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Universidade Candido Mendes PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PAULO RICARDO JUNNIOR BARBOSA DE OLIVEIRA GESTÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO: ANÁLISE DOS RISCOS DE ACIDENTES EM UMA MICROEMPRESA DO SETOR DE MÁRMORES E GRANITOS NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE MÉDICI/RO Presidente Médici/RO 2019 2 PAULO RICARDO JUNNIOR BARBOSA DE OLIVEIRA GESTÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO: ANÁLISE DOS RISCOS DE ACIDENTES EM UMA MICROEMPRESA DO SETOR DE MÁRMORES E GRANITOS NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE MÉDICI/RO Artigo apresentado à Universidade Candido Mendes como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Nome do Orientador: Luiz Roberto Pires Domingues Junior Presidente Médici/RO 2019 3 Resumo Este estudo de caso aborda os riscos envolvidos no exercício da atividade com mármores e granitos existentes em uma marmoraria na cidade de Presidente Médici/RO, em que os trabalhadores estão envolvidos diariamente em sua jornada de trabalho. Exposição a poeira contendo sílica, irregularidade no piso, problemas com umidade excessiva e uso de equipamentos sem proteção tanto de EPI quanto de EPC. Com os riscos envolvidos desenvolveu-se um estudo baseado em visitas no local, entrevista com o empregador e com os empregados e assim fornecer um diagnóstico dos locais onde há os agentes causadores de riscos e então traçado o plano de ação contra os riscos, através de pesquisa bibliográfica, classificando de acordo com a revisão. Por fim o estudo se mostra relevante pois observa-se a importância de executar uma análise ante a toda atividade profissional desenvolvida por qualquer pessoa, sendo importante mesmo que em uma empresa pequena e sem obrigatoriedade de constituir SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é interessante que se tenha um acompanhamento por um médico do trabalho para prevenir doenças ocupacionais e acompanhar a saúde do trabalhador para prevenção. Palavras-chave: marmoraria; riscos ocupacionais; silicose; granito; medidas preventivas. 4 1. PROBLEMA Quais os riscos envolvidos no exercício da atividade do setor de mármores e granitos e quais medidas preventivas. 2. OBJETIVO GERAL Estabelecer os riscos envolvidos no exercício da profissão aos empregados em todas as esferas de riscos. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como o EST pode trabalhar para minimizar os problemas causados pelo exercício da atividade com mármores e granitos. 4. JUSTIFICATIVA É evidente o crescimento do consumo de mármores e granitos na construção civil na cidade de Presidente Médici e por se tratar de uma cidade pequena, a fiscalização e a mão de obra qualificada fica sempre em segundo plano. Muitas vezes tanto as empresas quanto os órgãos fiscalizadores não têm conhecimento total de como a atividade deve-se comportar mediante aos impactos ambientais e os riscos à saúde humana. Acontece que ao observar uma dessas empresas, pude constatar que a atividade é exercida sem nenhuma preocupação com o risco a saúde dos trabalhadores, muito menos com a vizinhança ao redor. Outro agravante é a vigilância sanitária do município também não se preocupar, emitindo o alvará de funcionamento mesmo com as condições precárias de serviço. Levando em conta esses pontos, logo ficou claro que a população, empregadores e o governo, não tem conhecimento dos problemas graves que o setor pode gerar para a cidade. 5 5. REVISÃO DE LITERATURA A marmoraria trabalha com peças derivadas das rochas como granito, ardósias, mármores e produtos fabricados como o silestone e limestone. Dentre as atividades desenvolvidas o transporte de chapas, polimento, corte e acabamento são os mais desenvolvidos no dia a dia de trabalho. Entretanto há vários riscos envolvidos nessa atividade como risco de esmagamento de membros como pés e mãos, poeira, ruídos e acidentes e riscos ergonômicos. Em particular a poeira é o mais complicado de se controlar por conta dos equipamentos que geralmente são usados à seco, sendo essa poeira portadora da sílica que causa uma doença pulmonar perigosa e sem cura. Tão complexo quanto o processo produtivo, o conjunto que se cria para ter um ambiente de trabalho saudável e com segurança. São diversos os fatores que são levados em consideração para que tenhamos um ambiente totalmente harmonioso e com o mínimo de risco a doenças ou acidentes ocupacionais. Apesar das perdas e dos riscos envolvendo trabalho, apenas em meados do século XVIII, na Inglaterra é que a saúde e segurança do trabalho foi levado a sério. A revolução industrial levou a Inglaterra a ser a primeira a legislar sobre o assunto, criando processos para diminuir os riscos e doenças ocupacionais o que serviu de base para os demais países. No Brasil a legislação só começou no final do século XIX com o decreto 1313 de 17 de janeiro de 1891, que legislou sobre as condições de trabalho para os menores de idade. Mas só após o século XX é que houve avanço à todas faixas etárias com a criação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) na década de 40. Riscos ocupacionais são aqueles que o trabalhador está sujeito a sofrer devido a suas atividades profissionais, ou seja, são acidentes e doenças que podem ser acarretadas devido ao seu trabalho ou por algum motivo da ocupação que exerce. Está geralmente interligado ao ambiente de trabalho sendo os motivos mais comuns o ruído, vibrações, gases, vapores, iluminação inadequada e tudo o que for agressivo à saúde humana. Nesse sentindo a NR12 regulamenta os riscos devido a atividade profissional exercida em 3 classes de agressividade (baixo, médio e alto). Os riscos ocupacionais são divididos nos seguintes seguimentos: Riscos físicos: são aqueles que o trabalhador está exposto à diversas formas de energia, tais como: ruído, pressão, calor, frio, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, vibrações entre outros. 6 Riscos ergonômicos: são aqueles que afetam as características físicas e psicológicas do trabalhador devido esforços excessivos de sua profissão, como: levantamento de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, trabalho noturno excessivo, grandes jornadas de trabalho, entre outros, que causam estresse ao trabalhador. Riscos químicos: toda forma de substância, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador através na inalação de gases, poeiras, neblinas, névoas ou vapores devido à atividade ou a exposição; contato através da pele ou ingestão do mesmo. Riscos de acidente: qualquer situação que deixe o trabalhador vulnerável, afetando sua integridade e bem-estar físico e psicológico, como: máquinas e equipamentos sem proteção, riscos de choques elétricos, probabilidade de explosões e incêndios devido à falta de proteção, arranjo físico inadequado e etc. Riscos biológicos: exposição a vírus, fungos, bactérias, protozoários, parasitas entre outros. “Prevenir é melhor que remediar”, um ditado popular que se aplica muito bem a engenharia de segurança no trabalho e em sua política. São diversas as formas que podemos intervir para que essa prevenção aconteça. Se paramos para analisar, os custos da prevenção são bem menores que os de custeio com indenizações e tratamento médico após o acidente, sem contar no transtorno psicológico causado ao acidentado. Diversas são as formas que podemos prevenir o ambiente de trabalho para que se torne seguro ao trabalhador como programa de treinamento de pessoal, divulgação dos riscos existentes aos funcionários, fornecimento de EPI’s e EPC’s com devido treinamento,organização do ambiente, conscientização e etc. Sendo grande ou de baixa produção a atividade com granito e mármores, os trabalhadores estão sujeitos à muitos riscos, sendo os ergonômicos os que mais ocorre devido as condições de trabalho e cargo. A situação se agrava quando se observa que mesmo sendo uma empresa grande de extração do minério, não há o controle adequado dos riscos a saúde e segurança do trabalhador, fato esse que piora quando falamos de pequenas empresas. Em cidades pequenas o cuidado com a saúde e segurança do trabalhador não são levados à sério, sendo o principal ponto a falta de fiscalização por parte da vigilância sanitária, prefeitura e demais órgão, mas também do empregador que muitas vezes nem se preocupa ou acha que é um gasto 7 sem a devida importância. A falta de fiscalização mais rigorosa tem colocado a vida de muitos trabalhadores e da população vizinha em risco que poderiam ser evitados com medidas simples, mas extremamente efetivas, proporcionando bem-estar e melhoria na qualidade de vida do trabalhador. 6. METODOLOGIA O estudo de caso visa a experiência do dia a dia do trabalhador na confecção de peças em mármore e granito em uma empresa de cultura familiar e com produção típica artesanal. Foi acordado a análise dentro do ambiente de trabalho, desde a chegada do material, beneficiamento e transporte do produto acabado ao local de destino. Silva e Menezes (2001) classifica esse tipo de pesquisa em sua natureza como aplicada, que tem o intuito de gerar conhecimentos e na aplicação pratica das soluções encontradas, na forma de abordagem qualitativa onde serão analisados os riscos, classifica-los e por fim, trazer soluções para que não haja doenças ou acidentes no futuro. De acordo com Gil (1991) o objetivo da pesquisa é descritiva-explicativa, visando a determinação dos fenômenos envolvidos na atividade, bem como, determinar o motivo das ocorrências desses fenômenos e efetuar o estudo de caso com o intuído de trazer soluções práticas aos riscos existentes no local de trabalho. Houve relatos de acidentes causados pelo exercício da profissão pelos trabalhadores principalmente no transporte de matérias, o que afirma a falta de equipamento básico para manuseio do mesmo. A análise dos riscos será baseada em todos os processos de produção na marmoraria e também das instalações das maquinas e equipamentos. Com isso o estudo foi dividido em 4 partes sendo elas: 1º - coleta das informações sobre as condições de trabalho, 2º - análise das condições, 3º - medidas preventivas aos riscos analisados e 4º - plano de ação. Na primeira etapa foram realizadas visitas técnicas no local a fim de analisar os riscos existentes em campo, com registro de imagens e também entrevista com os funcionários de cada setor de produção. Forma levantados os problemas no processo de produção de diversas peças, desde a mais simples como soleira e peitoril aos mais complexos quanto bancadas e pias, lavatórios e afins. 8 Para análise das informações coletadas, identificação de medidas preventivas dos riscos para posterior plano de ação, as amostras foram classificadas em duas etapas, equipamentos e local de trabalho. Aos equipamentos será analisado se o mesmo oferece segurança no manuseio, desde a instalação, sistemas de proteção em caso de acidente, integridade equipamento entre outros. Quanto ao local de trabalho será analisado a eficiência do local para desenvolvimento da atividade, disposição dos equipamentos e a relação com as etapas do processo produtivo bem como os perigos existentes no local. Após análise dos perigos e do local é que será traçado o plano de ação, com classificação dos riscos através de um mapa de risco e formas de combate para que as doenças ocupacionais e acidentes sejam minimizados ou erradicados por completo dentro do ambiente de trabalho. 7. ESTUDO DE CASO 7.1. RAMO DE ATUAÇÃO DA EMPRESA A marmoraria em estudo pertence ao município de Presidente Médici, no interior do estado de Rondônia, a 346 km de distância da capital Porto Velho. É uma empresa de pequeno porte, om uma equipe de apenas 4 funcionários, trabalhando por 44 horas semanais. São desenvolvidas as atividades de corte e modelação de chapas de granitos e mármores, com usos diversos em residências e pontos comercias, desde a fabricação de soleiras, peitoris, lavatórios de banheiro, divisórias de chuveiro e bacia sanitária, balcões de cozinha, mesas e túmulos. 7.2. ETAPAS DE PRODUÇÃO ANDRESSA et al. (2017) descreve o processo de produção de uma marmoraria como a resultante do arranjo de recursos naturais (matéria prima), mão de obra, tecnologia, equipamentos e insumos juntamente com métodos eficazes de trabalho chegando ao produto final, sendo este de ótimo acabamento e de acordo com as especificações de dimensionamento do projeto que atenderá a necessidade do consumidor. 9 Excluindo-se as soleiras e peitoris que tem processo de produção mais simples (acabando na 3ª etapa) o restante passa pela mesma linha de produção descrita a seguir: 7.2.1. CHEGADA DO MATERIAL O material chega em uma chapa inteiriça, tendo dimensões médias de 3,0x2,5m e espessura de 2 ou 3 cm. As chapas chegam em caminhões e são descarregadas manualmente, apenas com auxílio de cordas. 7.2.2. ETAPA DE CORTES Seguindo de acordo com o projeto definido com o cliente, a chapa pode receber um corte inicial (no chão ou inclinado no cavalete de estoque) e posteriormente receber o corte definitivo na esteira com serra circular ou ser transportado diretamente à serra para corte definitivo. 7.2.3. ACABAMENTO Após corte de todas as peças, elas são encaminhadas para o acabamento inicial, onde é corrigido com as lixas circulares as irregularidades da peça, sejam essas provocadas pelo corte na serra ou alguma marca natural da própria pedra. 7.2.4. MONTAGEM Com todas as peças com acabamento inicial é chegado a hora da montagem. Nesse processo são utilizadas massa plástica, acrílica e silicone em gel para fazer a fixação das peças umas nas outras. 7.2.5. LIXAMENTO E POLIMENTO FINAL Com as peças coladas é feito um novo lixamento para retirar o excesso de cola nas juntas das peças e feito o polimento da pedra com produto químico. 10 7.2.6. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS A identificação dos riscos pode garantir que nenhum acidente possa acontecer ao funcionário no exercício da profissão. Esse é o primeiro passo para se ter um ambiente em nenhum acidente ou doença ocupacional. Seguindo essa premissa, com base em uma visita in loco, foram identificados os riscos, os agentes causadores e o impacto à saúde do trabalhador. 7.2.6.1. RISCOS FÍSICOS 7.2.6.1.1. RUÍDOS Causa: Barulho excessivo provocado pela serra e pela lixadeira Efeitos: Zumbido no ouvido, perda da audição, ansiedade, nervosismos, vertigens, náuseas, voômito, dificuldade de equilíbrio, dores de cabeça intensa, insônia, problemas cardiovasculares como variação de pressão, respiratórios com o aumento da frequência respiratória e etc. 7.2.6.1.2. VIBRAÇÕES Causa: uso de serra de mão para corte inicial da chapa; corte com serra angular (para acabamento em 45º); lixadeira politriz para acabamento; furadeira; Efeito: perda do equilíbrio e falta de concentração, desordens gastrointestinais, aumento da frequência cardíaca, perda do controle muscular de partes do corpo, distúrbios visuais com visão turva, descalcificação de pequenas áreas dos ossos do corpo, lesões na coluna vertebral e degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso. 7.2.6.1.3. UMIDADE EXCESSIVA Causa: falta de canaleta de drenagem ou drenagem em equipamentos que utilizam de água para corte das chapas para minimizar a quantidade de poeira lançada ao ar no ambiente de trabalho. 11 Efeito:problemas circulatórios, respiratórios (umidade contaminada que evapora) e de pele (contato com umidade contaminada); Acidentes no local de trabalho (p.ex. quedas em locais alagados ou encharcados). Figura 1 - em (A) funcionário utilizando a serra de bancada; em (B) politriz utilizada para lixamento (lixadeira de mão para acabamento) Figura 2 - Umidade excessiva (sem sistema de drenagem superficial) 12 7.2.6.2. RISCOS ERGONÔMICOS 7.2.6.2.1. TRANSPORTE DE MATÉRIA PRIMA Causa: postura inadequada devido carrinho de movimentação; excesso de peso por falta de equipamento hidráulico para içamento da mateira prima à bancada de trabalho ou para local transporte até o local de estocagem. Efeito: problemas no sistema osteomuscular do trabalhador, fadiga, lesões e enfraquecimento de diversas regiões do corpo como coluna (escoliose ou cifose), lombar, pulsos, braços e ombros. 7.2.6.2.2. ACABAMENTO DAS PEÇAS Causa: postura inadequada no lixamento das peças; repetitividade da atividade na movimentação da politriz. Efeito: problemas no sistema osteomuscular do trabalhador, fadiga, lesões e enfraquecimento de diversas regiões do corpo como coluna, lombar, pulsos, braços e ombros; lesões por esforços repetitivos (LER); tendinites, lombalgias, bursites, ansiedade, depressão e estresse. Figura 3 – Carinho de transporte de chapas 13 7.2.6.3. RISCOS QUÍMICOS 7.2.6.3.1. FIXAÇÃO DAS PEÇAS Causa: Utilização de massa plástica ou silicone para a fixação das peças, sem o uso de máscara para rosto e luvas para às mãos. Efeito: irritação à pele e olhos, queimadura nos olhos, dores de cabeça, vertigens e náuseas. 7.2.6.3.2. CORTE DA CHAPA DE GRANITO OU MÁRMORE E ACABAMENTO Causa: poeira provocada devido uso de máquina de corte a seco; politriz sem sistema de coleta de pó ou sem sistema de lixamento à úmido (politriz úmida) Efeito: tosse e falta de ar; silicose provocada pela suspensão de partículas da sílica provenientes do corte de granito, uma forma de pneumoconiose que diminui a capacidade de respiração do trabalhador, dores no peito, tosse, fraqueza e febre. Figura 4 – Massa plástica 14 7.2.6.4. RISCOS DE ACIDENTES 7.2.6.4.1. OBSTRUÇÕES NO FLUXO DE TRABALHO Causa: cavaletes montados próximos uns aos outros, restos de pedras jogadas em todo o barracão, maquinas e equipamentos esparramados no chão. Efeito: ferimento por esmagamento (queda de chapa do cavalete) de membros inferiores, escorregões, tropeço em restos de granitos e mármores ou em equipamentos no chão, e outros tipos de lesões físicas; 7.2.6.4.2. SERRA DE BANCADA Causa: falta de proteção em serra de bancada ou de sistema de auto desligamento em caso de esbarrão de membro do corpo. Efeito: corte em mão ou perda de membros (mãos ou dedos). Figura 5 – Vista geral do barracão (ambiente de trabalho desorganizado) 15 Figura 6 – Vista geral do barracão (ambiente de trabalho desorganizado) 16 8. MAPA DE RISCO A seguir são apresentados os riscos existentes em cada ambiente de trabalho. Figura 7 – Ambiente de trabalho classificado de acordo com o risco da atividade 17 9. PLANO DE AÇÃO CONTRA OS RISCOS IDENTIFICADOS 9.1. RISCOS FÍSICOS 9.1.1. RUÍDOS Uso de abafadores de ouvido ou de protetor intra auricular. 9.1.2. VIBRAÇÕES Aquisição de maquinas e ferramentas que funcionem com pressão de ar (pneumáticas) e com sistema anti vibração; Cumprir com as manutenções sempre no tempo estipulado pelo fabricante ou quando o equipamento apresentar um distúrbio fora do padrão (peças gastas antes do tempo, peças frouxas ou danificadas e etc). 9.1.3. UMIDADE EXCESSIVA Uso de calçados emborrachado com proteção no bico; Implantação de canaletas com grades de proteção e regularização do piso para escoamento das águas proveniente das maquinas de corte. 9.2. RISCOS ERGONÔMICOS: 9.2.1. TRANSPORTE DE MATÉRIA PRIMA Aquisição de carro transportador com içamento hidráulico, rodas de náilon para deslizamento das chapas e rodas para evitar o tombamento da chapa do carro. 18 9.2.2. ACABAMENTO DAS PEÇAS Bancadas mais altas e com tempo de pausa entre as atividades de movimentação repetitiva. 9.3. RISCOS QUÍMICOS: 9.3.1. FIXAÇÃO DAS PEÇAS Máscara com filtro respiratório do tipo PFF1 (para atividades com poeira e névoas) e uso de luvas em PVC, latéx ou borracha para manejo da massa plástica e óculos de segurança com vedação contra produtos químicos. 9.4. RISCOS DE ACIDENTES 9.4.1. OBSTRUÇÕES NO FLUXO DE TRABALHO Uso de caçamba de entulho para descarte de sobras de pedras sem utilização; organização das maquinas e equipamentos em locais fora da zona de circulação de pessoal; 9.4.2. SERRA DE BANCADA Uso de óculos de proteção contra projeção de partículas; peça de proteção ao redor da serra de corte em bancada; sistema de acionamento automático contra acidentes em caso de corte/amputação acidental. 19 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo de caso beneficia tanto à marmoraria quanto a comunidade, sendo de grande relevância à segurança do trabalhador e demais pessoas que frequentam o local (fornecedores, vizinhança e etc.). Na análise foi possível identificar os riscos existentes no exercício da profissão em que os trabalhadores estavam expostos, identificando as causas e consequências de cada um. De acordo com o empregador, houve investimento em equipamentos de proteção individual aos funcionários, no entanto eles alegam incomodo para usar. É necessário que promova um DDS (Diálogo Diário de Segurança) para a conscientização do uso dos EPI’s, treinamento tanto para o uso correto quanto para cuidado com os equipamentos para sua maior conservação. No caso do corte em granito, o grande mal é a exposição à poeira (corte à seco) que transporta um composto chamado sílica, responsável pela patologia silicose. O uso de máscara é imprescindível, mas também, o acompanhamento médico é de suma importância. O trabalhador deve ser acompanhado e avaliado pelo médico do trabalho com exames que irão avaliar as condições pulmonares e em toa extensão da via respiratória. Outro ponto importante no combate à poeira é com relação a limpeza do local, sendo recomendado a limpeza do barracão todos os dias no final do expediente. O piso é um agravante pois o mesmo não foi finalizado, sendo esse irregular e sem camada de acabamento (piso cerâmico ou algo da mesma natureza), ou seja, um contrapiso poroso em concreto, dificultando a limpeza do local. Bons hábitos são a chave para o sucesso para que se tenha um ambiente de trabalho organizado, limpo e seguro contra acidentes e/ou doenças ocupacionais. Sendo que ambas as partes, empregado e empregador, devem se comprometerem com o plano de ação traçado pelo engenheiro de segurança. Quando se trata da saúde do trabalhador as medidas deixam de ser meras burocracias e passam a ser o futuro feliz deles, um futuro saudável, livre de riscos de acidentes e de doenças ocupacionais. É evidente que mesmo fora da obrigatoriedade de SESMT e de CIPA se faz necessário o acompanhamento médico trabalhista para prevenir doenças ou evitar seu desenvolvimento. 20 11. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ÁREA - SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Efeitos do ruído no organismo. Disponível em: https://areasst.com/efeitos-do-ruido-no-organismo/. Acesso em: 30 set. 2019. ÁREA - SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Riscos ergonômicos. Disponível em: https://areasst.com/riscos-ergonomicos/. Acesso em: 2 out. 2019. ÁREA - SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Riscos químicos. Disponível em: https://areasst.com/riscos-quimicos/. Acesso em: 30 set. 2019.BATALHA, Ana. Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos. In: Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). Recife, 2012. Disponível em: . Acesso em: 8 dez. 2016. BRASIL. NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2016. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR12/NR-12.pdf >. Acesso em: 25 set. 2019. BRASIL. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2015. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf >. Acesso em: Acesso em: 25 set. 2019. BRASIL. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2008. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR4.pdf>. Acesso em: 25 set. 2019. BRASIL. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2011. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf>. Acesso em: 25 set. 2019. 21 BRASIL. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2015. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/nr-06-atualizada-2018.pdf >. Acesso em: 25 set. 2019. BRASIL. NR 7 – Programa De Controle Médico De Saúde Ocupacional. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, 2013. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf >. Acesso em: 25 set. 2019. BREATHE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA. Silicose. Disponível em: https://protecaorespiratoria.com/silicose/. Acesso em: 1 out. 2019. MUNDO HUSQNARNA. Os efeitos da vibração na saúde do trabalhador. Disponível em: http://www.mundohusqvarna.com.br/coluna/os-efeitos-da-vibracao-na-saude-do- trabalhador/. Acesso em: 30 set. 2019. PROMETAL. Silicose e a importância da proteção respiratória. Disponível em: https://www.prometalepis.com.br/blog/40-o-uso-do-respirador-e-a-silicose/. Acesso em: 1 out. 2019. SILVA, E. L. da; MENEZES, E;M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2001.
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