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Na cultura do fracasso escolar, o motivo mais apontado pelos educadores como responsável é o "aluno-problema", que é apresentado como portador dos...


Na cultura do fracasso escolar, o motivo mais apontado pelos educadores como responsável é o "aluno-problema", que é apresentado como portador dos fatores que resultam em seu próprio insucesso. Entretanto, existem autores, como Maria Helena Souza Patto (1999), que causaram impactos nessa visão e entendem que esse fenômeno é multideterminado, devendo ser analisado por diversos ângulos.

Na metáfora "A árvore que não dá frutos é xingada de estéril. Quem examina o solo?", Berthold Brech (apud PATTO, 1999, p. 26) parece problematizar sobre a culpa que colocam no aluno por suas dificuldades escolares. No modo dominante de pensar as coisas referentes à escolaridade, o que seria esse solo?

I. A genética do aluno, que não herdou as aptidões naturais humanas para aprender, então ele não pode ser culpado por apresentar déficits cognitivos, transtornos de comportamentos e doenças mentais.

II. A condição de pobreza, já que o pouco repertório cultural, a carência afetiva e os problemas de desestruturação familiar afetam diretamente a aquisição de habilidades e competências necessárias para serem inseridas na escola.

III. A escola de massas, que produziu um solo infértil para a aprendizagem, já que o professor tem que ensinar todo mundo, no mesmo tempo e no mesmo espaço, sem ter condições para isso.

IV. A organização do ensino, a avaliação e o currículo por competências, pois desenvolvem atributos e méritos pessoais que podem prosseguir os que desenvolvem as competências individuais consideradas necessárias.

V. O contexto social, político e econômico, que precisa ser analisado sem as alegações de culpas, levando em conta eventuais dificuldades relacionadas às suas características e condições de vida como dados da realidade a ser superada, e não como obstáculos ao trabalho educacional.

Dessas afirmativas, podemos considerar que faz(em) parte do modo dominante de pensar:


💡 1 Resposta

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Vamos analisar cada afirmativa: I. A genética do aluno, que não herdou as aptidões naturais humanas para aprender, então ele não pode ser culpado por apresentar déficits cognitivos, transtornos de comportamentos e doenças mentais. - Essa afirmativa não faz parte do modo dominante de pensar, pois responsabilizar a genética do aluno não é uma visão predominante na cultura do fracasso escolar. II. A condição de pobreza, já que o pouco repertório cultural, a carência afetiva e os problemas de desestruturação familiar afetam diretamente a aquisição de habilidades e competências necessárias para serem inseridas na escola. - Essa afirmativa faz parte do modo dominante de pensar, pois a influência da condição de pobreza nas dificuldades escolares é amplamente reconhecida. III. A escola de massas, que produziu um solo infértil para a aprendizagem, já que o professor tem que ensinar todo mundo, no mesmo tempo e no mesmo espaço, sem ter condições para isso. - Essa afirmativa faz parte do modo dominante de pensar, pois a crítica à escola de massas e suas limitações é uma visão comum na discussão sobre o fracasso escolar. IV. A organização do ensino, a avaliação e o currículo por competências, pois desenvolvem atributos e méritos pessoais que podem prosseguir os que desenvolvem as competências individuais consideradas necessárias. - Essa afirmativa não faz parte do modo dominante de pensar, pois responsabilizar a organização do ensino e o currículo por competências não é uma abordagem predominante na cultura do fracasso escolar. V. O contexto social, político e econômico, que precisa ser analisado sem as alegações de culpas, levando em conta eventuais dificuldades relacionadas às suas características e condições de vida como dados da realidade a ser superada, e não como obstáculos ao trabalho educacional. - Essa afirmativa faz parte do modo dominante de pensar, pois reconhece a importância do contexto social, político e econômico nas dificuldades enfrentadas pelos alunos. Portanto, as afirmativas II, III e V fazem parte do modo dominante de pensar na cultura do fracasso escolar.

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