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Neuroanatomia Médica João Vitor Novaes | 74A Medicina FCM-MG 1º período 2020.2 CÉREBRO ou TELENCÉFALO Relembrando: Sistema Nervoso Central (SNC) - Formado por: Encéfalo Cérebro ou Telencéfalo Cerebelo Tronco Encefálico Medula Espinal - CÉREBRO ou TELENCÉFALO: porção mais anterior do encéfalo. DIVISÃO: Hemisférios cerebrais (direito e esquerdo). - Os hemisférios cerebrais são formados por: Giros ou circunvoluções. Sulcos (linhas separam as circunvoluções). - Os hemisférios cerebrais são divididos pela Fissura Longitudinal do Cérebro. Estende-se desde a porção mais anterior até a porção mais posterior. É profunda e chega até o Corpo Caloso. Corte coronal do cérebro: CONSTITUIÇÃO: Substância cinzenta (ou córtex). - Localizada na periferia do cérebro. - Concentra os corpos neuronais. Substância branca (ou centro branco medular). - Localizada no interior do telencéfalo. - Constituída por fibras nervosas mielínicas. Tanto aferentes (estímulos corpo córtex), quanto eferentes (estímulos córtex corpo) e de associação (ligam áreas cerebrais relacionadas). FACES TELENCEFÁLICAS: POLOS TELENCEFÁLICOS: são as extremidades dos lobos cerebrais. Os polos nos ajudam a identificar o que é anterior e posterior na face dorsolateral do cérebro. Porção anterior tem 2 polos (polo frontal e polo temporal). Porção posterior tem 1 polo (polo occipital). - No estudo do telencéfalo, partimos sempre da identificação de dois sulcos principais: Sulco Central ou Sulco de Rolando: - Localizado, mais ou menos, no meio do hemisfério. - Tem uma inclinação no sentido de trás para frente (ângulo de, aproximadamente, 70º). - Desce de forma contínua, uniforme, sem sofrer interrupções até praticamente se encontrar com o Sulco Lateral ou Sulco de Sylvius. - À frente do Sulco Central, temos o Giro Pré-central (ou Giro Motor – responsável pelos movimentos voluntários do corpo). - Atrás do Sulco Central, temos o Giro Pós-central (ou Giro Sensitivo). Homúnculo motor: Desenho do corpo humano espalhado ao longo do Giro Pré-central/Motor. O Giro Motor é mapeado de acordo com a ilustração do homúnculo ao lado. Assim como mostrado na figura, a porção mais inferior do Giro Pré- central controla os movimentos da área da face. Um pouco acima dessa área, temos a área que representa a motricidade da mão. Um pouco mais acima, a representação do antebraço, do braço, do tronco e, invadindo a face medial do cérebro, temos a parte do Giro Motor que controla os movimentos da perna (membros inferiores). Visualização do homúnculo motor: a partir da visão de um corte coronal. - O Sulco Central e os Giros Motor e Sensitivo não se interrompem na borda do limite superior do cérebro – eles invadem a face medial. Enquanto o Giro Pré-central manda os comandos motores para o corpo através de fibras eferentes, o Giro Pós-central recebe e interpreta através de fibras aferentes os estímulos sensitivos. Lóbulo Paracentral: Vistos na face medial, ao conjunto do Sulco Central e dos Giros Motor (Pré-central) e Sensitivo (Pós- central) dá-se o nome de Lóbulo Paracentral. - Importância do Lóbulo Paracentral: Comando das partes sensitiva e motora dos membros inferiores. Sulco Lateral ou Sulco de Sylvius: - É um sulco longo e profundo. - Caminha do sentido anterior para posterior. - É dividido em três ramos: Ramo Posterior Ramo Anterior Ramo Ascendente LOBOS CEREBRAIS: Como são enxergados os lobos na face medial do cérebro: Foram identificados 4 lobos na superfície do hemisfério cerebral, mas há um 5º lobo: o Lobo da Ínsula. LOBO FRONTAL: - Limites: Posterior: Sulco Central ou Sulco de Rolando. Inferior: uma parte do Sulco Lateral ou de Sylvius. Anterior: Polo Frontal. Superior: não existe definição de limite superior para o lobo frontal. - Elementos: Giro Pré-central/Motor. GFS = Giro Frontal Superior. GFM = Giro Frontal Médio. GFI = Giro Frontal Inferior. Sulco Pré-central. Sulco Frontal Superior. Sulco Frontal Inferior. - Os Ramos Anterior e Ascendente do Sulco Lateral dividem o Giro Frontal Inferior em 3 partes: Porção orbital. Porção triangular. Porção opercular. - Área de Broca: Um dos centros de linguagem do cérebro (centro cortical da palavra falada). Essa região situada no Giro Frontal Inferior é o centro responsável pela expressão tanto da palavra falada quanto da palavra escrita. Ocupa as regiões triangular e opercular do Giro Frontal Inferior. Só existe em um dos hemisférios. Na grande maioria das pessoas, a Área de Broca está localizada no hemisfério cerebral esquerdo. O hemisfério cerebral que contém o centro de linguagem é chamado de Hemisfério Cerebral Dominante. - Elementos do Lobo Frontal a partir da face medial do cérebro: A face medial é marcada por 3 andares: 1º andar = Corpo Caloso. 2º andar = Giro do Cíngulo. 3º andar = Giro Frontal Superior. Entre o Giro do Cíngulo e o Giro Frontal Superior: Sulco do Cíngulo (pontilhado vermelho). O Giro Frontal Superior invade a face medial do cérebro. - Face anterior do Lobo Frontal: LOBO TEMPORAL: - Limites: Superior: Sulco Lateral ou Sulco de Sylvius. Anterior: Polo Temporal. Posterior: Linha Temporo Parietal Lateral (é uma linha imaginária traçada a partir da Incisura Pré-occipital). - Elementos: - GTS = Giro Temporal Superior. - GTM = Giro Temporal Médio. - GTI = Giro Temporal Inferior. - Área de Wernicke (centro cortical da palavra ouvida): Responsável pela compreensão das palavras escrita e ouvida. CENTROS DE LINGUAGEM DO CÉREBRO: Área de Broca: - Ocupa o Giro Frontal Inferior. - Centro cortical da palavra falada ou da expressão. Área de Wernicke: - Ocupa o Giro Temporal Transverso Anterior. - Centro cortical da palavra ouvida ou da compreensão. Essas duas áreas existem em apenas um dos hemisférios cerebrais (normalmente, no esquerdo). Hemisfério que contém esses centros de linguagem é chamado de Hemisfério Dominante. LOBO PARIETAL: Face MEDIAL: - Limites: Anterior: Sulco Central. Posterior: Sulco Parieto-occipital. - Elementos: Pré-cúneos. Sulco Subparietal - Ramo Marginal - Ramo Subparietal Sulco Parieto-occipital. Istmo do Giro do Cíngulo. Face DORSOLATERAL: - Limites: Anterior: Sulco Central. Posterior: linha imaginária que vai da Incisura Pré-occipital ao Sulco Parieto-occipital (visível na face medial dos hemisférios cerebrais). - Elementos: Giro Pós-central. Sulco Pós-central. Sulco Intraparietal. - O Lóbulo Parietal Inferior se divide em: Giro Supramarginal. Em torno do Sulco Lateral ou de Sylvius. Giro Angular. Em torno do Sulco Temporal Superior. LOBO OCCIPITAL: É o lobo mais posterior do telencéfalo e possui uma grande importância, principalmente, em relação à visão (nele está localizado o centro cortical da visão). Face DORSOLATERAL: - Limites: Anterior: linha imaginária que vai da Incisura Pré- occipital ao Sulco Parieto-occipital (visível na face medial dos hemisférios cerebrais). Posterior: Polo Occipital. - Elementos: Pequenos sulcos e giros variáveis e irregulares. Face MEDIAL: (corte parasagital) - Limites: Anterior: Sulco Parieto-occipital. Posterior:Polo Occipital. - Elementos: Sulco Calcarino. Centro cortical da visão. - Localizado nos lábios do Sulco Calcarino. - Interpretação das imagens captadas pelo globo ocular. - Uma lesão no centro cortical da visão pode levar ao acometimento da visão do paciente, mesmo que seus globos oculares estejam intactos, pois, apesar de receber a imagem, a área que a interpretaria no cérebro encontra-se danificada. Cúneus. GOTM = Giro Occipito Temporal Medial. FACE INFERIOR DO TELENCÉFALO: LOBO LÍMBICO: - Elementos: Giro do Cíngulo. Istmo. Afilamento do Sulco do Cíngulo. Giro Parahipocampal. Continuação do Occipitotemporal Medial. Úncus. - Córtex Cingular: receptor dos impulsos das emoções. - Lobo Límbico: relacionado com as emoções e com o comportamento. CORPO CALOSO: - É a maior das comissuras inter-hemisféricas. - Constituição: fibras mielinizadas de associação. - Responsável por ligar áreas homólogas (semelhantes) entre os hemisférios cerebrais, exceto entre os lobos temporais (quem faz essa associação entre os lobos temporais de ambos os hemisférios cerebrais é a comissura anterior – constituída por fibras mielinizadas que ligam estruturas semelhantes do cérebro). - É dividido em algumas áreas: Joelho. Rostro (afilamento do joelho). Lâmina Rostral (onde o rostro termina). Tronco (maior área do corpo caloso). Esplênio (dilatação posterior) – ligado dorsalmente à pineal e aos colículos superiores do mesencéfalo. COLUNA DO FÓRNIX: - É um trato arqueado de fibras constituído por metades simétricas e unido no seu centro sob o corpo caloso e separado nas suas extremidades. - Composto por fibras mielinizadas – não de associação (como as fibras do corpo caloso, que unem partes homólogas dos hemisférios cerebrais), mas, sim, fibras de projeção, que unem estruturas dentro de um mesmo hemisfério cerebral. - Tem uma íntima relação com o hipocampo. - Subdivide-se em partes: Coluna do Fórnix ou porção anterior. Corpo do Fórnix ou porção central. Perna do Fórnix ou porção posterior. - As estruturas ligadas pelo fórnix são o corpo mamilar e o hipocampo. - Comissura do Fórnix: fibras que ligam a porção central do fórnix. HIPOCAMPO: - É uma proeminência de aspecto curvo no interior do corno inferior do ventrículo lateral. - Constituído pelo mesmo tecido do Giro Parahipocampal. - Fala-se que o hipocampo é a porção do Giro Parahipocampal que rolou para dentro do corno inferior do ventrículo lateral. - O hipocampo é comparado ao formato de um cavalo marinho (corpo, cabeça e cauda). Face inferior do cérebro: - Uma porção do Giro Parahipocampal rola para dentro do corno inferior do ventrículo lateral (corno temporal), ficando, portanto, no interior do lobo temporal. - O hipocampo é uma área muito importante, pois está relacionado à memória recente (realiza uma memória recente para se tornar depois uma memória antiga). Logo, doenças que atrofiam o hipocampo (que geram a degeneração do hipocampo – a mais famosa: Alzheimer) levam a uma perda, principalmente, da memória recente. O paciente, então, lembra-se de fatos muito antigos, mas não se lembra de fatos recentes. - O hipocampo, com outras conexões com o cérebro (sistema límbico), também está relacionado ao comportamento. NÚCLEOS DA BASE: Corte transversal (na altura da ínsula). Núcleos da base = massas de substância cinzenta. Núcleo CAUDADO: - Dividido em cabeça e cauda. - Não vemos o núcleo caudado com o um todo nos cortes transversais, uma vez que ele tem uma forma alongada, que se relaciona em todo o seu trajeto com o ventrículo lateral. - A extremidade anterior é mais dilatada e é chamada de cabeça do núcleo caudado, projetando-se no soalho do corno anterior do ventrículo lateral. - Cauda: tem correlação com o corno occipital ou posterior do ventrículo lateral. Núcleo LENTIFORME: - Lembra uma lente biconvexa (castanha do pará). - Situa-se profundamente à ínsula. - É separado por uma lâmina de substância branca de uma estrutura chamada de Claustrum (também constituída por substância cinzenta). - Divido em Putamen e Globo Pálido. Putamen: tem semelhança funcional com a cabeça do núcleo caudado. Logo: Putamen + Globo Pálido = Núcleo Lentiforme. Putamen + Cabeça no Núcleo Caudado = Striatum. Cápsula interna: - Formada por fibras tanto aferentes quanto eferentes que conectam o córtex cerebral com estruturas do tronco encefálico e da medula. - Formato de Bumerangue. - De cima para baixo: perna anterior, joelho e perna posterior da cápsula interna. - Não é um núcleo da base. VENTRÍCULOS LATERAIS: - São cavidades do Telencéfalo. - Septo Pelúcido: fina lâmina de tecido nervoso que separa os ventrículos laterais. - O ventrículo lateral se comunica com o III ventrículo (para que haja uma circulação liquórica) pelo Forame Interventricular ou de Monroe. - Responsável pela produção de líquor. - O plexo corióide do ventrículo lateral é uma continuação do plexo corióide do III ventrículo. - Ele segue pelo soalho e alcança o corno inferior (os cornos anterior e posterior dos ventrículos laterais não possuem plexo corióide). MENINGES: Meninges: Pia-máter Aracnoide (paquimeninge) Dura-máter - A pia-máter e a aracnoide são conectadas entre si por trabéculas. Espaço subaracnóideo = preenchido por líquor. - Entre a dura-máter e a aracnoide = espaço subdural (espaço virtual). - Externamente à dura-máter (entre a dura-máter e o osso craniano) = espaço epidural (espaço virtual). - Os espaços subdural e epidural são virtuais, mas, em situações patológicas, podem ser preenchidos. Por exemplo, por sangue e por pus. - A dura-máter faz uma separação entre os seus folhetos interno e externo e, entre eles, temos um seio. - Seios: cavidades tubulares revestidas de endotélio que contém sangue venoso. Estão situados entre os folhetos externo e interno e é para onde corre a drenagem de sangue das veias que fazem a drenagem sanguínea do cérebro (drenam o sangue para fora da cavidade craniana). - Granulações aracnóideas: são tufos da meninge aracnoide que penetram no interior dos seios da dura- máter (mais frequentemente, no seio sagital superior) e que tem como função a reabsorção liquórica. - Então, enquanto o plexo corióide (III ventrículo, IV ventrículo e ventrículos laterais) produz o líquor, as granulações aracnóideas absorvem esse líquor para que haja um balanço da produção liquórica no SNC. Se há uma falha nessa reabsorção, o paciente sofrerá um acúmulo de líquor, com um consequente aumento dos sistemas ventriculares (hidrocefalia). Formações especiais da dura-máter: - Seios. - Foice do cérebro: lâmina em forma de foice formada pela dura-máter que entra na fissura longitudinal do cérebro e separa os dois hemisférios cerebrais. - Tenda do cerebelo: separa o cerebelo dos hemisférios cerebrais. Conceitos importantes: Supratentorial: acima da tenda do cerebelo. Infratentorial: abaixo da tenda do cerebelo. Cisternas sub-aracnóideas: - Locais onde o espaço subaracnóideo é dilatado. Cisterna Magna: posterior ao bulbo e abaixo do cerebelo. Cisterna Ambiens: posterior ao mesencéfalo (corpos quadrigêmeos, colículos). Cisterna Quiasmática: anterior ao quiasma. Cisterna Interpeduncular: anterior aos pedúnculos cerebrais. Cisterna Pontina: anterior à ponte. Cisterna da Fossa Lateral ou de Sylvius. Cisterna Cisterna Cerebelo Pontina ou Ângulo Pontocerebelar.
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