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APOSTILA - BIOLOGIA HUMANA

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ENSINO A 
DISTÂNCIA
BIOLOGIA HUMANA
 
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN 
Maria Helena Mafioletti Sampaio CRB 14 – 276 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CDD 21ª ed. 
571 – Fisiologia humana. 
 
 
Ortolan, Xana Raquel. 
O78b Biologia humana. /EAD/ [Caderno pedagógico]. Xana Raquel 
Ortolan. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2019. 
 106 p. il. 
 
 Inclui Índice 
 ISBN: 978-85-5456-122-2 
 ISBNe: 978-85-5456-121-5 
 
1. Fisiologia humana. 2. Citologia humana. 3. Histologia 
humana. 4. Genética humana. 5. Fisiologia humana – Ensino a 
Distância. I. Faculdade Avantis. II. Título. 
 
PLANO DE ESTUDO
EMENTA
Métodos de estudo em microscopia. Componentes celulares e suas funções. Tecidos 
fundamentais do corpo humano: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Embriologia: 
gametogênese, estabelecimento dos folhetos embrionários e primeiras fases do 
desenvolvimento. Genética. O gene como unidade de herança. Discussão das principais 
doenças genéticas. Engenharia genética e suas aplicações.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• Conhecer o microscópio;
• Explicar o que é a célula;
• Reconhecer a estrutura e organização celular; 
• Identificar as diferentes organelas citoplasmáticas;
• Compreender as funções das organelas citoplasmáticas; 
• Compreender os mecanismos de transporte através das membranas;
• Conhecer o tecido epitelial;
• Entender o tecido conjuntivo e suas características;
• Conhecer o tecido muscular;
• Identificar as principais características do tecido nervoso;
• Compreender os processos que promovem formação dos gametas; 
• Identificar as etapas da formação do embrião;
• Identificar os folhetos embrionários e a origem de diferentes partes do corpo;
• Compreender a relação entre genes e a manifestação de determinadas 
características;
• Reconhecer e compreender a organização do DNA e a organização do genoma 
humano;
• Compreender os avanços biotecnológicos e o desenvolvimento de organismos 
geneticamente modificados (OGM).
O PAPEL DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO
 
Olá aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a mais uma disciplina. 
A Biologia Humana compreende uma área de estudo interdisciplinar que envolve 
todos os aspectos biológicos relacionados a origem e ao desenvolvimento do ser humano.
O homem é composto por muitas células eucariontes que se desenvolvem a partir de 
um embrião, que possui capacidade para se diferenciar em vários tecidos. A função de 
todas as células e consequentemente do corpo humano dependem de uma complexa 
regulação gênica.
Estudar biologia é um imprescindível para a formação de qualquer profissional da 
saúde. O conhecimento que você vai adquirir ao longo das unidades dessa disciplina vai 
te esclarecer ainda mais sobre a vida, o corpo humano, suas funções e vulnerabilidades.
 Ainda, a biologia contribui também sua formação como cidadão e para o 
desenvolvimento de seu pensamento crítico, pois te permite conhecer assuntos 
relacionados a genética e desta maneira, opinar com mais responsabilidade a respeito 
de temas polêmicos, como a manipulação de nosso próprio material genético e de outros 
seres vivos. 
Portanto, os pré-requisitos essenciais para biologia são a curiosidade, a mente aberta 
e vontade de pensar criticamente sobre o mundo natural. Se você tem isto, você pode 
começar a aprender biologia.
Vamos aos estudos?
.
PROFESSOR
APRESENTAÇÃO DO AUTOR 
XANA RAQUEL ORTOLAN
Olá! Sou a professora Xana Raquel Ortolan, possuo 
Graduação em Enfermagem pela Universidade do Vale 
do Itajaí (2010), Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Faculdade Avantis (2016) e Mestrado em Ciências 
Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (2013). 
Por muito tempo participei de pesquisas científicas 
nas áreas de Biologia e Comportamento e Histologia. 
Atualmente presido o Comitê de Biossegurança da 
Faculdade Avantis, além de ser membro do Comitê de 
Ética e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA). Também atuo como Coordenadora do Curso de 
Enfermagem da Faculdade Avantis. Minha formação 
me permite lecionar nos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia do Centro 
Universitário Avantis - UNIAVAN, nas áreas de Biossegurança, Ergonomia e Biologia 
Celular.
E-mail: xana.ortolan@avantis.edu.br 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0235772875783640 
mailto:xana.ortolan@avantis.edu.br
http://lattes.cnpq.br/0235772875783640
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - MÉTODOS DE ESTUDO EM MICROSCOPIA E COMPONENTES 
CELULARES ...........................................................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO À UNIDADE 1 .................................................................................................................................... 10
1 MÉTODOS DE ESTUDO EM MICROSCOPIA E COMPONENTES CELULARES ...............................11
1.1 CITOPLASMA .............................................................................................................................................................15
1.2 ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS ............................................................................................................... 16
1.2.1 Retículo endoplasmático rugoso e liso ....................................................................................................... 16
1.2.2 Ribossomos .............................................................................................................................................................17
1.2.3 Complexo de Golgi ...................................................................................................................................................... 18
1.2.4 Lisossomos ....................................................................................................................................................................... 19
1.2.5. Peroxissomos ................................................................................................................................................................. 19
1.2.6 Mitocôndrias ...................................................................................................................................................................20
1.2.7 Núcleo Celular ................................................................................................................................................................. 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................31
EXERCÍCIO FINAL ........................................................................................................................................................32
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................33
UNIDADE 2 - TECIDO EPITELIAL, CONJUNTIVO, MUSCULAR E NERVOSO ....35
INTRODUÇÃO À UNIDADE 2 .................................................................................................................................. 36
2 TECIDO EPITELIAL, CONJUNTIVO, MUSCULAR E NERVOSO .............................................................37
2.1 TECIDO EPITELIAL ................................................................................................................................................37
2.2 TECIDO CONJUNTIVO ........................................................................................................................................41
2.3 TECIDO MUSCULAR ......................................................................................................................................... 46
2.3.1 Músculo estriado esquelético ...........................................................................................................................482.3.2 Músculo liso ...................................................................................................................................................................50
2.3.3. Músculo cardíaco ......................................................................................................................................................51
2.4 TECIDO NERVOSO ...............................................................................................................................................52
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 58
EXERCÍCIO FINAL ....................................................................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 60
UNIDADE 3 - GAMETOGÊNESE ..............................................................................................................................63
INTRODUÇÃO À UNIDADE 3 ................................................................................................................................ 64
3 EMBRIOLOGIA .......................................................................................................................................................... 65
3.1 GAMETOGÊNESE ................................................................................................................................................ 65
3.1.1 Oogênese ou ovogênese ......................................................................................................................................... 71
3.1.2 Espermatogênese ....................................................................................................................................................... 72
3.2 FECUNDAÇÃO ........................................................................................................................................................73
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 83
EXERCÍCIO FINAL ....................................................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 85
UNIDADE 4 - GENÉTICA .....................................................................................................................................................87
INTRODUÇÃO À UNIDADE 4 ................................................................................................................................. 88
4 GENÉTICA ................................................................................................................................................................... 89
4.1 PRINCÍPIOS DA GENÉTICA E DA HEREDITARIEDADE ....................................................................... 89
4.2 MUTAÇÕES GENÉTICAS ...................................................................................................................................97
4.3 APLICABILIDADE DA GENÉTICA NA BIOTECNOLOGIA ................................................................ 100
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................................103
EXERCÍCIO FINAL ......................................................................................................................................................104
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................. 105
1
unidade
MÉTODOS DE ESTUDO 
EM MICROSCOPIA 
E COMPONENTES 
CELULARES
10
BIOLOGIA 
HUMANA
INTRODUÇÃO À UNIDADE 1
Olá aluno(a)!
Vamos dar início aos estudos sobre biologia celular (citologia). Neste módulo, você 
compreenderá os aspectos relacionados a organização celular, organelas citoplasmáticas 
e membrana plasmática, considerando os meios de transporte transmembrana.
Você já se perguntou como o oxigênio que respiramos chega até as nossas células? Ou 
como a glicose que ingerimos, através da nossa alimentação, entra nas células e produz 
energia para nosso organismo?
Para responder essas perguntas você precisa conhecer a estrutura básica do nosso 
organismo, a célula. É a partir de um conjunto de células que se formam os tecidos, os 
órgãos e o corpo humano. Então para você compreender verdadeiramente como o seu 
corpo funciona, convido você a iniciar os estudos das células.
Vamos lá?
Bons Estudos!
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM:
• Conhecer o microscópio;
• Explicar o que é a célula;
• Reconhecer a estrutura e organização celular; 
• Identificar as diferentes organelas citoplasmáticas;
• Compreender as funções das organelas citoplasmáticas; 
• Compreender os mecanismos de transporte através das membranas.
11
BIOLOGIA 
HUMANA
1 MÉTODOS DE ESTUDO EM MICROSCOPIA E COMPONENTES CELULARES
As células são estruturas pequenas, mas muito complexas. Exceto algumas do sistema 
nervoso e os óvulos, células eucariontes típicas de um animal possuem entre 10 e 30 
µm de diâmetro, o que corresponde a 1/5 do tamanho da menor partícula visível a olho 
nu. Assim, é difícil visualizar os componentes celulares, descobrir sua composição 
molecular e seu funcionamento. Mas, sabendo que a compreensão da organização e 
funcionamento das células é fundamental para entender o funcionamento do corpo 
humano, é imprescindível o uso de instrumentos para este estudo. 
As técnicas e os métodos que são empregados no estudo da célula tem evoluído 
muito desde a invenção do microscópio por Robert Hooke no século XVII. Na verdade, 
o microscópio foi inventando antes mesmo do descobrimento da célula. Através das 
potencialidades desse aparelho, diversos cientistas concordaram que os seres vivos eram 
constituídos por unidades morfológicas e funcionais, que denominaram de células.
O microscópio é um dos principais instrumentos para o estudo da Biologia. O aparelho 
dispõe de um conjunto de lentes, que fornece imagens ampliadas de estruturas muito 
pequenas. Existem microscópios ópticos ou de luz e eletrônicos.
Os microscópios ópticos (Figura 1) compreendem a maioria dos equipamentos 
utilizados no ensino. Neste equipamento, a luz visível passa pela amostra biológica e é 
desviada pelo sistema de lentes, permitindo ao observador ver uma imagem ampliada. O 
microscópio óptico permite a observação de detalhes de até 200 nanômetros; são 
geralmente utilizados em laboratórios de análises e se dividem em: 
a. microscópio ultravioleta (UV): tipo de fotomicroscopia que utiliza a luz UV 
para gerar uma imagem ampliada da amostra que está sendo analisada. Em 
consequência do comprimento de onda mais curto da luz UV do que a luz visível, 
é possível ver amostras com a maiores ampliação e definição
b. microscópio de fluorescência: utiliza a fluorescência para a aquisição das imagens. 
A fluorescência é um tipo de luminescência (emissão de luz) em que um corpo 
absorve luz e após um curto intervalo de tempo reemite essa luz. Na microscopia 
de fluorescência, compostos químicos chamados fluoróforos são usados para 
produzir a fluorescência do material em estudo (METZ, s.d). 
c. microscópio de contraste de fase: apresenta um sistema ótico especial que torna 
possível a distinção de materiais biológicos que se diferem ligeiramente quanto 
aos seus índices de refração. O princípio de seu funcionamento baseia-se na 
conversão das variaçõesde densidade ou espessura do material observado em 
12
BIOLOGIA 
HUMANA
diferenças de contraste (VIEIRA, s.d).
d. microscópio de polarização: no microscópio de polarização há dois prismas: o 
polarizador e o analisador, que permitem estudar certos aspectos da organização 
molecular dos constituintes celulares anisotrópicos, isto é, que tenham dois 
índices de refração (VIEIRA, s.d).
Figura 1. Observação em microscópio óptico.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/portrait-young-scientist-looking-microscope-whi-
le-1140709019?src=4cpHSa6Oy9iRb6szyoMopg-1-49&studio=1. Acesso 28 jun. 2019
Já, os microscópios eletrônicos (Figura 2) diferem de microscópios de luz por 
produzirem uma imagem de uma amostra usando um feixe de elétrons em vez de um 
feixe de luz. Sua capacidade de ampliação é superior à dos microscópios de luz, atingindo 
um nível de resolução de 0,2 nanômetros, isso porque os elétrons têm um comprimento 
de onda muito menor que a luz visível, e isso permite que os microscópios eletrônicos 
produzam imagens de alta resolução melhor que as de microscópios de luz padrão. 
Os tipos principais são: Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e o Microscópio 
Eletrônico de Transmissão (MET). Esses equipamentos podem ser usados para examinar 
não apenas a célula, mas também as organelas e seus compartimentos.
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/portrait-young-scientist-looking-microscope-while-1140709019?src=4cpHSa6Oy9iRb6szyoMopg-1-49&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/portrait-young-scientist-looking-microscope-while-1140709019?src=4cpHSa6Oy9iRb6szyoMopg-1-49&studio=1
13
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 2. Microscópio eletrônico.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scannin-
g-electron-microscope-physical-lab-764209774?src=LS_fzQ7tyC3BZ2h8THeH-A-1-1&studio=1 Acesso 28 
jun. 2019
Caro(a) aluno(a), nossa disciplina não tem como foco principal o estudo de cada um 
dos tipos de microscópio, pois, de fato, esse assunto é abordado em mais detalhes para os 
indivíduos que buscam a área da pesquisa como atuação. 
SAIBA MAIS: 
Se você tem curiosidade para saber mais sobre os tipos de microscópio, faça 
uma leitura do documento: Uso de Microscopia de Luz e Eletrônica como Téc-
nicas de Análise Morfológica, disponível na plataforma on-line da disciplina.
A célula é a unidade básica dos seres vivos composta por uma estrutura capaz de 
desempenhar todas as atividades típicas de um ser vivo: crescer, desenvolver, reproduzir 
e interagir com o meio que a cerca, podendo extrair dele nutrientes e energia devolvendo-
lhe os produtos de seu metabolismo (SILVA JUNIOR; SASSON; CALDINI JUNIOR, 2013).
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scanning-electron-microscope-physical-lab-764209774?src=LS_fzQ7tyC3BZ2h8THeH-A-1-1&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scanning-electron-microscope-physical-lab-764209774?src=LS_fzQ7tyC3BZ2h8THeH-A-1-1&studio=1
14
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 3. Célula eucarionte com núcleo bem definido.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structu-
re-animal-cell-labeled-parts-biology-769998433?src=Y3oJft7reI8uNGCLhf8sHw-1-14&studio=1. Acesso 28 
jun. 2019.
Graças a microscopia eletrônica, descobriu-se que existem fundamentalmente duas 
classes de células: 
a. as eucariontes (eu = verdadeiro, e cario = núcleo), com um núcleo bem 
individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear. (Figura 3)
b. as procariontes (pro = primeiro, e cario = núcleo), cujos cromossomos não são 
separados do citoplasma por membrana. (Figura 4)
Os seres formados por células eucariontes são todos os outros: protistas, fungos, 
plantas e animais. Os organismos formados por células procariontes são as bactérias, 
cianobactéria e as arqueobactérias.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structure-animal-cell-labeled-parts-biology-769998433?src=Y3oJft7reI8uNGCLhf8sHw-1-14&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structure-animal-cell-labeled-parts-biology-769998433?src=Y3oJft7reI8uNGCLhf8sHw-1-14&studio=1
15
BIOLOGIA 
HUMANA
 
Figura 4. Célula procarionte sem núcleo definido. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustra-
tion-bacteria-cell-structure-145028542?src=sPKxN10DEpLvSy7fHz8v0Q-1-0&studio=1. Acesso 28 de jun. 
2019.
Neste contexto, será visto a seguir a complexidade da célula eucarionte, considerando 
que o ser humano é formado por esse tipo celular. Essas células apresentam duas partes 
morfologicamente bem distintas: o citoplasma e o núcleo, entre as quais existe um 
trânsito constante de moléculas diversas, nos dois sentidos. 
O citoplasma, onde encontram-se as organelas celulares, é envolvido pela membrana 
plasmática, e o núcleo, pelo envoltório nuclear (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
 
1.1 CITOPLASMA
O citoplasma é um componente aquoso das células, composto por íons e moléculas 
solúveis como enzimas, carboidratos, sais, proteínas e uma grande proporção de ácido 
ribonucleico (RNA). O espaço citoplasmático também é preenchido por uma complexa 
rede de tubos e filamentos de proteína que constituem o citoesqueleto, responsável pela 
forma da célula e por sua capacidade de realizar movimentos (AMABIS, MARTHO, s.d). 
No citoplasma também se realizam diversas reações químicas do metabolismo, como 
a fase inicial da respiração celular e a síntese de várias substâncias.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustration-bacteria-cell-structure-145028542?src=sPKxN10DEpLvSy7fHz8v0Q-1-0&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustration-bacteria-cell-structure-145028542?src=sPKxN10DEpLvSy7fHz8v0Q-1-0&studio=1
16
BIOLOGIA 
HUMANA
1.2 ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS 
Diferentemente de uma célula procariótica, que em geral consiste em um único 
compartimento intracelular envolto por uma membrana plasmática, a célula eucariótica 
é subdividida de forma elaborada em compartimentos funcionalmente distintos envoltos 
por membranas. Cada compartimento, ou organela, contém seu próprio conjunto 
característico de enzimas e outras moléculas especializadas, e sistemas de distribuição 
complexos transportam produtos específicos de um compartimento a outro. 
Para entender a célula eucariótica, é essencial conhecer como a célula cria e mantém 
esses compartimentos e qual é a função de cada um, sendo eles: retículo endoplasmático 
rugoso e liso, ribossomos, complexo de golgi, lisossomos, peroxissomos, mitocôndria e 
núcleo celular (BRUCE, 2017). 
Vamos conhecer essas organelas citoplasmáticas?
1.2.1 Retículo endoplasmático rugoso e liso
O retículo endoplasmático é uma organela exclusiva de células eucariontes, sendo 
constituído por uma rede de túbulos e cisternas achatadas e interconectadas, que se 
comunica com o núcleo. Existem dois tipos de retículos, classificados de acordo com a 
presença ou ausência de ribossomos em sua superfície externa: retículo endoplasmático 
rugoso ou granular (REG) e retículo endoplasmático liso ou agranular (REL) (Figura 5).
PARA REFLETIR:
O REL é mais frequente em células hepáticas, do fígado, pois é capaz de inati-
var substâncias tóxicas ao organismo, como o álcool. 
17
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 5. Retículo endoplasmático rugoso e liso. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/cell-nucleus-endoplasmic-reticulum-detailed-a-
natomy-348097913?src=ct9o0B1CDIAG7eVMqRRPJw-1-0&studio=1. Acesso 28 jun. 2019
As principais funções do REG são: a síntese de proteínas que podem atuar fora da 
célula, constituição da membrana plasmática e participação digestão intracelular, 
atuando nesse caso como enzimas lisossômicas. 
O REL possui funções variadas como síntese de hormônios e de lipídios, a 
desintoxicação celular e o armazenamento de cálcio. 
1.2.2 Ribossomos 
Os ribossomos são organelas membranosas, responsáveis pela síntese de proteínas 
através do RNA mensageiro que vem do núcleo. É composto por uma subunidade maior, 
uma subunidade menor, fator liberação, RNA mensageiroe RNA transportador. Podem 
ser encontrados livres no citoplasma ou, como você já sabe, associados às membranas do 
retículo endoplasmático. 
Os primeiros são a sede de produção proteínas que vão ser utilizadas no citoplasma, 
nos segundos as proteínas serão expelidas no próprio retículo, logo após são utilizadas 
em demais compartimentos da célula ou levadas para o exterior da célula pelo complexo 
de Golgi.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/cell-nucleus-endoplasmic-reticulum-detailed-anatomy-348097913?src=ct9o0B1CDIAG7eVMqRRPJw-1-0&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/cell-nucleus-endoplasmic-reticulum-detailed-anatomy-348097913?src=ct9o0B1CDIAG7eVMqRRPJw-1-0&studio=1
18
BIOLOGIA 
HUMANA
1.2.3 Complexo de Golgi
O complexo de Golgi é uma estrutura membranosa em forma de bolsas achatadas 
que recebe muitas das proteínas formadas no retículo endoplasmático granuloso. Esse 
percurso é realizado por vesículas que se desprendem do retículo e liberam seu conteúdo 
quando em contato com as vesículas do complexo de Golgi. 
Neste, as proteínas são modificadas, separadas e então encaminhadas aos seus 
respectivos locais de atuação (ALMEIDA; PIRES, 2014) (Figura 6).
Figura 6. Síntese e distribuição de proteínas pelo retículo endoplasmático e complexo de golgi. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/anatomy-cell-nucleus-endoplasmic-reticu-
lum-golgi-349542188?src=F8rrbn0YpcvO2mUSbERUbg-1-1&studio=1. Acesso 28 jun. 2019
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/anatomy-cell-nucleus-endoplasmic-reticulum-golgi-349542188?src=F8rrbn0YpcvO2mUSbERUbg-1-1&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/anatomy-cell-nucleus-endoplasmic-reticulum-golgi-349542188?src=F8rrbn0YpcvO2mUSbERUbg-1-1&studio=1
19
BIOLOGIA 
HUMANA
Muitas substâncias que passam pelo aparelho de Golgi serão eliminadas da célula, indo 
atuar em diferentes partes do organismo. É o que ocorre, por exemplo, com as enzimas 
digestivas produzidas e eliminadas pelas células de diversos órgãos (estômago, intestino, 
pâncreas etc.). Além disso, essa organela é responsável pela formação de lisossomos. 
1.2.4 Lisossomos
Os lisossomos, como dito anteriormente, são originados no complexo de Golgi. 
Essas esferas membranosas contêm uma grande diversidade de enzimas digestivas, 
com propriedade de digerir uma grande quantidade de substratos, incluindo nucleases, 
proteases, glicosidases, lipases, fosfolipases e sulfatases. Estas hidrolases tem um pH 
ótimo entre 3 e 6, tornando o interior dos lisossomos extremamente ácido. Além da 
digestão intracelular essa organela também age na eliminação de outros componentes 
danificados da própria célula, em um processo chamado de autofagia (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2017).
SAIBA MAIS:
O cientista japonês Yoshinori Ohsumi ganhou o Prêmio Nobel de Medicina por 
suas descobertas sobre o processo de autofagia. A reportagem “Entenda o que é 
autofagia, descoberta que levou o Nobel de Medicina” foi veiculada no site Globo.com, “ciência e 
saúde” em 2016, porém se encontra disponível na plataforma on-line da disciplina.
1.2.5. Peroxissomos
São organelas membranosas capazes de oxidar substâncias orgânicas. Porém, 
executam esse processo por meio de oxidases, enzimas que utilizam o gás oxigênio no 
processo de oxidação gerando como subproduto o peróxido de hidrogênio, tóxico para 
as células. 
Os próprios peroxissomos resolvem esse problema, pois também possuem outra 
enzima, a catalase, que degrada o peróxido de hidrogênio em água e gás oxigênio. A 
20
BIOLOGIA 
HUMANA
oxidação de ácidos graxos, matéria- -prima para a síntese de colesterol, talvez seja a 
principal função dos peroxissomos (ALMEIDA; PIRES, 2014).
1.2.6 Mitocôndrias
As mitocôndrias, principais organelas celulares, são responsáveis pela produção 
de energia no interior da célula. São bastante numerosas, principalmente em células 
onde se precisa de muita energia (por exemplo, células nervosas e do coração, que tem 
atividade contínua). São formadas por duas membranas fosfolipídicas, uma externa, e 
outra interna, com várias ondulações, conhecidas como invaginações internas. 
A região limitada pela membrana interna é conhecida como matriz mitocondrial, 
onde existem proteínas, ribossomos e DNA mitocondrial (Figura 7).
Figura 7. Mitocôndria. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/crosssection-view-mitochondria-medical-info-
-graphics-1289399149?src=dJ8KuAJ0uCVHEUVntjd-1w-1-1&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
A mitocôndria é considerada a usina da célula, uma vez que esta é capaz de processar 
oxigênio e glicose e convertê-los em energia na forma de Adenosina Trifosfato (ATP), por 
meio do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/crosssection-view-mitochondria-medical-info-graphics-1289399149?src=dJ8KuAJ0uCVHEUVntjd-1w-1-1&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/crosssection-view-mitochondria-medical-info-graphics-1289399149?src=dJ8KuAJ0uCVHEUVntjd-1w-1-1&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
1.2.7 Núcleo Celular
O núcleo (presenta apenas nas células eucarióticas) ocupa cerca de 10% do volume 
total da célula e, em seu interior, está o DNA, exceto o das mitocôndrias. É delimitado 
pela  carioteca, ou  envoltório nuclear, composta por duas membranas concêntricas 
que são contínuas à membrana do retículo endoplasmático. A carioteca tem inúmeros 
orifícios – denominados poros –, que fazem a comunicação entre o interior do núcleo e 
o citoplasma. 
No compartimento nuclear, encontram-se (ROBERTIS, 2017):
a. Quarenta e seis cromossomos, cada um composto por apenas uma molécula de 
ácido desoxirribonucleico (DNA) combinada com diversas proteínas;
b. Diversos tipos de ácido ribonucleiro - RNA  (mensageiro, ribossômico, 
transportador) que são sintetizados no núcleo quando seus genes são transcritos. 
Esses RNAs saem do núcleo pelos poros do envoltório nuclear logo após o seu 
processamento;
c. O  nucléolo, onde são encontrados os genes dos RNA ribossômico (rRNA) e os 
rRNA recém-sintetizados;
d. Diversas proteínas, como, por exemplo, as reguladoras da atividade dos genes, as 
promotoras do processamento dos RNA, as que se ligam aos rRNA no nucléolo, 
as DNA polimerases, as RNA polimerases etc. Essas proteínas são fabricadas no 
citoplasma e entram no núcleo pelos poros do envoltório nuclear.
Como você pode observar a seguir na Figura 8 é no núcleo da célula que se encontra 
o material genético (DNA) dos organismos, estruturado em cromossomos, que carregam 
toda a informação sobre as características da espécie, participando, inclusive dos 
mecanismos hereditários.
A molécula do DNA consiste em duas longas cadeias polinucleotídicas. Cada cadeia ou 
fita é composta de quatro tipos de subunidades nucleotídicas, e as duas fitas são unidas 
por ligações de hidrogênio entre as bases dos nucleotídeos. 
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 8. Estrutura do cromossomo. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/geno-
me-structure-dna-sequence-telo-mere-1289870167?src=Xu6Iy6TCkRYDly_6ikBDyg-1-15&studio=1. Acesso 
29 jun. 2019.
Os nucleotídeos são compostos de uma base contendo nitrogênio e um açúcar com 
cinco carbonos, ao qual se ligam um ou mais grupos fosfatos. Nos casos dos nucleotídeos 
do DNA, o açúcar é uma desoxirribose e a base podem ser púricas (adenina – A; ou 
guanina – G) ou pirimídicas (citosina – C; ou timina -T) (BRUCE, 2017).
SAIBA MAIS 
Cada fita de DNA é composta por quatro tipos de subunidades nucleotídicas, e 
as duas fitas são unidas por ligações de hidrogênio entre as bases dos nucleotí-
deos. O pareamento de bases ocorre de maneira precisa: a adenina (A) de uma cadeia sempre 
pareia com a timina (T) da outra; e a guanina (G) sempre se liga com citosina (C).
Cada região do DNA é composta por genes que codificam as informações para a síntese 
de proteínas. De acordo com o gene codificado, será sintetizada um tipo de proteína, quehttps://www.shutterstock.com/pt/image-vector/genome-structure-dna-sequence-telo-mere-1289870167?src=Xu6Iy6TCkRYDly_6ikBDyg-1-15&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/genome-structure-dna-sequence-telo-mere-1289870167?src=Xu6Iy6TCkRYDly_6ikBDyg-1-15&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
será usada para fins específicos. Nesse processo, que ocorre no citoplasma das células 
e envolve ainda RNA, ribossomos, enzimas específicas e aminoácidos que formarão 
a sequência da proteína a ser formada. O processo de síntese proteica é dividido em 
transcrição e tradução. Através desses processos, as células leem ou expressam, as 
instruções escritas em seus genes. 
O primeiro passo que uma célula dá para expressar um dos seus milhares de genes 
é a cópia da sequência nucleotídica do DNA sob a forma de RNA. Esse processo é 
denominado transcrição, pois a informação, apesar de copiada sob uma nova forma 
química, permanece escrita essencialmente na mesma linguagem – a linguagem dos 
nucleotídeos. 
Assim como o DNA, o RNA é um polímero linear composto por quatro diferentes 
subunidades nucleotídicas unidas. Ele se diferencia do DNA, em termos químicos, sob dois 
aspectos (Figura 9): (1) os nucleotídeos no RNA são ribonucleotídeos, ou seja, eles contêm o 
açúcar ribose; (2) embora, como o DNA, o RNA contenha as bases adenina (A), guanina (G) 
e citosina (C), ele contém uracila (U) em vez da timina (T) encontrada no DNA.
Figura 9. Diferenças entre o DNA e RNA. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-scientific-icon-spiral-dna-rna-1145164931?src=A-
QLL-iDfL_6kDNrXK2AmOA-1-0&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-scientific-icon-spiral-dna-rna-1145164931?src=AQLL-iDfL_6kDNrXK2AmOA-1-0&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-scientific-icon-spiral-dna-rna-1145164931?src=AQLL-iDfL_6kDNrXK2AmOA-1-0&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
A transcrição tem início no núcleo da célula com a abertura e a desespiralização 
de uma pequena porção da dupla-hélice de DNA (pela enzima RNA-polimerase) para 
que as bases de ambas as fitas do DNA sejam expostas. A seguir, uma das duas fitas do 
DNA de dupla-hélice atuará como molde para a síntese do RNA. Os ribonucleotídeos 
são adicionados, um a um, à cadeia de RNA em crescimento (chamado de RNA 
mensageiro ou RNAm). 
A sequência de bases transcritas a partir do DNA carrega consigo a informação 
codificada para a construção de uma molécula de proteína. Essa codificação se dá na forma 
de trincas de bases nitrogenadas, chamadas códons. Uma vez que a leitura e a modelagem 
acabam, o RNAm separa-se da fita de DNA. Após a formação do RNAm maduro, este 
migra para o citoplasma, através dos poros nucleares, onde ocorre a tradução.
Na tradução o RNAm formado acopla-se aos ribossomos, que são constituídas 
por RNA ribossômico – RNAr - associado a proteínas. É nos ribossomos que ocorre 
a síntese e eles podem encontrar-se livres no citoplasma ou associados ao retículo 
endoplasmático rugoso. 
No citoplasma está presente o RNAt (RNA transportador), que é capaz de se ligar a 
unidades de aminoácidos dissolvidos no citoplasma e transportá-los até o RNAm. O 
RNAt reconhece no RNAm o códon de iniciação para a tradução. Cada RNAt tem um 
anticódon específico. Após o reconhecimento do RNAt-RNAm, o ribossomo desloca-se 
sobre o RNAm, unindo os aminoácidos transportados em cada RNAt por meio ligações 
peptídicas. Esse processo é repetido até que o RNAr encontre o códon de parada, formando 
uma cadeia de aminoácidos, ou seja, uma molécula de proteína (ROBERTIS, 2017). Você 
pode acompanhar o processo de síntese de proteínas na figura 10: 
25
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 10. Síntese de proteínas. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/protein-synthesis-vector-illustration-labeled-
-transcription-1205986015?src=IQFpQ08yrYT9BsWnFEbFeQ-1-0&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
EXERCÍCIO
No processo de síntese de proteínas as bases nitrogenadas de uma molécula 
de RNA obedecem à sequência determinada pelo DNA. Neste sentido, indique a 
sequência de bases de um RNA formado a partir do seguinte molde de DNA: GCTGAA.
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/protein-synthesis-vector-illustration-labeled-transcription-1205986015?src=IQFpQ08yrYT9BsWnFEbFeQ-1-0&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/protein-synthesis-vector-illustration-labeled-transcription-1205986015?src=IQFpQ08yrYT9BsWnFEbFeQ-1-0&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Resposta:________________
Lembre-se: o RNA contém uracila (U) em vez da timina (T), encontrada no DNA.
Agora que você já conhece todas as organelas e suas funções, deve estar se perguntando: 
Quem delimita o espaço celular? O que separa o meio intracelular do ambiente no qual 
a célula está inserida? Essa função é da membrana plasmática ou membrana celular!
A membrana celular (Figura 11) é a fronteira biológica que delimita o perímetro 
da célula, separando o meio intracelular do extracelular. A membrana plasmática é 
constituída por lipídios, proteínas e hidratos de carbono ligados aos lipídios e proteínas, 
mas a proporção desses componentes varia muito, conforme o tipo de membrana 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017). 
Em outras palavras pode-se dizer que a membrana citoplasmática é constituída de 
um mosaico de moléculas protéicas incrustadas em uma bicamada de fosfolipídios de 
consistência fluídica. Esse modelo da membrana citoplasmática é conhecido como 
mosaico fluido. Os fosfolipídios são moléculas que possuem uma cabeça polar (hidrofílica) 
e outra apolar (hidrofóbica). Na bicamada estão espalhados vários tipos de proteínas 
(integrais e periféricas) com as mais variadas propriedades funcionais. Os carboidratos 
dos glicolipídios e das glicoproteínas localizados na face externa da membrana plasmática 
formam um revestimento denominado glicocálice ou glicocálix.
Figura 11. Estrutura da membrana plasmática. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/phospholipid-bilayers-structure-cell-membrane-
-cytoplasmic-1163460010?src=1eEuY5NrRjZCV2k489nD_A-1-1&studio=1. Acesso 29 jun. 2019
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/phospholipid-bilayers-structure-cell-membrane-cytoplasmic-1163460010?src=1eEuY5NrRjZCV2k489nD_A-1-1&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/phospholipid-bilayers-structure-cell-membrane-cytoplasmic-1163460010?src=1eEuY5NrRjZCV2k489nD_A-1-1&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Todas as membranas citoplasmáticas compartilham entre si, propriedades 
fundamentais, mas de acordo com o tipo de célula, possuirá atividades biológicas. 
Entretanto, uma das principais funções da membrana plasmática é comportar-se como 
uma barreira seletiva que permite a troca de algumas substâncias entre o exterior e 
interior (MOREIRA, 2014).
O transporte de substâncias pela membrana pode ser feito sob diferentes formas: 
transporte passivo e o transporte ativo (Figura 12). 
O transporte passivo através das membranas não consome energia. Moléculas 
gasosas e moléculas em solução se movem constantemente de um lugar para outro se 
espalhando gradualmente até ficarem uniformemente distribuídas por todo o espaço 
disponível. Esse processo é conhecido como difusão. 
A difusão pode ser definida como um movimento de moléculas de uma área de maior 
concentração para uma área de menor concentração; essa diferença de concentração de 
uma substância entre dois locais é chamada de gradiente de concentração. Além disso, 
a difusão é um processo passivo que não requer energia de nenhuma fonte externa 
(SILVERTHORN, 2017). Existem dois tipos de difusão: 
a. Difusão simples: Capacidade que as moléculas de gases e as moléculas 
lipossolúveis tem de espalhar uniformemente por todo o espaço disponível. Por 
exemplo: entrada de oxigênio na célula (mais concentrado do lado de fora) e saída 
do oxigênio (mais concentrado do lado de dentro).
b. Difusão facilitada: Passagem de substâncias não lipossolúveispela membrana da 
célula com ajuda de proteínas. Por exemplo, o transporte de glicose, molécula que 
tem dificuldade de atravessar a bicamada lipídica. 
Figura 12. Tipos de transporte transmembrana. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/mechanisms-transport-ions-molecules-across-
-cell-715570654?src=OkcoxALqfYA2pVuSk_Rhxw-1-3&studio=1. Acesso 29 jun. 2019
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/mechanisms-transport-ions-molecules-across-cell-715570654?src=OkcoxALqfYA2pVuSk_Rhxw-1-3&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/mechanisms-transport-ions-molecules-across-cell-715570654?src=OkcoxALqfYA2pVuSk_Rhxw-1-3&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Quando ocorre o transporte de um solvente (água) entre a membrana chamamos 
esse processo de osmose (Figura 13). Na osmose ocorre a passagem de água de um 
meio hipotônico (menor concentração de soluto) para um meio hipertônico, em que a 
concentração de soluto é mais elevada, na tentativa de diluí-lo para que os meios fiquem 
isotônicos.
Figura 13. Osmose. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/download/confirm/606875969?studio=1&size=vector_eps. 
Acesso 29 jun. 2019
SAIBA MAIS:
Você já se perguntou porque o soro fisiológico administrado na veia por médi-
cos e/ou enfermeiros possui uma concentração de 0,9%?
Porque nessa concentração ele é uma solução isotônica em relação aos líquidos corporais 
do nosso corpo. Isso permite que as moléculas de água se difundam com a mesma facilidade 
para dentro e para fora das células corporais, como as hemácias (glóbulos vermelhos) do san-
gue, não acarretando em nenhuma alteração. Se o soro fisiológico fosse hipertônico, com uma 
maior concentração de NaCl, as hemácias de nosso sangue murchariam, porque as moléculas 
de água se moveriam para fora das hemácias. Por outro lado, se a solução for hipotônica, as 
hemácias inchariam e poderiam até explodir, porque as moléculas de água se difundiriam para 
dentro das hemácias (Figura 14). 
Veja a figura a seguir:
https://www.shutterstock.com/pt/download/confirm/606875969?studio=1&size=vector_eps
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 14. Diferentes soluções e efeitos nas hemácias. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/cell-osmosis-isotonic-solution-hypertonic-
-hypotonic-651474172?src=VWMEy-AfAsWnpZh_0SkJnw-1-54&studio=1. Acesso 29 jun. 2019
No transporte ativo, há consumo de energia fornecida por ATP e a substância pode 
ser transportada de um local de baixa concentração para outro de alta concentração. 
Portanto, o soluto no transporte ativo é transportado contra um gradiente. Um exemplo 
de transporte ativo é a bomba de Na+/K+ (Figura 15), ou seja, quando a célula transporta 
íons sódio (Na+) do citoplasma (onde sua concentração é baixa) para o meio extracelular 
(onde sua concentração é mais alta), deve ser vencido um obstáculo químico, representado 
pela concentração elevada de íons sódio no meio extracelular, e um obstáculo elétrico, 
correspondente à soma das cargas positivas dos íons sódio, que dificulta a entrada de 
novos íons positivos no espaço extracelular (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
Figura 15. Bomba de Sódio e Potássio. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sodium-potassiu m-pum-
p-ionic-basis-resting-97755602?src=IDmGrjqDIAGvmGDrnfqSrQ-1-0&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
30
BIOLOGIA 
HUMANA
As células também podem ser capazes de englobar grupos de macromoléculas ou até 
mesmo bactérias e outros microrganismos. Esse transporte altera morfologicamente 
a membrana que engloba o material a ser introduzido na célula e é denominado 
de endocitose. A endocitose pode ocorrer de duas maneiras: por fagocitose ou por 
pinocitose. De acordo com Marques, Peixoto, Paesi (2017) esses dois tipos de transporte 
são assim caracterizados:
a. Fagocitose: Na fagocitose uma partícula se encosta à membrana plasmática que 
forma extensões chamadas pseudópodes, que englobam a partícula. A partícula 
fica envolta por uma bolsa membranosa chamada fagossomo. 
b. Pinocitose: é o processo de englobamento de partículas dissolvidas em líquido. A 
membrana plasmática se aprofunda no citoplasma, formando um pequeno canal, 
por onde podem penetrar líquidos e pequenas partículas. Em seguida, o canal se 
fecha, liberando para o citoplasma a bolsa com o material capturado, denominado 
pinossomo.
SAIBA MAIS:
Você sabia que pequenas alterações nos canais das membranas podem acar-
retar sérios problemas na saúde das pessoas?
Para estabelecer esta relação, leia o artigo intitulado “FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS DA FIBROSE CÍSTICA”, publicado em 2011, e que se contra na plataforma on-line da 
disciplina.
Querido(a) aluno(a), como estão seus estudos até aqui? Aposto que você não imaginava 
a complexidade do funcionamento de cada célula do nosso corpo, não é verdade?!
Fique tranquilo, aos poucos esses termos vão se tornando comuns a você, mas é 
importante que, sempre que tiver alguma dúvida, retome este conteúdo. 
Reforço que, enquanto profissional da saúde você deverá conhecer esses assuntos 
pois toda a sua assistência está baseada no funcionamento do corpo humano e mais 
profundamente das células. 
O que acha de assistirmos um vídeo para relembrarmos aspectos importantes dessa 
unidade? Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=y3Ync9KkGmg. Ao assistir, 
você verá algumas características das células que serão abordadas nas próximas unidades.
https://www.youtube.com/watch?v=y3Ync9KkGmg
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BIOLOGIA 
HUMANA
SUGESTÃO DE LIVRO:
O que você acha de conhecer ainda mais a 
célula?
Para te ajudar nos estudos sobre as características celulares, 
sugiro que faça uma leitura do capítulo 1 do livro “Fundamentos da 
Biologia Celular”, 4ª edição, do autor Bruce Alberts, disponível em 
nossas bibliotecas virtuais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a) chegamos ao final da primeira unidade da nossa disciplina. No 
decorrer de seus estudos notamos que em sua maioria, sendo de dimensões tão 
pequenas, o conhecimento da célula está dependência do desenvolvimento de métodos 
apropriados e de instrumentos de observação que possibilitassem sua visualização.
Os estudos possibilitaram a compreensão da complexidade estrutural e organizacional 
da célula, sendo definida a unidade básica morfológica e funcional dos seres vivos. 
Seu estudo, se justifica pela abrangência e constância que aparece, demarcando sua 
importância como conhecimento estratégico para o entendimento dos fenômenos vitais.
Estudar a composição das células e o funcionamento de todas as organelas permite 
a compreensão dos fenômenos fisiológicos e patológicos do nosso organismo. É a partir 
deste conhecimento, por exemplo, que você descobrirá a evolução das doenças e como 
os fármacos atuam no nosso corpo.
Além disso, a citologia busca associar o aprendizado adquirido até então sobre a célula 
com outras áreas, o que permite utilizar esse conhecimento em prol do desenvolvimento 
tecnológico através da terapia gênica ou engenharia genética.
Assim, você deve ter percebido que os assuntos abordados nessa unidade são 
pequenos diante do vasto universo da biologia; há ainda muito mais para se conhecer. 
Até a próxima unidade! 
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BIOLOGIA 
HUMANA
EXERCÍCIO FINAL
1) As funções do retículo endoplasmático rugoso e do complexo de Golgi são 
relacionadas. No entanto é correto afirmar que o complexo de Golgi:
A. envia proteínas nele sintetizado para o reticulo endoplasmático.
B. envia polissacarídeos nele sintetizado para o reticulo endoplasmático.
C. recebe polissacarídeos sintetizados do retículo endoplasmático.
D. recebe proteínas recém-sintetizadas do retículo endoplasmático.
E. envia lipídeos nele sintetizado para o reticulo endoplasmático.
2) O retículo endoplasmático é uma organela que apresenta como principal 
função a síntese de proteínas e lipídeos. Sobre o retículo endoplasmático analise as 
afirmações abaixo.
I. O retículo endoplasmático liso armazena íons de cálcio, os quaissão importantes 
para a contração muscular.
II. O retículo endoplasmático rugoso é assim denominado por apresentar ribossomos 
aderidos a sua membrana.
III. O reticulo endoplasmático liso é responsável pela síntese de carboidratos.
IV. O reticulo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese de lipídeos.
É correto o que se afirma em: 
A. III e IV, apenas.
B. I e II, apenas.
C. II e IV, apenas.
D. I e III, apenas.
E. I apenas.
3) Substâncias solúveis em gordura atingem facilmente o interior das células. Essa 
facilidade está associada à: 
A. camada bilipídica que integra o mosaico fluido da ultraestrutura da membrana 
plasmática. 
B. ocorrência de transporte ativo, permitindo a incorporação inicial de metilmercúrio 
contra o gradiente de concentração. 
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BIOLOGIA 
HUMANA
C. ausência de seletividade da membrana em relação ao tamanho das moléculas a 
serem transportadas. 
D. emissão de pseudópodos, condição exigida para o englobamento de metais 
pesados. 
E. graças a bomba de sódio e potássio que permitem a passagem do mercúrio para o 
interior da célula.
REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M. MARTHO, G. R. Membrana, citoplasma e processos energéticos. S.d. 
Disponível em: <http://www.gonzaga.com.br/z1files/pub/140362730674993_lp_bio_
mod5.pdf.> Acesso em: 28 de maio de 2019.
ALMEIDA, L. M.; PIRES, C. Biologia celular: estrutura e organização molecular. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRUCE, A. Biologia molecular da célula. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2017. 
METZ, H. L. Microscópio confocal. S.d. Disponível em: <https://www.ifi.unicamp.
br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F530_F590_F690_F895/F530_F590_F690_
F895_sem2_2004/003069Hugo_M_Franchini_F530_RF.pdf>. Acesso em: 28 de maio de 
2019.
MARQUES, G.; PEIXOTO, M.; PAESI, R. Citologia II: organelas e suas funções. 
2017. Disponível em: <https://cdnqa.mesalva.com/uploads/medium/attachment/
YXBvc3RpbGEtY2l0b2xvZ2lhLWlpMjAwNDIwMTdUMDUxMQ==.pdf>. Acesso em: 28 
de maio de 2019.
MOREIRA, C. Membrana celular. Revista de Ciência Elementar, n. 2, v. 2, 2014.
ROBERTIS, E. M. F. Biologia celular e molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017.
SILVA JUNIOR, C.; SASSON, S.; CALDINI JÚNIOR, N. Biologia 1. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 
2013.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7ª ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
VIEIRA, F. S. Microscópio ótico: resolução e modalidades de observação. 
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BIOLOGIA 
HUMANA
S.d. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/
uploadCatalago/09070820092012Introducao_a_Microscopia_Aula_2.pdf>. Acesso em: 
28 de maio de 2019.
35
BIOLOGIA 
HUMANA
2
unidade
TECIDO EPITELIAL, 
CONJUNTIVO, 
MUSCULAR E NERVOSO
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BIOLOGIA 
HUMANA
INTRODUÇÃO À UNIDADE 2
Olá aluno (a), vamos iniciar mais uma unidade da disciplina de Biologia Humana.
Dentro da Biologia Humana, a histologia é uma área que estuda os tecidos de animais 
e como eles se organizam e se relacionam. Os tecidos são formados por um conjunto de 
células semelhantes, que desempenham uma mesma função, e pela matriz extracelular.
Apesar da complexidade, o organismo humano é constituído por  quatro tecidos 
fundamentais: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Essa classificação leva em conta 
principalmente critérios da estrutura, das funções e da origem embriológica desses 
tecidos. 
Entretanto, deve-se considerar que os tecidos estão dispostos de maneira isolada no 
organismo, mas associados uns aos outros, formando os diferentes órgãos do corpo. Essa 
associação de tecidos resulta no funcionamento adequado de cada órgão, dos sistemas 
formados por vários órgãos e do organismo como um todo.
Os objetivos de aprendizagem com essa unidade são:
• Conhecer o tecido epitelial;
• Entender o tecido conjuntivo e suas características;
• Conhecer o tecido muscular;
• Identificar as principais características do tecido nervoso.
Para compreender os tecidos do corpo humano é importante que você tenha lido com 
atenção a unidade anterior, pois os assuntos estão interligados. Entender o funcionamento 
dos tecidos e do corpo humano no geral, requer um conhecimento profundo da célula e 
suas organelas.
Vamos iniciar nossa leitura?
Desejo bons estudos a você!
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BIOLOGIA 
HUMANA
2 TECIDO EPITELIAL, CONJUNTIVO, MUSCULAR E NERVOSO
Em um organismo multicelular, as células estão organizadas em tecidos e por serem 
similares, trabalham em conjunto em uma tarefa específica. Um ou mais tecidos dão 
origem aos diferentes órgãos do corpo. A partir de agora, veremos os principais tecidos 
que formam o corpo humano e através deste conhecimento poderemos compreender o 
funcionamento dos sistemas corporais.
2.1 TECIDO EPITELIAL
Os tecidos epiteliais são formados por tipos celulares de diferentes origens 
embrionárias, cada qual com características funcionais específicas. As células que 
formam um determinado epitélio estão arranjadas em íntima aposição, ou seja, uma 
característica marcante do tecido epitelial é o fato de suas células serem justapostas com 
mínima quantidade de matriz extracelular entre si.
Os epitélios são constituídos por células poliédricas, isto é, células que têm muitas 
faces e se aderem firmemente umas às outras por meio de junções intercelulares (junções 
de oclusão, adesão, junções comunicantes). De acordo com a forma, o epitélio pode ser 
classificado em (JUNQUEIRA; CANEIRO, 2018):
a. Epitélio cilíndrico: composto por células alongadas em formato de colunas;
b. Epitélio cúbico: formado por células cúbicas;
c. Epitélio pavimentoso: quando as células apresentam forma achatada.
É importante ressaltar que a forma dos núcleos geralmente acompanha a forma das células.
PARA REFLETIR:
Você lembra do retículo endoplasmático, do Complexo de Golgi e das mitocôndrias?
Essas organelas fundamentais nas células dos epitélios glandulares em função 
da sua atividade produtora e secretora de substâncias.
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BIOLOGIA 
HUMANA
As células epiteliais estão sempre apoiadas em um tecido conjuntivo e há uma 
associação constante entre eles. Considerando que os epitélios são avasculares, 
nutrientes, oxigênio e hormônios chegam de vasos sanguíneos do conjuntivo subjacente 
e atingem as células epiteliais por meio de difusão. Células epiteliais que atuam em 
secreção endócrina eliminam seus produtos no espaço extracelular, de onde a secreção 
se difunde para vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo e será distribuída pelo 
organismo (ABRAHAMSOHN, 2016).
A região da célula voltada para o tecido conjuntivo é chamada de membrana basal e 
a região voltada para o meio externo ou lúmen do órgão é denominada de membrana 
apical.
As células do epitélio também podem conter em sua superfície apical algumas 
especializações como: 
a. Cílios: prolongamento celulares móveis que batem em ritmo ondular e sincrônico 
que tende a propelir partículas superficiais, encontrados na traqueia, brônquios, 
tuba uterina (Figura 16);
b. Microvilos: projeções da membrana plasmática que aumentam a área superficial, 
como na parede do intestino delgado (Figura 17);
c. Flagelos: possuem estrutura semelhante aos cílios, porém os flagelos são mais 
longos e limitado a um por célula, encontrados em espermatozoides;
d. Estereocílios: prolongamentos longos e imóveis encontrados no canal deferente, 
epidídimo e células pilosas do ouvido.
Figura 16. Epitélio ciliado na traqueia. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ciliated-pseudostratified-columnar-epithelium-
-trachea-respiratory-1042870171?src=4WQiQ7fY02BG7ioF1j334Q-1-2&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
FÓRUM
Caro(a) acadêmico(a) você acabou de saber que as células epiteliais do intes-
tino possui especializações na membrana em sua superfície apical. Você conse-
gue imaginar qual a importância das microvilosidades do intestino para o corpo humano?
Discuta com seus colegas no fórum da disciplina.
Aproveite e procuresaber o que acontece com a microvilosidades na Doença Celíaca? 
O conjunto de células do epitélio e tecido conjuntivo presente nas superfícies úmidas que 
revestes órgãos ocos internos é denominado de mucosa (mucosa nasal, mucosa intestinal). 
Na mucosa, o tecido conjuntivo subjacente é denominado lamina própria. As cavidades 
celomáticas (pleura, peritônio e pericárdio) são revestidas por um epitélio muito delgado 
associado a tecido conjuntivo, conjunto denominado de membrana serosa, ou serosa. 
Os epitélios revestem tanto a superfície externa do corpo como as suas superfícies 
internas, como cavidades dos órgãos ocos do sistema digestivo, aparelhos respiratório, 
urinário e reprodutor e de todo o sistema circulatório sanguíneo e linfático. Os epitélios 
constituem ainda os ductos excretores das glândulas exócrinas. 
Os epitélios ocupam posições estratégicas no organismo, pois, além de oferecerem 
proteção, constituem em muitos casos barreiras que separam o meio interno e o meio 
externo em compartimentos distintos. Os epitélios promovem as trocas entre esses dois 
ambientes, controlando tanto a absorção como a excreção de substâncias, isto é, a sua 
entrada e saída do organismo (ABRAHAMSOHN, 2016). 
Figura 17. Microvilosidades do intestino. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/human-
-large-intestine-tissue-under-microscope-1387078073?studio=1. Acesso 29 jun 2019.
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/human-large-intestine-tissue-under-microscope-1387078073?studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/human-large-intestine-tissue-under-microscope-1387078073?studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Assim, pode-se dizer resumidamente que as principais funções do epitélio são 
revestimento e secreção. Considerando isso, didaticamente o tecido epitelial é dividido 
em epitélio de revestimento e de secreção.
Nos epitélios de revestimento, as células se dispõem em folhetos, sendo classificado 
com base no número de camadas (Figura 18). Se as células se organizam em uma camada 
simples, formam um epitélio simples. Se elas estão presentes em camadas múltiplas, 
formam um epitélio estratificado. Há também o epitélio pseudoestratificado que possui 
apenas uma camada celular, com núcleos em diferentes alturas, dando a impressão de 
várias camadas.
Figura 18. Camadas dos epitélios de revestimento. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/epithelial-cells-vector-illustration-medical-ana-
tomical-1188326386?src=gz2W_y-qvZUePDcMxhb2_A-1-84&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
As células dos epitélios glandulares (de secreção) são capazes de sintetizar, armazenar 
e eliminar proteínas (p. ex., o pâncreas), lipídios (p. ex., a adrenal e as glândulas sebáceas) 
ou complexos de carboidrato e proteínas (p. ex., as glândulas salivares). As glândulas 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/epithelial-cells-vector-illustration-medical-anatomical-1188326386?src=gz2W_y-qvZUePDcMxhb2_A-1-84&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/epithelial-cells-vector-illustration-medical-anatomical-1188326386?src=gz2W_y-qvZUePDcMxhb2_A-1-84&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
mamárias secretam todos os três tipos de substâncias. As moléculas a serem secretadas 
são em geral temporariamente armazenadas nas células em pequenas vesículas 
envolvidas por uma membrana, chamadas de grânulos de secreção.
Os epitélios que constituem as glândulas (agregados multicelulares, maiores e mais 
complexos de células epiteliais glandulares) são sempre formados a partir de epitélios 
de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, 
após sofrerem diferenciação adicional. As  glândulas exócrinas  mantêm sua conexão 
com o epitélio do qual se originaram. Essa conexão toma a forma de ductos tubulares 
constituídos por células epiteliais e, através desses ductos, as secreções são eliminadas, 
alcançando a superfície do corpo ou uma cavidade (GLEREAN, SIMÕES, 2013).
2.2 TECIDO CONJUNTIVO 
O tecido conjuntivo possui funções de conexão, sustentação e preenchimento, além 
disso, a composição da matriz extracelular faz com que absorva impactos, resista à tração 
e tenha elasticidade. 
As principais características do tecido conjuntivo, também chamado tecido conectivo, 
dizem respeito a sua composição, sua origem embriológica e suas funções. Além das 
células, o tecido conjuntivo é formado por Matriz Extracelular (MEC) em quantidades 
maiores do que nos outros tecidos do organismo. Vários tipos e subtipos de tecido 
conjuntivo possuem populações celulares características, e o mesmo ocorre com a 
composição molecular e estrutural de sua MEC.
A substância fundamental da MEC compreende uma grande variedade de 
componentes de diferentes tamanhos e complexidades: água, íons, moléculas orgânicas 
e inorgânicas. Muitas dessas substâncias são provenientes do plasma e saíram do sangue 
atravessando as paredes de capilares sanguíneos e vênulas, e se difundem pela matriz 
(ABRAHAMSOHN, 2016).
PARA REFLETIR:
O envelhecimento facial sempre foi uma questão de grande interesse e estudo. 
Desde tempos remotos estudiosos através de seus conhecimentos anatômicos 
buscam diferentes técnicas para minimizar ou até mesmo extinguir as indesejáveis rugas e 
linhas de expressão que com o decorrer do tempo se tornam motivo de insatisfação pessoal. A 
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BIOLOGIA 
HUMANA
procura do método mais eficaz de preenchimento cutâneo permitiu uma evolução na prevenção 
e rejuvenescimento natural da pele. A aplicação de ácido hialurônico configura-se como uma 
das melhores técnicas por seguir as características ideais de segurança e eficácia (BERNARDES 
et al., 2018).
 Entre as moléculas do orgânicas destacam-se os glicosaminoglicanos (ácido 
hialurônico; condroitim sulfato, dermatam sulfato; heparam sulfato, heparina e queratam 
sulfato); proteoglicanos (agrecam, versicam, decorim, biglicam, fibromodulina); 
glicoproteínas e proteínas de adesão (fibronectina, condronectina e osteonectina). Essas 
macromoléculas formam várias interações umas com as outras, com as fibras e/ou com 
as células formando uma rede (GLEREAN; SIMÕES, 2013).
As fibras são estruturas muito alongadas constituídas por proteínas polimeralizadas 
sendo as fibras colágenas, reticulares e elásticas os principais tipos de fibras do 
conjuntivo variando sua quantidade de acordo com cada região que o conjuntivo esteja. 
As fibras podem ser classificadas em dois grandes grupos, as colágenas (fibras colágenas 
mais reticulares) e elásticas (fibras elásticas). A fibra colágena é a fibra mais comumente 
encontrada no conjuntivo e a proteína mais abundante do corpo (ARAÚJO, 2015). 
As fibras colágenas compreendem uma grande família com mais de 20 tipos de fibras 
com funções distintas. As mais comuns são formadas predominantemente por moléculas 
de colágeno tipo I, que estão associadas a quantidades menores de moléculas de outros 
tipos de colágeno e de moléculas não colágeno. São fibras duras e de grande resistência à 
tração. Estão presentes em quase todos os órgãos, nas mucosas, em torno de nervos, nas 
cápsulas que revestem e protegem vários órgãos, na fáscia muscular que reveste e contém 
os músculos, nos tendões que unem músculos a ossos e na MEC do osso. Sua principal 
função é conferir força e flexibilidade ao tecido conjuntivo. Fibroblastos, condroblastos, 
osteoblastos e outras células podem produzir essas fibras (ABRAHAMSOHN, 2016).
EXERCICIO:
Atualmente já se conhecem muitas alterações relacionadas ao colágeno. Após 
uma lesão de pele, algumas pessoas produzem e acumulam uma quantidade 
excessiva de colágeno tipo I, uma cicatriz patológica denominada “queloide”.
Faça uma busca na internet sobre outros tipos de cicatrizes.
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BIOLOGIA 
HUMANA
As fibras reticulares são fibras colágenas do tipo III extremamente finas e que formam 
uma extensa rede flexível ao redor dos órgãos que é muito importante, principalmente 
em órgãos e estruturas que passam por constantesmudanças em sua forma e tamanho 
como: artérias, baço, fígado, útero e camadas musculares do intestino (ARAÚJO, 2015).
O tecido conjuntivo pode originar outros tecidos como adiposo, cartilaginoso e 
hematopoiético, porém, existe um conjunto de tecido conjuntivo que mantem suas 
características básicas apresentadas nesta unidade que são: matriz extracelular, presença 
de fibras, substância fundamental, liquido intersticial (tissular). Para estes tipos de 
tecido conjuntivo que mantem essas características chama-se de tecido conjuntivo 
propriamente dito.
O tecido conjuntivo propriamente dito pode se apresentar como frouxo e denso. 
O tecido conjuntivo frouxo (Figura 19) é o mais comum no corpo humano, estando 
presente em praticamente todos os órgãos. Tem essa denominação pois apresenta uma 
consistência delicada, com células e fibras dispersas, imersas em abundante substância 
fundamental (SOUZA; MEDRADO; GITIRANA, s.d). 
Figura 19. Tecido conjuntivo frouxo. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/areolar-connective-tissue-under-microscope-
-view-1357613165?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-4&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
O tecido conjuntivo denso (Figura 20), em contrapartida, se caracteriza pela 
abundância de elementos fibrosos, preferencialmente fibras de colágeno, o que lhe 
confere grande resistência, sem grandes espaços visíveis de substância fundamental 
(SOUZA; MEDRADO; GITIRANA, s.d). 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/areolar-connective-tissue-under-microscope-view-1357613165?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-4&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/areolar-connective-tissue-under-microscope-view-1357613165?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-4&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 20. Tecido conjuntivo denso. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/background-dense-connective-tissue-microsco-
pe-1050121772?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-8&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
No Quadro 1 a seguir você pode conhecer os diferentes tipos de tecido conjuntivo.
Tecido conjuntivo
Tecido conjuntivo propriamente dito
Frouxo
Denso
Tecido conjuntivo especializado
Adiposo
Cartilaginoso
Ósseo
Hematopoiético
Quadro 1. Tipos de tecido conjuntivo.
Fonte: A AUTORA (2019).
Há duas categorias de células no tecido conjuntivo propriamente dito. Uma delas é 
formada por células originárias ou não no próprio tecido, mas que nele permanecem 
constantemente. São as células residentes do tecido conjuntivo, grupo formado por: 
células mesenquimais (já descritas no início da unidade) fibroblastos, macrófagos e 
mastócitos.
Outra categoria é formada por células provenientes de outros locais do organismo 
(p. ex., medula óssea, órgãos linfoides) que chegam ao tecido conjuntivo pelos vasos 
sanguíneos ou linfáticos e exercem suas principais atividades no tecido conjuntivo. São 
denominadas células transientes (também chamadas transitórias), e desse grupo fazem 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/background-dense-connective-tissue-microscope-1050121772?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-8&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/background-dense-connective-tissue-microscope-1050121772?src=FiALgkk2TPRLH-rBdaj9jA-1-8&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
parte os neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos (ABRAHAMSOHN, 2016).
O fibroblasto é a célula principal do tecido conjuntivo. Têm este nome quando 
são células jovens, em plena atividade produtiva, enquanto as células velhas, que já 
terminaram seu trabalho de fabricação dos fibroblastos, chamam-se fibrócitos. O 
fibroblasto apresenta núcleo grande e citoplasma rico em retículo endoplasmático rugoso 
(RER) e aparelho de Golgi desenvolvido. Os fibrócitos apresentam pouco citoplasma e são 
pobres em RER além de possuírem um núcleo menor e alongado. Havendo um estímulo, 
como ocorre nos processos de cicatrização, o fibrócito pode voltar a sintetizar fibras, 
reassumindo a forma de fibroblasto. Os fibroblastos são responsáveis pela produção e 
manutenção da matriz extracelular (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). 
Os macrófagos  são células oriundas dos monócitos circulantes, que adentram o 
tecido conjuntivo. Têm morfologia variável, apresentando núcleo em forma de rim ou 
ovoide, e cromatina condensada. O citoplasma é irregular, podendo formar expansões 
que constituem verdadeiros pseudópodes. O citoplasma contém quantidade abundante 
de vacúolos endocíticos, lisossomos ou fagolisossomos. Os macrófagos são células de 
defesa muito ativas que contém muitos lisossomos e têm papel importante na remoção 
de restos de células e outros elementos. Aos macrófagos presentes em algumas regiões 
do corpo foram dados nomes específicos, tais como: células apresentadoras de antígenos 
aparecem em várias localidades, como nos nódulos linfáticos, e possuem maior número 
de prolongamentos para melhor desempenho de funções; células de Kupffer (fígado); 
células da poeira (pulmão); células de Langerhans (pele); micróglia (sistema nervoso 
central); macrófagos esplênicos nos cordões esplênicos de Billroth (baço) (GLEREAN; 
SIMÕES, 2013).
Os mastócitos, compreendem uma célula oval, núcleo central com grânulos com 
glicosaminoglicanos, histaminas e proteases neutras no citoplasma. Essas células têm 
origem na medula óssea e atuam na resposta imune, como em inflamações, reações 
alérgicas e na expulsão de parasitas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
SAIBA MAIS:
O que você acha de conhecer as outras células do tecido conjuntivo? 
Faça uma leitura da obra intitulada “Tecido Conjuntivo” de Diego Pereira de 
Araújo publicado em 2015 que está disponível na plataforma online da disciplina.
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BIOLOGIA 
HUMANA
2.3 TECIDO MUSCULAR 
É o tecido responsável pelos movimentos corporais, composto por células que têm a 
capacidade de contração. As células musculares são especialmente adaptadas para esta 
função, pois são alongadas e, por esta razão, também denominadas fibras musculares 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). 
PARA REFLETIR:
ATENÇÃO! Não confunda fibras musculares (células do tecido muscular) com 
as fibras do tecido conjuntivo, as quais são componentes da matriz extracelular.
A contração muscular resulta da interação entre moléculas de actina e de miosina. 
A disposição dessas moléculas não é a mesma nos vários tipos de tecido muscular. As 
fibras musculares geralmente se associam em grupos de centenas ou milhares de células, 
formando feixes de espessuras e extensões muito variados ou formando camadas na 
parede de órgãos, principalmente em tubos ocos (p. ex., no intestino, no coração e nos 
vasos sanguíneos) (ABRAHAMSOHN, 2016).
As fibras musculares apresentam uma estrutura especial que é a base para a contração, 
as miofibrilas, as quais são constituídas por filamentos delgados (filamentos de actina) 
e os filamentos espessos (constituídos por miosina). Esses filamentos ocupam a maior 
parte do citoplasma, que nas células musculares é também designado de sarcoplasma. 
Outros componentes das células musculares também receberam nomes especiais, 
a membrana plasmática é chamada de sarcolema e o retículo endoplasmático liso, de 
retículo sarcoplasmático (AIRES, s.d) (Figura 21).
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 21. Estrutura do tecido muscular. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/muscle-anatomy-199867766?src=eJzkt-gM-
qP4BlEjFFNMXXQ-1-56&studio=1. Acesso 29 jun. 2019
De acordo com suas características morfológicas e funcionais, o tecido muscular é 
dividido em três tipos (Figura 22): 
a) o estriado esquelético que é responsável por tracionar os ossos nos movimentos 
voluntários;
b) o liso está presente dentro de órgãos como no intestino por exemplo;
c) e o estriado cardíaco que aparece no coração (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/muscle-anatomy-199867766?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-56&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/muscle-anatomy-199867766?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-56&studio=148
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 22. Tipos de tecido muscular. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/thre-
e-types-muscle-tissue-anatomy-muscular-732265609?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-1&studio=1. 
Acesso 29 jun. 2019.
Vamos conhecer cada um deles?
2.3.1 Músculo estriado esquelético
Os músculos, como o bíceps, por exemplo, são formados por milhares de fibras 
musculares, (longas, cilíndricas e multinucleadas) organizadas em conjuntos de feixes 
(Figura 23). Estes são envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio, 
que recobre o músculo inteiro. Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo que 
se dirigem para o interior do músculo, separando os feixes. Esses septos constituem o 
perimísio. 
Assim, o perimísio envolve os feixes de fibras. Entre as fibras musculares há uma 
delicada camada de tecido conjuntivo, denominada endomísio, formada por fibras 
reticulares e células do tecido conjuntivo. O endomísio contém uma extensa rede de 
capilares sanguíneos. Cada célula muscular esquelética é envolvida por uma lâmina basal. 
O tecido conjuntivo do músculo contém ainda vasos linfáticos e nervos (JUQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018). 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/three-types-muscle-tissue-anatomy-muscular-732265609?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-1&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/three-types-muscle-tissue-anatomy-muscular-732265609?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-1&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 23. Fotomicrografia do músculo estriado esquelético. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/histology-human-skeletal-muscle-under-micros-
cope-656281585?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-19&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
Como já citado anteriormente, a membrana da fibra muscular é denominada de 
sarcolema e o retículo endoplasmático de retículo sarcoplasmático, responsável por 
armazenar íons Ca++. As fibras musculares estriadas têm a forma de um cilindro. Cada 
fibra muscular é constituída por estruturas denominadas de miofibrilas. As miofibrilas 
são compostas por miofilamento. 
Os miofilamentos são constituídos pelas proteínas: miosina e actina. Os filamentos 
de actina e de miosina são arranjados ao longo da fibra muscular e se sobrepõem. Esta 
sobreposição produz bandas microscópicas ou estriações, que é característica do músculo 
estriado. Ao microscópio óptico a fibra muscular apresenta estriações transversais pela 
alternância de faixas claras e escuras. 
Ao microscópio de polarização a faixa escura é anisotrópica e recebe o nome de 
banda A (formada pelos miofilamentos de miosina), enquanto a faixa clara, ou banda I, 
é isotrópica (formada pelos miofilamentos de actina). Dentro da banda A de uma fibra 
descontraída existe uma região mais clara, denominada zona H. No centro de cada banda 
I aparece uma linha transversal escura - a linha Z, que delimitem os sarcômeros. Um 
sarcômero é uma unidade funcional da contração muscular. Uma célula muscular tem 
entre dezenas e centenas de sarcômeros arranjados na miofibrila (IFSC, s.d). (Figura 24)
O músculo estriado esquelético apresenta contração voluntária e rápida.
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/histology-human-skeletal-muscle-under-microscope-656281585?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-19&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/histology-human-skeletal-muscle-under-microscope-656281585?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-19&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 24. Estrutura da fibra muscular. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structure-skeletal-muscle-fiber-
116411524?src=tsLrtA8EpArP-1BIWSeewA-1-30&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
2.3.2 Músculo liso
Composto por células pequenas, alongadas e fusiformes, com extremidades afiladas, 
que não apresentam estriações transversais no citoplasma. Cada célula muscular lisa, 
possui apenas um núcleo central de forma oval, com um ou mais nucléolos evidentes. As 
células musculares lisas podem ocorrer isoladamente, ou agrupadas formando camadas, 
tal como ocorre no tubo digestório, pulmões etc. Ao redor de cada célula, nota-se uma 
lâmina basal onde se inserem fibras colágenas. Da mesma maneira que nos outros 
tecidos musculares, as fibrilas colágenas formam uma rede ao redor de todas as células 
musculares. 
As células musculares lisas apresentam junções comunicantes (gap), de tal modo que 
as agrupadas formam camadas que funcionam como um sincício, onde o estímulo para 
a contração passa de uma célula a outra, tal como ocorre na maioria dos órgãos ocos 
(intestinos, útero, bexiga etc.). No citoplasma, ocorrem filamentos de actina e de miosina 
que se agrupam em feixes irregulares, dispostos em várias direções, formando uma trama 
tridimensional. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structure-skeletal-muscle-fiber-116411524?src=tsLrtA8EpArP-1BIWSeewA-1-30&studio=1
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/structure-skeletal-muscle-fiber-116411524?src=tsLrtA8EpArP-1BIWSeewA-1-30&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 25. Estrutura do músculo liso.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/smooth-muscle-tissue-anatomy-relaxed-con-
tracted-422128825?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-36&studio=1. Acesso 29 jun. 2019
O músculo liso apresenta contração involuntária, lenta e fraca, sendo controlada 
pelo sistema nervoso autônomo ou por hormônios. Diferente do músculo estriado 
esquelético, no liso e no cardíaco não se define o epimísio, perimísio e endomísio 
(GLEREAN; SIMÕES, 2013).
2.3.3. Músculo cardíaco
O músculo cardíaco tem os mesmos tipos e o mesmo arranjo de filamentos contráteis 
(miosina e actina) do músculo esquelético. Portanto, as células musculares cardíacas 
apresentam estriações transversais, mas ao contrário das fibras esqueléticas que são 
multinucleadas, as fibras cardíacas possuem apenas um ou dois núcleos centralmente 
localizados (AIRES, s.d) (Figura 26).
52
BIOLOGIA 
HUMANA
Figura 26. Fotomicrografia do músculo cardíaco. 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/striated-cardiac-myocytes-showing-yellow-pig-
ment-185476910?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-14&studio=1. Acesso 29 jun. 2019.
A organização das miofibrilas e dos sarcômeros é similar à das fibras esqueléticas, 
assim como o mecanismo de contração por deslizamento dos filamentos finos em 
relação aos filamentos espessos e seu deslocamento para os centros dos sarcômeros. 
Uma importante peculiaridade das fibras cardíacas são as estruturas denominadas 
discos intercalares. Esses discos marcam os limites longitudinais das células musculares 
cardíacas (ABRAHAMSOHN, 2016).
A microscopia eletrônica de transmissão revelou que os discos intercalares são formados 
por superfícies especializadas de células musculares adjacentes e que apresentam muitas 
junções intercelulares de dois tipos: junções responsáveis por adesão intercelular e junções 
comunicantes. Junções comunicantes participam da transmissão do impulso de contração 
entre células vizinhas. São essenciais para que a contração (contínua e involuntário) de 
conjuntos de fibras seja sincronizada (ABRAHAMSOHN, 2016).
2.4 TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso é distribuído pelo organismo, interligando-se e formando uma 
rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Anatomicamente, esse sistema 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/striated-cardiac-myocytes-showing-yellow-pigment-185476910?src=eJzkt-gMqP4BlEjFFNMXXQ-1-14&studio=1
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BIOLOGIA 
HUMANA
é dividido em: Sistema Nervoso Central (SNC), formado pelo encéfalo e pela medula 
espinal, e Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos e por pequenos 
agregados de células nervosas denominados gânglios nervosos (Figura 27). 
O tecido nervoso é composto principalmente por células nervosas (neurônios) e 
células da glia ou neuroglias (astrócitos, oligodendrócitos e as

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