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Protozooses Sistêmicas II - Toxoplasmose e Malária

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MAD2 Protozooses Sistêmicas II 
TOXOPLASMOSE – TOXPLASMA GONDII 
A toxoplasmose é uma infecção cosmopolita. Em algumas áreas da Europa, da África e da 
América Latina, observam-se frequentemente taxas de soroprevalência acima de 80% na 
população adulta. Em termos globais, estima-se que entre um terço e um quarto da população 
mundial esteja infectada. A grande importância da toxoplasmose, como problema clínico e de 
saúde pública, decorre de infecções em gestantes e pacientes imunocomprometidos, que 
podem produzir complicações graves e potencialmente fatais. 
 
• Parasita intracelular obrigatório; 
• O parasito invade e se multiplica em qualquer célula nucleada de mamíferos e aves. 
• 3 estágios infectantes: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos 
o apresentam um tipo de motilidade chamado de deslizamento ou gliding 
o Esporozoítos: 
 desenvolvem-se no interior dos oocistos liberados junto com as fezes 
de felinos infectados; 
 liberados no trato intestinal, invadem as células hospedeiras e se 
transformam em taquizoítos. 
o Taquizoítos: 
 alongados e encurvados, multiplicam-se rapidamente no interior das 
células. 
o Bradizoítos: 
 taquizoítos convertidos em formas quiescentes menores, que se 
multiplicam lentamente no interior de cistos teciduais. 
 
Estágios infectantes 
Esporozoítos: estágio infectante do parasita encontrada no oocisto maduro do meio ambiente. 
• produzidos apenas no hospedeiro definitivo por reprodução sexuada; 
• eliminados nas fezes do gato; 
• resistência ao meio ambiente: viáveis >1 ano no solo; 
• oocisto torna-se infectante no meio ambiente, denominado oocisto esporulado ou 
maduro; 
• esporozoítos: eclodem dos oocistos - formas altamente infectantes. 
 
 
Taquizoítos: estágio do parasito nas infecções agudas. 
• invade vários tipos celulares, exceto hemácias 
(fagócitos, céls hepáticas, pulmonares, nervosas, 
submucosas, musculares etc.); 
• deslocamento rápido mediado pela adesão do 
parasito ao substrato, via proteínas 
transmembranares; 
• reprodução intracelular rápida por endodiogenia (reprodução assexuada); 
• presentes na fase aguda da doença; 
• presente em líquidos corpóreos. 
 
Bradizoítos: estágio do parasito encontrada dentro de cistos teciduais, na forma crônica da 
doença. 
• conversão de taquizoítos em bradizoitos: induzida por estresse provocado pela resposta 
imunológica (estresse oxidativo); 
• dentro do cisto se encontram milhares de parasitos (bradizoítos) que continuam se 
reproduzindo lentamente por endodiogenia; 
• taquizoítos e bradizoítos diferem quanto ao metabolismo e à composição antigênica 
• presente em tecidos (comum: epitelial, nervoso, ocular, muscular); 
• resiste ao ph do estômago, sistema imune e medicamentos. 
 
 
Ciclo de vida 
Os únicos hospedeiros definitivos conhecidos para Toxoplasma gondii são membros da família 
Felidae (gatos domésticos e seus parentes). Oocistos não esporulados são eliminados nas fezes 
do gato (1). Embora os oocistos geralmente sejam eliminados por apenas 1-3 semanas, um 
grande número pode ser eliminado. Os oocistos levam de 1 a 5 dias para esporular no meio 
ambiente e se tornarem infectantes. Hospedeiros intermediários na natureza (incluindo 
pássaros e roedores) são infectados após a ingestão de solo, água ou material vegetal 
contaminado com oocistos (2). 
Os oocistos se transformam em 
taquizoítos logo após a ingestão. 
Esses taquizoítos localizam-se no 
tecido neural e muscular e se 
desenvolvem em bradizoítos de 
cisto tecidual (3). Os gatos são 
infectados após consumir 
hospedeiros intermediários que 
abrigam cistos teciduais (4). Os 
gatos também podem ser 
infectados diretamente pela 
ingestão de oocistos 
esporulados. Animais criados 
para consumo humano e caça 
selvagem também podem ser 
Encontrado dentro do vacúolo 
parasitóforo (VP) da célula, cuja 
membrana do VP forma a parede do cisto 
infectados com cistos teciduais após a ingestão de oocistos esporulados no ambiente (5). 
Os humanos podem ser infectados por qualquer uma das várias rotas: 
Comer carne mal-passada de animais com cistos de tecido (6). Consumir alimentos ou água 
contaminados com fezes de gato ou por amostras ambientais contaminadas (como solo 
contaminado com fezes ou trocar a caixa de areia de um gato de estimação) (7). Transfusão de 
sangue ou transplante de órgãos (8). Transplacentalmente da mãe para o feto (9). No 
hospedeiro humano, os parasitos formam cistos teciduais, mais comumente no músculo 
esquelético, miocárdio, cérebro e olhos; esses cistos podem permanecer durante toda a vida do 
hospedeiro. O diagnóstico geralmente é feito por sorologia, embora cistos teciduais possam ser 
observados em amostras de biópsia coradas (10). O diagnóstico de infecções congênitas pode 
ser realizado pela detecção do DNA do T. gondii no líquido amniótico por meio de métodos 
moleculares como a PCR (11). 
 
Infecção humana 
Cistos teciduais ou oocistos esporulados ingeridos liberam bradizoítos e esporozoítos, 
respectivamente, no lúmen intestinal. Os zoítos rapidamente invadem células epiteliais e se 
transformam em taquizoítos, que se disseminam pelo organismo, podendo ocorrer a passagem 
transplacentária de taquizoítos, o que resulta em infecção congênita. Com o controle da 
infecção por uma resposta imunológica competente, o parasito forma cistos teciduais 
preferencialmente em tecidos nervosos e musculares. Os principais sítios de reativação de 
toxoplasmose no ser humano são o cérebro e os olhos. 
 
 
 
Mecanismo de invasão 
• contato inicial via proteínas associadas ao glideossomo (SAGs); 
• adesão via MICs (adesinas); 
• penetração (exocitose do conteúdo das roptrias); 
• separação do vacúolo parasitário. 
Resposta 
imune 
competente 
Via 
hematogênica/tr
ansplacentária 
Strategies and timing of 
T. gondii transcellular 
invasion. (1) Initial 
attachment to the host 
cell surface via SAGs 
precedes (2) conoid 
extension, release of 
MICs and apical 
attachment. (3) 
Invasion is initiated by 
secretion of RONs and 
association with 
microneme-derived 
AMA1, which forms the 
ring-like MJ. (4) The 
parasite re-orientates 
and ROPs are 
discharged from 
rhoptries into the host cytoplasm where they associate with the developing PV or remain soluble. (5) The 
parasite actively invades through the MJ, creating the invaginated PV. (6) Once internalised, the PV is 
closed and 7) the parasite separates from the host plasma membrane and dense granules are released 
and associate with the PVM. Steps 2–5 take only 15–20 seconds whereas the final steps 6–7 take 1–2 
minutes. Magnified view of tachyzoite (inset). 
 
Resposta imune do hospedeiro 
• A. Após cruzar o epitélio do intestino delgado, os taquizoítos são reconhecidos por DC e 
macrófagos que estimulam a produção de IL-12 e TNF. 
• B. A resposta imune resulta na produção de interferon pelas células NK e Linfócitos T 
o IL10 e Il27 modulam a resposta imune e evitam a superprodução de citocinas 
pelas Th1. 
o A produção de IFN durante as respostas inata e adaptativa é responsável pela 
ativação de células que controlam a infecção parasitária: 
• C. Controle parasitário 
o Monócitos e macrófagos realizam superprodução de NO e ROS, além de 
proteínas de defesa, chamadas IRGs (immunity-rekated GTPases) e GBPs (p67 
guanylate-binding proteins), que são recrutadas ao parasitóforo e estão 
envolvidas no clearence do parasita. 
o Células não hematopoiéticas produzem IRGs e GBPs. 
 
Ciclo lítico – intensa multiplicação de taquizoítos e intensa resposta inflamatória, com grande produção 
de TNF alfa, IL12 e IFN-gama, estimulada pela grande quantidade de antígenos solúveis (liberados 
durante o deslizamento) e remanescentes da célula mãe (endodiogenia). 
Innate immune responses to 
Toxoplasma gondii during 
infection. a| Early in infection, 
the first host cells to respond 
are dendritic cells (DCs), 
monocytes and macrophages.The interaction of 
Toxoplasmagondii profilin with 
Toll-like receptor11 (TLR11) on 
DCs is important for host 
production of interleukin12 
(IL12). In addition to 
stimulating IL12 production, 
macrophages also induce 
tumour necrosis factor (TNF), a 
cofactor in antimicrobial 
activity, in response to TLR2 
and TLR4mediated detection of 
glycosyl phosphatidylinositol 
(GPI)anchored parasite 
proteins. b| The immune 
response results in the 
production of interferon (IFN) 
from natural killer (NK) cells 
through the innate response 
and, eventually, from CD4+ and 
CD8+ Tcells as the adaptive 
response ensues. IL10 and IL27 
are key to modulating these 
pathways and prevent the 
overproduction of Thelper1 
type cytokines. c| The 
production of IFN during the 
innate and adaptive phases is 
responsible for activating cells 
to control parasite infection. IFN propagates a signal through a surface IFN receptor (IFNR) to activate 
signal transducer and activator of transcription1 (STAT1), a nuclear transcription factor that controls the 
expression of many genes. In response to STAT1 activity, monocytes and macrophages upregulate their 
production of nitric oxide (NO) and reactive oxygen species (ROS), both of which contribute to the control 
of intracellular parasites. Both haematopoetic and nonhaematopoetic cells upregulate two families of 
defence proteins called immunity-related GTPases (IRGs) and p67guanylate-binding proteins (GBPs), 
which are recruited to the parasitophorous vacuole (PV) and are involved in parasite clearance. The 
function of IRGs and GBPs depends on autophagy protein5 (ATG5). 
 
Aspectos clínicos 
• Maioria das infecções por T. gondii são assintomáticas. 
• Doença sintomática: 
o Toxoplasmose aguda (10-20%); 
o Toxoplasmose do sistema nervoso central (SNC) – comum em pacientes com 
AIDS ou imunocomprometidos; 
o Toxoplasmose congênita (transplacentária); 
o Toxoplasmose ocular (resultado de uma infecção congênita reativada, ~20 
anos); 
o Doença disseminada sem envolvimento do sistema nervoso central em 
pacientes imunocomprometidos (pneumonite, miocardite). 
 
Imunocompetentes: 
• Toxoplasmose aguda (10-20%): 
o período de incubação de 4-21 dias; 
o a infecção é caracterizada por destruição celular, reprodução de muitos 
organismos e eventual formação de cistos (bradizoitos); 
o sintomas: dor de cabeça, coriza, mialgia, febre, fadiga, dor de garganta, 
linfoadenopatia; 
o raramente ocorre infecção aguda disseminada: exantema cutâneo, febre alta e 
prostração podendo ocorrer meningoencefalite, hepatite, pneumonite e 
miocardite. 
 
Imunocomprometidos: 
• a maioria dos pacientes com AIDS ou outros pacientes imunocomprometidos com 
toxoplasmose apresentam encefalite: cefaleia, alteração do estado mental, convulsões, 
coma, febre e, algumas vezes, deficits neurológicos focais, com perda motora ou 
sensorial, paralisia de par craniano, alterações visuais e convulsões focais; 
• reagudização (reativação do cisto tecidual): principal causa imunossupressão: 
o conversão da fase crônica (bradizoíto/cisto tecidual) para fase aguda 
(taquizoíto). 
• principais sítios de reativação: sistema nervoso e globo ocular. 
 
Infecção congênita: 
• gestante na fase 
aguda (infecção 
primária) ou 
reativação por 
imunodepressão; 
• 10-15% resultam em 
aborto; 
• gravidade depende 
do período de 
gestação: 
o 1º 
TRIMESTRE: Elevado risco de aborto 
o 2º TRIMESTRE: Elevado risco de aborto ou nascimento prematuro. 
o 3º TRIMESTRE: Pode nascer normal e apresentar anomalias tardiamente. 
• lesões “mais comuns” no SNC e retina. 
 
Reativação da toxoplasmose 
• após o primeiro contato com o protozoário, o toxoplasma é controlado pelo sistema 
imune e fica inativado; 
• entre pessoas com imunidade normal, mesmo naquelas que aparesentaram sintoma de 
infecção aguda, os sintomas geralmente não retornam; 
• pessoas que tiveram toxoplasmose ocular, mesmo naquelas com imunidade normal, a 
reativação pode ocorrer, mas essa reativação não é muito frequente; 
• é preciso estar atento a uma nova piora dos sintomas da reativação ocular para não 
perder tempo e, mesmo sem sintomas, é interessante a avaliação periódica por um 
oftalmologista para se descartar processo inflamatório ativo; 
• a maior probabilidade de reativação da toxoplasmose é em pessoas com 
imunossupressão grave como na AIDS; 
• no caso específico de pessoas com AIDS, a forma mais frequente de reativação da 
toxiplasmose é no cérebro – neurotoxoplasmose. 
 
Diagnostico laboratorial 
• exames sorológicos (detecção de anticorpos específicos): imunofluorescência, ELISA; 
• SNC: Tomografia computadorizada ou ressonância magnética e punção lombar; 
• avaliação histopatológica das biópsias; 
• PCR do sangue, líquor, tecido ou, durante a gestação, do líquido amniótico; 
• Triagem Neonatal 
o pesquisa IgM - papel filtro (SUS – 2020); 
o 5-23 crianças infectadas a cada 10.000 nascidos vivos). 
 
Infecção primária – detecção de anticorpos específicos: 
• diferentes padrões de resposta 
de anticorpos retratam as fases 
aguda, de transição e crônica da 
infecção. 
• ase aguda: presença de IgM, 
IgA, IgE e IgG 
• títulos médios ou altos de IgG 
ou rápida elevação de títulos em 
amostras pareadas com intervalo de 
2 semanas. 
• IgG de fase aguda são em geral de baixa avidez 
• Fase de transição: IgG com avidez crescente, ausência de IgA e IgE, IgM podem estar 
presentes em baixos títulos. 
• Fase crônica (substitui gradativamente a fase de transição em semanas ou meses): 
baixos títulos de IgG de alta avidez na ausência de Acs das demais classes. 
 
 
PLASMODIUM SP – MALÁRIA 
A malária é uma das principais doenças parasitárias da atualidade, com cerca de 216 milhões de 
casos e 445.000 mortes anuais. Mais de 90% dos casos ocorrem na África, especialmente nas 
extensas áreas de savana e floresta equatorial ao sul do Saara, onde a malária é uma das 
principais causas de morte entre crianças com menos de 5 anos de idade e gestantes. 
• cerca de 40% da população mundial vive em áreas com transmissão de malária, 
distribuídas em 91 países da África, da Ásia, da Oceania e das Américas; 
• mais de 90% dos casos ocorrem na África; 
• Brasil: 
o 39% dos casos de malária registrados no continente americano, 
o Registram-se no país quase 200.000 novos casos a cada ano. 
o A transmissão concentra-se na Região Amazônica, composta pelos estados do 
Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e 
Tocantins. 
• doença infecciosa grave (doença de notificação); 
• transmissão: fêmea do mosquito anófeles; 
• principal sintoma: febre intermitente; 
Quatro espécies de plasmódios são classicamente reconhecidas como agentes etiológicos da 
malária humana: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. Hoje está demonstrado 
que, em alguns focos da América do Sul, as mesmas linhagens de P. vivax e P. malariae circulam 
entre seres humanos e macacos, com evidentes implicações para seu controle e a eliminação da 
malária no continente (Lalremruata et al., 2015; Brasil et al., 2017). 
• Plasmodium falciparum: predomina 
na África (91%) das infecções. 
• P. vivax: raro na Africa, responsável 
por 36% dos casos extra-africanos 
de malária 
o Nas Américas: espécie 
predominante nas últimas 
décadas, e corresponde 
hoje a 64% das infecções; 
as demais espécies 
encontradas no continente 
são P. falciparum e P. 
malariae. 
• P. malariae: 2ª. sp + comum na 
África 
• P. ovale. 
• P. knowlesi 
 
Ciclo de vida 
O ciclo de vida do parasita da malária envolve dois hospedeiros. Durante uma refeição de 
sangue, uma fêmea do mosquito Anopheles infectada com malária inocula esporozoítos no 
hospedeiro humano (1). Os esporozoítos infectam as células do fígado (2) e amadurecem em 
esquizontes (3), que se rompem e liberam merozoítos (4). (Digno de nota, em P. vivax e P. 
ovale um estágiodormente [hipnozoítos] pode persistir no fígado (se não for tratado) e causar 
recaídas invadindo a corrente sanguínea semanas, ou mesmo anos depois.) Após esta replicação 
inicial no fígado (esquizogonia exo-eritrocítica (A)), os parasitas sofrem multiplicação assexuada 
nos eritrócitos (esquizogonia eritrocítica (B)). Merozoítos infectam glóbulos vermelhos (5). Os 
trofozoítos em estágio de anel amadurecem em esquizontes, que se rompem liberando 
merozoítos. Alguns parasitas se diferenciam em estágios eritrocíticos sexuais (gametócitos) 
(7). Os parasitas do estádio sanguíneo são responsáveis pelas manifestações clínicas da 
doença. Os gametócitos, masculinos (microgametócitos) e femininos (macrogametócitos), são 
ingeridos por um mosquito Anopheles durante uma refeição de sangue (8). A multiplicação dos 
parasitas no mosquito é conhecida como ciclo esporogônico (C). Enquanto no estômago do 
mosquito, os microgametas penetram nos macrogametas gerando zigotos (9). Os zigotos, por 
sua vez, tornam-se móveis e alongados (ookinetes) (10) que invadem a parede do intestino 
médio do mosquito, onde se transformam em oocistos (11). Os oocistos crescem, se rompem e 
liberam esporozoítos (12), que seguem para as glândulas salivares do mosquito. A inoculação 
dos esporozoítos em um novo hospedeiro humano perpetua o ciclo de vida da malária. 
 
 
 
 
 
Invasão de hemácias por merozoítos de plasmódios 
Entrada: 
1. Reconhecimento de receptores da superfície da hemácia. 
2. Reorientação da posição do merozoíto, de modo a colocar seu polo apical em contato direto 
com a membrana da hemácia. 
3. Invaginação da membrana da hemácia. 
4. Interações de alta afinidade de moléculas do merozoíto com receptores da hemácia, 
inicialmente em seu polo apical e estendendo-se até seu polo posterior, facilitando a penetração 
do merozoíto, que forma um vacúolo à medida que penetra célula. 
5. Descarte das moléculas que interagem com a membrana da hemácia, possibilitando o 
fechamento do vacúolo que se formou durante a invasão, com o merozoíto em seu interior. 
 
Digno de nota, em P. vivax e P. ovale um estágio 
dormente [hipnozoítos] pode persistir no fígado (se não 
for tratado) e causar recaídas invadindo a corrente 
sanguínea semanas, ou mesmo anos depois). 
Saída: 
• Os primeiros estágios intraeritrocitários dos plasmódios são os trofozoítos. 
• No interior das hemácias ocorre nova esquizogonia; 
o os esquizontes eritrocitários maduros apresentam entre 6 e 32 núcleos, cada 
um deles originando um merozoíto (1). 
o Ao fim da esquizogonia (2 – ruptura do vacúolo parasitário 3 – merozoítos o 
citosol), os merozoítos são liberados na corrente sanguínea, coincidindo 
temporalmente com os picos febris periódicos característicos da malária. 
• Em geral, a febre e os demais sinais e sintomas típicos da malária surgem quando se 
ultrapassa certo limiar de parasitemia, em torno de 10 a 100 formas sanguíneas por 
microlitro de sangue. Por isso, os primeiros ciclos eritrocitários podem deixar de 
despertar sintomas. 
• A saída dos merozoítos da hemácia exige a ruptura do vacúolo parasitóforo em que o 
parasito se instalou e da membrana celular da célula hospedeira (4). 
 
Fisiopatogenia 
• virulência parasitária; 
• efeito lítico direto na hemácia: 
o P. vivax – hemácias jovens, 
Antígeno de Duffy 
o P. malariae – hemácias 
maduras 
o P. falciparum – qualquer 
hemácia (alta parasitemia). 
• Parasitemia intensa dos eritrócitos: 
o destruição (anemia); 
o sequestro eritrocitário; 
o depósito de 
imunocomplexos. 
 
Resposta imune 
• Acs gerados por exposição prévia ou imunização podem inibir invasão do esporozoíto 
no hepatócito 
• Células dendríticas nos linfonodos drenantes ou fígado apresentam antígenos via MHC 
I ou II – TCD4 e TCD8 
• Ac reconhecem ag da superfície do merozoíto ou de eritrócitos infectados ou liberados 
das organelas apicais do parasito no momento da invasão e promovem a eliminação das 
células sanguíneas parasitadas por opsonização ou fagocitose mediada por monócitos. 
 
Figure 1. Schematic 
representation of immune 
responses against 
Plasmodium spp. parasites. 
(a) Following the bite of an 
infected mosquito, some 
sporozoites enter the 
peripheral circulation and 
migrate to the liver; others 
remain in the skin where 
they can develop into 
merozoites or are drained to 
the nearest lymph node; (b) 
sporozoitespecific 
antibodies generated by 
previous exposure to 
malaria or by immunization 
could inhibit subsequent 
sporozoite invasion of the 
hepatocyte; (c) some 
parasites in the skin-
draining lymph nodes are 
degraded. Antigen 
presenting cells, including 
dendritic cells, uptake 
parasite remnants and 
present antigens to naive T 
cells, inducing CD8+ T cells 
which then migrate to the 
liver and perform effector 
functions; (d) parasite-derived T cell epitopes are presented on the surface of the infected hepatocytes in 
association with MHC class I or (presumably) class II molecules for recognition by CD8+ or CD4+ T cells, 
respectively; differentiation into central and effector memory cells occurs over time; (e) the apoptosis of 
infected hepatocytes could provide a source of antigen for subsequent immune responses; (f) during the 
blood-stage of the parasite life cycle, different types of antigen presenting cells can present parasite 
antigens to CD4+ T cells, to provide help for optimal T cell-dependent antibody responses; (g) some 
antibody responses could be T cell independent. B cells eventually develop into a memory population; (h) 
antibodies recognize parasite antigens on the surface of merozoites or infected erythrocytes or are 
released from apical organelles at the moment of invasion, and promote the clearance of parasitized red 
blood cells either by opsonization or by an antigen-dependent cellular inhibition process where monocytes 
uptake and phagocyte infected cells. Trends in Parasitology June 2011, Vol. 27, No. 6 
 
Mecanismo de evasão 
• Merozoítos: único estágio extracelular; 
• antígenos altamente polimórficos (AMA1); 
• PfRH e EBA – perfis de expressão variável; 
• RH5 é pobremente imunogênica (níveis limitados de expressão); 
• dessa forma a resposta de Ac deve ser muito eficiente em reconhecer esses múltiplos 
alvos antigênicos para realizar uma resposta efetiva. 
Figure 2. Plasmodium merozoites face an array 
of immunological challenges. Merozoites are the 
only extracellular stage of the Plasmodium life 
cycle and are therefore exposed to an array of 
immune attack mechanisms, as illustrated in 
cartoon form. Merozoite antigens are known to 
be the target of antibody responses, which 
operate both by opsonisation leading to 
phagocytosis and by simple steric hindrance of 
receptor–ligand interactions critical for invasion. 
Complement deposition on the merozoite 
surface may also play a role in parasite 
clearance. To avoid these attack mechanisms, 
Plasmodium parasites have evolved a number of distinct evasion responses. Some merozoite antigens such 
as AMA1 are highly polymorphic, while members of the PfRH and EBA multigene families are largely 
redundant and have variable expression profiles. Both of these strategies slow the development of 
protective immunity by forcing the antibody response to efficiently recognize multiple targets in order to 
mount an effective response. Finally, RH5 appears to be poorly immunogenic in the context of natural 
infections, perhaps due to limited levels of expression and exposure. 
 
Macrófagos hemofagocitos inflamatórios (iHPCs) 
• Receptores Toll-like reconhecem padrões moleculares específicos protozoários, 
ativados, induzem a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 IL-1Beta, TNF-alfa), 
desenvolvem células mielóides e diferenciação de macrófagos. 
• Monócitos ativados cronicamente diferenciam-se em macrófagos hemofagocítos 
inflamatórios (iHPCs). A diferenciação desse macrófago especializado seráfeita a partir 
de infecções por protozoários, como Plasmodium. 
• Os iHPCs tem uma maior capacidade de fagocitose de eritrócitos, são as principais 
contribuintes para o desenvolvimento de citopenias inflamatórias, como a leucopenia, 
plaquetopenia e a anemia na malária. 
 
Figura 1. Monócitos Ly6Chi de origem hematopoiética migram para o baço, ao serem infectados por 
Plasmodium tem a ativação crônica dos TLR7 e TLR9. Essa ativação recruta a participação de IRF5 que 
migra para o núcleo ativando a transcrição de genes específicos, como Spi-C. Esse perfil gênico 
transcricional promove a diferenciação dos monócitos em hemofagócitos inflamatórios (iHPC), que são 
caracterizados pela expressão de CD31 e DR3. Diferenciadas, essas células contribuem para o 
desenvolvimento de anemias inflamatórias por fagocitarem hemácias e plaquetas na síndrome de 
ativação macrofágica ou na malária (7). 
 
Aspectos clínicos 
• sintomas prodrômicos – náuseas, 
vômitos, astenia, fadiga, anorexia; 
• ataque paroxístico (acesso malárico 
– ciclos de 48-72 horas): 
o “estágio frio” - Calafrios 
intensos (15 min a 1 h); 
o “estágio quente” - Febre 
até 41°C (4-8 horas); 
o diaforese (sudorese, 
prostração); 
o cefaleia, vômitos, mialgia, 
dor abdominal; 
o palidez, icterícia, 
hepatoesplenomegalia; 
• Remissão. 
 
Complicações: 
• Período toxêmico – se o paciente não recebe terapêutica específica, adequada e 
oportuna, os sinais e sintomas podem evoluir para formas graves e complicadas, 
dependendo da resposta imunológica do organismo, aumento da parasitemia e espécie 
de plasmódio. 
o hiperpirexia (temperatura 
>41°C); 
o convulsão; 
o hiperparasitemia 
(>200.000/mm3); 
o vômitos repetidos; 
o oligúria; 
o dispneia; 
o anemia intensa; 
o Icterícia; 
o Hemorragias; 
o hipotensão arterial. 
• As formas graves podem cursar com alteração de consciência, delírio e coma, estão 
relacionadas à parasitemia elevada, acima de 2% das hemácias parasitadas, podendo 
atingir até 30% dos eritrócitos. 
 
Diagnóstico 
Padrão ouro: 
• Hematoscopia - Microscopia do 
sangue (esfregaços finos ou gota 
espessa) Coloração de Giemsa 
• O sangue deve ser colhido durante 
ou logo após o acesso malárico 
(maior número de formas no 
sangue periférico. 
Teste Rápido: HRP-II e pLDH (P.falciparum) 
pLDH (P.vivax) 
• Detectam enzimas ou Antígenos 
específicos do Plasmodium 
Hemograma: 
• leucopenia com linfocitose; 
• trombocitopenia; 
• anemia; 
• presença de formas evolutivas no 
sangue periférico. 
Bioquímica: 
• ureia e creatinina; 
• enzimas hepáticas (AST e ALT) e 
Bilirrubinas; 
• LDH. 
Urina I: hemoglobinúria. 
 
Tratamento – infecção aguda – cloroquina 
Sua principal ação antimalárica deriva da inibição da heme-polimerase, a enzima que polimeriza 
a heme livre tóxico em hemozoína. Isso envenena o parasito e evita que utilize os aminoácidos 
da proteólise da hemoglobina. 
 
Referências 
MURRAY, Patrick.; Microbiologia Médica, 8ed. Capítulo 74 – Protozoários do Sangue e dos Tecidos. 
FERREIRA, Marcelo Urbano.; Parasitologia Contemporânea, 2ed. Capítulo 3 – Os Plasmódios e a Malária e 
Capítulo 4 – Toxoplasma Gondii e a Toxoplasmose. 
CDC. Toxoplasmose. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/toxoplasmosis/index.html 
CDC. Malária. Disponível em: https://www.cdc.gov/malaria/about/biology/index.html 
REVIEW- Mechanisms and pathways of Toxoplasma gondii transepithelial migration. Emily J. Jonesa,b, 
Tamas Korcsmaros a,b, and Simon R. Cardinga,c. TISSUE BARRIERS 2017, VOL. 5, NO. 1, e1273865 (11 
pages). DOI: http://dx.doi.org/10.1080/21688370.2016.1273865 
Modulation of innate immunity by Toxoplasma gondii virulence effectors. C. Hunter, L. Sibley. 2012. 
Biology, Medicine – Nature Reviews Microbiology. DOI: 10.1038/nrmicro2858 
Wright GJ, Rayner JC (2014) Plasmodium falciparum Erythrocyte Invasion: Combining Function with 
Immune Evasion. PLoS Pathog 10(3): e1003943. https://doi.org/10.1371/journal.ppat.1003943 
Akilesh, H. M. et al. Chronic TLR7 and TLR9 signaling drives anemia via differentiation of specialized 
hemophagocytes. Science 363, (2019). 
R.J.M.E.A. Rang & Dale Farmacologia. Grupo GEN, 2020. 9788595157255. Capítulo 55. 
Ministério da Saúde. 2010. Guia prático de tratamento da malária no BrasilI. SBN 978-85-334-1725-
09788533417250 
https://www.cdc.gov/dpdx/toxoplasmosis/index.html
http://dx.doi.org/10.1080/21688370.2016.1273865
https://doi.org/10.1371/journal.ppat.1003943

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