Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RELATÓRIO FINAL DO I CONGRESSO ANGOLANO DE DIREITO CONSTITUCIONAL CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org I Congresso Nacional de Direito Constitucional 45 anos de Constitucionalismo Angolano – Transição Democrática, Evolução Constitucional e Exercício do Poder Público mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org I. Contexto Angola registou, aos 11 de Novembro de 2020, 45 anos de independência nacional e de constitucionalismo. Apesar de ainda existirem querelas doutrinais a respeito da identificação das etapas do constitucionalismo angolano, a generalidade dos publicitas aceita o reconhecimento de três principais períodos, dos quais decorrem as três repúblicas: I República, do período de 1975 a 1991. II República, do período de 1991 a 2010. III República, do período de 2010 a 2020. Ao longo das últimas décadas, tem sido crescente no panorama jurídico, social e acadêmico angolano a relevância do estudo do Direito Constitucional, com o qual se propõe a consolidação do constitucionalismo de Angola. É o resultado natural da democratização do País, introduzida pela Constituição de 1992 e desenvolvida pela Constituição de 2010, que provocou uma verdadeira revolução no plano das relações dos cidadãos com as entidades públicas, conferindo ao Direito Constitucional uma relevância e um dinamismo nunca antes vivenciados. Basta verificar o crescimento exponencial do discurso constitucional junto de instituições públicas, privadas e da sociedade civil, para concluir que, a cada dia que passa, a prática do Direito Constitucional está presente no quotidiano de um número cada vez maior de cidadãos angolanos. Se as relações sociais e o Direito Constitucional que as conforma conhecem tal evolução permanente, o mesmo não tem acontecido, com a velocidade e dogmática correspondente, a respeito das principais disposições reguladoras do documento constitucional, actualmente vigente desde 2010. É bastante escassa a produção científica, no formato de debates académicos, conferências ou obras publicadas, não existindo um estudo ou evento que vise apurar os processos de evolução do constitucionalismo de Angola, desde a independência nacional aos dias de hoje. Não estão assim identificadas, com expressão científica relevante, as etapas do constitucionalismo de Angola, as influências exercidas umas sobre as outras, ou realizados quaisquer trabalhos científicos que efectuem um balanço da aplicação das disposições constitucionais em cada época, medindo o grau de realização dos princípios estruturantes, dos objectivos de democratização da sociedade angolana constante em cada diploma constitucional aprovado na história do constitucionalismo de Angola ou ainda de avaliação do grau de afirmação do Estado de Direito ao longo das últimas décadas. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org Não obstante a actualidade do regime vigente desde 2010, mantém-se um quadro arcaico no plano legislativo ordinário ou na realização concreta de disposições constitucionais conforme os diferentes modos de agir dos organismos públicos (nalguns casos por diplomas que percorreram todas as repúblicas), criando distanciamentos manifestos perante as evoluções conhecidas nas realidades jurídicas próximas de Angola. Há, pois, que considerar essa desproporção entre o estado de maturidade angolano do estado de direito, do estado democrático, do estado social, da economia de mercado, da democratização do poder público administrativo, comparativamente aos contextos europeu e americano, com aquele que continua a ser verificado em Angola, seja pelo que resulta do direito positivo, como aquele decorrente da jurisprudência e identificado pela doutrina, ainda que não escrita. Apreciar os esforços verificados ao longo dos 45 de constitucionalismo angolano para materializar aqueles objectivos é um desafio que justamente se coloca à academia, almejando, desse modo, identificar e mensurar os esforços a empreender no futuro para o seu alcance. As exigências colocadas ao poder público, ao exercício da actividade política, governativa e administrativa, num país com desafios significativos de desenvolvimento económico, esbatimento da pobreza, combate à corrupção, dentre outros, requerem estudos aprofundados do regime constitucional actualmente vigente, de onde se possam recortar as principais imposições aos poderes públicos, modernizando o seu desempenho e equilibrando este desempenho com a necessária protecção dos direitos dos cidadãos, num Estado de Direito em afirmação. A compreensão desse regime vigente só pode ser devidamente alcançada quando comparada com a experiência constitucional do passado de Angola, nas suas diversas etapas, buscando semelhanças, diferenças, influências, balanços de concretização e graus de evolução. É o que justifica a realização de um Congresso de Direito Constitucional sobre os 45 anos de Constitucionalismo Angolano, reunindo os mais conceituados publicistas angolanos em torno de um programa dirigido à análise e debate das principais matérias que compõem a estrutura de um texto constitucional, em cada uma das três repúblicas. O Direito Constitucional é um ramo de um enorme dinamismo, que cresce todos em dias em dimensão e complexidade, normativa e jurisprudencialmente, exigindo a actualização permanente do conhecimento. O Congresso de Direito Constitucional terá como objecto promover a reflexão e o debate sobre as grandes questões do constitucionalismo de Angola, sempre com vocação prospectiva, segundo um modelo que procura conjugar, de modo equilibrado, a recolha das experiências do passado com a necessidade de programar o futuro. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org O Centro de Estudos de Direito Público da Universidade Agostinho Neto, por meio do seu Núcleo de Estudos de Direito Constitucional, realizou este Congresso como o primeiro de um programa regular que pretende ser anual ou bienal, realizando de forma permanente congressos em que se discute a história, evolução e etapas do constitucionalismo de Angola. Pela sua importância, o Congresso de 3 a 5 de Fevereiro de 2021, coincidiu com o aniversário da Constituição, serviu igualmente para organizar documentos e apresentar as primeiras ideias sobre a publicação em 2021 de uma obra científica colectiva na área do Direito Constitucional (em que os autores se pronunciarão, mediante temas especializados, sobre as fases do constitucionalismo nos 45 anos de Angola independente) e a criação de uma associação angolana de Direito Constitucional. II. Objectivos Foram objectivos do Congresso: a) Reflectir sobre os fundamentos e limites constitucionais da actuação do poder público nos 45 anos de constitucionalismo angolano, nas suas diversas etapas históricas, formas e áreas de regulação do fenómeno jurídico-constitucional. b) Analisar, caracterizar e discutir os aspectos característicos das três principais fases do constitucionalismo de Angola. c) Compreender o alcance da Constituição de Angola de 2010 no que toca ao sistema de relações jurídico-públicas, em especial as decorrentesda estruturação e funcionamento do poder público, bem como dos direitos e garantias dos cidadãos. d) Examinar a contribuição do constitucionalismo para o alcance da paz social, da estabilidade política e económica, da efectivação do Estado democrático de direito social. e) Fazer uma abordagem teórico-doutrinal sobre a actuação das instituições nas várias etapas do constitucionalismo angolano perante a disciplina normativa. f) Compreender as necessidades e linhas de reforma do constitucionalismo angolano, com fundamento nas experiências históricas dos 45 anos de constitucionalismo. g) Servir de base para a produção e lançamento de uma obra científica sobre os 45 anos do constitucionalismo angolano. h) Despertar o interesse e discussão da sociedade em geral e do universo académico em especial, pelo estudo e compreensão da história do constitucionalismo angolano, reforçando o acervo científico sobre a matéria, considerado deficiente mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org até ao momento. i) Realizar um balanço sobre a materialização dos objectivos de cada etapa de do constitucionalismo de Angola, em especial sobre os princípios estruturantes e fundamentais. III. Metodologia O Congresso teve natureza e formato mistos, combinando actos realizados online e actos presenciais. Realizado em três dias, ao longo de uma semana, o evento reservou o primeiro acto a uma sessão presencial, que contou com igual transmissão online, na JuLaw TV, ficando os dois eventos seguintes pela cobertura apenas online, no mesmo canal. Em cada um dos dias em que decorreu, o Congresso compreendeu dois momentos: a) Sessões temáticas, em que os prelectores apresentaram, de forma solene, comunicações sobre os temas constantes do Programa do Congresso, cabendo ao orador principal a exposição temática da etapa constitucional em discussão. Aos oradores complementares coube uma apreciação do tema exposto, uma abordagem analítica sobre um dos tópicos da exposição e/ou uma contribuição crítica. Foi ainda dada a palavra a um professor estrangeiro convidado, para uma intervenção de honra, considerações gerais ou exposição de um tema no domínio do Direito Constitucional. b) Sessões de debate que incidirm sobre as comunicações apresentadas pelos prelectores, com a intervenção dos congressistas. Neste sentido, coube aos moderadores assegurar que, na abordagem de cada tema, os participantes tivessem a oportunidade de interagir, ouvindo e comentando as intervenções dos demais, relatando experiências próprias, analisando casos concretos, expondo as suas opiniões, bem como colocando e esclarecendo dúvidas. No final do Congresso, foi produzido o presente relatório geral do Congresso, que apresenta todos os aspectos considerados relevantes e dignos de registo durante as sessões, de modo a permitir que as principais ilações tiradas da abordagem de cada tema possam ser aproveitadas para a organização de próximos congressos. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org IV. Organização científica e equipa administrativa O Congresso foi organizado administrativamente pelo Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público da Universidade Agostinho Neto, com a seguinte estrutura: a) Professor Rui FERREIRA, Coordenação Geral b) Dr. Leandro FERREIRA, Coordenação Executiva c) Dra. Hélia PIMENTEL, Equipa Administrativa A Comissão Científica do Congresso foi coordenada conjuntamente pelos Professores Rui Ferreira e Raúl Araújo, e integrada ainda pelos Drs. Leandro Ferreira e Marcy Lopes. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org APRESENTAÇÃO DOS OBJECTIVOS E DO PROGRAMA DE TRABALHO DO CONGRESSO Excelência Sr. Vice-Presidente da República, Excelência Sr. Secretário de Estado, Excelência Sr. Director do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto, Venerandos Juízes Conselheiros, Excelências Senhores Deputados e distintas entidades que representam partidos políticos, Excelentíssimos Senhores Secretários de Estado, Distinto Decano da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, Caríssimos colegas professores e convidados, Minhas senhoras, meus senhores, Tomo a palavra em representação do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público da Universidade Agostinho Neto, responsável pela organização deste primeiro Congresso Nacional de Direito Constitucional, para muito brevemente informar e dizer-vos o seguinte: Assinalámos no ano novo que findou, meio que despercebidamente, os 45 anos do constitucionalismo angolano e o 10º aniversário da nossa actual Constituição, acontecimentos que tornamos o objecto deste congresso. A Constituição é de todos, a Constituição é para todos, a Constituição a todos interessa e por isso a Constituição a todos diz respeito. Porque assim é, pensar a questão constitucional em qualquer país, não é um espaço exclusivo e reservado aos partidos políticos, aos políticos e às associações e movimentos políticos. A academia, como a sociedade e os cidadãos em geral tem um papel no domínio constitucional que é necessário e importante desenvolver, produzindo reflexões e estudos de direito constitucional que possam vir a ser úteis à evolução constitucional do país. O que constatamos, porém, e é facto, é que, apesar da grande dinâmica do constitucionalismo angolano no período das suas 3 repúblicas e da revolução que ele tem produzido no funcionamento do Estado, no exercício do poder político e nas relações dos mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org cidadãos com as entidades públicas, é muito escassa ainda a reflexão e a produção científica ao nível das universidades sobre o que tem sido a nossa vivência constitucional, o que tem sido o direito constitucional criado e o que deve ser o direito constitucional a criar. Isso podemos facilmente constatar pelos poucos ou quase nenhuns debates, conferências, estudos e obras publicadas sobre matérias constitucionais. Com este primeiro congresso, a nossa academia, a Universidade Agostinho Neto, através do seu Centro de Estudos de Direito Público, pretende sinalizar a necessidade de uma mais cuidada e regular atenção à questão constitucional angolana. Pretende igualmente empenhar publicamente o seu compromisso cívico de constituir-se num observatório permanente, construtivo e proactivo da constitucionalidade em Angola. Para isso, começamos por este primeiro congresso, uma iniciativa do Coordenador do Centro de Estudos de Direito Público (Professor Doutor Raúl Araújo) e fizemos deste congresso como foco a abordagem da experiência constitucional angolana nos últimos 45 anos, especificamente os 10 anos da sua actual Constituição. Em resumo, podemos considerar serem objectivos directos deste congresso: j) Reflectir sobre os fundamentos e limites constitucionais da actuação do poder público nos 45 anos de constitucionalismo angolano, nas suas diversas etapas históricas, formas e áreasde regulação do fenómeno jurídico-constitucional. k) Analisar e discutir os aspectos característicos das três principais fases do constitucionalismo de Angola, a saber, a I, a II e a III repúblicas. l) Compreender o alcance da Constituição de Angola de 2010 no que toca ao sistema de relações jurídico-públicas, em especial as decorrentes da estruturação e funcionamento do poder público, bem como dos direitos e garantias dos cidadãos. m) Examinar a contribuição do constitucionalismo para o alcance da paz, da estabilidade política e económica e para a efectivação do Estado democrático de direito. n) Fazer uma abordagem teórico-doutrinal sobre a actuação das instituições nas várias etapas do constitucionalismo angolano perante a disciplina normativa. o) Finalmente, despertar na sociedade em geral e no universo académico em especial o interesse pelo estudo, discussão e compreensão da história do constitucionalismo angolano, reforçando o acervo científico sobre a matéria. Excelências, mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org O que nos vai reunir durante estes três dias não é a vontade de discutir por discutir, nem a intenção de fazer reflexões estéreis. Pelo contrário, o que almejamos com este Congresso é, muito concretamente: a) Primeiro, fazer reflexões e produzir uma obra científica a publicar ainda este ano de balanço crítico e prospectivo sobre a vivência constitucional de Angola nestes 45 anos, seus méritos, seus erros, seus avanços, seus recuos e suas lições; b) Segundo, fazer um balanço dos 10 anos de aplicação da Constituição actual e reflectir sobre as matérias carecidas de eventuais melhoramentos e o sentido destes; c) Terceiro, impulsionar a criação da Associação Angolana de Direito Constitucional. O primeiro dia deste congresso que agora começamos é misto, presencial e online, transmitido também nas plataformas electrónicas zoom e YouTube. Os outros dois dias decorrerão exclusivamente online nas plataformas citadas. O programa do Congresso distribui a apreciação de cada uma das repúblicas pelos três dias de trabalho, reservando-se ao primeiro dia a apreciação, caracterização e balanço da I República, nomeadamente das Leis Constitucionais de 11 de Novembro de 1975 e de 07 de Fevereiro de 1978, bem como da reforma trazida pelo Programa de Saneamento Económico e Financeiro – SEF. No segundo dia, reservado à II República, pretendemos efectuar a apreciação, caracterização e balanço das Leis Constitucionais 12/91 de 06 de Maio de 1991 e 23/92 de 16 de Setembro de 1992. O último dia da actividade, destinado à III República, procederá à apreciação, caracterização e balanço da CRA nos seus primeiros 11 anos de vigência. Em cada um dos dias em que decorrerá o Congresso, este compreenderá dois momentos. Um inicial, de sessões temáticas, com orações principais, comunicações complementares, contando ainda com a intervenção de um professor estrangeiro convidado, para fará uma comunicação de honra, apresentará considerações gerais ou exporá um tema no domínio do Direito Constitucional. Seguir-se-á um segundo momento, com sessões de debate, que incidirão sobre as comunicações apresentadas pelos prelectores e que contará com a intervenção da plateia. Em cada dia e no final, será produzido um relatório analítico sobre os actos realizados, as comunicações e as intervenções proferidas no Congresso. Cumpre-me, por fim, referir que o Centro de Estudos de Direito Público da Universidade mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org Agostinho Neto, por meio do seu Núcleo de Estudos de Direito Constitucional, pretende organizar Congressos de Direito Constitucional como este, com periodicidade bienal. Desejando que este Congresso corresponda à expectativa de cada um de vós e venha a ser útil ao país, cabe-me o dever de informar que estão abertos os trabalhos do primeiro congresso angolano de Direito Constitucional. Muito Obrigado. Rui Ferreira Coordenador do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org RELATÓRIO-SÍNTESE DO PRIMEIRO DIA Excelências Distintas autoridades, ilustres convidados, minhas senhoras e meus senhores; Passo a apresentar o Relatório-síntese no primeiro dia de trabalhos do Congresso (03 de Fevereiro de 2021) Sob a organização do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto, teve início no dia 03 de Fevereiro de 2021, às 17h00, no Auditório Maria do Carmo Medina, o I Congresso Angolano de Direito Constitucional, subordinado ao tema 45 anos do Constitucionalismo Angolano – Transição Democrática, Evolução Constitucional e Exercício do Poder Político. O evento registou a participação de distintos juristas e de um público diversificado, tanto presencialmente, como nas plataformas electrónicas, em número total de aproximadamente 300 participações. O Congresso começou com a entoação do hino nacional, seguido de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e profissionais em serviço no combate à pandemia da Covid-19. Participaram da mesa e acto de abertura os Excelentíssimos Senhores: Dr. Bornito de Sousa Baltazar Diogo, Vice-Presidente da República, Prof. Doutor Raúl Araújo, Director do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas, Dr. Domingos Neto, Secretário de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação. Foram proferidas breves palavras de boas-vindas do Director do Centro de Estudos de Direito Público – CEDP Prof. Doutor Raúl Araújo e apresentados os objectivos do Congresso e do programa de Trabalho pelo Coordenador do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional – CEDP, Dr. Rui Ferreira. O Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República Dr. Bornito de Sousa efectuou em seguida a sua magna comunicação em torno dos 45 anos do Constitucionalismo de Angola, tendo, para o efeito, destacado na sua intervenção: a) A fase inicial de constituições outorgadas ou negociadas com as potências coloniais durante o período revolucionário e a criação de Constituições posteriores correspondentes aos modelos coloniais ou delas distanciadas, com mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org aproximação aos modelos soviéticos, com consagração do monopartidarismo, com forte influência dos conflitos militares e da guerra fria. b) Compreensão colonial sobre os espaços territoriais sob seu domínio, em específico o de Angola. c) Influência da independência do Brasil e de organizações associativas para a criação dos movimentos de libertação com vista às independências africanas. d) Correspondência da Constituição de 1975 com o modelo soviético, com forte influência do Partido-Estado, que consagrou o monopartidarismo. e) As ousadas reformas de 1983, 1984 no sentido da economia social de mercado, com a cooperação da Hungria. f) Compromissos estabelecidos no Acordo de Bicesse, quecriaram as bases para a abertura democrática e do multipartidarismo e a reforma constitucional de 1991 e 1992/com a negação do modelo constitucional de 1975 e 1978, o Protocolo de Lusaka e o Acordo de Alvalade de 2002, 27 princípios que acabam de ser desenvolvidos na Constituição de 2010, com afastamento sobre a questão do sistema de governo. g) Ruptura e criação de uma nova constituição em 2010, comparada aos anteriores diplomas constitucionais. h) Intenção constitucional de evitar os conflitos resultantes do exercício do poder executivo, com a constatação da contínua discussão sem alternativas reais e eficazes. i) Força normativa dos factos para benefício da causa da paz e da reconciliação nacional. j) Vinculatividade dos limites materiais de 1992 sobre o processo constituinte. k) Tendo ainda efectuado uma descrição sobre os vários princípios reconhecidos constitucionalmente. Em seguida, sob a moderação do Senhor Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional Doutor Carlos Burity da Silva, tiveram lugar as comunicações dos congressistas, neste dia dedicado à I República. Na oração principal, proferida pelo Senhor Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, Doutor Fernando Oliveira, em que procedeu à apreciação, caracterização e balanço das Leis Constitucionais de 11 de Novembro de 1975, de 07 de Fevereiro de 1978 e do Programa de Saneamento Económico e Financeiro, foram objecto de destaque: mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org a) Múltipla declaração de independência de Angola pelos movimentos de libertação e pela própria autoridade colonial, no que considerou uma declaração confusa sobre a situação posterior aplicável ao país. b) Desconhecimento do conteúdo das declarações de independência dos demais movimentos de libertação. c) Natureza constitucional da Lei de 11 de Novembro de 1975, não obstante a problemática da escolha da sua denominação, reservando-se para o futuro a designação de Constituição, como texto mais completo e duradouro. d) Uma apreciação analítica sobre o regime constitucional, de poder unificado, chefiado pelo Presidente da República e a concentração do poder no MPLA. e) Previsão escassa dos Tribunais em dois artigos. f) Flexibilidade e ambiguidade do texto constitucional de 1975. g) Abordagem sobre a natureza e objectivos dos três ciclos que caracterizam a I República: ciclo de 1975 a 1978, ciclo de 1978 a 1980, ciclo de 1980 a 1991. h) O problema da constitucionalidade material do SEF, com a descrição das opiniões divergentes de José Morais Guerra e Helena Prata, mas que pela sua importância no domínio das reformas económicas, não se questionou na altura a constitucionalidade dos diversos diplomas que o conformaram. Na oração complementar sobre o mesmo tema, proferida pelo Senhor Dr. Onofre dos Santos, Juiz Conselheiro Jubilado do Tribunal Constitucional de Angola, foram dignas de destaque: a) Reflexão sobre que o caracterizou como erros fundamentais nas várias repúblicas, destacando na I república; b) Determinação da exclusividade da representação política pelo MPLA como um dos principais erros do país, que levou esta força política e o povo a enfrentarem uma guerra que durou vários anos; c) Opção pela economia socialista que não trouxe a prosperidade prometida; d) Problemas ligados à representatividade do poder político, consensualidade das estruturas de governo e do actual sistema do governo, tendo sobre elas colocado várias questões. Noutra oração complementar, proferida pelo Senhor Professor Auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto Dr. Mário Nelson Maximino, foram dignas de realce: a) Alertas sobre a necessidade de aumento da produtividade da economia no período de 1975 a 1980, sobretudo da economia agrária, na altura determinante, apesar da pouca atenção dada ao assunto. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org b) Impacto da invasão militar sul-africana e da crise petrolífera sobre o agravamento da situação económica e sobre o défice das finanças públicas; c) Qualificação do SEF, não como mero programa legislativo, mas como amplo programa político, com capacidade de reforma estrutural do Estado e da Economia; d) Abandono do SEF e aprovação do Programa de Acção do Governo – PAG em 1990, que acabou como um desastre, resultante da brusca troca da moeda e no recuo das medidas e resultados conquistados pelo SEF. e) Instabilidade posterior resultante do PAG, com impacto até aos dias de hoje. Na intervenção especial realizada pelo Professor convidado Doutor Rui Medeiros, Professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa, foi colocado à reflexão a questão sobre saber se a Constituição de Angola tem materializado a promessa e expectativa de realizar uma verdadeira transformação social. a) Alertou para o carácter fundamental da Constituição na ordenação social b) Apreciou o cumprimento dos mandamentos constitucionais do Estado de Direito e do Estado Democrático, tendo destacado 4 eixos: i) Constituição como importante factor de integração; ii) Constituição com a função de limitação do poder; iii) Constituição com a função legitimadora, da soberania residente no povo; iv) Constituição com a função emancipadora e libertadora, um projecto constitucional de conformação justa da comunidade, com mensagem de esperança. c) Balanço positivo sobre o papel da Constituição como factor de integração. d) Avaliação como precária a limitação do poder e a função legitimadora na I república, tendo evoluído na II República e III República. e) Indicação de haver muito por fazer na função emancipadora e libertadora da Constituição. Seguiu-se uma fase de debates, mediante colocações dos participantes presenciais e online, como respostas dos congressistas. Após à leitura do Relatório do Dia de Trabalho, foram as actividades encerradas quando eram aproximadamente 21h10 horas. Leandro Ferreira Coordenador Executivo do I Congresso Nacional de Direito Constitucional Núcleo de Estudos de Direito Constitucional mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto RELATÓRIO-SÍNTESE DO SEGUNDO DIA Excelências Distintas autoridades, ilustres convidados, minhas senhoras e meus senhores; Passo a apresentar o Relatório-síntese no segundo dia de trabalhos do Congresso No dia 04 de Fevereiro de 2021, às 17h00, no Auditório Maria do Carmo Medina em Luanda, tiveram continuidade os trabalhos do I Congresso Angolano de Direito Constitucional, subordinado ao tema 45 anos do Constitucionalismo Angolano – Transição Democrática, Evolução Constitucional e Exercício do Poder Político, uma organização do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto. O dia registou a participação de distintos juristas e de um público diversificado, nas plataformas electrónicas, em número total aproximado de 300 participações. Sob a moderação da Senhora Dra. Guilhermina Prata, Juiza Conselheira Vice-Presidente do Tribunal Constitucional, tiveram lugar as comunicaçõesdos congressistas, neste dia dedicado à II República. Na oração principal, proferida pelo Senhor Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, Dr. Rui Ferreira, em que procedeu à apreciação, caracterização e balanço das Leis Constitucionais de 12/91 e 23/92, foram objecto de destaque: a) A qualificação do período da II república é o mais rico do constitucionalismo angolano, por nele se registar uma ruptura e de mudança com o constitucionalismo pós-independência e inaugurar-se uma nova era de constitucionalismo democrático. b) Indicação das causas da ruptura e aprovação do pacote constitucional em 1991, em específico o fim do sistema socialista soviético, a invasão militar de Angola por forças estrangeiras e o início do processo de erradicação do apartheid, bem como internamente a pressão militar da UNITA e crescimento da sua capacidade político-militar, as negociações de paz de bicesse e a nova ordem económica do SEF. c) Qualificação da revisão de 1991 como duplamente total, em sentido formal e material, bem como a apresentação das premissas e fundamentos da transição mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org constitucional, bem como uma indicação pormenorizada dos avanços alcançados, novos princípios consagrados, com destaque para a qualificação como caso típico de ruptura e não de evolução constitucional. d) Indicação da decisão pelo multipartidarismo a 10 de outubro de 1990, pelo BP do partido MPLA, impondo a reforma ainda que em contexto de guerra. e) Indicação de uma transação constitucional resultante da reunião nacional multipartidária de Janeiro de 1992 que produziu propostas e recomendações adoptadas e introduzidas na Lei Constitucional de 1992 f) Influência do relatório da Amnistia Internacional sobre os direitos humanos na nova constituição de 1992, bem como de consultoria especializada francesa na escolha e adopção do modelo constitucional do período da II República. g) Início de reforma do sistema judicial, com a previsão da fiscalização da constitucionalidade e abolição da pena de morte h) Evolução constitucional significativa, ainda que com insuficiências e imperfeições, da constituição de transição e transacionada de 1992, que acabou por vigorar mais tempo do que o previsto, mas cumprindo bem o seu papel orientador da transição política e constitucional, em contexto de guerra e de conflito não antes experimentado i) Insuficiências: falta de clareza e contradição relativas às competências do PR e PM, posteriormente resolvida pelo Tribunal Supremo j) Elogios à Lei 23/92 e aos avanços que possuía, sobretudo em relação às competências parlamentares de fiscalização e responsabilização dos organismos públicos e do Executivo. k) Nostalgia sobre o anteprojecto de 2004 (com responsabilidade dos partidos da oposição), não obstante os seus avanços, uma vez que possuía um sistema de governo presidencial com eleição presidencial específica, uma alta autoridade contra a corrupção com poderes de investigação, um sistema de base presidencial com ministros politicamente responsáveis perante a AN e que podiam ser afastados dos seus cargos por censura parlamentar. Na oração complemetar sobre o mesmo tema, proferida pelo Senhor Dr. Lindo Bernardo Tito, Professor da Faculdade de Direito da Universidade Óscar Ribas, foram dignas de destaque: mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org a) A indicação analítica e pormenorizada dos princípios e institutos dos diplomas constitucionais da II República b) Na Lei 12/91, a não previsão da proibição da pena de morte (permitindo hipoteticamente a sua aplicação) e não previsão expressa da separação e interdependência de poderes (provavelmente uma omissão intencional provocada pelo sistema presidencial resultante de 1975) c) Maior expansividade da iniciativa legislativa, concedidas a estruturas como o conselho de ministros e sindicatos, inclusive a de dar início à revisão constitucional em relação ao primeiro d) Na Lei 23/92: a previsão de um semi-presidencialismo, tendo efectuado vários questionamentos sobre a questão da chefia do governo e sobre o acórdão do TS de 1998 de onde decorreu uma transformação do sistema para presidencialismo, com largos anos sem Primeiro-Ministro, não obstante o reconhecimento das vantagens de evolução do sistema do governo, perante o risco de impossibilidade de coabitação entre as lideranças do MPLA e da UNITA nos dois órgãos executivos. e) A Não concretização dos trabalhos da primeira comissão constitucional de 1998 a 2004, com a indicação da necessidade de partilha de culpas, considerando o facto de apenas ter ocorrido uma suspensão da participação na Comissão Constitucional, com tentativas de retoma posteriores que não tiveram êxito e que coube ao MPLA a extinção da Comissão Constitucional, decorrente de um ambiente menos bom em relação à bandeira da república e perante o desentendimento público de dois seus dirigentes do MPLA. Noutra oração complemetar, proferida pelo Senhor Doutor José Armando Morais Guerra, Doutor em Direito, foram dignas de realce: a) A indicação analítica e pormenorizada dos princípios e institutos dos diplomas constitucionais da II República, em específico da organização económica. b) Abertura material da constituição e do sistema económico, bem como da consagração da democracia económica, com uma ratio dirigista do modelo económico, distinto da ratio centralista do sistema anterior. c) Carácter demoliberal do novo regime constitucional, com um modelo constitucional de matriz conciliatória entre o interesse individual e o colectivo e mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org a qualificação da legislação desse período como ponte e transição para o estado social e estado de equilíbrio social d) Destaque para aspectos negativos da Lei 23/92, sobretudo no silêncio sobre o costume, como fonte de direito, que relegou ao intérprete a regulação dessa lacuna no plano normativo legal e institucional. e) Críticas ao laicismo positivista dos documentos constitucionais, incapazes de absorver as dimensões espirituais da vida das sociedades, bem como sobre o paradigma imperial do Estado na legislação constitucional da II República, com a imposição do monismo legal estatal, tendo ainda apelado à necessidade de diálogo sobre e entre as ordens normativas como forma de identificar soluções para a sua coexistência. Na intervenção especial realizada pelo Professor convidado Doutor Joaquim de Sousa Ribeiro, Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e ex- Presidente do Tribunal Constitucional de Portugal, destacam-se: a) Constituição particularmente amiga dos direitos humanos, com texto generoso. b) Amplitude do catálogo dos direitos fundamentais na CRA 2010, muito completo e por isso é a sua característica mais notória, com um Estatuto dos direitos sociais como verdadeiros direitos fundamentais. c) Notável tutela e intensidade da tutela dos direitos fundamentais, com imposição não só de deveres de respeito e não ingerência, mas também de deveres positivos de protecção e não apenas de promoção do acesso a bens e serviços. d) Tutela reforçada pela vinculação angolana aos instrumentos internacionais de direitos humanos, bem como o seu impacto no campo constitucional interno,como cláusula aberta que reforça o regime interno, com fundamento directo no acórdão 540 do TC. e) Responsabilidade partilhada na defesa dos direitos fundamentais e efectivar a responsabilidade (poder judicial, ministério público, OAA e outros órgãos constitucionais) f) Necessidade de uma cultura de constitucionalidade, cultura de justificação contrária à cultura de imposição. Seguiu-se uma fase de debates, mediante colocações dos participantes, com respostas dos congressistas. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org Após à leitura do Relatório do Dia de Trabalho, foram as actividades encerradas quando eram aproximadamente 21h10 minutos. Leandro Ferreira Coordenador Executivo do I Congresso Nacional de Direito Constitucional Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto RELATÓRIO GERAL DO CONGRESSO Excelências, Distintas autoridades, ilustres convidados, minhas senhoras e meus senhores; Passo a apresentar o Relatório Geral do Congresso Sob a organização do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto, o I Congresso Angolano de Direito Constitucional, realizado na cidade de Luanda, de 03 a 05 de Fevereiro de 2021, congregou conceituados publicistas angolanos para a análise, debate técnico-científico, diálogo e aprofundamento temático sobre os 45 anos do Constitucionalismo Angolano, com especial enfoque na Transição Democrática, Evolução Constitucional e Exercício do Poder Político. Participaram como congressistas nacionais Sua Excelência o Sr. Vice-Presidente da República, Dr. Bornito de Sousa, os Senhores Professores Fernando Oliveira, José Armando Morais Guerra, Raúl Araújo, Rui Ferreira, Mário Nelson, João Pinto, Lindo Bernardo Tito e os juízes conselheiros jubilados do Tribunal Constitucional Drs. Onofre dos Santos e Imaculada Melo. Foram igualmente congressistas os Senhores Professores convidados, Doutor Rui Medeiros da Universidade Católica Portuguesa, Doutor Joaquim de Sousa Ribeiro da Universidade de Coimbra e Doutor Fausto de Quadros, da Universidade Clássica de Lisboa. Foram moderadores a Vice-Presidente do Tribunal Constitucional, Dra. Guilhermina Prata e os Professores Doutores Carlos Burity da Silva e João Valeriano. As actividades desenvolvidas no Congresso gravitaram em torno das três principais etapas que caracterizam o constitucionalismo angolano, representadas nas I, II e III repúblicas, e assentaram num modelo que procurou conjugar, por um lado, a recolha das experiências constitucionais de todos os participantes relativas aos 45 anos de mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org constitucionalismo nacional, com, por outro lado, a reflexão sobre as exigências actuais e futuras colocadas ao poder público, ao exercício da actividade pública, governativa, administrativa e judicial em Angola, onde se torna imperioso recortar as principais responsabilidades constitucionais dos órgãos estaduais, modernizando o seu desempenho e equilibrando este desempenho com a necessária protecção dos direitos dos cidadãos, num Estado democrático e de Direito em permanente e progressiva afirmação. Nesse sentido, o evento privilegiou e registou as intervenções de distintos juristas e cidadãos em geral, entre os quais, membros dos órgãos que compõem os poderes parlamentar, executivo e judicial, advogados, funcionários públicos, formações políticas, académicos, docentes, investigadores do Direito Constitucional e estudantes. Foram registadas 980 participações, uma média de 330 por cada dia de trabalho. Na abertura do Congresso, na comunicação magna proferida pelo Vice-Presidente da República sobre os 45 anos de constituionalismo de Angola, foram destacadas as seguintes principais reflexões: a) Reconhecimento e sobreposição da força normativa dos factos nas grandes opções políticas e constitucionais, para benefício da causa da paz e da reconciliação nacional. b) Marca de clara ruptura na criação da nova Constituição em 2010, comparada aos anteriores diplomas constitucionais. c) Opções constitucionais sobre o sistema de governo resultantes da intenção de evitar os conflitos resultantes do exercício do poder executivo, bem como a constatação da contínua discussão sobre a matéria sem alternativas reais e eficazes. No primeiro dia de trabalhos, reservado à I República, especificamente para a apreciação, caracterização e balanço das Leis Constitucionais de 11 de Novembro de 1975, de 07 de Fevereiro de 1978 e do Programa de Saneamento Económico e Financeiro, foram destacadas como principais notas: a) A exclusividade da representação política e popular no pós-independência pelo MPLA, considerada a causa da guerra por longos anos de que foram vítimas esta força política e o povo angolano. b) Desconhecimento do conteúdo das declarações de independência dos demais movimentos de libertação. c) Problemas de constitucionalidade material do SEF, conhecido, mas nunca suscitado pela sua importância no domínio das reformas económicas consideradas mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org indispensáveis, não como mero programa legislativo, mas como amplo programa político, com capacidade de reforma estrutural do Estado e da Economia. d) Abandono do SEF e aprovação do Programa de Acção do Governo – PAG em 1990, que acabou como um desastre, com impacto até aos dias de hoje. e) Balanço positivo sobre o papel da Constituição de 2010, como factor de integração, com sinais de evolução na limitação do poder e na função legitimadora comparada à I e II repúblicas, e ainda com muito por fazer na sua função emancipadora e libertadora. No segundo dia, destinado à II República, especificamente para apreciação, caracterização e balanço das Leis Constitucionais de 12/91 e 23/92, foram destacadas as seguintes conclusões: a) A qualificação do período constitucional da II república como o mais rico do constitucionalismo angolano, por nele se registar uma ruptura e mudança perante o constitucionalismo pós-independência, inaugurando-se uma nova era de constitucionalismo democrático, tendo a LC n.º 23/92 cumprido bem o seu papel orientador da transição política e constitucional, em contexto de guerra e de difícil situação económico-social. b) Existência de propostas muito avançadas no anteprojecto de Constituição de 2004, entretanto abandonado, não obstante a previsão de um sistema de governo presidencial com eleição presidencial autónoma, com ministros politicamente responsáveis perante a Assembleia Nacional, susceptíveis de serem afastados dos seus cargos por censura parlamentar, bem como de uma alta autoridade contra a corrupção com poderes de investigação. c) A previsão na LC n.º 23/92 de um semi-presidencialismo, mas sem indicação clara sobre a chefia do governo e a separação de poderes, eventualmente intencional, como ocorrera já na omissão da Lei Constitucional n.º 12/91, bem como o reconhecimento da impossibilidade de funcionamento de um sistema bicéfalo na II República, perante o perfil dos líderes das principais forças políticas. d) A abertura material da constituição e do sistema económico na II república, com consagração da democracia económica, com um modeloconstitucional de matriz conciliatória de transição para o estado social e estado de equilíbrio social, passando para uma ratio dirigista do modelo económico (distinto da ratio centralista do sistema anterior). mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org e) Silêncio constitucional sobre a relevância do costume, afirmando um laicismo positivista dos documentos constitucionais. f) Uma Constituição de 2010 particularmente amiga dos direitos humanos, sua característica mais notória, com texto bastante generoso e consagrador de um estatuto dos direitos sociais como verdadeiros direitos fundamentais. g) Necessidade de uma cultura de constitucionalidade e uma cultura de justificação, contrária à cultura de imposição. No terceiro dia, dedicado à III República, especificamente para apreciação apreciação, caracterização e balanço da Constituição da República de Angola nos seus 10 (hoje 11) anos de vigência, sob a moderação do Senhor Doutor João Valeriano, Decano da Faculdade de Direito da Universidade José Eduardo dos Santos e preleções dos Senhores Doutor Raúl Araújo, Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho, Dra. Maria Imaculada Melo, Juíza Conselheira Jubilada do Tribunal Constitucional, Dr. João Pinto, Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto e do Professor convidado Doutor Fausto de Quadros, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, as principais notas destacaram o seguinte: a) A Constituição de 2010 como primeira constituição multipartidária, pluralista e maleável, resultante de um amplo compromisso e consenso entre as forças políticas, sem prejuízo do distanciamento em vários aspectos entre a Constituição formal e a real. b) Necessidade de uma reforma constitucional que aprofunde os princípios democrático e do estado de direito, corrigindo o acentuado desequilíbrio de poderes, impondo-se alterações para a concretização da autonomia administrativa e financeira dos tribunais e do Ministério Público em relação ao poder político, inclusive com a redução do tempo de mandatos no sector da justiça. c) Mais Estado social, maior protecção dos direitos fundamentais, melhorias sobre o desempenho da administração pública e da justiça, bem como a necessidade de aprovação, aperfeiçoamento e actualização da legislação ordinária em vários domínios, necessários para dar uma maior concretização à Constituição. d) Possível processo de transformação e não propriamente de transição, alertando-se para a necessidade de se dever discutir e/ou proceder a ajustamentos na mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org qualificação dos eventos políticos constituintes, contrabalançados pelo alerta de impossibilidade de unanimidade em matérias políticas, a necessidade conciência da autocontenção e de respeito pelos limites impostos normativamente. e) A recepção constitucional do Direito Internacional geral ou comum, tornando a Constituição generosa em direitos fundamentais, com democratização do direito interno e complemento do direito internacional. Terminadas as intervenções, considerou-se que o Congresso atingiu os objectivos preconizados, tendo em especial reforçado o debate e acervo científico sobre o Constitucionalismo de Angola, sobretudo por permitir recolher contribuições relevantes para efeito de publicação de uma obra sobre o tema, que se estima para o presente ano de 2021. O evento permitiu reflectir sobre os fundamentos e limites constitucionais da actuação do poder público nos 45 anos de constitucionalismo nacional, nas suas diversas etapas históricas, formas e áreas de regulação do fenómeno jurídico-constitucional. Permitiu igualmente compreender o alcance da Constituição de Angola de 2010 no que toca ao sistema de relações jurídico-públicas, em especial as decorrentes da estruturação e funcionamento do poder público, bem como dos direitos e garantias dos cidadãos. Com os trabalhos produzidos, temos a certeza de que se despertou na sociedade em geral e no universo académico em especial o interesse e discussão pelo estudo e compreensão da história do constitucionalismo angolano. O Congresso sublinhou a necessidade e a conveniência de, transcorridos 11 anos sobre a sua aplicação, se procederem a ajustamentos pontuais na Constituição da República de Angola de 2010, para se corrigir as insuficiências que se vêm constatando e a experiência acumulada neste período, como por exemplo, em matéria de reforço das potências de fiscalização parlamentar da actividade do executivo, de concretização do costume como fonte constitucional de direito e de reforço da independência dos tribunais, dos juízes e do poder judicial em geral. Foi igualmente destacado, ao longo dos trabalhos, a necessidade de se continuarem a realizar iniciativas como a do presente Congresso, para debater questões sobre o constitucionalismo angolano. O congresso tomou conhecimento e incentiva a continuação dos esforços tendentes à criação de uma associação angolana de Direito Constitucional. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org Após à leitura do relatório geral do congresso, foi o mesmo encerrado com o discurso de encerramento proferido pelo Professor Doutor Raúl Carlos Vasques Araújo, Director do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto, que informou sobre a publicação em 2021 da obra científica “45 anos de Constitucionalismo de Angola” e sobre a criação também neste ano da Associação de Direito Constitucional de Angola. Rui Ferreira Coordenador do Núcleo de Estudos de Direito Constitucional do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org Publicação da obra alusiva aos 45 anos do constitucionalismo angolano e criação da Associação Angolana de Direito Constitucional / Discurso de encerramento (05 de Fevereiro de 2021) Excelências, distintos convidados e participantes, O Centro de Estudos de Direito Público tem constatado, nos últimos anos, um aumento exponencial do interesse pelo estudo e debate técnico-científico do Direito Constitucional no panorama jurídico, social e acadêmico angolano, sem entretanto registar-se um correspondente crescimento na produção científica, em formato de debates académicos, conferências ou obras publicadas, sobretudo para apurar os processos de evolução do constitucionalismo de Angola, desde a independência nacional aos dias de hoje. O Direito Constitucional é um ramo de enorme dinamismo, que cresce quotidianamente em dimensão e complexidade, normativa, doutrinal e jurisprudencialmente, exigindo a actualização permanente do conhecimento. Nesse sentido, o Centro de Estudos de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto serve-se do presente momento para informar e reiterar à comunidade científica que a organização do I Congresso Angolano de Direito Constitucional visou doisobjectivos fundamentais. Em primeiro lugar, para dar início a um programa regular (com frequência anual ou bienal), de realização de congressos de Direito Constitucional em que se discute a história, evolução e etapas do constitucionalismo de Angola. Em segundo lugar, para servir de antecâmara, recolher e preparar documentos para a publicação de uma obra científica em 2021, alusiva aos 45 anos do constitucionalismo angolano, efémeride que deu destaque ao Congresso. Na mesma perspectiva, pretendemos que esta obra seja a primeira de um programa regular de edição de obras do constitucionalismo de Angola, em sintonia com a realização de congressos sobre a matéria. Com uma estrutura similar à utilizada no Congresso, a obra abordará as diversas etapas do constitucionalismo nacional, buscando semelhanças, diferenças, influências, balanços de concretização e graus de evolução. O nosso propósito é o de promover a reflexão e o aprofundamento científico sobre as grandes questões do constitucionalismo de Angola, sempre com vocação prospectiva, segundo um modelo que procura conjugar, de modo mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org equilibrado, a recolha das experiências do passado com a necessidade de orientar o funcionamento actual das instituições e da sociedade, bem como programar o seu futuro. Foram convidados juristas nacionais, provenientes das principais universidades do país, com experiência, ciência e trabalho nas várias áreas que compõem a estrutura de um texto constitucional. Sem prejuízo, a obra pretende ser um produto e marca de todo o território nacional, pelo que poderão outros interessados manifestar o interesse em publicar os seus artigos nesta edição, devendo contactar o Centro de Estudos de Direito Público, pelo email cedpgeral@gmail.com, ficando porém a publicação condicionada à aprovação pelo Conselho Científico e Editorial deste projecto, tal como já acontece com os demais participantes. Os autores foram convidados a reflectir sobre a I, II e III repúblicas, em temas específicos incorporados nas matérias relativas aos processos constituintes, aos princípios constitucionais estruturantes, à estrutura constitucional dos poderes públicos, sobre a Assembleia Nacional e o seu funcionamento, sobre o Presidente da República e o Executivo, sobre a organização económica constitucional, sobre os direitos fundamentais, sobre a realização da justiça e o poder judicial, sobre a organização administrativa e os corpos administrativos, bem como sobre a relação entre o Estado e a sociedade. A obra contará ainda com a publicação das comunicações realizadas no congresso, que vierem a ser seleccionadas pelo Conselho Científico e Editorial. Foi estabelecido o dia 30 de Abril de 2021 como data limite para a remessa dos artigos, estimando-se que a primeira edição venha a ser publicada no dia 31 de Agosto de 2021. O Centro de Estudos de Direito Público anuncia igualmente que está a patrocinar a criação da Associação Angolana de Direito Constitucional, organização que pretendemos que seja uma pessoa colectiva de direito privado, de âmbito nacional e sem fins lucrativos, destinada à promoção, desenvolvimento e divulgação do Direito Constitucional, na perspectiva de estudos, e que terá como objectivos fundamentais congregar os investigadores e académicos do Direito Constitucional, promover eventos científicos e publicação de obras sobre o Direito Constitucional, bem como a partilha de experiências resultantes das várias opções profissionais em que se aplica este ramo jurídico fundamental. Nos seus fins, estarão também incorporadas as pretensões de: a) Manter e reforçar o intercâmbio entre os membros, de modo a potencializar a criação e partilha de conhecimento nas diversas áreas em que laborem na aplicação do Direito Constitucional. mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org b) Desenvolver actividades dirigidas ao público a fim de publicar e divulgar os novos desenvolvimentos técnico-científicos no campo do Direito Constitucional. c) Promover, apoiar e participar em projectos públicos e privados com relação directa com as matérias que compõem o Direito Constitucional, e, por fim; d) Participar em congressos nacionais e internacionais de Direito Constitucional e Direito Público. Este processo de institucionalização da Associação está em curso, estando a decorrer os actos necessários à legalização, nomeadamente quanto à obtenção do nome colectivo e à realização da assembleia constitutiva. Em breves palavras de encerramento, uma vez terminadas as intervenções, pode concluir- se que o Congresso atingiu os objectivos preconizados, tendo em especial reforçado o debate e acervo científico sobre o Constitucionalismo de Angola, sobretudo por permitir recolher contribuições relevantes para efeito de publicação de uma obra sobre o tema. O evento permitiu reflectir sobre os fundamentos e limites constitucionais da actuação do poder público nos 45 anos de constitucionalismo nacional, nas suas diversas etapas históricas, formas e áreas de regulação do fenómeno jurídico-constitucional. Estas eram as metas iniciais, que nos permitem agora considerar como tendo sido efectivamente alcançadas. Em nome da equipa directiva do Centro de Estudos de Direito Público e Políticas Públicas, pelo seu Núcleo de Estudos de Direito Constitucional, agradecemos a todos os prelectores e moderadores, pela pronta disponibilidade e pela honra que nos oferecem com a partilha da sua ciência em torno do tema do Congresso. Agradecemos igualmente a todos os participantes, que com a sua presença, contribuições e intervenções enriqueceram a qualidade e nível científico do evento. Uma nota final de agradecimento é apresentada a todos os que, desde o início e sem exitar, aceitaram integrar e colaboraram afincadamente na organização deste evento, em especial aos Srs. Drs. Leandro Ferreira, Hélia Pimentel, Celma Barros, Euri Júnior e Ezequiel Geremias, e ao Sr. Dr. Marcy Lopes pelas sugestões e contribuições muito oportunas. A todos muito obrigado. Raúl Araújo Director do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da UAN mailto:cedpgeral@gmail.com CEDP - UAN Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto Telefone: +244 931 376 087 E-mail: cedpgeral@gmail.com Site: www.cedp-uan.org mailto:cedpgeral@gmail.com
Compartilhar