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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA MARICÁ DO ESTADO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
Processo nº ...
 
Jorge, já qualificado nos autos do processo às folhas ..., por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, apresentar 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos  
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
Trata-se ação pública condicionada a representação pela prática de um crime de furto simples consumado, contra o patrimônio em desfavor de sua tia Marta, com quem coabitava, como previsto o art. 182, inciso III, do Código Penal. 
Todavia, não houve violência ou grave ameaça e a vítima não era maior de 60 anos, portanto não se aplica o Art. 183 do Código Penal. 
Tem-se ainda a decadência, pois por se tratar de ação condicionada à representação, deveria ter sido feita no prazo de 06 meses, devendo assim, ser extinta a punibilidade de Jorge, como determina o Art. 107, inciso IV, do Código Penal. 
A condenação do denunciado nos termos da imputação original, fere os princípios de ampla defesa e contraditório, bem como o princípio da correlação.
Sendo assim, o magistrado ficará constrito aos termos do aditamento, conforme previsão do Art. 384, § 4º, do Código de Processo Penal.
  
 
II. DO MERITO
a) Da extinção de punibilidade
O artigo 107, no seu inciso IV do Código Penal possibilita a extinção de punibilidade motivada pela decadência, assim como o artigo 103 do Código penal, dispões que, após o ofendido ter conhecimento de quem é o autor do crime, este tem o prazo de seis meses para exercer seu direito de queixa, caso não exerça este direito cai em decadência.
b) Impossibilidade de condenação na imputação originária
Não foram observados os princípios da ampla defesa e contraditório, sendo assim, terão de ser tomadas as medidas do artigo 384, com aditamento da denúncia, prazo para manifestação da defesa, produção de provas e alegações. 
Em face do princípio da correlação, não pode haver condenação por fato não descrito na denúncia. A violação desse princípio implica nulidade da sentença. No caso não há simples emendatio libelli, que é uma correção da acusação, hipótese de que trata o artigo 383, mas sim uma alteração. 
c) Da imunidade Relativa
Furto praticado por sobrinho. A coabitação não exige vínculos permanentes e estabilidade no relacionamento. Aplicação do artigo 182, inciso III, do Código Penal, traz a denominada imunidade penal relativa, que na verdade apenas altera a iniciativa da ação penal, que deixa de ser pública incondicionada e passa a ser condicionada à representação. 
d) Da pena-base em seu mínimo legal
Jorge é primário, visto que não há nenhuma anotação em sua Folha de Antecedentes Criminais. Sendo assim, na hipótese de uma eventual condenação, a pena-base aplicada deve ser fixada em seu mínimo legal, já que favorável à ré todas as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal e seus bons antecedentes.
e) Da substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos
Não houve o emprego de violência ou grave ameaça, além do acusado não ser reincidente em crime doloso, assim, devendo assim a caso for aplicada pena privativa de liberdade, deverá ser substituída por penas restritivas de direitos, pois presentes todos os requisitos do art. 44 do Código Penal. 
Ressaltamos ainda, a possibilidade prevista Art. 183 do Código Penal não houve violência ou grave ameaça e a vítima não era maior de 60 anos, portanto não se aplica o Art. 183 do Código Penal. 
f) Do regime aberto de cumprimento de pena
Preenchidos os requisitos do art. 33, § 2º, c, do Código Penal, o regime inicial de cumprimento de pena deve ser o aberto, pois, que prevê que o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
III. DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 
a) O reconhecimento da causa de nulidade pela decadência, com a consequente anulação de todos os atos processuais, ou seja, a extinção do processo sem julgamento de mérito.
b) Caso V. Exa. Não entenda pela tese acima considerando a inexistência da tipificação das causas de aumento de pena constantes na Denúncia, a defesa requer a V.Exa., a desclassificação do delito para o art. 157 “caput” do código penal. 
c) Ainda, se porventura, as teses acima expostas não prosperem, que seja que seja aplicada a pena mínima ou que seja aplicada pena restritiva de direito.
 
Termos em que,  
 
Pede deferimento. 
 
 
Maricá, ....
 
ADVOGADO/OAB

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