit., p. 67-68. 
[8] SLAIKEU, Karl A. No final das contas: um manual prático para a mediação de 
conflitos. Trad.. Grupo de Pesquisa e Trabalho em Arbitragem, Mediação e 
Negociação na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília,p. 7-8. 
[9] FISHER, Roger, URY, William e PATTON, Bruce. Como chegar ao Sim: 
negociação de acordos sem concessões. Trad. Vera Ribeiro e Ana Luiza Borges. 
2 ed. revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Imago, 1994. 
[10] COOLEY, op. cit., p. 56-57. 
[11] MENKEL –MEADOW, Carrie. 6 Harv. L. Rev. 97. 
[12] FRANZ, Patricia. 13 Ohio St. J. on Disp. Resol. 1039. 
[13] COOLEY, op. cit., p. 127. 
[14] COOLEY, op. cit., p. 159-161. 
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[15] Para uma análise detalhada de como selecionar a melhor tática na sessão 
de mediação, cf. COOLEY, op. cit., p. 159-167. 
[16] NOLAN-HALEY, Jacqueline. 74 Wash. U. L. Q. 47. 
[17] SANDER, Frank. 2000 J. Disp. Resol. 3. 
[18] COSTA, op. cit., p. 72 
 
fonte: http://www.arcos.org.br/livros/estudos-de-arbitragem-mediacao-e-negociacao-
vol2/quarta-parte-artigo-dos-alunos/um-novo-perfil-para-a-advocacia-o-exercicio-profissional-
do-advogado-no-processo-de-mediacao 
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