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PENSAMENTO-SOCIAL-E-POLITÍCO-NA-EDUCAÇÃO-1260912

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PENSAMENTO SOCIAL E POLITÍCO NA 
EDUCAÇÃO 
 
Autor: Marcelo Lovato 
Prof. Orientadora: Ana Claudia Alves 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Sociologia (Soc 0028) – Projeto de Ensino 
10/11/2016 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo aqui apresentado foi realizado através de várias bibliografias e 
estudos de vários pensadores sobre o seguinte questionamento “Como o pensar político 
pode ser trabalhado no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de 
Sociologia”. Foram selecionados vários livros e determinados capítulos. Assim como 
será abordado o pensamento social e político tratado durante os estágios nos quais 
foram ministrados para os alunos temas como sociedade contemporânea, indústria 
cultural e poder, política e estado. ​Os resultados das discussões, foram feitos ao final 
das regências com avaliações sobre os conteúdos abordados, na primeira regência foi 
pedido que fosse feita uma redação usando como tema um dos três assuntos estudados 
durante a regência, e na segunda regência uma prova com dez questões sobre os quatro 
conteúdos abordados. 
 
 
 
Palavras-chave: Sociologia. Politica. Educação. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo aqui apresentado foi realizado através de várias bibliografias e 
estudos de vários pensadores sobre o seguinte questionamento “Como o pensar político 
pode ser trabalhado no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Sociologia”. 
Foram selecionados vários livros e determinados capítulos. 
O ensino e aprendizagem na sociologia seguindo a ótica de Durkheim (1978) 
sobre a Educação podemos notar que o papel das atividades educativas é formar um 
1 
 
 
 
cidadão que fará parte de um espaço público e não somente o desenvolvimento 
individual de cada aluno em específico. 
A educação é ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não 
estão maduras para a vida social. Tem por objetivo suscitar e desenvolver na 
criança determinados números de estados físicos, intelectuais e morais que 
dele reclamam, por um lado, a sociedade política em seu conjunto, e por 
outro, o meio específico ao qual está destinado [DURKHEIM, 1978, p.44] 
 
Em termos gerais, a educação tem como objetivo suscitar e desenvolver, nos 
indivíduos, estados físicos, intelectuais e morais, nesse sentido que fazem parte da 
sociedade em que estes indivíduos fazem parte. Além disso, a ação educativa permite a 
integração do individuo e também desenvolverá uma forte identificação com a 
sociedade de que este faz parte. 
A criança só pode conhecer o dever através de seus pais e mestres. É preciso que estes sejam para ela a 
encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a autoridade moral seja a 
qualidade fundamental do educador. A autoridade não violenta conssiste em 
ascendência moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles 
se implicam. A liberdade é filha da autoridade bem compreendida. Pois ser 
livre não consiste em fazer aquilo que se tem vontade e em ser dono de si 
próprio, e saber agir segundo a razão e cumpriu com o dever. É justamente a 
autoridade de mestre que deve ser empregada em dotar a criança desse 
domínio sobre si mesma (DURKHEIM, 1978, p.47) 
 
 
 
Durkheim (1978) diz que uma vez que a educação é uma função essencialmente 
social, o Estado não pode se desinteressar dela. Pelo contrário, tudo o que é educação 
deve ser, em certa medida, submetido à sua ação. Isto não significa, no entanto, que ele 
deva necessariamente monopolizar o ensino. Pode-se pensar que os progressos escolares 
são mais simples e rápidos, quando certa margem de manobra é concedida às iniciativas 
individuais, pois o indivíduo é mais facilmente inovador do que o Estado. Porém, o fato 
de o Estado dever, em prol do interesse público, autorizar o funcionamento de outras 
escolas além daquelas sob sua responsabilidade direta não implica que ele permaneça 
indiferente ao que acontece dentro dessas instituições. A Educação que elas fornecem 
deve, pelo contrário, ficar submetida ao seu controle. Não é nem mesmo admissível que 
a função de educador seja desempenhada por alguém que não apresente garantias 
2 
 
 
 
específicas que somente o Estado pode julgar. Não há escola que possa reivindicar o 
direito de dar com toda liberdade uma Educação antissocial 
 
 
2 ​PENSAMENTO SOCIAL E POLITÍCO NA EDUCAÇÃO 
 
 
2.1 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E A DESIGUALDADE SOCIAL 
 
Paixão(2010) aborda que a desigualdade social é um dos grandes temas de 
investimentos da sociologia, desde o seu surgimento. A Revolução Industrial causou a 
divisão da sociedade em donos dos meios de produção e assalariados ou camponeses. 
Desde então existem problemas de desigualdade no acesso às condições 
adequadas de sobrevivência, que são causadas por inúmeros fatores, relacionadas com 
as realidades locais.(PAIXÃO 2010 p. 115) 
A sociologia busca estabelecer entendimentos para a existência das 
desigualdades, estudando os fenômenos sociais que as causam e explicando sua 
dinâmica de funcionamento. De acordo com Dias (2005, p. 153): 
[...] a expressão ‘desigualdade social’ descreve uma condição na qual os membros de uma sociedade 
possuem quantias diferentes de riqueza, prestígio ou poder. Todas as 
sociedades são caracterizadas por algum grau de desigualdade social. 
 
Quando a desigualdade social é combatida, a bandeira levantada é a da tentativa 
de se atingir uma sociedade que seja baseada na equidade social, na qual todas as 
pessoas têm o direito de participar da economia e da política, além de ter acesso às 
condições de subsistência e aos serviços necessários a ela (DIAS, 2005). 
 
A persistência da desigualdade social é hoje um dos grandes problemas do processo de globalização; a 
mudança de paradigmas nos processos produtivos, a intensificação do uso de 
tecnologia avançada, entre outros fatores que caracterizam esse processo de 
mundialização, têm causado o desemprego e, consequentemente, o aumento 
da desigualdade. Por outro lado, o Estado, que durante um certo tempo 
cumpriu o relevante papel de amenizar a desigualdade inerente ao sistema 
capitalista (o Estado de Bem-Estar Social), vem sendo desmontado de 
maneira rápida, sem se discutir mais profundamente qual o papel que lhe 
caberá numa nova articulação do sistema social como um todo (DIAS, 2005, 
p. 154). 
 
3 
 
 
 
Segundo Ribeiro (2016), a estratificação social indica a existência de grupos 
diferenciados nas sociedades, que ocupam diferentes posições sociais, partindo de suas 
diferenças e das desigualdades existentes entre si. A estratificação é um processo, e por 
ele ocorre uma hierarquização dos grupos sociais baseada em suas diferenças. 
 
Existem três formas gerais de estratificação: 
 
• econômica – sua base é definida na posse de bens materiais, diferenciando pobres, ricos e classes 
médias; 
• política – tem como base a distribuição do poder na sociedade, entre grupos que o possuem e grupos que 
não o possuem; 
• profissional – baseada nas diferenciações profissionais, com relação à importância das profissões 
determinadas pelos grupos sociais.[Ribeiro 2016, p. 16] 
 
Oliveira (1999) destaca que estas dimensões estão interligadas, pois os aspectos 
sociais (econômicos, políticos, profissionais) estão interligados. A estratificaçãonão 
pode ser compreendida como um processo fragmentado. O exemplo que este autor dá é 
que as pessoas que ocupam posições econômicas elevadas também, de um modo geral, 
possuem poder e funções valorizadas na sociedade. Mas o aspecto econômico se 
sobressai nestes casos. 
Segundo Paixão(2010), a estratificação econômica, podemos separar os 
indivíduos em classes de acordo com a posse financeira e depois hierarquizar estas 
classes. Quando se fala de estratificação social, que é o que nos interessa para o estudo 
das desigualdades, a sociedade pode ser dividida em estratos ou camadas sociais, nos 
quais estão três grupos de estratificação, por casta, por estamento e por classe. Abaixo 
podemos ver o tipo de estratificação que está presente na sociedade contemporânea: a 
estratificação por classes. 
 
 ESTRATIFICAÇÃO POR CLASSES 
 
O sistema de estratificação por classes é considerado o mais aberto, pois permite 
uma maior mobilidade entre as camadas, relacionadas à posição econômica do 
indivíduo. Este sistema de estratificação está presente na sociedade contemporânea, a 
capitalista. Existem, portanto, dois grupos, os proprietários dos meios e produção e 
aqueles que possuem apenas sua força de trabalho para vender. Assim, o que determina 
a posição social é a posse dos meios de produção, formando duas camadas essenciais, 
4 
 
 
 
chamadas de classes. Marx já afirmou a existência de duas classes principais neste 
sistema: a burguesia e o proletariado. Há diferenciação entre as classes sociais, como 
nos explica Ribeiro (2016): 
 
Essa desigualdade se explica porque são diferentes as relações que as pessoas mantêm com os elementos 
de produção (trabalho e meios de produção). De modo geral, os proprietários 
dos meios de produção (máquinas, terras etc.) estão entre as pessoas de renda 
alta, enquanto aquelas que trabalham se situam no grupo de renda média 
(trabalho qualificado), ou no grupo de renda baixa (trabalho não qualificado). 
Da mesma forma, o prestígio social está associado às relações entre as 
pessoas e os elementos da produção: os proprietários dos meios de produção 
sempre gozam de maior prestígio social do que os trabalhadores. Também a 
distribuição do poder está baseada na posição dos indivíduos em relação aos 
elementos da produção. [Ribeiro 2016 p.18] 
 
Assim, aos que possuem os meios de produção é reservado maior prestígio 
social, poder e possibilidade de consumo, enquanto que aos que trabalham é reservado 
apenas um salário limitado. Em síntese, a classe social é um grupo de pessoas que 
apresenta condições semelhantes em relação aos meios de produção. 
 
Segundo Rousseau(2008), a desigualdade tende a se acumular. Os                 
que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter                       
um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm                         
menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer                     
profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as                     
desigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e                       
do capital, assim como é também verdade que o sistema político intervém                       
de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular,                     
regulamentar e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam                     
as remunerações materiais e simbólicas. 
 
Mesmo com essa divisão principal em duas classes, há ainda a divisão de acordo com o nível e possibilidade de 
consumo dos grupos, dividindo a sociedade em três classes: a classe alta ou grande 
burguesia, que possui o grande capital (banqueiros, grandes comerciantes, 
latifundiários, donos de grandes indústrias etc.); a classe média, ou pequena 
burguesia, que possui o pequeno capital (pequenos industriais, pequenos 
comerciantes, profissionais liberais etc.); e por último o proletariado, que vive de seu 
trabalho (trabalhadores assalariados em geral). [Oliveira 1999, p. 94] 
 
Algumas características podem ser identificadas na sociedade de classes: a 
determinação da posição social com relação à situação econômica do indivíduo; o 
5 
 
 
 
recebimento de informações iguais e consumo dos mesmos produtos por indivíduos da 
mesma classe social; a resistência dos que estão em posições superiores em receber 
pessoas que tenham subido de camada social, não sendo fácil este processo; a formação 
da camada superior pelos mais ricos que se apoderam de cargos de prestígio; o controle 
das camadas mais baixas pelas camadas mais altas; a existência de pontos de tensão que 
muitas vezes são inconscientes, mas que podem gerar uma consciência de classe; a 
ambiguidade das classes médias, cujos interesses não coincidem com as classes 
superiores, mas com as quais desejam se identificar​ (PILETTI 1987 p.115). 
Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade 
nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco 
Mundial. Conforme argumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir dessa ideia 
“se inventou a teoria do capital humano, pela qual se investe nas pessoas para 
que elas possam competir no mercado”. De acordo com a socióloga, a saúde 
perdeu seu status de direito, tornando-se um investimento na qualificação do 
indivíduo.[RIBEIRO 2016 p. 55] 
Ou, como afirma Hélio Jaguaribe(2008) em seu artigo No limiar do                     
século 21: “Num país com 190 milhões de habitantes, um terço da população                         
dispõe de condições de educação e vida comparáveis às de um país                       
europeu. Outro terço, entretanto, se situa num nível extremamente                 
modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. O terço                 
intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”. 
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, 
não há como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no 
Brasil. 
 
 
2.2 A DEMOCRACIA CONTEMPORÂNEA 
 
De acordo com a definição encontrada no dicionário Houaiss(2009), a 
democracia caracteriza-se por ser um governo no qual o povo exerce a soberania. No 
entanto, esta breve definição não é suficiente para os estudos da teoria da democracia, 
por se tratar de um termo ambíguo e muito utilizado, do qual se encontram várias 
conceituações aplicadas por diversos autores que tratam do tema. 
 
6 
 
 
 
Conforme indicam Pinsky e Pinsky (2003), a monarquia, quando foi instituída 
entre os hebreus, causou, de certa forma, saudade das formas anteriores de organização 
tribal, a partir de alguns profetas, como Isaías e Amós. Também, paradoxalmente, foi 
criado um modelo de sociedade justa, de forma diferenciada dos modelos do . 
 
Amós (...) teve a coragem de dizer quais os caminhos que a sociedade deveria tomar para superar a 
injustiça e criar uma sociedade com direitos individuais e sociais” 
Verifica-se, assim, um tipo de conflito gerado entre inovação e tradição, 
sucedido pela formação das bases ideacionais rudimentares da democracia. 
Pode-se afirmar que a Grécia reuniu quatro características centrais para osurgimento da democracia. [Beras, 2013, p. 38] 
 
Beras (2013) apresenta aspectos centrais da democracia grega: o 
desenvolvimento socioeconômico que transformou socialmente as relações sociais, 
condensando-as em comunidade; o surgimento de instituições de participação e o 
contato direto entre Estado e comunidade. Ainda assim, unificador da organização 
política grega clássica foi o surgimento da “cidade-estado”. 
 
Dizer que a democracia é um conceito histórico e em aberto não significa afirmar que esta não tem 
conteúdo, mas, sim, que foi e é atravessada por diversos conteúdos. Melhor 
do que falarmos em democracia é falarmos em democracias, dadas as 
diversas formas históricas que tal conceito tem assumido, suas diferenças de 
ênfase e as perspectivas que tem ensejado, quer de integração ou de 
construção de uma alternativa ao sistema social vigente. [Levy 2012, p. 75] 
 
Isso implica em reconhecermos a democracia como um processo 
interdependente que, ao longo da história, foi definindo seus aspectos centrais. Tais 
definições não se constituíram de forma linear e tranquila: são frutos de tensões e 
conflitos. Entendê-los é um passo necessário para uma análise configuracional do 
desenvolvimento dos processos democráticos (Beras, 2013, p. 16). 
Sartori(1994) aborda que um conjunto de condições são necessárias para o 
estabelecimento de uma tradição democrática liberal. Podem ser consideradas como 
condições, as seguintes: 
 
1. A legitimidade do poder é assegurada pelo fato de os dirigentes 
serem eleitos por meio de consultas populares periódicas, nas quais a 
ênfase recai sobre a vontade majoritária. As condições aqui situadas 
são duas: cidadania e eleição. 
2. A eleição pressupõe a competição entre posições diversas, sejam 
homens, grupos ou partidos. A condição aqui postulada é a existência 
de associações, cuja forma privilegiada é o partido. 
7 
 
 
 
3. A competição pressupõe a publicidade das opiniões e a liberdade 
de expressão. A condição aqui postulada é a existência da opinião 
pública como fator de criação da vontade geral. 
4. A repetição da consulta popular em intervalos regulares visa 
proteger a minoria, garantindo sua participação em assembleias, onde 
se decidem as questões de interesse público. Ela também tem como 
intuito proteger a maioria contra o risco da perpetuação do poder. A 
condição aqui postulada é a existência de divisões sociais 
(maioria/minoria) e de parlamentos.[Sartori 1994 p. 59] 
 
Segundo Levy(2012), a democracia atual, baseada na participação indireta via 
voto, tem origem em Estados nacionais como a Inglaterra, a princípio, posteriormente, a 
França do século XVIII e se expande para outros países. Já nos Estados Unidos do 
século XIX, surgem os primeiros partidos políticos. Nessa atualização da noção de 
democracia, a participação deixa de se basear na assembleia e passa a ser expressa por 
meio do voto em eleições. 
Nesse sentido, os cidadãos não deliberam mais sobre as decisões políticas, mas 
sobre aqueles que irão tomar tais decisões, os representantes políticos. [...] há autores 
que sistematizaram de forma aprofundada questões que envolvem a discussão acerca do 
que é a democracia e quais são os seus atributos, como por exemplo: Robert Dahl 
(2005) em seu estudo sobre as poliarquias, Jean-Jacques Rousseau (1987) com sua 
célebre obra - Do contrato social, Jürgen Habermas (1984) e Schumpeter(1964) que, 
inclusive, é considerado o fundador da perspectiva analítica que aceita o voto como 
principal método democrático, entre outros. (SARTORI 1994 p 45) 
Assim, as principais características da Democracia Representativa são: 
· Estados nacionais 
· Participação indireta 
· Eleições livres, justas e frequentes 
· Sufrágio universal 
· Constituição e proteção das liberdades individuais 
 
Na impossibilidade da participação direta do corpo de cidadãos, a eleição de 
representantes passa a ser a maneira do demos influenciar as decisões do governo. Uma 
das teorias mais importantes para se pensar a democracia atual é a de Joseph 
Schumpeter(1964), para quem a democracia é composta por eleições onde as elites 
competem pelo voto do cidadão. De acordo com essa teoria, o cidadão médio é visto 
como apático e desprovido de competência política, sua função é apenas de votar, 
enquanto o direito aos cargos e ao poder de decisão fica circunscrito àqueles que fazem 
8 
 
 
 
parte da elite da sociedade, caracterizando-se o elitismo democrático. Outro autor 
importante é Robert Dahl(2005), que desvincula a democracia ideal e a democracia real 
(poliarquia). 
Segundo Silva (2008), nesses termos, democracia representa o tipo ideal e o 
termo poliarquia se refere aos regimes democráticos efetivamente existentes com todos 
os seus problemas.” A democratização é entendida por Dahl em duas dimensões: 
contestação pública e inclusividade. Ao processo de progressiva ampliação desses dois 
elementos o autor dá o nome de democratização. O direito de voto em eleições livres 
participa das duas dimensões, pois tal direito estimula a contestação pública e ao mesmo 
tempo torna o regime inclusivo com a proporção significativa de pessoas votantes. 
Assim, contestação pública e inclusividade transformam-se em dois critérios para a 
classificação dos regimes políticos. Quando regimes hegemônicos – de precária 
contestação e inclusividade – caminham em direção a uma poliarquia, indica que 
aumentaram as possibilidades de efetiva contestação e inclusão. 
As eleições cumprem a função de sondar a opinião pública, já que a população 
vota em um determinado partido político de acordo com a sua plataforma política ou em 
um candidato baseado nas ideias que defende. Cumprem, ainda, a função de prestação 
de contas já que um político para se reeleger precisa que a população aprove suas ações 
durante o mandato. Para que as eleições sejam verdadeiramente democráticas, é 
necessário que sejam feitas de maneira a garantir ao eleitor a escolha de seu candidato 
de forma livre, sem qualquer tipo de coação. Mais uma característica da democracia 
contemporânea é a existência de uma constituição e a garantia as liberdades individuais, 
por isso chamamos um país que se enquadre nessa característica como Estado 
Democrático de Direito. (LEVY 2012 p.48) 
Segundo Beras(2013), a Constituição garante que a maioria não possa caçar os 
direitos da minoria, evitando que se instale uma tirania de massa, [...] garantindo o 
pluralismo dentro da democracia . 
Não há consenso entre teóricos da política no que concerne à democracia, por isso esse conceito tem 
caráter múltiplo com várias tendências, sendo que as principais delas são a 
participativa e a deliberativa. Insuficiências da democracia atual As 
limitações da democracia representativa têm trazido críticas ao sistema 
advindas da teoria da democracia.[Sartori 1994 p.50] 
 
9 
 
 
 
De acordo com Beras(2013) , pode-se considerar as principais críticas à 
democracia representativa, como: 
 
 · a apatia do cidadão médio, em consequência, a baixa participação; 
· a baixa responsividade do governo perante os seus representados; 
· a profissionalização (carreira vitalícia) da classe política. 
 
Segundo Salgado (2015) A representação política é cercada deficções e mitos, o 
que leva tanto a uma insatisfação social em relação ao seu funcionamento quanto a 
críticas em relação à sua disciplina jurídica. Algumas concepções críticas à democracia 
representativa das vertentes críticas à democracia representativa, podemos citar 04 
(quatro) principais. 
· Culturalismo: tão ou mais importante do que as instituições democráticas (eleições, partidos políticos, 
constituição, etc.) é a cultura política de um país que é fundamental para o 
bom funcionamento das instituições democráticas. Podemos citar como 
principais representantes dessa corrente: Robert Putnam; Gabriel Almond e 
Sidney Verba; Ronald Inglehart 
· Teoria Participativa: a apatia política é o produto de poucas oportunidades de participar diretamente das 
decisões coletivas. Para Pateman, principal representante dessa teoria, quanto 
menos oportunidades se dá ao cidadão de participar da vida política de seu 
país, mais ele se torna apático. Portanto, a apatia é uma consequência 
histórica- social e não natural do homem. 
· Teoria Deliberativa: tendo como principal representante o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, 
acredita que a democracia depende do debate entre os cidadãos, da 
construção de consensos e de uma esfera pública forte. 
· Teoria do Reconhecimento: a apatia do cidadão médio só pode ser resolvida com o incremento da 
autonomia individual e do reconhecimento social. Para resolver o problema 
da apatia política do cidadão, é preciso primeiro solucionar a questão do 
reconhecimento social dos indivíduos. Principal representante dessa teoria é o 
filósofo alemão Axel Honnet. 
 
 
2.3 PODER, POLÍTICA E ESTADO 
 2.3.1 O ESTADO MODERNO E O CONTEMPORÂNEO 
 
Acquaviva(2010) aborda que embora seja o Estado uma sociedade civil 
organizada, ele se caracteriza por ser a mais complexa das sociedades. Desta forma, é 
indispensável abordar a sociedade em geral, dada a relação entre os dois termos. O 
homem nasce em sociedade e convive cotidianamente com outras pessoas, porém nem 
sempre tem a consciência da importância desse convívio para a sua realização plena. 
10 
 
 
 
Contudo, se por algum motivo, se vê isolado e impossibilitado dessa interação, percebe 
a sua fragilidade diante do mundo natural. 
 
Aristóteles nos ensina em sua obra clássica Política (apud Acquaviva, 2010, p.5), 
“o homem é naturalmente feito para a sociedade política e aquele que por sua natureza 
existisse sem nenhuma pátria seria um indivíduo detestável, que respiraria guerra e não 
poderia ser detido por nenhum freio. Assim, o homem é um animal cívico e sociável, 
mas do que os outros conhecidos.” 
 
 
O ESTADO MODERNO 
 
Segundo Acquaviva(2010), o Estado moderno surgiu da desintegração do mundo 
feudal e das relações políticas até então dominantes na Europa. Como já vimos, no 
período medieval, o poder estava nas mãos dos senhores feudais, que mantinham o 
controle sobre a maior parte das terras e sobre toda a sociedade. 
 
Tomazzi(2010) diz que esse tipo de dominação foi pouco a pouco sendo minado 
pelas revoltas sociais dos camponeses, pela recusa ao pagamento de impostos feudais e 
pelo crescimento das cidades e do comércio, que apressaram a desagregação dos feudos. 
Paralelamente, a partir do século XIY, ocorreu um processo de centralização e 
concentração: 
 
• das Forças Armadas e do monopólio da violência; 
• da estrutura jurídica, isto é, dos juizes e dos tribunais em várias instâncias; 
• da cobrança de impostos — um signo do poder e, ao mesmo tempo, o meio de assegurar a manutenção 
das Forças Armadas, da burocracia e do corpo jurídico; 
• de um corpo burocrático para administrar o patrimônio público, como as estradas, os portos, o sistema 
educacional, a saúde, o transporte, as comunicações e outros tantos setores. 
A centralização e a concentração desses poderes e instituições caracterizam o Estado moderno, que 
assumiu diferentes formas até hoje.[Tomazzi 2010 p.89] 
 
O ESTADO ABSOLUTISTA 
 
Surgido no contexto da expansão do mercantilismo, o Estado absolutista foi 
implantado primeiro em Portugal, no final do século XIV, com a Revolução de Avis. 
11 
 
 
 
Adotado depois em vários lugares da Europa, teve seu ponto alto na França, no reinado 
de Luís XIV (1638-1715). A concentração de poderes no Estado absolutista é bem 
expressa pela frase atribuída a esse rei: “O Estado sou eu!” ​(L'etatcest moi!). 
 
Assumindo o controle das atividades econômicas, o Estado intervinha nas concessões dos monopólios, 
fixava preços e tarifas, administrava a moeda e os metais preciosos. O 
acúmulo desses “bens” era a expressão máxima da riqueza de um país. O 
Estado absolutista assumia também a responsabilidade de centralizar e 
praticar a justiça e de cuidar do contingente militar, criando exércitos 
profissionais. Para financiar essas atividades, foram criados os impostos 
gerais.[Tomazi 2010 p.91] 
 
O absolutismo colocou frente a frente os interesses dos estamentos feudais 
dominantes (a nobreza e o clero) e os da burguesia, a classe em ascensão naquela época. 
Tais interesses eram referentes à justiça, à administração do patrimônio público e à 
administração econômica. 
 
Os problemas constitucionais, afirma Lassalle apud Acquaviva (2010), não são, 
primariamente, problema de direito, mas de poder, de acordo com o autor, a verdadeira 
Constituição é real e efetiva e devem ser a expressão fiel dos fatores reais do poder 
(ACQUAVIVA 2010 p. 81). 
 
ESTADO MODERNO E CONTEMPORÂNEO 
A exemplo da concepção de Ferdinand Lassalle , também a concepção marxista 
de constituição é sociológica. Para o marxismo, Estado e direito são meras 
superestruturas que se sustentam sobre as relações de produção da sociedade dividida 
em classes. Segundo esse sistema ideológico, Estado e Direito são o produto da divisão 
da sociedade em classes antagônicas e se constituem em um instrumento de nas mãos da 
classe dominante cujo objetivo é garantir os interesses dessa classe. 
 
A constituição também discrimina a competência para o exercício do poder 
político, definindo-o como o conjunto de normas que estrutura a organização do Estado 
e estabelece relações de natureza política entre governantes e governados. Com o 
advento dos direitos sociais no mundo moderno, o conjunto de normas e a estrutura da 
12 
 
 
 
organização do Estado limitam politicamente o exercício do poder e declaram os 
direitos individuais, sociais e suas respectivas garantias. 
 
Com o advento dos direitos sociais no mundo moderno, o conjunto de normas e 
a estrutura da organização do Estado limitam politicamente o exercício do poder e 
declaram os direitos individuais, sociais e suas respectivas garantias. 
 
Em contraponto à posição de Marx e de Lassalle, temos o normativismo 
metodológico de Hans Kelsen, que baseia-se em uma concepção meramente jurídica da 
Constituição. Segundo Kelsen, a norma constitucional é norma pura; o Direito deve ser 
concebido estritamente como direito positivo, sem nenhuma pretensão a 
fundamentações sociológicas, políticas ou filosóficas. (Acquaviva (2010, p. 82). 
 
Desta forma, a teoria pura do direito busca justamenteexpurgar da ciência 
jurídica toda a classe de juízo de valor moral ou político, social ou filosófico. 
 
Contudo, em relação aos aspectos sociais, os movimentos políticos e demais 
formas de organização procuram explicar na prática que as normas jurídicas são a 
expressão da vontade manifesta da sociedade, por meio da formulação das leis e não de 
uma construção pura do direito em si. No entanto, no que tange aos aspectos sociais, os 
movimentos políticos e demais formas de organização se valeram em explicar na prática 
como as normas jurídicas são a expressão da vontade manifesta da sociedade, por meio 
da formulação das leis e não de uma construção pura do direito em si. O processo de 
construção das leis do Estado passa pela transformação desse mesmo Estado, e muitas 
vezes as revoluções sociais e políticas impulsionam as mudanças do marco 
legal-institucional. “O termo revolução denomina a mudança brusca e radical de 
convicções sociais. Tais convicções podem ter a mais variada natureza: política, 
econômica, jurídica, artística e até, sexual.” (Acquaviva, 2010, p. 82) 
 
Na revolução política, tudo é subvertido: os governantes são retirados do poder e 
as leis são substituídas em nome da nova ideologia que toma o poder. 
 
13 
 
 
 
Podemos indicar como exemplos de revoluções políticas que se realizaram com 
violência a Revolução Francesa de 1789 e a Revolução Socialista Russa de 1917. 
 
Já Brasil, tivemos um exemplo de revolução política, porém sem violência que 
foi a Revolução Republicana de 1889, momento da história política brasileira onde 
houve a substituição dos governantes, a alteração da forma de governo que passou da 
monarquia para a República e ainda, uma nova formação do Estado que de unitária se 
transformou em federativa, com a consequente alteração do regime do governo de 
parlamentarista para a presidencialista. (Acquaviva, 2010, p. 82). A Revolução trouxe, 
então, em 1891 a primeira Constituição Republicana da história brasileira. 
 
E aqui nos referimos especificamente à violência física, já que mesmo ela não 
sendo necessária, segundo Acquaviva(2010), a violência psicológica não pode ser 
afastada de tais movimentos, mesmo porque o poder revolucionário de uma Assembleia 
Constituinte não pode ser negado. 
 
Quanto ao golpe de Estado, pode-se afirmar que se trata da substituição de alguns ou de todos os 
pressupostos da ordem jurídica vigente, imposta pelos próprios governantes, 
com a finalidade de permitir a permanência do grupo que já está à frente do 
poder. Todavia, a revolução atinge, por definição, a própria ordem 
constitucional, alterando a estrutura social e substituindo a ideologia 
dominante, criando um novo ordenamento jurídico. As formas de Estado 
podem ser resumidas a duas: simples e compostas. ​As formas simples de 
Estado são representadas pelo Estado Unitário e as formas compostas 
correspondem às federações, que são: a União Pessoal e a real, a 
Confederação de Estados e o Estado Federal. [Acquaviva, 2010, p. 87] 
 
Uma característica fundamental do Estado Unitário é a forma politicamente 
centralizada das suas práticas e condutas, apesar de o Estado Unitário apresentar uma 
forma centralizada das práticas, condutas e formas de organização política e social, ele é 
dotado de descentralização meramente administrativa. O Estado Unitário tem como 
característica constituir um único centro de impulsão política, ou seja, a unicidade do 
poder. 
No caso do Estado Federal, seu surgimento se deu com a Revolução Americana, mediante à Constituição 
de 1787, que resultou com os Estados Unidos da América do Norte. 
Ao Estado Federal é assegurada a autonomia política e financeira. O Estado Federal brasileiro, por 
exemplo, conta com a participação dos estados federados na formação da 
vontade nacional. [Acquaviva 2010 p.88] 
14 
 
 
 
 
Segundo Acquaviva (2010), o Estado Federal é uma espécie de federação, 
composta por unidades que, embora dotadas de capacidade De auto-organização e 
autoadministração, não são dotadas de soberania, submetendo-se a uma Constituição 
Federal. 
 
A doutrina clássica é taxativa: os estados federados não têm o direito de 
secessão, e ainda, qualquer tentativa separatista será tolhida pela intervenção federal. 
 
Porém, os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se 
para se anexarem a outros, ou formarem novos estados e territórios federais, mediante a 
aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do congresso 
nacional, por lei complementar. 
 
Os estados nacionais que conseguiram manter a sua coesão cidadã ou interna, independente do seu 
tamanho, obtiveram êxito no que tange a construção do Estado e da 
cidadania. Os estados nacionais que conseguiram manter a sua coesão cidadã 
ou interna, independente do seu tamanho, obtiveram êxito no que tange a 
construção do Estado e da cidadania. Alguns exemplos de casos em que uma 
estrutura social consolidada logrou êxito no que diz respeito à organização 
política coesa ou sólida são: Brasil e Portugal. [Acquaviva 2010 p.90] 
 
A construção dos estados nacionais cumpriu diversas etapas ou transformações 
desde o início e, diante do processo avassalador da modernização, criou a democracia, 
os direitos civis, políticos, sociais e todo um conjunto de políticas que embasaram as 
condições de manutenção da coesão social. 
 
2.3.2 TEORIAS SOCIOLÓGICAS SOBRE O ESTADO 
 
Marx, Durkheim e Weber, os três autores clássicos da Sociologia, tiveram, cada 
um a seu modo, uma vida política intensa e fizeram reflexões importantes sobre o 
Estado e a democracia de seu tempo. Vamos ver o que pensavam sobre esses temas. 
(RIBEIRO, 2016 p. 55) 
 
15 
 
 
 
Karl Marx​. ​Tendo escrito sobre as questões que envolvem o Estado num 
período em que o capitalismo ainda estava em formação, Marx não formulou uma teoria 
específica sobre o Estado e o poder. Num primeiro momento, ele se aproximou da 
concepção anarquista, definindo o Estado como uma entidade abstrata, em contradição 
com a sociedade. Seria uma comunidade ilusória, que procuraria conciliar os interesses 
de todos, mas principalmente daqueles que dominavam economicamente a sociedade. 
 
Cada etapa da evolução percorrida pela burguesia foi acompanhada de um progresso político 
correspondente. Classe oprimida pelo despotismo feudal, associação armada 
e autônoma na comuna, aqui república urbana independente, ali terceiro 
estado tributário da monarquia; depois, durante o período manufatureiro, 
contrapeso da nobreza na monarquia feudal ou absoluta, base principal das 
grandes monarquias, a burguesia, com o estabelecimento da grande indústria 
e do mercado mundial, conquistou, finalmente, a soberania política exclusiva 
no Estado representativo moderno. O executivo no Estado moderno não é 
senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa. 
[MARX 1998 p 41] 
 
Para Karl Marx o Estado é, portanto, uma organização cujos interesses 
são os da classe dominante na sociedade capitalista: a burguesia. 
 
Émile Durkheim​: Ao analisar a questão da política e do Estado, Durkheim tevecomo referência fundamental a sociedade francesa de seu tempo. Como sempre esteve 
preocupado com a ​coesão social, ​inseriu-a de forma clara na questão. 
 
Para ele, o Estado é fundamental numa sociedade que fica cada dia maior e mais 
complexa, devendo estar acima das organizações comunitárias. 
Durkheim dizia que o Estado “concentrava e expressava a vida social”. Sua 
função seria eminentemente moral, pois ele deveria realizar e organizar o ideário do 
indivíduo e assegurar-lhe pleno desenvolvimento. E isso se faria por meio da educação 
pública voltada para uma formação moral sem fins conceituais ou religiosos. 
 
De acordo com o filósofo, o Estado não é antagônico ao indivíduo. Foi o Estado 
que emancipou o indivíduo do controle despótico e imediato dos grupos secundários, 
como a família, a Igreja e as corporações profissionais, dando-lhe um espaço mais 
amplo para o desenvolvimento de sua liberdade. 
 
16 
 
 
 
Como é necessário haver uma palavra para designar o grupo especial de funcionários encarregados de 
representar essa autoridade [a "autoridade soberana" a cuja ação os 
indivíduos estão submetidos], conviremos em reservar para esse uso a palavra 
Estado. Sem dúvida é muito freqüente chamar-se de Estado não o órgão 
governamental, mas a sociedade política em seu conjunto, o povo governado 
e seu governo juntos, e nós mesmos empregamos a palavra nesse sentido. [...] 
Eis o que define o Estado. É um grupo de funcionários ​sui generis, ​no seio do 
qual se elaboram representações e volições que envolvem a coletividade, 
embora não sejam obra da coletividade. Não é correto dizer que o Estado 
encarna a consciência coletiva, pois esta o transborda por todos os lados. É 
em grande parte difusa; a cada instante há uma infinidade de sentimentos 
sociais, de estados sociais de todo o tipo de que o Estado só percebe o eco 
enfraquecido. Ele só é a sede de uma consciência especial, restrita, porém 
mais elevada, mais clara, que tem de si mesma um sentimento mais 
vivo.[DURKHEIM 2002, p.67] 
 
Para Durkheim, portanto, o Estado é uma organização com um conteúdo 
inerente, ou seja, os interesses coletivos. 
 
Max Weber​. ​Cinqüenta anos depois da publicação do ​Manifesto comunista​, por 
Marx e Engels, num momento em que o capitalismo estava mais desenvolvido e 
burocratizado, Weber escreveu sobre as questões do poder e da política. Questionava: 
como será possível o indivíduo manter sua independência diante dessa total 
burocratização da vida? Esse foi o tema central da Sociologia política weberiana. 
 
Segundo Ribeiro(2016), se Durkheim tinha como foco a sociedade francesa, 
Weber manifestava uma preocupação específica com a estrutura política alemã, mas 
levava em conta também o sistema político dos Estados Unidos e da Inglaterra. Além 
disso, estava atento ao que acontecia na Rússia, principalmente após a revolução de 
1905. 
 
Para ele, na Alemanha unificada por Otto von Bismarck, o Estado era 
fundamentado nos seguintes setores da sociedade: o Exército, os ​junkers ​(grandes 
proprietários de terras), os grandes industriais e a elite do serviço público (alta 
burocracia). Em 1917, escrevendo sobre Bismarck, dizia que este havia deixado uma 
nação sem educação e sem vontade política, acostumada a aceitar que o grande líder 
decidisse por ela. 
 
17 
 
 
 
Ao analisar o Estado alemão, Weber afirma que o verdadeiro poder estatal está 
nas mãos da burocracia militar e civil. Portanto, para ele, o “Estado é uma relação de 
homens dominando homens” mediante a violência, considerada legítima, e “uma 
associação compulsória que organiza a dominação”. Para que essa relação exista, é 
necessário que os dominados obedeçam à autoridade dos que detêm o poder. Mas o que 
legitima esse domínio? Para Weber há três formas de dominação legítima: a tradicional, 
a carismática e a legal. (RIBEIRO 2016 p.66) 
 
A dominação tradicional é legitimada pelos costumes, normas e valores 
tradicionais e pela “orientação habitual para o conformismo”. É exercida pelo patriarca 
ou pelos príncipes patrimoniais. 
A dominação carismática está fundada na autoridade do carisma pessoal (o “dom 
da graça”), da confiança na revelação, do heroísmo ou de qualquer qualidade de 
liderança individual. É exercida pelos profetas das religiões, líderes militares, heróis 
revolucionários e líderes de um partido. 
A dominação legal é legitimada pela legalidade que decorre de um estatuto, da 
competência funcional e de regras racionalmente criadas. Está presente no 
comportamento dos “servidores do Estado”. 
 
"Todo o Estado se funda na força", disse Trotski em Brest-Litovsk. Isso é realmente certo. Se não 
existissem instituições sociais que conhecessem o uso da violência, então o 
conceito de "Estado" seria eliminado, e surgiria uma situação que 
poderíamos designar como "anarquia", no sentido específico da palavra. [...] 
Hoje, porém, temos de dizer que o Estado é uma comunidade humana que 
pretende, com êxito, o ​monopólio do uso legítimo da força física ​dentro de 
um determinado território. [...] O Estado é considerado como a única fonte 
do "direito" de usar a violência. Daí "política", para nós, significar a 
participação no poder ou a luta para influir na distribuição de poder, seja 
entre Estados ou entre grupos dentro de um Estado.[WEBER, 1982 p.98] 
 
Para Max Weber, portanto, o Estado é uma organização sem conteúdo inerente; 
apenas mais uma das muitas organizações burocráticas da sociedade​. 
 
2.3.3 O PODER E O ESTADO 
 
Poder é o direito de agir, mandar e impor determinada vontade sobre os outros. 
Existem diversos tipos de poder em uma nação: o social, o econômico, o militar, o 
18 
 
 
 
político, etc. Todos eles interagem simultaneamente, com o objetivo de manter a ordem 
e o equilíbrio de uma sociedade. (OLIVEIRA 2009 p.55) 
 
Segundo Oliveira(2009), o Poder é um elemento que constitui o Estado, ele 
representa uma “energia básica” que anima a existência de uma comunidade humana, 
num determinado território, conservando-a unida, coesa e solidária. 
 
De acordo com Bonavides(2002), temos dois tipos de poder do Estado, 
estabelecidos de forma distinta, são eles: o poder de fato e o poder de direito. O “poder 
de fato” é aquele que se estabelece pela coerção, pela força do Estado sobre a população 
e que, portanto, é explícito. O “poder de direito” que está amparado por um “contrato” 
firmado entre a sociedade e o Estado e está baseado em uma relação de confiança entre 
as partes, onde presume-se a competência e a experiência do Estado para exercer esse 
poder. O poder também se expressa nas relações sociais e, como em toda relação de 
poder tem política, essa também é uma de suas vertentes. De modo geral, o poder pode 
se manter de duas formas: explicitamente ou implicitamente e, assim o poder de direito 
exerce a autoridade, enquanto o poder de fato é autoritário. 
 
O poder de direito, sendo um poder advindo da confiança entre Estado e 
Sociedade, se estabelece pautado na legalidade e nos anseios dessa mesma sociedade 
por regras permanentes. 
 
As regraspermanentes estabelecem-se com o objetivo de garantir ao cidadão a 
manutenção dos seus direitos, assim como, não permitir que os governantes tenham uma 
conduta arbitrária na condução do Estado. 
Assim, a legalidade no sistema político exprime a observância das leis. 
 
a legitimidade é a legalidade acrescida de sua valoração, ou seja, as crenças, valores e princípios que 
orientam as manifestações de consentimento e obediência. A legitimidade de 
uma determinada ordem política varia de acordo com o sistema de valores 
estabelecidos pelo conjunto da sociedade. Os processos de transição dos 
regimes políticos são eventos nos quais se pode perceber melhor a 
necessidade da legitimidade do poder. Os fundamentos da legitimidade do 
poder são compostos por crenças, princípios e valores que orientam a 
obediência e o consentimento da sociedade.[Oliveira 2009 p.50] 
19 
 
 
 
 
Pode-se definir o Estado como: corporação de um povo, assentada em um 
determinado território e dotada de um Poder originário de mando O Estado possui 
elementos que o constituem e que podem ser classificados em dimensões. É necessário 
que uma população se estabeleça em um determinado território, portanto, a primeira 
dimensão da constituição de um Estado é de ordem material. A segunda dimensão da 
constituição de um Estado é de ordem formal, já que após a população se organizar em 
um território, é necessário que se estabeleça uma ordem política. Assim, podemos dizer 
que existem duas dimensões da constituição do Estado: a de ordem material (concreta e 
territorial) e a de ordem formal (política e legal). (ACQUAVIVA, 2010 p. 43) 
 
2.3.4 PODER, POLÍTICA E ESTADO NO BRASIL 
 
O governo é estruturado por um conjunto de pessoas (governantes) que exercem 
a autoridade política em uma nação, com o objetivo de integrar a sociedade e defendê-la 
de problemas externos. O Brasil é uma República Federativa Presidencialista, formada 
pela União, estados e municípios, em que o exercício do poder é atribuído a órgãos 
distintos e independentes, submetidos a um sistema de controle para garantir o 
cumprimento das leis e da Constituição. No sistema federativo brasileiro existem três 
esferas de governo: o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. 
(BONAVIDES 2002, p.52) 
 
Segundo Tavares(1994), no Brasil, os cargos dos poderes legislativo e executivo 
são conquistados pela eleição, enquanto no poder judiciário, o acesso se dá por meio de 
concursos ou nomeações. Os cargos eletivos do Poder Executivo são: presidente, 
governador e prefeito (e seus respectivos vices), enquanto os cargos eletivos do Poder 
Legislativo são: senador, deputado (federal e estadual) e vereador. 
 
Segundo nos diz Acquaviva(2010), um dos elementos do Estado é a ordem 
política que se estabelece sobre uma população em um determinado território e que 
deve ser estruturada e comandada pelo governo. Assim, pode-se definir o Governo 
como um conjunto de pessoas que exerce o poder político e que influencia a orientação 
20 
 
 
 
política de uma sociedade específica. A função primordial de um governo é realizar a 
integração política da sociedade e a sua defesa no confronto com os grupos externos. 
 
A estrutura do governo pode definir o governo como um conjunto de pessoas que exercem o poder 
político e que influenciam a orientação política de uma sociedade específica. 
O principal conceito de governo é a autoridade governante de uma unidade 
política, que tem o objetivo de regrar uma sociedade política e exercer 
autoridade. O tamanho do governo vai variar de acordo com o tamanho do 
Estado, e ele pode ser local, regional e nacional. [Bonavides 2002, p. 55] 
 
Segundo Oliveira (2009), a estrutura de um governo é identificada em especial 
pelos órgãos de cúpula do Poder Executivo. No Brasil, os principais governantes no 
âmbito federal são: o Presidente, os Ministros e as Lideranças governistas no 
Congresso. Vejamos a definição de regime político segundo a ótica de Tomazzi(2010): 
 
Em um sistema político há diferentes elementos que coexistem para compor a forma de organização 
política de uma dada nação, o Regime Político é mais um deles, e não deve 
ser confundido com a forma do Estado e o tipo de Governo. Cada sociedade é 
única em muitos aspectos e funciona segundo estruturas de poder e sociais 
específicas. Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas formas de 
governo quanto há sociedades. [Tomazzi 2010 p. 110] 
 
 
Bonavides (2002) relata que a caracterização do Regime Político de uma nação 
depende das instituições e valores que compõem a sua dimensão política, esses 
elementos estão sujeitos à influência de variáveis internas e externas. Os tipos de 
Regime Político são muito similares às classificações das formas de Governo, isso 
porque ambos estão intimamente ligados pelas “questões de fundo”, já que 
compartilham os valores políticos de uma sociedade. 
 
Segundo Tavares(1994), aborda que um elemento fundamental dos regimes 
representativos é o sistema eleitoral, que organiza as diretrizes, práticas e instituições 
necessárias para que uma dada sociedade escolha os seus representantes. Os 
representantes são escolhidos pelos cidadãos por meio do sistema eleitoral, que 
transforma os votos dos eleitores em cadeiras e mandatos dos eleitos. Há basicamente 
três tipos de sistemas eleitorais no mundo: o majoritário, o proporcional e o misto: 
 
21 
 
 
 
· O Sistema Majoritário é a forma de representação na qual se procura eleger os candidatos mais votados 
(Exemplos: Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, etc.) 
· O Sistema Proporcional visa assegurar que a diversidade de opiniões de uma sociedade esteja refletida 
no Legislativo. (Exemplo: Brasil, Argentina, Espanha, Portugal, etc.). 
· O Sistema Misto emprega os sistemas majoritário e proporcional de forma paralela, mantendo os 
benefícios da fórmula majoritária e atenuando suas fragilidades (Exemplos: 
Alemanha, Japão, México, etc.) 
 
2.4 ESCOLA, DIDÁTICA E INDÚSTRIA CULTURAL 
 
Pensar criticamente a relação entre a escola e sua didática progressista e a 
indústria cultural não é algo evidente ou feito de antemão. Como se sabe, não foi da 
escola que Adorno e Horkheimer se ocuparam quando, nos anos 1940, atiraram suas 
teses nos porões de Hollywood. 
 
Mesmo nos escritos de Adorno que desenvolveram a temática, públicados posteriormente à Dialética do 
esclarecimento, principalmente em “Theorie der halbbildung” [Teoria da 
semiformação], na qual se investiga o efeito da indústria cultural em seus 
consumidores, a escola não é o foco. [Zuin, 2008 p. 173] 
 
Segundo Zuin (2008), a expressão semiformação tem origem no pensamento 
pedagógico e na crítica a escola, anteriores a disseminação do rádio. Do cinema e da 
televisão e, por extensão da midiática cultura de massas. Foi cunhada modernamente – 
para além do que poderia se imaginar ser a indústria cultural- no ano de nascimento de 
Adorno, 1903, pelo criador do “Neo-humanismo”, Friedrich Paulsen. Com a expressão 
semiformação criticava-se o insípido e indigesto conteúdo da escola secundária, que 
massacravaos alunos. No entanto, compreender semiformação como resultado de uma 
industrialização de cultura era algo que Paulsen não podia fazer. Não há dúvida que a 
perspectiva de Adorno se radica ao mesmo horizonte do “Neo-humanismo”. Por outro 
lado, não se pode pensar que, ao fazer sua critíca a indústria cultural, Horkheimer e 
Adorno tinham em mente a escola e o ensino superior. 
 
Nesse horizonte são propostas algumas questões que podem levar a reflexão e ao conceito do tema 
tratado. Para tanto, são apontadas algumas teses sobre a relação entre didática 
e indústria cultural, de modo que seja possível cogitar o tema de forma 
objetiva e subjetiva simultaneamente. Em primeiro lugar, descreve-se a 
presença empírica dos efeitos da aprendizagem sob os auspícios da indústria 
cultural nos estudantes escolares e do nível superior. Na sequência, são 
22 
 
 
 
propostas algumas das novas formas de didática, tal como se encontram hoje 
na escola como complementos da indústria cultural.[Zuin 2008, p. 180] 
 
Duarte(2014) aborda que não apenas os produtos da indústria cultural 
expropriam dos homens a possibilidade de uma relação viva com as coisas, sobretudo 
quando estas são medidas esteticamente pelo mundo da experiência e do conhecimento. 
A escola pública, contrariamente a sua gênese e seu programa – o esclarecimento 
amplo, científico, metódico, moral e social das gerações futuras-, tornou-se um agente 
dessa expropriação. 
 
Segundo Zuin(2008), a educação escolar se imiscui cada vez mais nos 
mecanismos da indústria cultural. A escola espera, ao confundir escolarização e 
consumo, adentrar o mundo dos negócios de forma mais eficiente, na medida em que 
torna os alunos consumidores de uma mercadoria-lição que promete valor de troca e 
trabalho não fatigante, divertido e rotineiro como acesso ao conhecimento. Por trás 
desse rearranjo dos assuntos escolares, as possibilidades do conteúdo formativo 
desaparecem. Este surge entrementes como estranho e intimidador: os conteúdos da 
tradição cultural seriam não mais postos a disposição do mercado, uma vez 
transformados no âmbito da indústria cultural. 
 
A indústria cultural recolhe, de diversas formas, o que a escola coloca a 
disposição. Essa é, por sua vez, a escola dos futuros consumidores da indústria cultural, 
e não aquela produção soube “ferir” (Adorno) pessimistamente os alunos. Aquele que 
atribui reconhecimento a discursos descompromissados estará com o espírito preparado 
para o desfrute dos talk shows. Aquele que na escola se limita a receber conhecimento 
superficiais e inofensivos estará disponível a mera opinião, mas não a capacidade de 
julgar de maneira fundamentada. 
 
Aquele que na escola não teve a experiência da exploração concentrada e precisa 
de um conteúdo, por meio de estandardização, dispersão e justaposição, estará de 
acordo com a esquematização, a volatilidade e vulgaridade das mercadorias da indústria 
cultural. 
 
23 
 
 
 
Ao adaptar seus conteúdos e formas de trabalho a indústria cultural, a escola 
pode, nesta sociedade, fazê-la triunfar como solo da cultura e facilmente por tudo a seu 
serviço. 
 
 
Zuin(2008) diz que desde seu começo a educação escolar orienta-se por um 
“decalque” didático do mundo, cujo “formato” hoje corresponde ao registro das 
imagens da indústria cultural. Elas representam o saber de tal forma que, diante do que 
se regulamenta como saber escolar, as capacidades não esperadas são desprezadas. Com 
isso são arrancadas do complexo no qual se opera o conteúdo(Sachzusammenhang), de 
forma que também a capacidade subjetiva de julgar seja posta entre parênteses. O 
mundo se torna um “Mundo de aparência” (Adorno) da materialidade escolar que, por 
sua vez, forja uma realidade própria em contraposição ao mundo. A materialidade do 
conhecimento é apenas adquirida de maneira funcional, não mais apropriada. Tudo deve 
correr de forma “rápida e agradável” e, por isso, jamais pode haver “profundidade”. 
 
A recusa em confrontar os alunos com material ainda não didático, mas dividido 
em partes e automatizado, o que dá clareza ao que é ensinado. Esta, por sua vez, seria 
muito exigente ao ocupar-se de forma ampla das problemáticas que conformam o 
conteúdo escolar. Ao dedicar-se de modo tão intensivo a essas questões, não traria nem 
interesse nem motivação. Com isso a estrutura escolar não autorizaria que se ocupasse 
de fato com os conteúdos, mas exigiria, por meio das normas de avaliação e controle, o 
incessante ajustamento do processo de ensino e aprendizagem. (ZUIN 2008 p.182) 
 
 
Mesmo tão didatizada, a atividade de ensino não pode renunciar inteiramente aos 
conteúdos, cuja mediação ela deve promover. Para tanto, a estrutura disciplinar e seus 
métodos, que não foram de todo desmobilizados, expressam-se da seguinte forma: 
 
-Toda aula de matemática compõe-se dos esquemas idealizadores com ponto, reta, raio e distância, 
lidando antes com aquilo que é probabilidade calculável do que com o mero 
acaso. 
24 
 
 
 
-As ciências da natureza procuram com seus métodos experimentais a análise e síntese de substâncias e a 
descrição de fenômenos naturais o esclarecimento da natureza dada, sua 
utilidade, processos de mudança e evolução. 
No ensino da língua se expressa de pessoa para pessoa a relação eu-mundo- o entendimento intersubjetivo 
e a construção ficcional do mundo. 
-A história lança a pergunta pelas condições fundamentais ou contingenciais de transformação e pelas 
possíveis conformações do futuro. 
-O ensino da religião nos faz confrontar o outro da razão. 
-Artes plásticas e música evocam os alunos formas não discursiva de compreensão do mundo.[Zuin 2008, 
p.181] 
 
O sentido formativo desses cânones não se deixa inteiramente domesticar pela 
semiformação escolar. 
 
Isso se mostra com enorme vigor quando transcrições do cotidiano de aulas são 
analisadas. Incessantemente se colocam chances para professores e alunos captarem o 
sentido formativo dos conteúdos. Elas se manifestam em momentos próprios da 
disciplina, sendo peça rotineira. Mas essas chances são desperdiçadas. A aula costuma 
ser uma cerimônia permanentemente de cooling out (ducha de água fria) das aspirações 
formativas. 
 
Após anos de leitura de protocolos de registro de aulas, não verificamos 
nenhuma ocasião duradoura em que o professor estivesse preparado para a situação de, 
por algum tempo, sair do que estava prescrito e dirigir-se para as problemáticas 
complexas dos alunos que, por sua vez, não cessam de propor questões. 
 
Nas questões propostas pelos alunos é interessante observar que elas jamais se 
originam de uma posição semiformativa, mas sim da ingenuidade(no sentido adorniano) 
ou de uma expectativa muito bem posta, contrapondo-se ao que é falso e equivocado no 
que a escola apresenta. 
 
O surgimento do impulso formativo tem a forma da admiração e das questões 
ingênuas, da espontânea ligação por meio das coisas, do ceticismo diante do valor do 
que e apresentado, da reflexão ruidosa do sentido subjetivo. 
 
25 
 
 
 
Essas formas de exteriorização serãotratadas pelos professores como situações 
que atrapalham o andamento das atividades. Frequentemente não serão percebidas e por 
nada sobre elas será dito, elas serão diluídas no fluxo das falas em sala de aula. 
 
 
Os resultados internacionais de exames como o PISA(Programa internacional de 
avaliação de alunos) se encarregaram de transformar o domínio instrumental de tarefas 
estandardizadas no substituto daquilo que na Alemanha era normativo e teoricamente 
presente, o discurso sobre a formação e a formação integral. (Zuin 2008, p.183) 
 
Na medida em que o momento formativo que se livre, por sua própria natureza, 
desse estado de coisas não permanece, não retara outro que o sombrio prognóstico: a 
escola futuramente nada mais terá a ver com formação, elemento fundamental pelo qual 
foi instituída. Ela se reduz a alfabetização da massa calada e a disseminação de uma 
elite que não passa de um aparato funcional. 
 
Tal como foi analisado nos fins dos anos 40, pode-se ler no capítulo sobre 
indústria cultural de Dialética do esclarecimento o seguinte: 
 
O fato de que milhões de pessoas participam dessa indústria [escola, a.g] imporia 
métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação de bens 
padronizados para a satisfação de necessidades iguais. [...] Os padrões teriam resultado 
originariamente das necessidades dos consumidores: eis por que são aceitos sem 
resistência. De fato, o que explica é o círculo da manipulação e da necessidade 
retroativa, no qual a unidade do sistema se torna cada vez mais coesa. [...] Por enquanto, 
a técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à produção em série, 
sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra e a do sistema social. 
(ADORNO apud HORKHIMER 1985, p 114) 
 
A compulsão permanente a produzir novos efeitos(que, no entanto, permanecem 
ligados ao velho esquema) serve apenas para aumentar, como uma regra suplementar, a 
violência da tradição ao qual pretende escapar cada efeito particular. 
26 
 
 
 
 
O espectador não deve ter necessidade de nenhum pensamento próprio, o 
produto prescreve toda reação: não por sua estrutura temática –que desmorona na 
medida em que exige pensamento- mas através de sinais. 
 
A indústria cultural não cessa de lograr seus consumidores quanto aquilo que 
esta continuamente a lhe prometer. 
 
Segundo Coelho(1993), a indústria cultural se resume ao conjunto de indústrias, 
ou seja, empresas e afins, que comercializam produtos culturais e artísticos, buscando o 
lucro com esta atividade dentro de uma sociedade capitalista. 
 
Assim, as manifestações artísticas, culturais tornam-se um produto, que permite 
o acesso de algumas pessoas ao lucro. Esta indústria procura fazer com que a grande 
massa da população, que neste caso são os chamados espectadores, consuma os 
produtos culturais sem desenvolver o senso crítico. 
 
A diversão, o lazer passam a ser mercadorias, e quem as consome não se 
preocupa em analisar as obras, em estabelecer uma crítica, ele é distraído. Este grupo de 
pessoas entretidas forma a grande massa, que alimenta um sistema porque segue o que 
lhes é imposto por meio das ideologias, sem questionar as produções culturais 
apresentadas a si.(COELHO 1993 p. 14) 
Para Adorno e Horkheimer, a indústria cultural: 
Entendida como um processo no qual o indivíduo é levado a não meditar sobre si mesmo e sobre a 
totalidade do meio social circundante, transformando-se com isso em mero 
joguete e, afinal, em simples produto alimentador do sistema que o envolve 
[COELHO, 1993, p. 14]. 
 
 
De acordo com as teorias da indústria cultural, as produções do ramo da cultura 
e as artes não são mais expressões artísticas puras, pois seu processo de realização 
carrega em si um planejamento que inclui elementos profissionais que culminem em 
vendas, por meio da conquista de um público. 
 
27 
 
 
 
Horkheimer e Adorno(1985) desenvolveram este conceito no livro “Dialética do 
Esclarecimento: Fragmentos Filosóficos”. 
 
Podemos utilizar um exemplo bastante simples para explicar a indústria cultural: 
o cinema. Ele deixou, a partir do fortalecimento do comércio em virtude da 
consolidação da indústria moderna, de ser arte e lazer para se tornar um bem de 
exploração. Ou seja, o cinema tornou-se um bem cultural explorado para obtenção de 
lucro e assim tornou-se também um meio de manipulação, pois difunde as ideologias 
dominantes. 
É importante frisar que a grande força da indústria cultural se verifica em proporcionar ao homem 
necessidades. Mas não aquelas necessidades básicas para se viver dignamente 
(casa, comida, lazer, educação e assim por diante) e, sim, as necessidades do 
sistema vigente (consumir incessantemente). Com isso, o consumidor viverá 
sempre insatisfeito, querendo, constantemente, consumir e o campo de 
consumo se torna cada vez maior (SILVA, 2002, [s.p.]). 
 
Para Adorno, diante da indústria cultural, o homem se torna um objeto de 
manipulação porque ele sofre influência das ideologias e mesmo em seu lazer é como se 
estivesse em uma extensão de seu trabalho (SILVA, 2002). Isso porque ele passa a 
consumir os bens culturais difundidos pelos dominantes, afinal ele estaria com seus 
esquemas mentais condicionados para consumir o que é oferecido pela indústria 
cultural, sem precisar pensar, mas apenas escolher. 
 
Este processo de consumo do que os dominantes desejam que seja consumido 
causa um condicionamento da cultura e, por consequência, de valores. Afinal, as 
percepções individuais passam a ser regidas pelos elementos que influenciam as 
opiniões e agem principalmente nas pessoas que são formadoras de opinião, ou seja, 
aquelas nas quais muitos indivíduos se baseiam para constituir suas opiniões pessoais 
sobre determinados temas. Além disso, a indústria cultural busca criar necessidades e 
incentivar o consumismo. (DUARTE 2014 p. 35) 
 
A arte superior provoca na pessoa que a contempla a reflexão, ela é percebida de 
forma diferente por quem a contempla. Muitas vezes a obra é transferida para a massa, e 
então se torna arte inferior, pois perde seu caráter inovador. Este processo é o que 
Adorno chama de banalização da cultura. 
28 
 
 
 
 
A cultura passa a ficar à mercê do consumo instantâneo, perdendo seu valor após 
o uso. Mesmo diante de todas as criações de manipulação da indústria cultural, Adorno 
ainda defendia que a arte seria a forma de salvação do ser humano. 
 
Na Teoria Estética, obra em que Adorno tentará explanar seus pensamentos 
sobre a salvação do homem, dirá ele que não adianta combater o mal com o próprio mal. 
Exemplo disso ocorreu no nazismo e em outras guerras. Segundo ele, a antítese mais 
viável da sociedade selvagem é a arte. A arte, para ele, é que liberta o homem das 
amarras dos sistemas e o coloca com um ser autônomo, e, portanto, um ser humano. 
Enquanto para a indústria cultural o homem é mero objeto de trabalho e consumo, na 
arte é um ser livre para pensar, sentir e agir. A arte é como se fosse algo perfeito diante 
da realidade imperfeita. Além disso,para Adorno, a indústria cultural não pode ser 
pensada de maneira absoluta: ela possui uma origem histórica e, portanto, pode 
desaparecer. (SILVA, 2002, [s.p.]). 
 
 
Existem países que dominam as produções artísticas de determinadas áreas, cujo 
exemplo mais concreto é o domínio do cinema produzido em Hollywood diante de 
todas as outras produções mundiais, exemplificado na quantidade de prêmios recebidos 
e no elevado número de bilheteria atingida por seus filmes. 
 
3 METODOLOGIA 
 
Os métodos a serem utilizados nesta pesquisa, foram puramente teóricos em 
termos de livros e também em observação realizada dentro da escola. 
 
Através de fundamentações e incansáveis leituras sobre o assunto. Com o auxílio 
dos livros utilizados e a experiência adquirida como estagiário de Sociologia. 
 
Durante toda a caminhada de elaboração deste projeto de ensino, procurei 
considerar todas as experiências que já vivenciei referente a este tema, como a 
29 
 
 
 
finalidade de fundamentar e proporcionar uma visão mais ampla sobre a realidade do 
pensamento social e político em nosso dia-a-dia. 
 
Para realizar um trabalho consistente, procurou-se apoio em autores entre outros: 
Acquaviva, Adorno, Beras, Bobbio, Bonavides, Coelho, Dahl, Dias, Duarte, Durkheim, 
Habermas, Hokheimer, Lassalle, Levy, Oliveira, Marx, Salgado, Sartori, Silva, 
Schumpeter, Paixão, Pileti, Pinsky, Ribeiro, Rousseau, Tavares, Tomazi, Zuin, Weber 
uma vez que esses autores possuem preocupações semelhantes à abordada no presente 
trabalho. 
 
Tem-se a certeza de que esse trabalho servirá de apoio de maior compreensão 
sobre o assunto tão mistificado e debatido que é o pensar político dentro da sala de aula. 
 
Foi utilizado durante os estágios leituras de determinados temas retirado da 
internet, porém com bastante importância para o estudo da disciplina de sociologia 
assim como leituras dos capítulos do livro didático “Sociologia para o ensino médio” 
junto aos aluno e finalizando com slides dos capítulos do referido livro. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados das discussões, foram feitos ao final das regências com avaliações 
sobre os conteúdos abordados, na primeira regência foi pedido que fosse feita uma 
redação usando como tema um dos três assuntos estudados durante a regência, e na 
segunda regência uma prova com dez questões sobre os quatro conteúdos abordados. 
Pode-se notar também que os alunos não são muito chegados a ler o livro 
didático, pois preferem slides como faz o professor titular deles. Nas duas últimas aulas 
ministradas foram utilizados slides do programa Power Point e a interação foi maior do 
que nas aulas dadas com o livro didático, e ao que indica slides em breve substituirá o 
velho método de escrever no quadro e os alunos copiarem no caderno, pois com a 
evolução do Ensino e Aprendizagem e com o advento da internet evoluindo numa 
velocidade incrível não será mais aceito esses métodos antigos. 
 
 
30 
 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
A conclusão deve apresentar o posicionamento sintetizado da argumentação 
desenvolvida no corpo do trabalho. Apresenta-se uma análise sobre o trabalho 
desenvolvido, informando resultados e reflexões. Também poderá ser relatada uma 
opinião pessoal, apresentando recomendações e sugestões referentes ao 
aperfeiçoamento de futuros trabalhos. 
 
 
 
 
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