Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Compartimentos e transporte intracelular DISCENTE: ANNA BEATRIZ FONSECA – MED FTC - 1 º SEMESTRE – 2019 .2 o O que são organelas com endomembranas? São compartimentos celulares organizados, limitados por membrana, no citoplasma das células com funções especificas. Que atuam em conjunto para modificar, empacotar e transportar proteínas e lipídios. Obs.: Quando refere-se a compartimentos intracelulares, ou sistemas de endomembranas, são os compartimentos de uma célula eucariótica, uma vez que as células procarióticas só têm o material genético e os ribossomos no citoplasma. o Evolução das organelas 1. Invaginações da membrana plasmática que provavelmente, foi cercando o material genético. 2. A mitocôndria é a única que não sofre invaginação, mas teve fagocitose de bactérias que tem seus próprios genomas e sintetizam parte das suas proteínas. Obs.: A hipótese é que uma célula procariótica fagocitou uma bactéria aeróbica e a partir dessa junção, uma simbiose deu origem a mitocôndria. Essa, apesar de ter DNA próprio e codifica suas próprias proteínas, não é independente, pois as proteínas que ela utiliza são codificadas pelo DNA nuclear. o Mecanismo de distribuição de proteínas As proteínas apresentam uma sequência sinal –região N-terminal- de 15 a 60 aminoácidos, que direcionam até as organelas corretas. Existem 3 mecanismos de distribuição de proteínas: Compartimentos e transporte intracelular 1. Transporte pelos poros nucleares (Mediano): Proteína formada no citosol que vai direto para o núcleo. Essas proteínas são ativamente transportadas pelos poros nucleares, ou seja, há um gasto de energia – GTP. O núcleo possui uma dupla membrana. A externa é semelhante ao do reticulo endoplasmático. E a camada interna, a lâmina nuclear é um componente do citoesqueleto e confere resistência ao núcleo pois têm sítios de ligação com a cromatina. Na imagem acima: Há receptores no citosol que reconhecem e se ligam a sequência sinal. O receptor hidrolisa 1 molécula de GTP para transportar a proteína para dentro do núcleo. Dentro no núcleo, o receptor se dissocia da proteína e volta para ser reutilizado no citosol. Obs.: Algumas proteínas são dobradas ao ser transportadas para o núcleo. Esse dobramento é importante para não perder o sitio ativo. 2. Transporte pelas membranas: Proteína que passa pela membrana. Cloroplastos, RE, mitocôndrias e peroxissomos. As proteínas (devem estar desenoveladas) com sequência sinal é reconhecida por uma proteína receptora que está na membrana externa da mitocôndria. Também existe tanto na membrana externa e interna – normalmente não estão conectados para não entrar qualquer substância - um canal de translocação da proteína. Quando uma proteína se liga a esse receptor externo, promove a difusão lateral da proteína até encontrar o canal de translocação interno. Em seguida, a sequência sinal é introduzida e a proteína entra na mitocôndria. Obs.: A proteína entra dobrada pelo canal de translocação, mas no meio da introdução da proteína na mitocôndria, ela vai sendo desdobrada. Uma outra proteína Chaperona (dentro do RER) ajuda a proteína a dobrar novamente e ser “puxada” para dentro da mitocôndria. Depois disso, a sequência sinal é clivada e a proteína fica livre. Compartimentos e transporte intracelular O reticulo endoplasmático é a porta de entrada para as proteínas sintetizadas (as de Exocitose, membrana, C. de Golgi, Lisossomos e as do reticulo endoplasmático) que vão se deslocar depois de entrar na membrana. 2 tipos de proteínas são transferidos do citosol para o RE: 1) Proteínas hidrossolúveis: Completamente translocadas pela membrana do RE e liberadas no lúmen. 2) Proteínas transmembrana: Parcialmente translocadas pela membrana do RE e tornam-se fincadas nela, ou sejam, ficam no RE. Resumo da Síntese das proteínas: Toda síntese começa no citoplasma; O núcleo possui bicamada e poros nucleares que são diferentes de outros pois podem regular seu diâmetro. Dentro dele é produzido o RNAm através da transcrição do DNA. O RNAm sai do núcleo através de poros nucleares até chegar no citoplasma. Ele não vai sozinho, é transportado por proteínas transportadoras que interagem com o complexo fazendo ele aumentar o diâmetro. No citoplasma, o RNAm é reconhecido pela menor subunidade do ribossomo que se liga, procura o códon para assim, dar início da tradução. A primeira parte do RNAm é a ‘peptídeo sinal’ (sequência de aminoácidos que indica o local que da célula que vai ter que ir). Ela vai para os receptores do canal do RER. O ribossomo então é liberado e se liga com RNA, que continua o resto da tradução enquanto a proteína também é introduzida no RER. Depois que a proteína foi toda produzida vem uma peptidase e cliva a sequência sinal. Compartimentos e transporte intracelular Obs. Síntese de proteína transmembrana: A diferença é que existe uma segunda sequência sinal interna que é hidrofóbica. Proteína de passagem única: RNAm sai do núcleo Ribossomo se liga a ele e traduz o peptídeo sinal O ribossomo se liga no canal do RER e continua traduzindo o RNAm Proteínas de membrana tem sequência de aminoácidos hidrofóbicos que é um sinal para o ribossomo que é uma proteína transmembrânica. Logo, ao invés de a proteína ficar livre no RER, ela fica presa na membrana. Por conta disso, o resto da tradução acontece fora do RE. Depois, a sequência sinal é clivada e a proteína fica presa, chamada de PROTEÍNA DE PASSAGEM ÚNICA. Proteína de dupla passagem: Não há clivagem da sequência de parada nem da sequência de início. 3. Transporte por vesículas: Depois de entrarem no RE são transportadas pelas vesículas por 2 vias: Secretória e Endocítica. Obs.: Vesículas revestidas por clatrina: São as que brotam das membranas e tem uma capa proteica distinta no citosol. A capa proteica mais conhecida é a CLATRINA. Existem proteínas adaptadoras (adaptinas) que se ligam aos receptores que estão ligados as moléculas prestes a entrar no citosol. Essas adaptinas “recrutam” várias clatrinas e montam a capa proteica para formar a vesícula. Compartimentos e transporte intracelular Quando a vesícula é formada vem a proteína Dinamina que libera a vesícula. Quando a vesícula chega no citosol, perde a capa proteica e funciona como membrana alvo ou também para expor a proteína SNARE (atuam na fusão de membranas). Via Secretora: A maioria das proteínas é quimicamente modificada no RE. No interior do RE ocorre a formação de pontes dissulfídicas. Essas dão estabilidade para as proteínas quando elas encontram mudanças de pH e enzimas no exterior da célula. No RE ocorre a glicosilação, formando glicoproteínas. No citosol não tem proteínas de glicosilação. Função dos oligossacarídeos nas proteínas: I. Protegem a proteína da degradação; Obs.: Proteínas empacotadas incorretamente são marcadas para degradação. II. Retêm a proteína no RE até o seu enovelamento; III. Orientam a proteína para se dirigir à organela correta; IV. Na superfície celular formam o glicocálix. Glicosilação no RE: Via construtiva X Via regulada: Constitutiva ou padrão: O material secretado de contínua. Não dependem da sinalização especifica. Regulada: O material secretado é estocado em enzimas de secreção, aguardando um sinal específico para sua liberação. Via endocítica: Fagocitose: Englobam partículas grandes (maiores que 250 nm de diâmetro), serve para nutrição e defesa. Pinocitose: Englobam líquidos e molecas pequenas (menores que 150 nm de diâmetro), serve para nutrição. Compartimentos e transporte intracelular oOrganelas: Peroxissomos: Bolsas membranosas que contém alguns tipos de enzimas digestivas. 1. Oxidases: Catálise da reação de oxidação dos substratos envolvendo o O2 como aceptor final de elétrons, com consequente produção de H2O2. 2. Catalases: Catalisa a reação de decomposição do H2O2 tóxico por outra que não seja prejudicial à célula. Aspectos funcionais: Produção e neutralização dos peróxidos de hidrogênio - H2O2; Faz oxidação de ácidos graxos de cadeia longa: Ex.: Ácido graxo Acetil co-A; Desintoxicação celular: Ex.: H2 + O2 = H2O2 H2O + O2 Obs.: Os peroxissomos não apresentam o seu próprio genoma (DNA próprio por exemplo); são sintetizados pelo genoma nuclear (85 genes). Acontece por transporte por membrana. Existem doenças peroxissomais que são divididas em 2 grupos: Defeito em uma única enzima: Gera adrenoleucodistrofia ligada ao X. Ex.: Doença de Refsum. Doenças na biogênese dos peroxissomos: Defeito na importação de proteínas para os peroxissomos: Gera patologias graves como Síndromes de Zellweger. Reticulo endoplasmático: Armazenar e transportar substâncias. O núcleo tem uma membrana contínua ao Retículo Endoplasmático Rugoso, depois ao retículo transicional de onde saem as vesículas e em seguida ao reticulo endoplasmático liso. 1. Reticulo endoplasmático rugoso ou granulado: Promove a síntese das proteínas; Tem vários canais de onde os ribossomos se ligam e terminam a tradução. 2. Retículo endoplasmático liso ou agranular: Síntese dos lipídios – que são liberados das células em forma de vesículas, os QUILOMÍCRONS. No lado externo tem os fosfolipídios e proteínas (ancoradas na membrana) e no interno tem triglicerídeos e colesterol esterificado (bicamada lipídica); Detoxificação celular (fígado): Glicose-6-Fosfato Glicose + Pi H20 + Glicose-6-6Fosfatase Retículo Sarcoplasmático: Armazenar grande quantidade de cálcio, presente em grande quantidade no tecido musculo esquelético. Obs. Quilomícrons são sintetizados nos enterócitos e trazem os lipídios da dieta para o corpo. A porção de lipídios desses quilomícrons vai ser sintetizada no REL. Forma-se a vesícula precursora de quilomícrons que vai para o Golgi que se junta com as proteínas sintetizadas no RER. A partir daí os quilomícrons vão ser exocitados. Compartimentos e transporte intracelular Complexo de Golgi: Composto por cerca de 3-20 vesículas achatadas e empilhadas (cisternas). Cada cisterna tem uma função diferente; As vesículas que estão chegando do retículo endoplasmático entram pela porção CIS. Ao se fundirem saem pela porção TRANS e então são direcionadas cada uma para sua região. Obs.: As cisternas não têm comunicação, são livres. O transporte entre elas é vesicular garantindo que as proteínas passem por todas as modificações que precisam. Lisossomos: Sacos membranosos contendo enzimas hidrolíticas (hidrolases ácidas) que conduzem a digestão intracelular. As membranas têm transportadores que permitem que os produtos finais da digestão celular sejam transportados para o citosol. Apresentam uma bomba de prótons na membrana Quando precisa ativar o lisossomo para que ele degrade algo (bactéria fagocitas, organela intracelular, moléculas endocitadas) a bomba será ativada e os prótons (H+) irão para dentro do lisossomo baixa o pH (ácido) e assim as enzimas serão ativadas. Doenças Lisossomais: Algumas resultam na redução da síntese de enzimas lisossomais ou na não segregação desta aos lisossomos. Mucoplossacaridose: Doença mais comum de armazenamento lisossomal. Acúmulo de glicosaminoglicanos leva a desorganização do tecido conjuntivo (fígado, ossos, córnea) Esfingolipidoses: Problema na enzima que degrada lipídio, leva ao acúmulo de lipídio causando diversas disfunções no tecido nervoso. Mitocôndrias: Local de maior geração de ATP intracelular. Oxidação de nutrientes e produção de energia para ativar a oxidação desses nutrientes; Possuem DNA próprio, responsáveis por expressar algumas proteínas dessa mitocôndria; Intensa produção de espécies reativas de oxigênio; As espécies reativas de oxigênio acabam atacando o DNA mitocondrial, o que dá início ao stress oxidativo. Compartimentos e transporte intracelular RESUMO DE ORGANELAS: Retículo Endoplasmático Liso: Detoxificação do organismo, não só de produtos tóxicos, mas também hormônios. Síntese de todos os lipídios (TG, fosfolipídios, colesterol). Armazenamento de Cálcio, que vai ser muito importante no tecido muscular, tão importante que nesse tecido ele tem outro nome: Retículo Sarcoplasmático. Retículo Endoplasmático Rugoso: Síntese de proteínas intracelulares Mitocôndria: Geração de ATP; Oxidação de ácidos graxos; Síntese de corpos cetônicos; Ciclo da ureia. Lisossomos: Degradação de moléculas que são fagocitadas, endocitadas ou que ainda estão no processo de autofagia (pode acontecer quando se degrada uma só organela molécula, já é autofagia) se essa autofagia foi ativada por um processo apoptótico, será degradada toda a célula, mas mesmo ao degradar uma só organela, já é considerado uma autofagia; Autofagia; Centro de reciclagem. Núcleo: Armazena o DNA; Ocorre o processo de transcrição genica para gerar RNA. Complexo de Golgi Forma vesículas para exocitose; Direcionamento de moléculas; Processo pós traducional (após a síntese de proteínas), primeiro foi sintetizada a proteína, os ribossomos leram o RNA mensageiro, usaram a cadeia de aminoácido e depois desse processo que é chamado de tradução vão acontecer eventos pós traducionais. Exemplo da insulina: são 3 cadeias A, B e C que formam a insulina o processo pós traducional dela é clivar a cadeia C que liga as duas, faz-se pontes de sulfeto entre as cadeias A e B e liga o zinco, tudo isso são processos pós traducionais que acontecem ou no complexo de Golgi ou ainda depois do complexo de Golgi, dentro da vesícula. Peroxissomos Produz peroxido de hidrogênio em grande quantidade, ele neutraliza esse peroxido de H, então ele tem uma ação antioxidante; Oxidam ácidos graxos de cadeias longas; Tem características muito parecidas com as mitocôndrias; Oxidam AGCML; Alto consumo de oxigênio.
Compartilhar