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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM: RESGATANDO SUAS RELAÇÕES
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FIGURA 9 – UMA TRIBO INDÍGENA – ADULTOS ENSINANDO CRIANÇAS A PESCAR
FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com>. Acesso em: 14 jul. 2011.
FIGURA 10 – UMA SALA DE AULA DO JAPÃO
FONTE: Disponível em: <diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em: 14 jul. 2011.
FIGURA 11 – ESQUIMÓS APRENDENDO A CAÇAR
FONTE: Disponível em: <bbc.co.uk>. Acesso em: 14 jul. 2011.
Exemplos de aprendizagem em culturas diferentes
TÓPICO 2 | PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM: RELAÇÕES E IMPLICAÇÕES
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E aqui chegamos à escola: segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) (BRASIL, 1997), pode-se afirmar que o aluno precisa elaborar hipóteses e 
experimentá-las para que se alcance uma aprendizagem significativa. Fatores e 
processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes neste momento. Os 
conhecimentos gerados na história pessoal e educativa têm um papel determinante 
na expectativa que o aluno tem da escola e de si mesmo, nas suas motivações e 
interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima.
3 RELAÇÕES ENTRE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA 
APRENDIZAGEM
Conforme aponta Antunes (2000), ao longo da nossa história a psicologia 
tornou-se parte constitutiva do pensamento educacional brasileiro. Isso significa 
que é possível localizar com maior ou menor grau de clareza e importância 
diferentes contribuições da psicologia, provenientes de variadas tendências 
teóricas, nos processos constitutivos dos ideários pedagógicos que fundamentam 
práticas e propostas educacionais no Brasil.
Assim, se é verdade que os conhecimentos psicológicos podem efetivamente 
contribuir para a elaboração de propostas mais consistentes que resultem em 
melhorias do processo ensino-aprendizagem, é fundamental que o psicólogo escolar 
compreenda e domine tanto os referenciais da psicologia, quanto os da educação.
A finalidade principal da Psicologia da Educação é utilizar e aplicar os 
conhecimentos, os princípios e os métodos da psicologia para construir, intervir no estudo dos 
fenômenos educativos.
Por esse motivo, a sua origem e evolução são inseparáveis, tanto da origem 
e da evolução da psicologia científica como da evolução das práticas educativas, 
das funções que lhes são atribuídas socialmente e da sua vinculação a outras áreas 
da atividade humana (SALVADOR, 1999).
Em resumo, até 1920, “uma parte considerável dos trabalhos e das pesquisas 
em psicologia da educação direciona-se à construção e ao aperfeiçoamento de 
instrumentos de medida objetiva das capacidades intelectuais, dos traços de 
personalidade e do rendimento escolar” (SALVADOR, 2000, p. 28).
Em relação aos processos de aprendizagem, podemos destacar as 
influências dos primeiros psicólogos da educação: Edward L. Thorndike e Charles 
H. Judd. Entre as leis de aprendizagem formuladas por Thorndike, a lei do 
efeito é talvez a que teve maior repercussão para o desenvolvimento posterior 
da psicologia da aprendizagem. Segundo essa lei, as condutas aprendidas são 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM: RESGATANDO SUAS RELAÇÕES
30
as que satisfazem um determinado impulso, positivo ou negativo, isto é, as que 
satisfazem uma necessidade ou evitam um perigo, enquanto que as condutas que 
impedem a satisfação de uma necessidade do organismo ou que o atemorizam 
não se aprendem. O seu livro Educational Psychology, publicado no ano de 1903, 
é uma das primeiras tentativas de definir e delimitar o campo de trabalho da 
Psicologia da Educação.
Thorndike e Judd, psicólogos da educação, apesar de serem contemporâneos 
e de compartilharem o reconhecimento, o pensamento de Judd representa um 
enfoque sensivelmente diferente do de Thorndike. Toda sua obra é marcada pela 
preocupação de conseguir que o conhecimento psicológico seja relevante e útil na 
educação escolar.
A principal finalidade da psicologia da educação é, segundo esse autor, 
analisar os processos mentais mediante os quais a criança assimila esse sistema de 
experiência social acumulada, que são as disciplinas incluídas no currículo escolar 
(SALVADOR, 2000).
Shinyashiki (1988) pauta as variáveis inseparáveis da aprendizagem 
e faz referência, além da estrutura cognitiva, aos fatores motivacionais e 
atitudinais, entre os quais estão o anseio de saber, a necessidade de realizações e 
o envolvimento do ego.
Em outras palavras, a aprendizagem não ocorre apenas no plano 
cognitivo. Além da inteligência, a aprendizagem abrange os aspectos orgânicos 
corporais, afetivos e emocionais. Por exemplo, o objetivo da escola, para a criança 
com dificuldade na aprendizagem, é auxiliá-la no desenvolvimento de suas 
potencialidades.
A afetividade determina os fins do comportamento, e as estruturas 
cognitivas providenciam os meios ou instrumentos. Todo comportamento implica 
um aspecto impetuoso ou cognitivo, uma vez que a vida afetiva e a vida cognitiva 
são intrínsecas.
No que se refere à contribuição psicanalítica, Silva (1977) evidencia 
a existência de fenômenos psíquicos inconscientes e suas influências sobre a 
atividade consciente e, consequentemente, sobre o aprendizado. Existem também 
a inibição e os sintomas de ansiedade, que são conflitos psíquicos expressos em 
sintomas reveladores de um sentimento de sofrimento mental.
Beesley (apud KRYNSKI, 1985) conclui, em estudos, que crianças 
maltratadas, com problemas de aprendizagem, eram desvalorizadas tanto pela 
família quanto pela escola. O conceito de si mesma era precário e revertia em 
problemas de relacionamento interpessoal.
Ao falar sobre o ambiente familiar, pode-se apontar como causa de 
problemas escolares as atitudes de ansiedade e de excessiva preocupação, ou então 
de indiferença e de descaso, dos pais e cuidadores em relação aos filhos.
TÓPICO 2 | PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM: RELAÇÕES E IMPLICAÇÕES
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4 A PRÁTICA EM PSICOLOGIA ESCOLAR: HABILIDADES E 
IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE APRENDER
A psicologia escolar é aqui entendida como área de estudo da psicologia e de 
atuação, formação profissional do psicólogo, que tem no contexto educacional, escolar 
ou extraescolar, mas a ele relacionada, o foco de sua atenção, e na revisão crítica dos 
conhecimentos acumulados pela psicologia como ciência, pela pedagogia e pela 
filosofia da educação, a possibilidade de contribuir para a superação das indefinições 
teórico-práticas que ainda se colocam nas relações entre psicologia e educação.
Meira (2000) defende que o melhor lugar para o psicólogo escolar é o lugar 
possível, seja dentro ou fora de uma instituição escolar. Desde que ele se coloque 
dentro da educação e assuma um compromisso teórico e prático com as questões 
da escola, já que, independente do espaço profissional que possa estar ocupando, 
ela deve se constituir no foco principal de sua reflexão.
O psicólogo deve partir do princípio de que educar um indivíduo 
pressupõe transformá-lo e ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades; deve 
considerar que a prevenção ativa das perturbações escolares, sociais ou afetivas 
dos alunos e a melhoria do ambiente escolar e familiar resultam em benefício da 
própria sociedade.
O psicólogo na escola terá uma atuação preventiva ligada aos processos de 
identificação, de avaliação e de reeducação, favorecendo a dinâmica das relações 
sociais, passando a exercer as funções de neutralização, integração, diferenciação 
e de informação. 
A atuação do psicólogo na escola não se limita ao diagnóstico, à orientação 
e ao encaminhamento dos casos mais difíceis. Tampouco, a fazer psicoterapia. O 
psicólogo escolar trabalha com a equipe da gestão escolar. Não há motivos para ser 
resistente a ele, ou considerá-lo como elemento persecutório, pois o seu objetivo é 
contribuir com o processo de aprendizagem. 
A seguir, algumas competências do psicólogo escolar,
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