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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DESENVOLVIMENTO DE UMA FORMULAÇÃO FITOCOSMÉTICA CONTENDO O EXTRATO DA GOIBEIRA (PSIDIUM GUAJAVA)

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Prévia do material em texto

11
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
FARMÁCIA
FRANCISCA JAMILIE PINTO ALVES
trabalho de conclusão de curso
desenvolvimento de uma formulação FITOCOSMÉTICa contendo o extrato da goibeira (pSIDIUM GUAJAVA)
FORTALEZA
2018
FRANCISCA JAMILIE PINTO ALVES
desenvolvimento de uma formulação FITOCOSMÉTICa contendo o extrato da goibeira (pSIDIUM GUAJAVA)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia, daFaculdade UNINASSAU, como requisito parcial à obtenção do grau Bacharel em Farmácia.
Orientadora: Profª. Me. CinaraVidal Pessoa
FORTALEZA
2018
FRANCISCA JAMILIE PINTO ALVES
desenvolvimento de uma formulação FITOCOSMÉTICa contendo o extrato da goibeira (pSIDIUM GUAJAVA)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia, da Faculdade UNINASSAU, como requisito parcial à obtenção do grau Bacharel em Farmácia.
.
Data de Aprovação:_______/______/______.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profa. Me. Cinara Vidal Pessoa (Orientadora)
Faculdade Maurício de Nassau
______________________________________
Prof. Dr. Márcio de Souza Cavalcante (Membro)
Faculdade Maurício de Nassau
________________________________________
Prof. Esp. Daniel Soares do Nascimento
Faculdade Maurício de Nassau
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais, meu marido, amigos e professores, que me apoiaram e compartilharam comigo mais esse momento da minha vida.
aGRADECIMENTO
Esta experiência é a prova de toda aquisição de conhecimento e que os desafios existem para serem superados. Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida.Aos meus pais, pelo alicerce e ao meu marido Toniwton Souto, pelo apoio e dedicação.
As professoras, Cinara Vidal Pessoa e a professora Kellen Miranda Sá, pela orientação e pelo constante estímulo transmitido durante o trabalho
Aos professores, Daniel Soares, Márcio Cavalcante e Emiliano Rios pelas sugestões no desenvolvimento do trabalho e ao Igor Soares pelo apoio e auxílio nos testes laboratoriais.
RESUMO
O uso de plantas ou extratos vegetais em cosméticos cresce exponencialmente com o avanço de pesquisas na área, gerando novas oportunidades para a indústria de fitocosméticos no Brasil. Os extratos vegetais, como o da goiabeira (Psidium guajava) possuem diversas atividades biológicas, alguns, por exemplo, possuem atividade antibacteriana, antioxidante e antifúngica e estes têm sido rastreados como potencial fonte de novos compostos para o tratamento capilar. Sob essa perspectiva, este trabalho visou o desenvolvimento de um shampoo com ativo natural de folhas de Psidium guajava L para o cuidado capilar. Foi elaborada uma formulação fitocosmética utilizando ativos das folhas da Goiabeira (Psidium guajava), verificando os constituintes existentes no extrato através da prospecção fitoquímica, propriedades físico-químicas e as características organolépticas da formulação. Na triagem fitoquímica foi verificada a presença de taninos, flavonoides, saponinas e cumarinas. Os resultados obtidos demonstraram que o extrato glicólico apresenta compatibilidade química entre os componentes da formulação e podem ser incorporados em shampoo como antioxidantes apresentando boa estabilidade. As propriedades físico-químicas são compatíveis com as preconizadas pela ANVISA para esse tipo de produto. A importância do shampoo formulado ao mercado farmacêutico é oferecer ao consumidor um produto inovador e seguro, capaz de garantir a manutenção dos fios e a integridade do couro cabeludo.
Palavras-chave: Psidium guajava L; Fitocosmético; Fitoquímica.
abstract
The use of plants or plant extracts in cosmetics grows exponentially with the advancement of research in the area, generating new opportunities for the phytocosmetics industry in Brazil. Plant extracts such as guava (Psidium guajava) have several biological activities, some of which, for example, have antibacterial, antioxidant and antifungal activity, and these have been traced as potential sources of new compounds for capillary treatment. From this perspective, thiswork aimed to develop a shampoo with natural active leaves of Psidium guajava L for capillary care. A phytocosmetic formulation was developed using the active ingredients of the leaves of Goiabeira (Psidium guajava), verifying the constituents in the extract through phytochemical prospecting, physicochemical properties and the organoleptic characteristics of the formulation. In the phytochemical evaluation the presence of tannins, flavonoids, saponins and coumarins was verified. The obtained results demonstrated that the glycolic extract presents chemical compatibility between the components of the formulation and can be incorporated in shampoo as antioxidants presenting good stability.The physicochemical properties are compatible with those recommended by ANVISA for this type of product. The importance of the shampoo formulated to the pharmaceutical market is to offer the consumer an innovative and safe product, guaranteeing the maintenance of the hair and the integrity of the scalp, using medicinal plant extract with the purpose of promoting health and well-being to the population, since the search for natural products has become more and more growing.
Key words: Psidium guajava; Phytochemical; Phytochemistry.
LISTA DE imagem 
Imagem1 – Folhas da goiabeira cortadas.................................................................19 
Imagem2- Fitração do extrato hidralcoolicolico.........................................................19 
Imagem3- Elaboração do extrato com glicólico.........................................................19 
Imagem4- Identificação de Flavonoides, Reação de Shinoda..................................27 
Imagem5- Identificação de Esteroides, Lieberman-Burchard....................................27 
Imagem6- Identificação de Saponinas, agitação.......................................................27 
Imagem7- Identificação de Cumarina, CCD..............................................................28 
Imagem8- Identificação de Taninos, reação com Cloreto de ferro............................28 
Imagem9- Frasco plástico opaco contendo o shampoo fitocosmético contendo extrato de Psidium guajava.................................................................................29
lista de tabelas
Tabela 1 - Componentes da formulação do shampoo fitocosmético contendo óleo extrato de Psidium guajava........................................................................................22 
Tabela 2 - Resultado da triagem fitoquímica das folhas e do extrato hidroalcoólico a quente dePsidium guajava L......................................................................................25 
Tabela 3 - Resultado da triagem fitoquímica das folhas e do extrato hidroalcoólico a frio de Psidium guajava L...........................................................................................26 
Tabela 4 – Avaliação das propriedades físico-químicas do shampoo fitocosmético contendo extrato de Psidium guajava........................................................................30
LISTA DE ABREVIATURAS e sÍmbolos
	ABIHPEC
	Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
	ANVISA
	Agência de Vigilância Sanitária
	CCD
	Cromatografia de camada delgada
	CMI
	Concentração Mínima Inibitória
	Cps
	Centipoise
	P&D
	Pesquisa e Desenvolvimento
	HCl
	Ácido clorídrico
	HPPC
	Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
	NaOH
	Hidróxido de sódio
	pH
	Potencial de Hidrogênio
	%
	Porcentagem
			
sUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	11
2	OBJETIVOS	13
2.1	Objetivo geral	13
2.2	Objetivo Específico	13
3	REFERENCIAL TEÓRICO	14
3.1	Estrutura Capilar	14
3.2	Shampoo	16
3.3	Fitocosmético	16
3.4 Goiabeira (Psidium guajava)	17
4	METODOLOGIA	18
4.1	Tipo de estudo	18
4.2	Material vegetal	18
4.3	Preparo dos extratos hidroalcoólicos e glicólico das folhas de goiabeira (Psidiumguajava)	18
4.4	Prospecção fitoquímica	20
4.4.1	Verificação da presença de flavonóides	20
4.4.2	Verificação da presença de antocianos	20
4.4.3	Verificação da presença de alcaloides	20
4.4.4	Verificação da presença de saponinas	20
4.4.5	Verificação da presença de taninos	21
4.4.6	Verificação da presença de esteroides	21
4.4.7	Verificação da presença de antraquinonas	21
4.4.8	Verificação da presença de cumarinas	21
4.4.9	Verificação da presença de digitálicos	21
4.5	Processo de formulação do shampoo	22
4.5.1	Características organolépticas	23
4.5.2	Avaliação do pH	23
4.5.3	Densidade Relativa	23
4.5.4	Determinação da viscosidade	24
5	RESULTADOS E DISCUSSÃO	25
6	CONCLUSÃO	31
REFERÊNCIAS	32
1 INTRODUÇÃO
As plantas são fontes importantes de bioativos, que constituem a síntese de um grande número de fármacos. A utilização de tratamento a base de plantas medicinais tem uma grande aceitação devido os seus componentes químicos compostos bioativos, seus efeitos em diversas doenças e seu uso para a saúde humana como alimentos e nutracêuticos. Investimentos em pesquisas crescem exponencialmente, nos últimos anos, produtos fitocosméticos contendo extratos naturais estão disponíveis em todo o mundo(KAMATH, 2008; PINO et al., 2001; FARMACOPEIA, 2010).
O Brasil é considerado como um dos países com maiores perspectivas para a exploração de bioativos vegetais, visto que possui a mais rica flora do mundo, dispondo de um grande potencial para o desenvolvimento de produtos a partir de plantas medicinais(FIRMO, 2011).
Dentre as plantas comumente estudadas destaca-se a goiabeira (Psidium guajava, arbusto de porte pequeno a médio, pertencente à família das Myrtaceae e tem origem em regiões tropicais da América Sul e Central. Suas folhas jovens são utilizadas para fins terapêuticos. As partes mais utilizadas da planta são a casca, brotos, folhas e raízes(PEREIRA, 1995).
O extrato aquoso de suas folhas apresentam inúmeras atividades terapêuticas, várias foram descritas: anti-inflamatória, antimicrobiana, antimutagênica, antifúngica, antioxidantes e cicatrizantes, ações estas atribuídas principalmente a presença de flavonóides e taninos (DE ARAÚJO 2014).
Impulsionado principalmente pelo apelo que a biodiversidade exerce sobre as pessoas, nota-se um grande aumento no uso de produtos naturais em substituição aos derivados minerais e animais (FUNARI; FERRO, 2005). Diante disso, o trabalho teve como objetivo formular um shampoo fitocosmético rico em ativos e propriedades medicinais, sem parabenos, corante, fragrâncias artificiais, a partir do extrato das folhas da goiabeira (Psidium guajava), tendo em vista seu baixo custo e o grande potencial terapêutico. 
A importância do shampoo formulado ao mercado farmacêutico é oferecer ao consumidor um produto inovador e seguro, garantindo a manutenção dos fios e a integridade do couro cabeludo, utilizando extrato de planta medicinal com a finalidade de promover saúde e bem-estar a população, visto que a busca por produtos naturais tem se tornado cada vez mais crescente.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Desenvolver um shampoo tendo como base o extrato das folhas de goiabeira (Psidium guajava).
2.2 Objetivo Específico
· Produzir extratos para a elaboração da formulação;
· Realizar prospecção fitoquímica do extrato hidroalcoólico;
· Avaliar a estabilidade físico-química do fitocosmético.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Estrutura Capilar
O cabelo (do latim capĭllus), são fibras naturais, formado por um filamento queratinizado, composto basicamente por Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio, Oxigênio e Enxofre, que unidos representam 85% da composição do cabelo, completado por 12% de água e 3% de lipídios, que cresce a partir de cavidades, essa estrutura é localizada na derme, chamada de folículo piloso localizado a cerca de 2,0 a 2,5 da superfície da pele(WICHROWSKI 2007; BOLDUC; SHAPIRO, 2001). O fio de cabelo é um composto por três camadas: cutícula, córtex e medula (ROBBINS, 1994). 
A parte mais externa, a cutícula, é a região em torno do córtex cuja característica é ser quimicamente resistente, se constitui de células mortas achatadas (MAIO, 2011). Mais internamente vem o córtex que constitui a área de maior massa da fibra capilar, sendo uma camada intermediária da fibra, contribuindo para as propriedades mecânicas do cabelo, que são solidez, elasticidade e permeabilidade. O centro do fio é a medula, ainda não tem função determinada, alguns pesquisadores associam a medula com o primeiro instante da fase de germinação do fio (WICHROWSKI 2007, BOLDUC E SHAPIRO, 2001).
Os fios crescem e caem de acordo com um ciclo capilar é tradicionalmente reconhecido por três fases: anágena, catágena e telógena (MAIO, 2004).
 Na fase anágena o cabelo está crescendo de forma efetiva, ocorre uma intensa atividade mitótica na matriz, o desenvolvido dura entre 2 e 7 anos. Na fase catágena o crecimento é muito controlado, sendo denominada de fase de regressão ou involução. Essa etapa dura cerca de 3 semanas, o pelo deixa de crescer e separa-se da papila (WICHROWSKI, 2007).
No final desse processo de involução, a fase telógena, é caracterizada pelo desprendimento do fio do couro cabeludo, ou seja, o folículo repousa e o cabelo começa a cair, durando aproximadamente três meses, no qual o cabelo morto é compelido por um fio anágeno, e durante todo o processo a raiz do pelo permanece no folículo. Quando termina esta etapa, o ciclo capilar inicia-se novamente com a fase de crescimento (MAIO, 2004). 
O ser humano adulto possui cerca de 100 a 150 mil fios de cabelo e sua renovação se faz de três a cinco anos, a perda diária de 50 a 100 fios é considerada normal. Apesar de não desempenhar uma função vital, tem como função proteger a cabeça da perda de calor, e ainda das agressões dos raios solares, o que é feito através da melanina presente nele, a qual é também responsável pela sua coloração (MAIO, 2011).
Os cabelos são classificados como normais, secos, oleosos e mistos. O aparecimento de cabelos secos (ressecados) é devido à pouca produção de gordura pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo, não sendo suficiente para lubrificar o cabelo até as pontas, e cabelos gordurosos é devido à produção excessiva de gordura por essas isso ocorre devido ao funcionamento irregular das glândulas sebáceas do couro cabeludo, podendo haver nos cabelos secos ásperos e quebradiços e formação de caspa seca, ao contrário dos oleosos propensos ao aparecimento da seborréia oleosa ( WICHROWSKI,2007).
O couro cabeludo é uma região do corpo humano que possui uma alta prevalência de bactérias e fungos, devido à presença de umidade e secreção sebácea que tornam o meio propício para o crescimento dos mesmos. Poucos patógenos conseguem penetrar nessa região quando em pele íntegra, devido a proteção do sebo, valor de pH da área e pela presença de bacteriocinas (proteínas com atividade antimicrobiana) produzidas por algumas bactérias(MAIO, 2004). Ainda assim, alguns microrganismos possuem a capacidade de se fixar nos folículos pilosos e glândulas sebáceas; esta situação é mais comum em algumas faixas etárias, devido a alterações nos níveis de produção de ácidos graxos livres que favorece a colonização bacteriana (WICHROWSKI, 2007).
Devido a fatores favoráveis os microrganismos podem proliferar-se na região e fixar-se no folículo piloso e nas glândulas produtoras de sebo, levando a infecções como micoses superficiais e cutâneas, foliculites, dermatites e caspa. A partir disso entende-se a importância dos cabelos para a proteção do couro cabeludo, sendo assim produtos que cuidam destes estão sendo cada dia mais sendo procurado (MAIO, 2011).
3.2 Shampoo
O shampoo é um cosmético destinado para manter os cabelos e o couro cabeludo íntegros, é produto destinado à limpeza e ao embelezamento dos cabelos e do couro cabeludo. Apresenta características importantes como garantir a maciez, brilho, facilidade em pentear e redução de sua eletricidade estática(AMIRALIAN, 2018), além de ser de fácil a retirada duranteo enxágue, não irritar os olhos e as mucosas, e não modificar o pH do couro cabeludo.
Os shampoos podem ser encontrados na forma de líquido cremoso, líquidos opacos: com ou sem brilho pérola, gel ou até mesmo em pó. São classificados de acordo com o tipo de cabelo. Existem shampoos para cabelos normais, oleosos, secos e mistos ou com o benefício que proporcionam aos fios, como hidratação, proteção da cor, definição de cachos(AMIRALIAN, 2018).
A formulação básica de um shampoo é composta por água, tensoativos (detergentes), agentes condicionantes, espessantes, modificadores de textura, conservantes e fragrância. A água e os tensoativos são as substâncias de maior concentração, contando com cerca de 80% e 20% respectivamente. No entanto, os tensoativos são os protagonistas, uma vez que sem os mesmos, o produto não conseguiria exercer sua principal função de eliminar resíduos graxos, suor, poeira, células mortas, microrganismos e resíduos cosméticos que se depositam diariamente nos fios (PRISTA; NOGUEIRA, 1993).
3.3 Fitocosmético
Fitocosmético pode ser definido como o cosmético que contém ativo natural, de origem vegetal, seja um extrato, óleo ou óleo essencial, cuja ação define a atividade do produto devendo, portanto, passar por todas as etapas de pesquisa: proposição, criação e desenvolvimento, incluindo os testes de estabilidade que indicam o comportamento do produto, em diferentes condições ambientais e em determinado intervalo de tempo para assegurar a atividade durante toda sua vida útil (FIGUEIREDO et al., 2014).
Os shampoos fitocosméticos são produtos com propriedades terapêuticas. Esses cosméticos dedicam-se à aplicação dos extratos e princípios ativos e seus componentes obtidos dos vegetais, em proveito da higiene, estética, correção e manutenção de um estado normal e sadio da pele e dos cabelos(LEONARDI, 2008).
 3.4 Goiabeira (Psidium guajava) 
A goiabeira é uma planta de grande versatilidade, seus principais constituintes são taninos, flavonoides e óleos essenciais. A utilização dessa espécie tem uma elevada importância na promoção à saúde, visto que o extrato hidroalcoólico das folhas e do caule têm atividade antimicrobiana para bactérias Gram-negativas: Escherichia coli, Salmonela spp, Shigella spp, Proteus spp e Pseudomonas aeruginosa (CARVALHO et al., 2002). 
A atividade inibitória antimicrobiana da goiabeira pode ser atribuída aos fitoconstituintes da espécie, cumarinas, aos flavonoides, como a guaijaverina e quercetina, ao ácido psidiólico, triterpenos taninos e elagitaninos, (crategolicos, guaijavólicos, oleanólicos e ursólicos) e óleos essenciais contendo ß-sitosterol, ß-bisaboleno, ß-cariofileno, aromadendreno, ß-salineno, guaijaverina, nerolidiol e sel-11. -en-4 a- ol, que promovem preciptação de proteínas (MATOS, 1994, MARTINS et al., 2000).Também foram verificadas atividades antifúngicas do extrato vegetal com resultados bastante satisfatórios sobre as leveduras de C. albicans, C. tropicalis, C. stelatoidea e C. krusei. (PEREIRA et al., 2006). 
De acordo com Vicentino (2007) o extrato das folhas, apresentaram alta atividade antioxidante, sendo atribuída à presença de flavonoides, tais como a quercetina, canferol, mirecentina.
O Brasil é considerado como um dos países com maiores perspectivas para a exploração econômica da biodiversidade do planeta, possuindo uma das mais ricas floras do mundo, dispondo de um grande potencial para o desenvolvimento de produtos a partir de plantas medicinais (ANFARG, 2005; FIRMO, 2018).
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Trata-se uma pesquisa experimental, de caráter exploratório, realizada nos laboratórios do curso de Farmácia, da Universidade Federal do Ceará – UFC, campus Agronomia, em Fortaleza - CE, e nos laboratórios do curso de Farmácia, da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza – FAMETRO, campus Conselheiro Estelita, em Fortaleza – CE, durante os meses de agosto a novembro de 2018.
4.2 Material vegetal
O material vegetal para esse estudo foi coletado na área de plantio da Goiabeira (Psidium guajava L.) no campus da Universidade Federal do Ceará – UFC, entre os horários de 7h e 8h da manhã, durante o primeiro semestre de 2018. A exsicata(nome da espécie, local e data de coleta, nome do coletor etc.) da espécie encontra-se no Herbário Prisco Bezerra, Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará, sob o número 24504.
4.3 Preparo dos extratos hidroalcoólicos e glicólico das folhas de goiabeira (Psidium guajava)
Foram realizados dois métodos de extração para a obtenção do extrato hidroalcoólico: maceração e digestão.
 Os extratos foram produzidos a fim de realizar a prospecção fitoquímica para a detecção de seus constituintes.
Para o método de extração a frio (maceração) as folhas frescas foram cortadas em 4 partes e colocadas em contato direto com o solvente (álcool etílico 70%). A extração ocorreu por 24 horas em proporção 400g para 1 litro de álcool. O extrato foi filtrado e acondicionado em frasco âmbar(MATOS, 2009) (IMAGEM 1).
O método de extração a quente (digestão) foi realizado com as folhas frescas cortadas em 4 partes e colocadas em contato direto com o solvente (álcool etílico 70%), o extrato etanólico absoluto foi obtido através do aquecimento a 40°C durante 1 hora, proporção 400g para 1 litro de álcool. O extrato foi filtrado e acondicionado em frasco âmbar(MATOS, 2009).
O extrato glicólico das folhas foi preparado para ser incorporado ao shampoo base e assim desenvolver o produto final, o fitocosmético. Foi realizado o método de maceração para obtenção do extrato glicólico, utilizou-se uma proporção de 400g da matéria prima vegetal para 1 litro de glicerina. O tempo de extração foi de 7 dias.
Imagem 1 - Folhas cortadas da goiabeira Imagem 2 - Filtração do extrato hidroalcoólico
 Fonte: Próprio Autor Fonte: Próprio Autor.
Imagem 3 - Elaboração do extrato glicólico.
 Fonte: Próprio Autor.
4.4 Prospecção fitoquímica
 Foram realizados nos extratos hidroalcoólicos os testes de prospecção fitoquímica, nos quais foram avaliadas as presenças de: flavonóides, alcalóides, antraquinonas, taninos, cumarinas, saponinas, esteroides, antocianos e cardioativos.
4.4.1 Verificação da presença de flavonóides
Reação de Shinoda: Para a identificação desse grupo de metabólitos, cerca de 5 mL do extrato foi colocado em um tubo de ensaio, que continha 1cm da fita de magnésio metálico. Acrescentou – se 1,0 mL de ácido clorídrico e observou-se a variação de cor. A mudança de cor para vermelho ou laranja determina a presença de flavonóides(MATOS, 2009).
4.4.2 Verificação da presença de antocianos
Em um tubo de ensaio, pipetou-se 5 ml do extrato a fim de realizar os testes de acidez e basicidade. Foi utilizado o ácido clorídrico (HCl) como solução-padrão ácida, e como substância básica hidróxido de sódio(NaOH), (MATOS, 2009).
4.4.3 Verificação da presença de alcaloides
A verificação de alcalóides foi realizada por meio da Cromatografia de Camada Delgada(CCD), foi desenvolvida em uma fase móvel, clorofórmio.Utilizou-se como revelador Dragendorff, (MATOS, 2009).
A segunda verificação de alcalóides foi realizada por meio dos testes reativos de Dragendorff, Mayer, Bouchaedat, Bertrand e Hager. As amostras foram deixadas em repouso para observação, (MATOS, 2009).
4.4.4 Verificação da presença de saponinas
Foi realizado o teste de afrogenicidade, onde o extrato é submetido a forte agitação seguida de repouso. A presença de espuma abundante e persistente por mais de 15 min foi o critério de avaliação da presença de saponinas(MATOS, 2009).
4.4.5 Verificação da presença de taninos
Para verificação de taninos, foi adicionado ao extrato5 gotas da solução de FeCl3, e observada se a coloração se apresentou escura (MATOS, 2009).
4.4.6 Verificação da presença de esteroides
Para identificação de triterpenos e esteróides foram utilizados 2mg das frações dos extratos, solubilizadosem 10mL de clorofórmio, e em seguida, 2mL de anidrido acético. Agitou-se suavemente e adicionou-se pelas paredes do tubo 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado. Este resultado é observado pela reação de Lieberman-Burchard.Os triterpenos desenvolvem coloração estável e os esteroides desenvolvem coloração mutável com o tempo. (MATOS, 2009).
4.4.7 Verificação da presença de antraquinonas
Reação de Borntraeger: uma alíquota de 10 mL do extrato foi fervida com 10 mL de água e 1 mL de ácido clorídrico. Após ebulição, a amostra foi transferida a um funil de separação, onde foram adicionados 6 mL de clorofórmio. Após a separação de fases, o extrato orgânico foi retirado do funil e adicionado 4 mL de hidróxido de amônia, e observado quanto a mudança de cor (MATOS, 2009).
4.4.8 Verificação da presença de cumarinas
A verificação da cumarina foi realizada através da Cromatografia em Camada Delgada, na placa de sílica foramcolocadosdez spots do extrato a1cm da extremidade com um capilar.Deixou-se o solvente evaporar e em seguida colocou-se a placa na cuba, que possuía a fase móvel (Clorofórmio).Quando o solvente atingiu a outra marca de 1,0 cm no topo da placa, esta foi removida da cuba, aplicou-se o revelador KOH EtOh e colocou em uma luz UV, assim, pode-se observar a eluição (MATOS, 2009).
4.4.9 Verificação da presença de digitálicos
Reativo de Kedde: misturou-se 4 mL da solução metanólica de ác. 3,5-dinitrobenzoico a 2% (sol. Recente) e 6 mL da solução metanólica de KOH 1Nem 1ml do extrato contido em um tubo de ensaio (MATOS, 2009). 
4.5 Processo de formulação do shampoo
O processo de desenvolvimento da formulação do shampoo é relativamente simples: trata-se da mistura dos ingredientes respeitando a polaridade e a solubilidade de cada um de seus componentes, foram utilizadas matérias-primas de grau farmacêutico e adquiridas em empresas brasileiras certificadas. Os componentes da formulação foram os listados na tabela 1, onde mostra as matérias-primas selecionadas para o desenvolvimento das fórmulas, a concentração (em %) e as funções dos componentes.
Tabela 1 - Componentes da formulação do shampoo fitocosmético contendo o extrato de Psidium guajava.
	Componentes
	%
	Função
	Lauril éter sulfato de sódio
	20%
	Tensoativo aniônico (agente detergente)
	Dietanolamida do Ácido Graxo de coco
	4%
	Tensoativo não iônico (Espessante/ Estabilizador de espuma)
	Cocoamidopropil betaina
	5%
	Tensoativo anfótero
	Ácido cítrico 10%
	qs*
	Corretor de pH
	Euxyl
	0,05
	Conservante
	Extrato glicólico de Psidium guajava
	8%
	Princípio Ativo
	Cloreto de sódio
	qs*
	Espessante
	Água
	q.s.p 100 ml
	Veículo
q.s* = quantidade suficiente; q.s.p = quantidade suficiente para.
Fonte: Próprio autor.
Foi formulada uma preparação do shampoo, seguindo as Boas Práticas de Manipulação, preconizadas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 67/2007 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2007).Foram avaliados os parâmetros organolépticos e físico-químicos do shampoo através de estabilidade preliminar apresentada pelo o guia de estabilidade de produtos cosméticos (ANVISA, 2008).
4.5.1 Características organolépticas
Quanto ao aspecto, cor, odor e sensação ao tato, a formulação foi classificada de acordo com o nível de alteração, logo após o preparo. Quanto ao aspecto foi observado visualmente se a amostra manteve a característica padrão ou se ocorria alterações do tipo separação de fases, precipitação, turvação. Em relação à cor a análise foi feita através de colorimetria, teste esse que pode ser visual ou instrumental. No caso foi realizado através da análise visual, onde se observou a cor da amostra armazenada em um frasco, sob condição de luz ‘branca’, artificial. Foi verificado também se o shampoo tinha odor característico de acordo com componentes da formulação, através do olfato(MATOS, 2009).
Os parâmetros físico-químicos mais usados para ensaios físico – químicos são: teste de medida de pH, medida de densidade relativa em picnômetro e viscosidade, conforme Farmacopeia Brasileira(BRASIL, 2010).
4.5.2 Avaliação do pH
O pH foi determinado por potenciômetria, através da diferença de potencial entre dois elétrodos: o de referência e o de medida, onde foram imersos na amostra que estava sendo analisada. Segundo o Guia de controle de qualidade de produtos cosméticos é recomendado determinar o pH diretamente sobre o líquido, imergindo-se o elétrodo diretamente nele conforme Farmacopéia Brasileira (BRASIL, 2010).
4.5.3 Densidade Relativa
A densidade relativa de uma substância é a razão de sua massa pela massa de igual volume de água, ambas a 20 ºC. A densidade é calculada em função da massa e do volume de uma dada substância homogênea ou heterogenea, essa densidade foi estabelecida mediante o uso de um picnômetro de vidro, com capacidade de 5 mL, calibrado, antes de tudo, foi pesado o picnômetro vazio (M0), depois o mesmo foi totalmente preenchido com água purificada, evitando a formação de bolhas, foi secado cuidadosamente e pesado novamente o picnômetro e anotado o peso (M1)(BRASIL, 2008; BRASIL, 2010).
4.5.4 Determinação da viscosidade
A viscosidade é medida pela resistência ao escoamento que um produto oferece,para a determinação foi utilizado viscosímetros rotativos(viscosímetro de Brookfield)em que consiste na medição da força requerida para rodar um fuso imerso em um dado fluido. Dependendo da faixa de viscosidade da amostra, foi selecionado o fuso (spindle 2) adequado. Em seguida, o fuso foi mergulhado diagonalmente na amostra com temperatura estabilizada, conforme especificado, isenta de bolhas, até a marca (sulco) da haste do fuso, em seguida foi nivelado o aparelho. Após a verificação da ausência de bolhas junto ao fuso, foi feito a leitura da viscosidade, de acordo com o procedimento operacional do aparelho (BRASIL, 2008; ANVISA, 2008). O calculo da viscosidade foi feito através da equação matemática descrita por Isaac Newton: n = T/D, onde: n = viscosidade, T = tensão de cisalhamento e D = velocidade de cisalhamento (ANVISA, 2008;BRASIL, 2010).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O extrato das folhas frescas da espécie estudada apresentou as seguintes características: verde escuro e pouco viscoso com aroma forte, os resultados das análises fitoquímicas dos dois extratos tiveram o mesmo resultado.
Tabela 2- Resultado da triagem fitoquímica das folhas e do extrato hidroalcoólico a quente de Psidium guajava L.
	Teste
	Extrato hidroalcoólico
	Taninos
	
	Cloreto de ferro
	+
	Flavonoides
	
	Reação de Shinoda
	+
	Saponinas
	
	Espuma persistente
	+
	Antocianos
	
	Soluções (HCl) e (NaOH)
	-
	Alcaloides
	-
	Dragendorff
	-
	Mayer
	-
	Bertrand
	-
	Hager
	-
	Cromatografia de Camada Delgada
	-
	Esteroides
	
	Lieberman-Burchard
	+
	Antraquinonas
	
	Reação de Borntraeger
	-
	Cumarinas
	
	Cromatografia em Camada Delgada
	+
	Digitálicos
	
	Reação de Kedde
	-
(+) positivo (-) negativo
Tabela 3- Resultado da triagem fitoquímica das folhas e do extrato hidroalcoólico a frio de Psidium guajava L.
	Teste
	Extrato hidroalcoólico
	Taninos
	
	Cloreto de ferro
	+
	Flavonoides 
	
	Reação de Shinoda
	+
	Saponinas
	
	Espuma persistente
	+
	Antocianos
	
	Soluções (HCl) e (NaOH)
	-
	Alcaloides
	-
	Dragendorff
	-
	Mayer
	-
	Bertrand
	-
	Hager
	-
	Cromatografia de Camada Delgada
	-
	Esteroides
	
	Lieberman-Burchard
	+
	Antraquinonas
	
	Reação de Borntraeger
	-
	Cumarinas
	
	Cromatografia em Camada Delgada
	+
	Digitálicos
	
	Reação de Kedde
	-
(+) positivo, (-) negativo.
Imagem 4- Identificação de Flavonóides,Reação de Shinoda.
Fonte: Próprio Autor.
Imagem 5- Identificação de Esteroides, Lieberman-Burchard.
Fonte: Próprio Autor
Imagem 6- Identificação de Saponinas, agitação.
Fonte: Próprio Autor.
Imagem7- Identificação de Cumarina, CCD.
Fonte: Próprio Autor.
Imagem 8- Identificação de Taninos, reação com Cloreto de ferro.
Fonte: Próprio Autor.
De acordo com as análises fitoquímicas dos extratos hidroalcoólicos das folhas dagoiabeira realizadas, foram observadas que o teste de verificação de taninos apresentou positivo quanto à presença deste metabólito. Na reação de Shinoda, para verificação de heterosídeos flavônicos, houve mudança de coloração, sendo positivo para a presença de flavanóides. Quanto à presença de cumarinas foi positivo, em ambos os extratos, pois apresentou fluorescência coloração verde. Na análise de saponinas, houve formação de espuma persistente, mostrando-se positivo a presença deste composto.
Okamoto (2010) realizou testes com as folhas de goiabeira, através de extrato aquoso e extrato hidroalcoólico, no qual ambos apresentaram taninos, flavonoides. Corroborando com o presente estudo.
Matos (2007) em seus ensaios realizaram extração das folhas goiabeira e a colheita foi semelhante ao realizado no presente estudo. Seus resultados demonstraram presença de saponinas, flavonoides e taninos. 
Imagem 9 –Frasco plástico opaco contendo o shampoo fitocosmético contendo extrato de Psidium guajava
Fonte: próprio autor.
A formulação atendeu aos critérios de aceitação definidos, apresentando boa aparência e consistência, além de aspecto homogêneo. De acordo com os resultados das análises físico-químicas (pH, viscosidade e densidade) apresentados na tabela 4, é possível verificar que amostra estava dentro das especificações. O pH de referência para o shampoo deve ser entre 4,0 e 5,5. A amostra apresentou pH 5,60. Não foram observadas alterações que comprometessem a estabilidade do produto. Relacionado à viscosidade, os resultados obtidos foram satisfatórios para formulações de shampoo, a maioria dos shampoos comerciais apresenta viscosidade entre 2000 e 5000cps (ANVISA,2008).
Tabela 4 – Avaliação das propriedades físico-químicas do shampoo fitocosmético contendo extrato de Psidium guajava.
	Propriedades físico-químicas
	Amostra
	Padrão de referência
	pH
	5,60
	5,5 e 6,0*
	Densidade
	1,05
	1,05*
	Viscosidade
	4028 cps
	 4.000–7.000 cps*
Onde: * representa o padrão de referência da (Amiralian et al.2018). Fonte: próprio autor.
Na análise das características organolépticas, não foram observadas modificações aparentes no shampoo analisado. Durante o período de estudo, o produto manteve-se inalterado, pois não houve alteração na cor, no odor e no aspecto. Relacionado à viscosidade, os resultados obtidos foram satisfatórios de acordo com o especificado na literatura, vigente.
De acordo com os estudos de Amiralin (2018) a viscosidade do produto final tem como referência 4.000–7.000 cps. No produto elaborado foi obtido um viscosidade adequada tendo em vista que a viscosidade foi compatível a referenciada com valor aproximado de 4.028 cps .
O pH do couro cabeludo geralmente está entre 3,8 e 5,6. Já o pH ideal para um shampoo de uso diário está entre 5,50 e 6,00. O produto final atingiu o pH de 5,60 mantendo-se dentro da especificação indicada ao uso, com a densidade 1,05 e o aspecto líquido e viscoso (Amiralian et al.2018).
Os resultados obtidos demonstraram que o extrato glicólico apresenta compatibilidade química entre os componentes da formulação e podem ser incorporados em shampoo como antioxidantes apresentando boa estabilidade.
6 CONCLUSÃO
O estudo realizado possibilitou a análise fitoquímica dos extratos hidroalcoólico a frio e a quente da goiabeira (Psidium guajava L). Nos quais foi observada a presença de flavonóides, taninos, saponinas e cumarinas. Os resultados experimentais permitem concluir que a formulação do shampoo a base do extrato da goiabeira mostrou-se estável em todas as características avaliadas (homogeneidade, coloração, odor, pH e viscosidade).
Entretanto, estudos posteriores serão realizados para detalhar estes resultados garantindo a produção de um extrato padronizado, para ser utilizado em futuras formulações cosméticas dentre outros testes, tais como: teste de estabilidade acelerada e de prateleira, analise a estabilidade da formulação frente às diferentes temperaturas, além dos estudos microbiológicos e estudos clínicos para avaliação do efeito da formulação quando aplicado no couro cabeludo. Esses testes serão necessários para garantia da fabricação de um produto com total qualidade.
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