Buscar

Historiografia africana e seus desafios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

· Questão da historiografia africana e suas dificuldades: se tem um resgate de identidade e origens por meio de uma memória coletiva; para dar continuidade à essas memórias se tem o compartilhamento de geração em geração da família (noção de família ampliada), por isso integrar história africana nas escolas.
· Descobertas recentes da história e arqueologia. Acharam civilizações inteiras (ife, nok, vale do rift, etc.).
· Participação dos jovens em busca de suas origens e patrimônios culturais
· A sabedoria dos mais velhos permanece até hoje e constrói diversos valores. Produção de pensamento.
· Tradição oral bem forte (de geração para geração). Porém todos esses valores vivem ao mesmo tempo com os valores impostos pela invasão europeia. Tradições vitalícias que convergem com a sociedade da individualidade.
· BARRAGEM DOS MITOS: combate à autores que escrevem contra uma história africana, como Hegel: “a África não é uma parte histórica do mundo. Não tem movimentos, progressos a mostrar, movimentos históricos próprios dela...”.
· “A maior parte dos habitantes tinham permanecido, durante tempos imemoriais, mergulhados na barbárie. Permaneceram estagnados”
· Negação também das produções africanas: “estes povos nada deram à humanidade. Nada produziram”.
· Outro mito alimentado é o da passividade histórica dos povos africanos, e dos povos negros em particular. Creditando tudo ao homem branco, todas as produções.
· “Ao Sul do sara estabeleceram-se estados e impérios instalados por grupos de invasores de pele clara, vindos da África do Norte, ou por negros que deles tinham aprendido os métodos de guerra”.
· Claro que esses discursos são tudo construção de autores europeus carregados de racismos. Não podemos admitir as influências em sentido único, erigidas no sistema. Claro que houve influências europeias no continente, como a introdução do camelo, da mandioca e do tabaco americano, etc.
· Por conta de toda essa produção de autores europeus sobre a África, revelam-se os pontos obscuros e as dificuldades da investigação histórica na África.
· DIFICULDADES E MÉTODOS: Fontes escritas: existem muito poucas fontes escritas na África. Muito menos numerosos e sobretudo mal distribuídos por regiões e períodos.
· Em tempos recentes há um movimento em busca de documentos escritos sobre o continente. Instituto de estudos africanos da gana descobriu centenas de documentos. Um deles, por exemplo, descreve a origem dos reinos dos Mossis. Há outras universidades que constituem corpus documentais sobre a África.
· Com essas dificuldades, apela-se para uma história total. Somos por uma história de múltiplas fontes e polivalente, que tome em conta absolutamente todos os vestígios humanos deixados pelos nossos antepassados, desde os restos de comida até aos desenhos e aos cantos que traduzem as suas emoções mais íntimas ou mais elevadas.
· Sem negarmos a importância dos documentos escritos, a verdade é que as testemunhas sem querer, são com frequência mais eloquentes e menos sujeitas a reticências do que as narrativas escritas, deixadas por vezes para servirem uma causa.
· História da África pelos africanos anos 50/60. Produções de cunho anticolonial; Afrocentrismo: história dos africanos para africanos. Pan-africanismo.
· Questão da cronologia: estabeleciam diversas formas de registrar o tempo: os reis era uma delas.
· 1934: primeiro livro publicado por um autor africano sobre a África: “breve história do Benin”. Analisa o papel dos tradicionalistas (geração dos mais velhos).
· Se busca uma escrita cheia de simbologia.
· Nos anos 60 há a adoção da história oral como conhecimento. Homens mais velhos são considerados bibliotecas ambulantes. Cria de sociedades orais. A África admite agora a validade da tradição mesmo se muitos a consideram menos consciente do que as fontes escritas ou exigem que ela seja escorada por outra fonte. Toda fonte é carregada de subjetividades, não há verdade absoluta.
· Uma análise para além dos reis e heróis, buscando superar o positivismo. Uma historiografia vinda de baixo, dando protagonismo a outros sujeitos, o povo.
· A corrente marxista foi importante para criar um projeto de África livre. Com um pensamento crítico ao colonialismo. Montou-se um projeto político e teórico de pensar uma nova África.
· Estava ocorrendo um revisionismo acadêmico: há uma potencialização das narrativas do sul global. Pensar o pensamento do Sul.
· Anos 80: história geral da África (UNESCO). Produção puramente revisionista de autores africanos e outros que estudam a África.
· Anos 90 e 2000: África com múltiplas culturas, idiomas, diversas memórias. Diversas áfricas, muitas particularidades. Dialogam com a geração dos anos 50 e 60.
· Histórias cruzadas: o que estava ocorrendo na França, estava ocorrendo, ou já havia ocorrido, no Sul da África. Recusa do pensamento de metrópole e colônia. Propõem uma nova geografia do pensamento, colocando o selvagem no centro. O Afrocentrismo, no exemplo africano. Quebrando o pensado civilizatório europeu.

Continue navegando