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Poder Legislativo - resumo/ exercício

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PRIMEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA
01. Acerca da Federação, explique:
a) a origem e formação do federalismo brasileiro;
Há vários tipos de federalismo, ele se classifica quanto à sua formação, em
federalismo por agregação, que seria pela reunião de vários Estados soberanos (como
exemplo pode-se usar os EUA), e por segregação, que seria um Estado primeiramente
unitário que se dividiu e se tornou um Estado federal, assim como outras classificações,
como a de formação centrípeta e centrífuga.
No caso do Brasil, segundo Bernardo Gonçalves, o Estado se encaixa no
segundo tipo de formação, a por segregação, ou seja deriva do centro para a periferia. A
Constituição de 1891, foi a primeira que adotou a forma de Estado Federal, visto que
antes era visto como Unitário, assim, as províncias viraram Estados-federados.
(FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p. 1041-1044, 2019).
Hoje a situação já é um pouco diferente, pois mesmo sendo uma origem
centrífuga, o tipo de organização do federalismo é o cooperativo, ou seja, todos os entes
federativos possuem competências comuns e concorrentes, além das privativas e
exclusivas. Dessa forma, pode-se afirmar que nosso federalismo é de “segundo grau”
por abranger União e Estados, junto com os Municípios, ou até de “terceiro grau” como
afirma Marcelo Novelino. (NOVELINO, Marcelo, p.723, 2012)
b) as características da autonomia dos entes federativos;
A autonomia tem como características a auto-organização, o autogoverno e
autoadministração, ou seja, por meio delas seria possível comprovar a autonomia de um
ente. Dessa forma, na auto-organização, a União se auto-organiza pela Constituição
Federal de 1988 e pela legislação federal; os Estados-membros pelas Constituições
estaduais e pela legislação estadual (art.25 da CF/1988); os Municípios pela legislação
municipal e Leis Orgânicas (art. 29 da CF/1988) e no caso do Distrito Federal pela sua
legislação distrital e Lei Orgânica (art. 32 da CF/1988).
No caso do autogoverno, a União vai possuir todos os poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário), de acordo com o art. 2° da Constituição Federal; já os Estados
vão se autogovernar no poder Executivo, representado pelo governador e
vice-governador (art. 28 da CR/88), no Legislativo pela Assembleia Legislativa (art. 27
da CF/88) e com um Judiciário estatal próprio (art. 125 da CR/88); Já os Municípios
vão ter Poder Executivo, com o prefeito e vice-prefeito e Poder Legislativo com a
Câmara dos Vereadores. Por último o Distrito Federal tem Executivo, na figura do
governador e vice-governador, e Legislativo com a Câmara Distrital. (FERNANDES,
Bernardo Gonçalves, p. 1047-1048, 2019).
Como último tópico da autonomia, a auto administração, segundo Julio Cesar
Franceschet, é diretamente relacionada com a distribuição de competências tributárias,
administrativas e legislativas entre os entes da federação. (FRANCESCHET, Julio
Cesar, p. 251, 2020),
c) como se dá a subdivisão e desmembramento dos Estados-membros;
A subdivisão (cisão) e desmembramento dos Estados- membros, precisa de
requisitos para que isso aconteça, no qual o primeiro seria o plebiscito da(s) populações
diretamente interessadas; o segundo seria oitiva da(s) Assembleia(s) envolvida(s) e o
terceiro seria a necessidade de lei complementar da União para surgimento de um novo
Estado ou de novos Estados-membros. Assim, sobre a subdivisão dos
Estados-membros, ela seria uma cisão de um Estado em dois ou mais Estados-membros,
além da perda da personalidade jurídica do ente primitivo, ou seja Estado A torna-se
Estado B e C. (FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p. 1119- 1120, 2019).
Enquanto que no Desmembramento, segundo Marcelo Novelino, podem
ocorrer três situações distintas, a primeira seria a anexação da parte desmembrada a um
novo Estado-membro, sem criar novo ente federativo; na segunda situação seria
desmembrar e formar um novo Estado-membro e na terceira hipótese, a formação de um
território federal, sem o desaparecimento do ente primitivo. (NOVELINO, Marcelo, p.
542, 2016)
d) como se dá a criação de novos municípios na Federação brasileira.
A criação de novo municípios podem ocorrer de três formas, assim como nos
Estados, logo podem se dar por Incorporação (fusão), Subdivisão (cisão) e
Desmembramento. Porém, são necessários quatro requisitos para a criação de novos
municípios, o primeiro é a criação da lei complementar, que foi estabelecida pela EC n°
15/96, e mesmo com o STF tendo estipulado prazo de 18 meses para a criação desta lei
complementar até hoje não há uma lei que abarque o período dentro do qual poderão
tramitar os procedimentos tendentes à criação, incorporação, desmembramento e fusão
de municípios. (ADI n°3.682 em 09.05.2007). O segundo requisito é a viabilidade para
a criação de um município no país,com a apresentação e publicação de estudos de
viabilidade municipal. Já o terceiro requisito, é um plebiscito da população diretamente
interessada, não só do novo município, mas do município originário também, de acordo
com a Lei 9.709/1988 art. 5°. O último, é a elaboração da lei ordinária estadual, criando
o novo Município, dentro do período a ser estabelecido pela lei complementar federal.
Depois de seguido os requisitos, o método de criação se dá da mesma forma que os
Estados, que já foi citado no item b. (NOVELINO, Marcelo, p. 544, 2016)
(FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p. 1121, 2019).
02. Acercas da repartição de competências na Constituição, explique:
a) o que é competência, quais os modelos de repartição e qual a técnica utilizada no
Brasil;
Competência, é uma forma de organização dos Estados, que é atribuída e
distribuída a cada ente federativo, como uma lista de tarefas operacionais para manter o
Estado.
Assim, estas competências podem ser administrativas, tributárias e legislativas.
Dessa forma, a repartição apresenta dois modelos, a técnica da Repartição Horizontal,
que tem como característica uma distribuição fechada, com competências definidas para
cada ente, cuja origem está relacionada com o federalismo clássico. Já a segunda técnica
é denominada de Repartição Vertical, nela dois ou mais entes vão atuar
concorrentemente e que pode ser dividida em duas espécies, a repartição vertical
cumulativa (não há limite entre atuação dos entes) e a repartição vertical não-cumulativa
(há limites previamente definidos para cada ente).
No caso do Brasil, a técnica de repartição de competências é mais complexa do
que em outros Estados, pois é como se fosse uma mistura dos dois tipos de técnica,
tanto a horizontal em declarar que a União e os Municípios possuem competências
enumeradas (enquanto os Estados-membros, as competências remanescentes), quanto a
presença da repartição vertical, com as competências concorrentes e comuns. Assim,
segundo Bernardo Gonçalves, o objetivo é de desenvolver um federalismo de equilíbrio,
porém o Estado brasileiro ainda está nesse processo. Existe então um predomínio de
interesses entre cada ente, sendo a União com interesse geral, os Estados com interesse
regional, Municípios com interesse local e o Distrito Federal tanto com o interesse
regional e local (art. 32 § 1°) da CR/88. (FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p.
1054-1055, 2019). (NOVELINO, Marcelo, p. 534, 2016)
b) as espécies e quais (explicação) as competências descritas na Constituição para cada
ente;
As espécies de competências são as administrativas e legislativas e elas são
diretamente relacionadas com o tipo de repartição que fazem parte. Dessa maneira, de
acordo com a Constituição Federal de 1988, na repartição horizontal estão as
competências definidas. Logo, existirão as competências privativas (legislativas) e
exclusivas (administrativas) que vão ser agregadas à União (art. 21 e 22), aos
Municípios (art. 30, I, III ao IX), e ao Estado são distribuídas as competências
remanescentes (art. 25, § 1°). Existindo também a possibilidade de delegação (art. 22,
parágrafo único). No caso do DF são distribuídas tanto as competênciasdos
Estados-membros, quanto a dos Municípios (art. 32 § 1°) .
Relacionado ao modelo vertical, que preza pela cooperação, a União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, partilham de competências comuns (administrativas), de
acordo com o artigo 23 da CF/1988. No art. 24, está descrito as competências
concorrentes (legislativas) a todos os entes federativos, exceto aos Municípios, cuja
competência está descrita no art. 30, II da Carta Magna. (FERNANDES, Bernardo
Gonçalves, p. 1055 e 1087, 2019) e (NOVELINO, Marcelo, p. 540, 2016)
c) como se dá a dinâmica da competência legislativa concorrente (CF, art. 24 e
parágrafos).
De acordo com o artigo 24 da Constituição Federal, compete concorrentemente
a União, Estados e Distrito Federal legislar sobre as matérias que estão no inciso I ao
XVI. Contudo, há limites nessa distribuição (explícitos nos parágrafos do mesmo
artigo), pois a União vai produzir as normas gerais, os Estados-membros e DF, em
regra, vão ficar com matérias específicas e podem suplementar as normas gerais,
complementando-as. Porém caso a União não legisle sobre determinada matéria geral,
os Estados podem exercer competência legislativa plena (conhecida também como
suplementar-supletiva), para atender suas peculiaridades. É importante ressaltar que, no
momento que a União editar normas gerais que não existiam, essas vão suspender as
normas supletivas que lhe forem contrárias e as que não são, continuam valendo.
(FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p. 1090 e 1091, 2019) (LENZA, Pedro, p.809,
2019)
03. Acerca da intervenção, explique:
a) a finalidade, se há ou não contradição com o princípio da autonomia;
A intervenção, é uma medida excepcional, de natureza política e consiste na
possibilidade de autonomia política do ente federativo e ela seria sim contraditória à
autonomia dos entes federativos, visto que ela interfere temporariamente na
administração de algum setor do ente para recuperar o equilíbrio das atividades em um
prazo previamente determinado. Assim, a estrutura do Estado-membro, por exemplo,
fica submetida às decisões da União, dependendo da área que ela intervir. Ou seja, os
princípios que a regem são: o princípio da excepcionalidade, por ser uma medida
excepcional; o princípio da taxatividade, que seriam as hipóteses permitidas e o
princípio da temporalidade, que indica o prazo determinado para a durabilidade da
intervenção. (NOVELINO, Marcelo, p. 545, 2016) (GONÇALVES, Bernardo, p.1125 e
1126, 2019)
b) os tipos e as causas para cabimento;
Existem dois tipos de intervenção, a federal, que é caracterizada pela
interferência da União dentro dos Estados-membros, Distrito Federal ou dos Municípios
que fazem parte de território da União (art.34, CF/1988). Além da intervenção estadual,
que seriam os Estados-membros intervindo nos Municípios (art. 35, CF/1988).
As causas para o cabimento da intervenção federal estão descritas nos incisos I
ao VII do artigo 34 da Carta Magna, sendo elas: manter a integridade nacional; repelir
invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública; garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
nas unidades da Federação; prover a execução lei federal, ordem ou decisão judicial,
entre outras.
Enquanto que na intervenção estadual, apesar de apresentar os mesmos
princípios da intervenção federal, as hipóteses são diferentes, descritas no artigo 35,
incisos I ao IV: nos casos de deixar de ser paga a dívida fundada; não forem prestadas
contas devidas, na forma da lei; não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde etc. (GONÇALVES, Bernardo, p.1133 e 1134, 2019). A intervenção também
pode ser classificada em: 1) espontânea; 2) solicitada e 3) requisitada. (NOVELINO,
Marcelo, p. 547, 2016).
c) o procedimento para decretação de intervenção federal.
O procedimento para decretação da intervenção federal depende do Presidente
da República, por meio de decreto, de acordo com o art. 84, X da CR/1988. Porém
existem diferentes procedimentos até chegar na decisão do Chefe de
Estado.(FERNANDES, Bernardo Gonçalves, p. 1125-1127, 2019).
Como foi explicado no item “b” dessa questão, a intervenção federal pode ser:
1) espontânea, quando se dá apenas pela verificação dos motivos que a autorizam; 2)
solicitada, quando o Poder Executivo ou Legislativo sofre coação ou impedimento,
sendo que o Presidente não é vinculado à solicitação, portanto é uma tarefa
discricionária e 3) requisitada, quando o Presidente da República fica vinculado ao
Poder Judiciário e ela pode acontecer em três hipóteses, a primeira é quando há
requisição do STF, nos casos de coação exercida contra o Poder Judiciário; a segunda
hipótese é da requisição ser feita pelo STF, STJ ou TSE, em casos de desobediência a
ordem ou decisão judiciária, e a terceira é por meio de requisição do STF em casos de
violação dos princípios constitucionais sensíveis ou da recusa à execução de lei federal;
a terceira é por meio da requisição do STF, quando o tribunal der provimento a
representação do Procurador Geral da República, nos casos de violação aos princípios
constitucionais sensíveis ou de recusa à execução da lei federal. (NOVELINO, Marcelo,
p. 547, 2016)
REFERÊNCIAS:
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 11° Edição.
Salvador, JusPODIVM, 2019;
FRANCESCHET, Julio Cesar. Exame da OAB- Doutrina Volume Único. 12° Edição,
Salvador: JusPODIVM, 2020.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado . 23° Edição. São Paulo: Saraiva,
2019
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional, . 11° Edição, Salvador:
JusPODIVM, 2016.
SEGUNDA ATIVIDADE AVALIATIVA
01. Acerca do Poder Legislativo, explique:
a) as funções típicas e atípicas, os órgãos nos quatro níveis e os sistemas eleitorais
no parlamento brasileiro;
O Poder Legislativo, assim como os outros poderes, exerce atividades que
fazem parte do rol de suas atribuições, que seriam as funções típicas e as atividades que
são prevalentes nos outros Poderes, com características executivas e jurisdicionais, ou
seja, as funções atípicas. (NOVELINO, p. 585, 2016). Dessa forma, as funções típicas
do Legislativo são de legislar (art. 48, CF) e fiscalizar (art. 70, CF), e as funções
atípicas são as atividades de natureza executiva, como por exemplo, dispor sobre sua
organização (art. 51, CF) e processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da
República, nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado etc. (art.
52, I, CF).
Assim, o Brasil como Estado Federado, automaticamente possui um sistema
bicameral, logo, possui duas Casas, que se complementam para formar o Congresso
Nacional, são elas a Câmara dos Deputados e o Senado. Logo, em nível federal, a
estrutura é bicameral, porém no nível estadual, distrital, municipal e territorial, o
sistema é unicameral. Outrossim, nos Estados-membros, a representação vai ser da
Assembleia Legislativa, no Distrito Federal, a Câmara Legislativa e nos Municípios, a
Câmara Municipal.
De acordo, com o artigo 45, os deputados federais são eleitos pelo sistema
proporcional, no qual o número de votos é proporcional à representação no Congresso.
Sendo que, o número de deputados eleitos é definido por lei complementar (LC 78,
1993), com mandato de 4 anos e segue pesquisa demográfica de cada Estado, de acordo
com o IBGE, com o mínimo de oito e máximo de setenta deputados eleitos. No caso do
Território, são eleitos 4 deputados, independente do número populacional.
A eleição dos senadores, vai se dar de forma majoritária, ou seja, são eleitos
três senadores por Estado e Distrito Federal, com ganho da maioria dos votos, com um
mandato de 8 anos. No qual, a paridade dos votos é fundada no principio federativo e
os Territórios não vão possuir senadores federais. (NOVELINO, p. 587, 2016)
Contudo, como nos Estados, Distrito, Municipios e Territórios,o sistema
eleitoral é unicameral as coisas vão ser um pouco diferentes do modelo federal. Por
exemplo, o número de deputados estaduais da Assembleia Legislativa, tem que ser o
triplo da Câmara dos Deputados (art. 27, caput). Já no caso dos Municípios, são eleitos
vereadores para a Câmara Municipal, que vai ser estabelecido de acordo com o número
de habitantes e vai ser estabelecida pela Lei Orgânica e não por resolução da Câmara
dos Vereadores. No Distrito, vão ser eleitos os deputados distritais para a Câmara
Legislativa, de forma que todas as regras estabelecidas para os Estados vão ser
aplicadas para o Distrito Federal. Como não temos Territórios atualmente, não há uma
legislação específica sobre esse assunto, mas se tivéssemos os eleitos iriam participar
da Câmara Territorial, e que 4 deputados federais iam compor a Câmara dos
Deputados do Congresso Nacional. (LENZA, p. 878-885, 2019).
a) a competência do art. 49, IX, em conexão com a competência do art. 51, II, da
CF;
A conexão entre os artigos seria a caracterização da função atípica que o
Poder Legislativo exerce, pois essas atividades são de cunho de outros Poderes. Visto
que julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX, CF) e proceder à
tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (art. 51, II, CF)
não é tipicamente uma tarefa do Parlamento, como a de legislar e fiscalizar.
(NOVELINO, p. 586, 2016)
Exemplo disso seria o fato do Congresso Nacional ter competência exclusiva
para julgar sobre as contas do Presidente, julgado pelo STF, na figura do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que defendeu a anulação da votação na
Câmara dos Deputados que aprovou, em agosto, as contas dos ex-presidentes da
República Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Tal
decisão se baseia no poder que o Congresso possui, na figura das duas Casas de julgar,
no qual o papel do Tribunal de Contas da União é meramente opinativo e
complementar. (STF, Pleno, RE, 132.747/DF, Relator Ministro Marco Aurélio, RTJ,
157/989).
b) a competência do art. 52, II, em conexão com a competência do art. 51, I, da CF;
No caso do art. 52, II, que compete privativamente à Câmara dos Deputados
processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade e o art. 51, I, versa sobre a competência privativa da Câmara dos
Deputados de autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice- Presidente da República e Ministros de Estado. É outro
exemplo claro em que a função atípica do Legislativo é notória. Tem autores que até
entram na discussão de que essas competências não seriam privativas e sim exclusivas.
Portanto, o que elas têm em comum é justamente essa ideia de um Poder
exercer a atividade principal de outro. Pois essas tarefas, estão muito atreladas ao
Poder Judiciário. Como são competências privativas, mesmo sendo do Congresso
Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal, devem utilizar de suas próprias
atividades. Um exemplo que ilustra isso seria o mandado de segurança acerca
do Processo de impeachment. Ministro do STF. (...) Inexiste previsão legal de que os
arquivamentos de denúncias por ausência de justa causa em processo de impeachment
devam ser exercidos pela Mesa do Senado Federal, sendo inviável aplicar a regra de
competência prevista para o recebimento de denúncia por crime de responsabilidade
praticado por presidente da República, em que já houve um juízo prévio de
admissibilidade na Câmara dos
Deputados. (MS 34.592 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 6-10-2017, P, DJE de
23-10-2017).
01. Ainda sobre o Poder Legislativo, explique:
a) Legislatura, Sessão Legislativa Ordinária e Sessões Legislativas Extraordinárias;
A Legislatura é o período que o Congresso Nacional inicia e termina seus
trabalhos, corresponde ao mandato dos deputados federais, ou seja, os senadores
possuem 2 legislaturas em apenas um mandato de 8 anos (FERNANDES, p. 1153,
2019).
Já a Sessão Legislativa Ordinária corresponde ao período anual de atividades
do Congresso. Sendo que começa dia 2 de fevereiro e termina 17 de fevereiro, com um
recesso e volta das atividades no primeiro dia de agosto, terminando dia 22 de
dezembro. Contudo, caso caia em dias não-úteis, são transferidos para o primeiro dia
útil subsequente. Importante salientar que esse período também possui algumas
exceções, por exemplo, no 1º ano de legislatura, os trabalhos legislativos vão se iniciar
no dia 1 de fevereiro, por causa da posse dos deputados e senadores e para as escolhas
das mesas.
Além disso, existem as sessões legislativas extraordinárias que se dariam no
período de recesso das atividades ordinárias por meio de uma convocação
extraordinária, podendo ser feita pelos senadores, em caso de decretação de estado de
defesa, estado de sítio, de intervenção federal, e para compromisso e posse do
Presidente e Vice- Presidente da República (art. 57, § 6º, CF). Em caso de urgência ou
interesse público relevante (art. 57, § 7º, CF), a convocação pode ser feita pelo
Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara e do Senado ou mediante
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas. (NOVELINO, p. 587,
2016). Importante ressaltar que além da solicitação, há a necessidade de a maioria
absoluta de cada uma das Casas aprovar o pedido.
b) Comissões Parlamentares de Inquérito, incluindo suas prerrogativa e vedações;
Seguindo o artigo 58 da Constituição Federal, as prerrogativas para a instalação
de uma CPI seriam o requerimento de um terço dos membros de cada Casa (exclusiva)
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13894981
ou delas conjuntamente (mista); apuração de fatos determinados e um prazo
determinado. Sendo que no caso do Senado esse prazo é criado no momento do
requerimento e na Câmara dos Deputados é de cento e vinte e dias, prorrogável até
mediante, com autorização do Plenário. (FERNANDES, p. 1164, 2019)
Previstos em seu regime interno (RICD, art. 36, II), as CPI’s possuem poderes
para a ampla investigação e meios instrumentais que a tornem efetiva, porém precisam
estar relacionado às competências legislativa e fiscalizatória do Poder Legislativo. Por
exemplo, requerer diligências; tomar depoimentos de autoridades federais, estaduais e
municipais; requisitar de quaisquer órgãos ou entidades da administração pública
informações e documentos; requisitar serviços de quaisquer autoridades, inclusive
policiais; requerer a convocação de Ministros de Estado, Deputados e Senadores; e
ouvir indiciados e inquirir testemunhas sob compromisso. Além desses, existem outros
poderes previstos no regimento interno, elas também possuem poderes de investigação
próprios de autoridades judiciais (CF, art. 58, § 3º), voltados para a instrução
processual. (NOVELINO, p. 593-594, 2016).
Contudo, como o poder das Comissões Parlamentares de Inquérito apesar de
ser amplo não é absoluto, há certas limitações relacionadas aos direitos fundamentais
individuais, como o sigilo profissional e assistência de advogado e direito ao silêncio.
Assim como à Reserva constitucional de jurisdição, como a invasão de domicílio,
interceptação telefônica, prisão (salvo flagrante delito), sigilo imposto ao processo
judicial, formular acusações, punir delitos e vedada também como medidas
acauletórias a indisponibilidade de bens, proibição de ausentar-se do país, arresto,
sequestro e hipoteca judiciária, pois esses poderes estão relacionados apenas à
investigação e instrução, e não para assegurar eficácia. (NOVELINO, p. 593-597,
2016)
Apesar de não estar expressamente na Constituição,é possível haver Comissões
Parlamentares de Inquérito Não-Federais. Dessa forma, para fins investigativos e
fiscalizatórios, a CPI estadual, é permitida pelo STF (ACO 730/RJ, Rel. Ministro
Joaquim Barbosa) de quebra do sigilo bancário e sobre o sigilo fiscal, ainda não tem
precedentes, mas membros do STF já se posicionaram a favor. Sobre a CPI no âmbito
distrital, ela apresenta os mesmos poderes do âmbito estadual e nos Municípios, as
Câmaras Municipais também podem instaurar CPI, porém não tem poder de quebrar
sigilo fiscal ou bancário, necessitando de autorização judicial para isso. (NOVELINO,
p.598, 2016)
c) Imunidades: formais e materiais.
As imunidades fazem partes das garantias individuais dos parlamentares e são
irrenunciáveis, conferidas desde a diplomação, e essa imunidade só se estende aos
suplentes quando no efetivo exercício da função.
De acordo com o artigo 53, a imunidade material exclui a responsabilidade
penal e civil dos congressistas por opiniões, palavras e votos, e caso essas expressões
sejam feitas fora do Parlamento têm que estar relacionadas com o exercício da função,
mesmo que seja por meios eletrônicos. Além disso, a imunidade penal é causa
excludente de tipicidade, ou seja, havendo denúncia o processo penal nem chega a ser
instaurado, mesmo que termine o mandato. (NOVELINO, p.600 e 601, 2016).
Entretanto, existem também as imunidades formais, relacionado a prisão e
processo criminal dos parlamentares. Dessa forma, eles só podem ser presos em casos
de flagrante inafiançável, no qual os autos são direcionados a respectiva Casa do
parlamentar e esta deve decidir em 24 horas se ele vai ser preso ou não. É possível
também, a possibilidade de sustação do delito cometido após a diplomação, exceto nos
casos de inviolabilidade, o parlamentar pode ser julgado e processado pelo Supremo
Tribunal Federal. Porém, se o partido político representante e pelo voto da maioria
absoluta dos membros da Casa, esse pedido (apreciado por esta até 45 dias) pode adiar
o andamento da ação penal até o término do mandato. O parlamentar também fica
isento de testemunhar sobre informações que tenham a ver com o exercício da função,
bem como de não revelar sua fonte. Também a imunidade à incorporação às Forças
Armadas, mediante licença da Câmara e essas imunidades não podem ser suspensas
durante a vigência do Estado de Sitio, exceto por decisão de dois terços dos membros
da respectiva Casa, restrita aos atos praticados fora do recinto do Congresso, quando
incompatíveis com aquele estado. (FILHO, p. 145- 146, 2012)
02. Acerca do processo legislativo, explique:
a) as formas pelas quais se dá a reforma constitucional;
O Poder Constituinte Derivado-Reformador permite alterar ou reformar uma
Constituição. Dessa forma, esse Poder é muito importante para manter a atualização da
Carta Magna, de acordo com o contexto em que tal está inserida, para que mesmo com
o Poder Originário com certa segurança jurídica e a abstração das normas, o poder de
alterar e atualizar é importante a fim de que o primeiro não fique sobrecarregado, caso
haja alguma mudança.
Assim, dois procedimentos são possíveis para alterar uma Constituição, a
revisão (reforma geral ou global do texto) e as emendas constitucionais (reformas
pontuais do texto). Segundo o artigo 3 do ADCT da CF, o poder de revisão só pode ser
feito após 5 anos de promulgação da Constituição, em sessão unicameral e com um
quórum de maioria absoluta para aprovação das “emendas de revisão”.
(FERNANDES, p. 141, 2019) Porém, essa revisão já foi feita em 1994, e pelo artigo
expressar que só pode haver uma revisão, não seria mais possível reformar o texto
globalmente. Outro meio de reforma, seria os pontuais por meio das emendas
constitucionais, que está no artigo 60, cujo apresenta diversos limites que devem ser
respeitados para haver uma reforma. (NOVELINO, p. 74, 2016).
b) as limitações formais para a Emenda Constitucional;
Para haver as alterações por meio das emendas constitucionais, são
determinados limites para a realização destas. Logo, sobre os limites formais, eles vão
delimitar os procedimentos que devem ser seguidos para que a reforma ocorra. Assim,
existem dois tipos, os limites formais subjetivos, que seriam a forma de apresentação
dessas propostas,
e os limites formais objetivos, que dizem respeito do processo para a criação da
emenda, ou seja, os turnos de votação, quórum para a aprovação, forma de
promulgação e de possibilidade de reapresentação de propostas de emendas rejeitadas.
(FERNANDES, p. 140, 2019)
Os limites formais objetivos, de acordo com o art. 60, I, II e III, da CF, discorre
sobre as formas que a emenda pode ser proposta por um terço, no mínimo dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; pelo Presidente da
República e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas pela maioria relativa (maioria simples) de
seus membros. (NOVELINO, p. 74, 2016) Já os limites formais objetivos estão
expressos nos parágrafos 2º, 3º e 5º do artigo 60. Á vista disso, a proposta de emenda
vai ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos três quintos dos votos dos respectivos
membros. No terceiro parágrafo, diz que uma vez aprovada a emenda, ela será
promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o
respectivo número de ordem. Além do quinto parágrafo, que apresenta um respeito à
forma pela qual uma PEC prejudicada ou rejeitada pode ser representada, caso
aconteça ela não pode ser proposta novamente, podendo ser apresentada só em outro
ano legislativo. (FERNANDES, p. 142 e 143, 2019)
c) as limitações materiais para a Emenda Constitucional;
As limitações materiais ou substantivas, definem o tipo de matéria que pode ser
inserida na Constituição, tanto suprimindo determinados temas, como os limites
materiais de cunho superior (no caso das cláusulas pétreas), quanto permitindo a
inserção, os limites materiais de cunho inferior. Tais limites estão definidos no art. 60,
§ 4º da CF, que diz não ser objeto de proposta de emenda constitucional matéria a
abolir: a forma federativa; o voto direto secreto, universal e periódico; a separação dos
Poderes; e os direitos e garantias individuais, entre outros. (FERNANDES, p. 140,
2019)
Portanto, essas limitações se apresentam de duas formas, a explícita e implícita.
No caso da primeira, seriam as matérias que estão de forma expressa na Constituição e
não poderiam ser abolidas da normatividade constitucional, mas também elas podem
ser objetos de emenda, contanto que tais sejam para complementar e ampliar a
normatividade. Tais limites estão definidos no art. 60, § 4º da CF, que diz não ser
objeto de proposta de emenda constitucional matéria a abolir: a forma federativa; o
voto direto secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e
garantias individuais, entre outros.
Já os limites materiais implícitos, são as matérias que diferente das explícitas
não aparece literalmente na norma e sim entre diferentes partes do texto constitucional.
Exemplos disso seria a impossibilidade revogar limites materiais explícitos; a
impossibilidade de modificação dos titulares do Poder Constituinte Derivado e do
processo de reforma da Carta Magna e a impossibilidade de revogação dos princípios
fundamentais da RFB, presentes no art. 1º ao 4º da Constituição de 1988.
(FERNANDES, p. 144-145, 2019)
REFERÊNCIAS:
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 11° Edição.
Salvador, JusPODIVM, 2019;
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 38º edição, São
Paulo; Saraiva, 2012.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado . 23° Edição. São Paulo: Saraiva,
2019
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional, . 11° Edição, Salvador:
JusPODIVM, 2016.
(MS 34.592 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 6-10-2017, P, DJEde 23-10-2017).
(STF, Pleno, RE, 132.747/DF, Relator Ministro Marco Aurélio, RTJ, 157/989).
TERCEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA
01. Acerca do processo legislativo, explique;
a) o procedimento ou tramitação de uma PEC no Congresso Nacional;
A PEC, é um projeto de emenda constitucional considerado como processo
legislativo especial, pois faz parte dos atos legislativos primários, assim como a lei
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13894981
ordinária, lei complementar, medidas provisórias, leis delegadas, entre outras,
presentes no artigo 59 da Constituição de 1988. (NOVELINO, p. 623, 2016)
Dessa forma, o procedimento de uma PEC, segue o modelo geral de elaboração
das leis, com a fase de iniciativa, fase constitutiva e a fase complementar. Possuindo
suas especificidades, podendo partir de iniciativa de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República
e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (art. 60, I, II e
III, CF/1988). Assim, na fase de iniciativa, é apresentado o projeto de emenda
constitucional à Mesa da Casa Iniciadora (usando como exemplo a Câmara dos
Deputados). Já na fase constitutiva, que é relacionada à discussões e deliberações sobre
a nova emenda constitucional, ela é encaminhada para a CCJ, cuja tem 5 sessões para
fazer o juízo de admissibilidade, admitida ela segue para uma comissão especial, que
tem 40 sessões para elaborar um parecer sobre a PEC. Depois começam-se as votações
na Câmara dos Deputados e segue para o Senado, necessitando passar nos dois turnos
com quórum de ⅗ , em cada. Encaminhada para o Senado, ela é apresentada à Mesa da
Casa, e de lá passa pela CCJ do Senado, que faz um juízo de admissibilidade e um
parecer sobre o projeto, num prazo de 30 dias. Logo, a PEC se aprovada vai para
deliberação, precisando de um quórum de ⅗ em cada turno, sendo que são dois. Por
último, a fase complementar é a final, que promulga e oficializa a nova emenda
constitucional, de acordo com o artigo 60, §3º da CR/1988. (FERNANDES, p.
1305-1306, 2019).
Caso a emenda passe por alterações, ela precisa ser encaminhada para a
Casa Iniciadora para ser apreciada. Além de que caso a nova emenda seja
rejeitada durante o processo de tramitação, a matéria disposta não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. (FERNANDES, p.
1306, 2019)
a) Tratados Internacionais de Direitos
Humanos e Tratados Comuns;
Observando o artigo 5º da Constituição, parágrafo segundo,
nota-se que os direitos e garantias expressos na Constituição, não
excluem os tratados internacionais, ou seja, eles poderiam ter a mesma
hierarquia de uma norma constitucional. Segundo Gomes (1994, p. 29),
os tratados em geral seguiriam a lógica do segundo parágrafo desse
mesmo artigo, de modo que caso o tratado internacional não entre em
conflito com o texto constitucional têm amparo constitucional, mas nem
sempre vai ser considerado equivalente a norma constitucional, que seria
a lógica dos tratados comuns, que possuem majoritariamente caráter
ordinário. Contudo, como havia muitas controvérsias em definir se um
tratado seria visto como norma constitucional ou lei ordinária, foi criada a
emenda constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004, na qual ficou
afirmado que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos teriam
caráter constitucional, caso fossem aprovadas pelo Congresso Nacional e
passassem pelo mesmo procedimento de aprovação das emendas
constitucionais. (art. 5º, §3º)
Segundo Gilmar Mendes no caso do RE 349.703, os tratados
internacionais de direitos humanos já vigentes no Brasil, possuem caráter
supralegal. Exemplo de tratados que possuem hierarquia constitucional é
o Tratado de Marraqueche, cujo entrou em vigor em setembro de 2016, e
tem o objetivo de facilitar o acesso de obras publicadas às pessoas cegas,
com deficiência visual ou com dificuldades para ter acesso ao texto
impresso. Apesar disso, é importante ressaltar que o caráter dos tratados
não é definido, podendo ser constitucional, ordinário ou supralegal.
b) o disciplinamento jurídico de
uma Emenda à Constituição frente
o direito adquirido, ato jurídico
perfeito e coisa julgada;
A emenda constitucional é uma atividade do Poder Reformador,
que permite alteração de uma norma constitucional, sendo que essa
atividade é limitada, no sentido que não é permitido o projeto de uma
emenda em qualquer situação, como foi visto nos itens anteriores. Ou
seja, a emenda constitucional, segundo o artigo 60, parágrafo quarto,
inciso IV, não será objeto de deliberação quando a proposta for tendente a
abolir direitos e garantias individuais. Dessa forma, relacionando à
discussão da questão, a emenda não pode ferir esses direitos e garantias,
pois eles seriam cláusulas pétreas. Além de que o direito adquirido, ato
jurídico perfeito e a coisa julgada, estão estritamente relacionados com o
principio da segurança jurídica.
Assim, relacionado ao Direito Adquirido, que seria “os direitos
que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo
começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida
inalterável a arbítrio de outrem” (NOVELINO, p. 388, 2016). Importante
ressaltar que nem sempre o direito adquirido vai se dar de forma absoluta
em todos os casos, podendo ser relativizado em situações excepcionais,
de acordo com o contexto fático e jurídico, pois outros princípios podem
ter um peso maior em determinadas situações. Como por exemplo, o STF
que em 2011, julgou que a coisa julgada estabelecida em ações de
investigação de paternidade em que não foi possível
determinar-se a efetiva existência de vínculo genético, poderia ser
relativizada. (STF- RE 363.889/DF, Rel. Min. Dias Toffóli, 02.06.2011)
Outras garantias protegidas são o ato jurídico perfeito, que tem
mais a ver com os atos normativos em si, se diferenciando do direito
adquirido, visto que ele resulta diretamente da lei e o ato jurídico decorre
da vontade de quem o originou. (FERNANDES, p. 581, 2019). Já a coisa
julgada, apesar de se dar mais no âmbito do processo civil, também é
relacionada a questão constitucional, principalmente por ser amparada
pelo texto constitucional. Assim, tais direitos e garantia não podem passar
despercebidas na análise de uma emenda constitucional, pois mesmo
sendo equivalente a uma norma constitucional, não pode ultrapassá-la em
sua esfera de proteção, a não ser nos casos de exceções.
01. Sobre o processo legislativo,
explique:
a) o que é lei ordinária e lei complementar, inclusive indicando as
semelhanças e diferenças entre elas;
A lei ordinária complementa a norma constitucional que não é
regulamentada por lei complementar, decreto legislativo e resoluções,
sendo um ato legislativo primário, com caráter residual, com as fases de
iniciativa, fase constitutiva e fase complementar. (FERNANDES, p.
1268, 2019) Já a lei complementar, tem suas hipóteses de aplicação
delimitadas na Constituição, expressamente. (LENZA, p. 1069, 2019)
Elas possuem procedimentos similares e equivalentes, em sua fase
de iniciativa, por exemplo, que podem ser elaboradas mediante proposta
de qualquer membro ou Comissão da Câmara, do Senado ou do
Congresso Nacional; ao Presidente da República; ao Supremo Tribunal
Federal e Tribunais Superiores; ao Procurador-Geral da República; e aos
cidadãos por meio da iniciativa popular. (NOVELINO, p. 615, 2016)
Contudo, possuem diferenças cruciais, tanto em seu aspecto material que
já foi citado no primeiro parágrafo deste item, quanto no aspecto formal.
Nesse sentido, a Lei Complementar, só pode ser aprovada com um
quórum de maioria absoluta (art. 69, CF/88), já a Lei Ordinária precisa de
maioria simples (art. 47). De forma que, a maioria absoluta é a maioria
dos componentes da Casa, enquanto a maioria simples é a maioria dos
presentes. Contudo, os presentes devem corresponder no mínimo à
maioria absoluta dos componentes. Além das diferençascomuns,
Bernardo Gonçalves, apresenta as diferenças sofisticadas, no aspecto de
regime de tramitação e da tramitação, em si. Logo, na lei complementar o
projeto de lei só terá regime de tramitação tradicional, precisando ir a
plenário. Enquanto que a lei ordinária pode ter regime de tramitação
tradicional ou conclusivo. Outrossim, a tramitação de lei complementar
na Câmara dos Deputados terá em regra dois turnos de votação (exceto
em urgências) e no Senado, é só um turno. Já a lei ordinária vai ter apenas
um turno de votação, nas duas Casas. (FERNANDES, p.1281, 2019)
b) as situações em que uma lei
complementar pode ser alterada
por uma lei ordinária
A lei ordinária, por ser de caráter residual, não pode ultrapassar a
esfera de competências da lei complementar. Porém, se a lei
complementar for de matéria de características da lei ordinária, ela não é
inconstitucional, pois ao mesmo tempo que a lei
complementar foi aprovada, logicamente a lei ordinária também é, pois o
quórum da primeira é maior. Além de que ela só vai ser lei complementar
no aspecto formal, pois ela vai ter status ordinário e se surgir uma lei
ordinária sobre a mesma matéria que a lei complementar neste caso, essa
é revogada pela posterior. (FERNANDES, p. 1283, 2019)
Apesar de ter correntes minoritárias, que afirmam a existência de
hierarquia entre as leis ordinárias e complementares é importante ressaltar
que não há hierarquia entre elas, sendo espécies normativas formalmente
distintas. (RE 509300 AGR-EDV/ MG - Brasília, 17 de março de 2016)
c) iniciativa geral, iniciativa
reservada ou privativa, iniciativa
concorrente, iniciativa conjunta e
iniciativa popular
Para dar início ao processo legislativo, na fase introdutória,
existem os membros responsáveis por isso. Dessa forma essas iniciativas
são denominadas de acordo com a pessoa ou ente, podendo ser a
iniciativa geral, iniciativa reservada ou privativa, iniciativa concorrente,
iniciativa conjunta e iniciativa popular. De modo que, a geral, segundo
Manoel Gonçalves, seriam aquelas que não são reservadas a um titular e
sim geral, podendo partir dos membros do Poder Legislativo, bem como
ao Presidente da República, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e ao povo, de acordo com o segundo
parágrafo do artigo 61. (FILHO, p. 154, 2012)
Já a iniciativa reservada ou privativa é aquela em que a
competência é de uma pessoa ou ente, exclusivamente, como o Presidente
da República, STF (art. 93, caput), Câmara dos Deputados (art. 51) e
Senado Federal (art. 52). A iniciativa concorrente está atrelada a mais de
um ente em concorrência, de forma que todos podem deflagrar o processo
(art. 61, caput). A iniciativa conjunta tem como competência atribuída a
mais de uma pessoa, porém em grupo, assim, o processo só é deflagrado
se todos os entes apresentarem o projeto conjuntamente. E por fim, a
iniciativa vinculada, na qual o legitimado a quem é atribuído, é obrigado
a dar início ao processo legislativo, na forma e prazo estabelecidos,
exemplo seria a iniciativa das leis orçamentárias (Lei do Plano Plurianual
-PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual -
LOA), que possuem prazos a serem cumpridos. (FERNANDES, p.1263,
2019)
02. Acerca do processo legislativo,
explique:
a) deliberação parlamentar e deliberação executiva;
O processo legislativo como já foi dito passa por três fases, a fase
introdutória, constitutiva e complementar. Se tratando da Fase
Constitutiva, há a deliberação e discussão do projeto de elaboração de
uma nova lei e nesse sentido existe a deliberação parlamentar e a
executiva. (FERNANDES, p.1262, 2019). A deliberação parlamentar,
consiste nos membros do Congresso Nacional, no qual vão ter duas
Casas, a Casa iniciadora e a Casa revisora, podendo ser tanto a Câmara
dos Deputados e o Senado Federal (depende de onde parte a iniciativa).
Assim, quando o projeto de lei é apresentado à Mesa da respectiva Casa,
ele passa por duas comissões, a comissão temática, que tem caráter
opinativo, mas ajuda a analisar a matéria do projeto e a Comissão de
Constituição e Justiça- CCJ, ela faz o juízo de admissibilidade e sua
constitucionalidade. Quando envolver questões financeiras ou orçamento
público, antes de ser encaminhado para a CCJ, passa pela Comissão de
Finanças e Tributação (art. 53, RICD). (LENZA, p. 1039- 1040, 2019)
Aprovado, o projeto segue para votação nas Casas, esse processo
pode ser ostensivo, com o processo simbólico ou o nominal, e secreta, por
meio do sistema eletrônico ou de cédulas. Depois é encaminhado para a
Casa revisora, no qual passa pelas comissões e por votação, podendo
aprovar, rejeitar ou emendar o projeto. (LENZA, p.1043)
Tendo fim a deliberação parlamentar, começa a deliberação
executiva que vai ser comandada pelo Presidente da República, que tem o
poder de sancionar ou vetar. No caso da sanção, aceitando a nova lei, e é
promulgada. A sanção pode ser expressa, quando o Presidente expõe sua
manifestação a favor, e tácita, quando o prazo de 15 dias para a
deliberação é ultrapassado, assim a sanção é feita sem o posicionamento
do Chefe do Executivo. Porém, caso a sanção não seja aprovada, ela é
vetada, total ou parcialmente, com um prazo de 15 dias para deliberação.
(LENZA, p. 1048-1050, 2019)
b) os desdobramentos quando há
apresentação de emenda a projeto
de lei na casa revisora;
Durante o processo de tramitação de uma nova lei, ao passar da
Casa iniciadora e ser aprovado, a Casa revisora pode solicitar alterações
nessa lei, que são as emendas. Além de que segundo o parágrafo único do
artigo 65, sendo o projeto emendado, voltará a Casa Iniciadora. Se a Casa
iniciadora concordar com as alterações a lei segue para deliberação do
Executivo, já emendada. Porém, se houver controvérsia, o projeto
original que segue para o Presidente da República, com predominância da
Casa iniciadora frente à Revisora. Encaminhada então para o “autógrafo”
(caso seja a emendada), pode ser sancionada ou vetada. (LENZA, p.
1045, 2019). Importante ressaltar que o Presidente da República só
participa da elaboração de uma emenda na fase de iniciativa, ou seja, no
caso da emenda ao projeto de lei, não seria possível. (NOVELINO, p. 76,
2016)
c) veto e seus desdobramentos;
Como a deliberação pelo Executivo faz parte da fase final, a fase
complementar, o Presidente da República tem a possibilidade de
sancionar e vetar um projeto de lei. No caso do veto, ele pode ser parcial
ou total. O veto parcial abrange todo o texto do artigo, inciso, parágrafo
etc. (art. 66, §2º, CF/88), sem levar em conta apenas palavras e no veto
total, seria a lei em toda a sua integridade. (NOVELINO, p. 620, 2019)
Caso haja o veto parcial, só haverá análise do CN, sobre a parte
vetada e a que não foi, automaticamente já é promulgada. Sendo que no
caso do veto, o Chefe do Executivo deve comunicar ao Presidente do
Senado Federal, os motivos em até 48 horas, podendo ser por motivo
inconstitucional ou contrário ao interesse político. (LENZA, p. 1050)
Além disso, diferente da sanção, não existe veto tácito, pois é
necessário ter a justificativa do Presidente da República e esse veto
também pode ser desfeito pelo Parlamento. Por isso, não é permitido veto
sem motivação, já que a justificativa é necessária e caso não tenha o veto
é inexistente. Depois do anúncio do veto, a Câmara e o Senado tem 30
dias para fazer uma sessão conjunta para apreciá-lo. Assim, caso o veto
seja derrubado, a lei é enviada ao Chefe do Executivo, que tem até 48
horas para promulgá-la, e não fazendo é encaminhada ao Presidente do
Senado, que irá promulgá-la (art. 66, §§5º e 7º). Por fim, se o veto for
mantido o projeto será arquivado (art. 67). (LENZA, 1051)
REFERÊNCIAS:
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 11°
Edição. Salvador, JusPODIVM, 2019;
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 38º
edição, São Paulo; Saraiva, 2012.
GOMES, Luiz Flávio. A Questão da Obrigatoriedade dos Tratados e
Convenções no Brasil (ParticularEnfoque na Convenção Americana
Sobre Direitos Humanos). Revista dos Tribunais, ano 83, v. 710, dez.
1994.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado . 23° Edição. São
Paulo: Saraiva, 2019
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional, . 11° Edição,
Salvador: JusPODIVM, 2016.

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