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Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Celi Cristina Passarelli Iamazaki Adaptada/Revisada por Celi Cristina Passarelli Iamazaki (janeiro/2013) APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 O QUE VAMOS ESTUDAR? ............................................................................................................... 7 1.1 Resumo do Capítulo .......................................................................................................................................................8 1.2 Atividades Propostas ......................................................................................................................................................8 2 MÉTODOS QUANTITATIVOS .......................................................................................................... 9 2.1 Revisão de Estatística Descritiva ................................................................................................................................9 2.2 Estatística Inferencial ...................................................................................................................................................11 2.3 Estimação ........................................................................................................................................................................13 2.4 Testes de Hipóteses......................................................................................................................................................16 2.5 Os Erros .............................................................................................................................................................................16 2.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................17 2.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................18 3 TÁBUAS ATUARIAIS ............................................................................................................................ 19 3.1 Tábuas de Mortalidade ou Sobrevivência ...........................................................................................................19 3.2 Construindo uma Tábua de Mortalidade ............................................................................................................21 3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................23 3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................24 4 FUNÇÕES BIOMÉTRICAS ................................................................................................................ 25 4.1 Funções Biométricas Básicas para uma Vida ......................................................................................................25 4.2 Probabilidade de Falecimento em Grupos Abertos ........................................................................................28 4.3 Funções Biométricas Auxiliares ...............................................................................................................................28 4.4 Funções Biométricas Complementares ...............................................................................................................29 4.5 Tabelas de Comutação ................................................................................................................................................30 4.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31 4.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................31 5 SEGUROS ................................................................................................................................................... 33 5.1 Seguros em Caso de Morte .......................................................................................................................................34 5.2 Seguros de Sobrevivência .........................................................................................................................................36 5.3 Seguros Mistos ..............................................................................................................................................................37 5.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................37 5.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38 6 RENDAS ...................................................................................................................................................... 39 6.1 Conceituando Rendas Financeiras e Atuariais ..................................................................................................39 6.2 Rendas Tontineiras .......................................................................................................................................................40 6.3 Rendas de Sobrevivência...........................................................................................................................................40 6.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................44 6.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................44 7 PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO ............................................................................................ 45 7.1 Conceito de Previdência ............................................................................................................................................45 7.2 Previdência Social no Brasil ......................................................................................................................................45 7.3 Previdência Social e a Atuária ..................................................................................................................................467.4 A Previdência Privada no Brasil ...............................................................................................................................48 7.5 PGBL e VGBL ..................................................................................................................................................................50 7.6 Os Títulos de Capitalização .......................................................................................................................................50 7.7 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................51 7.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................51 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 53 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 55 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 59 ANEXOS .......................................................................................................................................................... 61 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Primeiramente, queria dar-lhe boas-vindas a mais um curso da área atuarial e dizer-lhe que é com muito prazer que esta apostila foi feita para aprofundar seus conhecimentos nessa área tão interessante e de grande expansão no mercado de trabalho em nosso país. Os seus estudos vão se dividir em duas partes. Na primeira, você estudará os métodos quantitati- vos, importantes para o desenvolvimento dos conceitos que irão, depois, nortear a segunda parte: os cál- culos atuariais aplicados a uma série de situações e modelos usados em seguradoras, bancos, empresas de previdência privada e capitalização. Espero sinceramente que os conteúdos aqui desenvolvidos possam descortinar um novo mundo de conhecimentos, que poderá e trará a você novas possibilidades de ter um contato um pouco mais profundo com o mundo dos seguros e da previdência privada, além de, quem sabe, despertá-lo(la) para esse novo possível campo de trabalho. O objetivo principal é propiciar os conhecimentos dos métodos quantitativos aplicados aos proble- mas securitários, em cálculos relacionados com setores de previdência social e privada, com atuação nas áreas de avaliação de riscos, cálculos de prêmios de seguros, pecúlios, planos de aposentadorias e pen- sões, bem como de planos de financiamento e capitalização. Nessa linha, pretende-se demonstrar para o(a) aluno(a) a importância dos Métodos Quantitativos para o cálculo de Probabilidades nas operações que envolvam a atuária. Um grande abraço e, novamente, seja bem-vindo(a)! Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 O QUE VAMOS ESTUDAR?1 Caro(a) aluno(a), Ao estudar Ciências Atuariais, você estará se preparando para a possibilidade de aprender conceitos ligados a uma profissão que está sendo considerada uma das profissões do futuro. E por que se pode afirmar isso? Pois estamos vivendo uma fase de expansão dos mercados de seguros, previdência privada e de títulos de capitalização. O campo de atuação profissional do atuário vai desde as próprias companhias de seguradoras até repartições das esferas municipal, estadual e federal, a previdência social, sociedades de eco- nomia mista ou privadas, empresas de capitali- zação, financiamentos e refinanciamentos e sor- teios. A demanda de profissionais na área é tão grande que já se buscam atuários a partir do 4º semestre nas universidades. Mas vamos relembrar (pois você já viu al- gumas dessas atribuições no curso de Noções de Ciências Atuariais, no módulo XII) os principais ra- mos de atuação do atuário: �� cálculo das reservas matemáticas; �� elaboração dos planos técnicos; �� avaliações das contribuições; �� tarifação e determinação de prêmios e indenizações; �� análise dos riscos ligados aos diversos tipos de seguro; �� assinar os balanços atuariais das empre- sas de seguro, capitalização e, ressegu- ros, balanços técnicos e caixas mutuá- rias de pecúlios; �� sorteios, quando publicados; �� análise atuarial dos lucros dos seguros e de que forma deve ser sua distribuição entre segurados e portadores de títulos; �� gerência das carteiras mantidas pelas instituições de seguro, previdência pri- vada ou de capitalização. Mas como o atuário realiza suas atividades? Para a realização desses documentos e das outras atividades, seu trabalho é focado em ri- gores técnicos. Além de ter sólida formação em áreas como Contabilidade, Economia e Direito, também deve ter extrema intimidade em Esta- tística e Informática. Na sua atuação diária, é ele quem avalia os riscos, através do cálculo das pro- babilidades dos eventos, e, dessa forma, pode fi- xar prêmios, indenizações e benefícios. Saiba maisSaiba mais Além disso, existem dois documentos que se desta- cam em sua atuação: • Parecer Atuarial: documento pelo qual o atuário comprova e atesta a situação de solvência eco- nômico-financeira da organização, identificando problemas e propondo soluções para eles; • Avaliação Atuarial: em que são estudados os aspectos quantitativos e qualitativos relativos ao ativo e passivo do plano atuarial. AtençãoAtenção É da obrigação do atuário assegurar a solvência financeira (que é as obrigações que vencem to- dos os dias), bem como a solvência econômica (que é o equilíbrio entre o total das obrigações e haveres da empresa), através da prática de suas atividades. Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Mas você pode estar se perguntando: como é feito esse cálculo de probabilidades? No que se baseia? Posso lhe dizer que são essas as questões que nos interessam neste curso, afinal, ele trata dos métodos utilizados por esse profissional, de forma que, em linhas gerais, tratará, de forma es- tatística, das seguintes ocorrências: �� mortalidade, morbilidade e morbidade; �� doença e invalidez; �� fecundidade e natalidade; �� outros fenômenos demográficos e bio- lógicos. Calculam-se, através deles, as probabilida- des de ocorrência, para, assim, gerir e quantificar o risco. Nos próximos capítulos, você verá como isso deve ser feito, através dos métodos quanti- tativos de inferência e das tábuas de mortalidade, suas funções de sobrevivência, morte e de comu- tação e as aplicações nas rendas e anuidades. Sendo assim, podemos resumir, a seguir, as ideias deste capítulo. DicionárioDicionário Risco: s.m. (ital rischio) Possibilidade de perigo, incer- to, mas previsível, que ameaça de dano a pessoa ou a coisa. R. bancário, Com.: o que decorre do negócio entre banqueiros ou entre o banco e os correntis- tas. R. profissional, Dir.: perigo inerente ao exercício de certas profissões, o qual é compensado pela taxa adicional de periculosidade. A risco de, com risco de: em perigo de. A todo o risco: exposto a todos os pe- rigos. Correr risco: estar exposto a. Caro(a) aluno(a), De nossa conversa inicial, seria importante guardar: �� qual é a motivação de se estudar ciências atuariais; �� quais são os ramos de atuação do atuário; �� as atribuições do profissional em atuária; �� como o atuário executa sua função. Sendo assim, agora, após recordar essas ideias iniciais, vamos para os exercícios? 1.1 Resumo do Capítulo 1.2 Atividades Propostas 1. Por que é importante para o contador estudar ciências atuariais? 2. Quais as principais atribuições do atuário? 3. Como o atuário trata os dados que obtém estatisticamente? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Caro(a) aluno(a), Para começar seus estudos sobre métodos quantitativos,poderíamos perguntar: afinal, o que são métodos quantitativos e para que servem? E, principalmente, por que temos que estudar isso dentro do meu curso de cálculos atuariais? A resposta é bastante simples. Na atuária, como lidamos com grandes carteiras ou caracte- rísticas de populações inteiras para obter dados sobre a vida, a saúde, a possibilidade de morte ou invalidez destas, o estudo que nos traz isso de for- ma confiável é a estatística, disciplina que já foi discutida no módulo IV do seu curso. Sendo assim, métodos quantitativos são mé- todos matemáticos que, usando a estatística e os mais diversos tipos de distribuição de probabilida- des, podem ajudar a testar hipóteses e tomar deci- sões nas mais diversas áreas do conhecimento. A aplicação desses métodos em ciências atuariais é de suma importância, já que, como já leu nos parágrafos anteriores, elas analisarão grandes números para a tomada de decisão acer- ca de seus conceitos. Portanto, neste capítulo, você verá os se- guintes conceitos: �� revisão de estatística descritiva: • medidas de tendência central; • medidas de dispersão; �� introdução aos conceitos de estatística inferencial: • tipos de distribuições; • estimação; • teste de hipóteses. Você concentrará seus estudos nos dois primeiros itens de inferência, mas, mesmo assim, não esgotará os assuntos sobre eles, dada a sua profundidade. 2.1 Revisão de Estatística Descritiva MÉTODOS QUANTITATIVOS2 Medidas de Tendência Central As medidas mais conhecidas de tendência central são a média, a moda e a mediana. Elas são as primeiras informações que você pode tirar de um conjunto de dados de uma amostra ou popu- lação e lhe informam sobre a variável referente ao valor médio que se repete mais ou, ainda, que di- vide o nosso conjunto de dados em dois. Quando se fala sobre a média de uma po- pulação ou amostra, está-se referindo a um valor médio de todos os valores considerados, ou seja, os valores da variável que estamos que estamos estu- dando centralizam-se em torno desse valor médio. Porém a média não é uma boa forma de ti- rar conclusões sobre os nossos dados se possui valores que podem deslocar o valor médio para cima ou para baixo; vejamos um exemplo: vamos supor que, ao estudar a média da nota de uma disciplina, você vê que a maioria das notas encon- tra-se entre as notas seis e sete, porém alguns alu- nos possuem notas muito altas, tais como nove Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 e dez, o que acaba por arrastar o valor da média acima dos valores gerais da sala e, assim, dá-lhe uma resposta não muito confiável sobre o real va- lor médio das notas desses alunos. Em casos como estes, você pode se valer de outra medida de tendência central: a media- na. Nesse caso, ao dividir os dados ou intervalos em duas partes, os valores ordenados em ordem crescente podem nos dar uma ideia muito mais real do verdadeiro valor médio das notas da sala, pois os valores que estavam “arrastando” nossa média para valores não confiáveis acabam fican- do nas pontas da distribuição de dados e, agora, são computados de forma a não prejudicar os seus estudos sobre a amostra ou população. Muitas vezes, em estudos estatísticos, é pos- sível perceber um ou dois valores que se repetem na coleção de dados; essa característica pode ser muito importante para nossa coleta de informa- ções e não é vista nem se fazendo a média nem a mediana, apesar de esses valores mostrarem-se importantes já nesses cálculos. Usaremos, então, a moda para caracterizar essa amostra ou popu- lação. Observe que podemos ter mais de uma amostra da população em que também é de seu interesse querer saber o quanto essa variável se dispersa ou não em torno desse valor médio, ou seja, o quanto essa população ou amostra é ho- mogênea em torno do valor médio. Para isso, você se utiliza das medidas de dispersão, que lhe dirão o quão ou não os seus dados estão disper- sos e, por elas, pode-se até começar pensar se a escolha de nossa variável para essa população ou amostra é boa para caracterizá-la ou se as diver- sas amostras da população realmente refletem o caráter médio dessa característica. Medidas de Dispersão Talvez a mais conhecida medida de disper- são seja o desvio padrão, pois ele mede a disper- são dos valores dos dados analisados da média encontrada para eles. Note que ele é de crucial importância para inferirmos se os dados podem ser confiáveis; como verá mais a diante, ele lhe dará o sentido de homogeneidade ou não desses dados. Sua obtenção e estudo são importantes, pois é através dele que começamos a nos posi- cionar em relação à variável estudada. Imagine, por exemplo, que você está estudando os casos de sucesso em tratamentos de tumores (aqui, a coisa é bem séria, não?). O valor da taxa média de morte do tumor sob a ação de um determinado medicamento é importante para o estudo do uso dos medicamentos em pacientes em larga escala e o desvio padrão em torno desse valor pode le- var ao seu abandono ou sua implementação no mercado. Temos, também, a variância, que será impor- tante no caso de compararmos amostras diferentes de uma mesma população, sendo seu valor calcula- do para encontrarmos o desvio padrão. Nesse caso, temos que a variância é uma prévia dos valores de dispersão para um conjunto de dados. Além disso, temos sua presença nos cálculos do intervalo de confiança na estimação por intervalo. Para terminar, vamos falar sobre a ampli- tude dos dados ou intervalo de classe dos dados de uma distribuição. Apesar de parecer simples, a diferença entre o maior valor e o menor valor de nossos dados leva-nos a pensar que, ao se ter uma grande dispersão nos valores, pode-se inva- lidar o estudo da variável em questão. Todas as expressões matemáticas dos con- ceitos anteriormente citados estão no Anexo 1 da nossa apostila. Vale a pena dar uma olhada e pensar nessas expressões antes de continuar seus estudos. Não se esqueça de anotar suas dúvidas e tirá-las com o seu professor tutor. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Inferir quer dizer tirar conclusões sobre algo através do conhecimento de partes desse todo. Sendo assim, a estatística inferencial, ao usar os preceitos da estatística, pode, ao examinar amos- tras e até mesmo pequenas amostras de uma po- pulação, validar um estudo sobre uma determi- nada característica delas. Quando você estuda uma população, o faz através de suas medidas numéricas descritivas (por isso a importância de relembrar o estudo da estatística descritiva antes) e é sobre elas que você se apoiará para realizar as inferências. Mas, antes de começarmos, vamos relem- brar e conhecer alguns tipos de distribuições de variáveis, suas características e usos. Distribuição Normal Também chamada gaussiana, por causa do nome de seu idealizador, o grande físico e mate- mático Gauss, é de grande importância por ser a distribuição base na inferência estatística. Gran- des números de fenômenos e variáveis aleatórias podem ser descritos dessa forma e outros podem ser aproximados por ela. Podemos usá-la de forma aproximada para estudar várias variáveis discretas. Possui algumas características bem interes- santes: �� tem forma de sino e é simétrica; �� a média, moda e mediana são todas iguais, ou seja, são um mesmo valor; �� a variável aleatória contínua pode to- mar qualquer valor entre -∞ e +∞; �� a maior parte da probabilidade está concentrada em torno da média; �� podemos caracterizar uma distribuição normal de uma variável aleatória atra- vés de sua média (m) e seu desvio pa- drão (s); �� o valor da probabilidade de se encon- trar x em dado intervalo é fornecido por: ( ) ∫=<< − −b a 2 x 2 2 e 2 1bxap s m sπ .)( �� por fim, dizemos que sua notação é: x ~N(m,s.). Distribuição Normal Padrão É a distribuição normal com valores m = 0 e s = 1, o que facilita nos cálculos,pois a expressão de sua probabilidade fica simplificada e tais valo- res já se encontram colocados em uma tabela: a tabela da distribuição normal padrão. 2.2 Estatística Inferencial AtençãoAtenção Geralmente, chamamos parâmetros essas carac- terísticas (variáveis) que estudamos nas popula- ções ou amostras e os mais comuns são: • o desvio padrão (s); • a média (m); • a proporção (p). Saiba maisSaiba mais Distribuições mais comuns Distribuições ou funções densidade de probabilida- des são funções em que atribuímos a variável ale- atória X à probabilidade de obtenção de seu valor dentro de uma população, amostra ou intervalo de classe. Em geral, possuem as seguintes proprieda- des: • são sempre maiores que zero; • o maior valor possível para a função é 1. Neste item de nossa apostila, vamos rever e ver de forma mais atenta alguns tipos de distribuição de variáveis aleatórias que poderemos utilizar em nos- sas inferências e testes, a saber: • Distribuição Normal ou Gaussiana; • Distribuição Normal Padrão; • Distribuição c2 (lê-se Qui-quadrado); • Distribuição t; • Distribuição f. Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Essa distribuição tem as mesmas caracterís- ticas da anterior e podemos ver a tabela no Ane- xo 2 de nossa apostila. Distribuição c2 Se pudermos dizer que certa variável alea- tória Z é dada por N(0,1), podemos dizer, então, que Z é uma distribuição do tipo qui-quadrado de grau de liberdade 1: Z2 ~ c2(1). Sendo assim, a soma das variáveis aleatórias independentes, se for dada com a distribuição anteriormente cita- da, também é uma distribuição do mesmo tipo, em que os graus de liberdade são iguais à soma dos graus de liberdade dados pelas variáveis em questão. Portanto, c2 só é positiva e dependente dos graus de liberdade da variável aleatória em ques- tão. Quanto maiores os graus de liberdade, me- nos assimétrica é a distribuição. Você pode vê-la no Anexo 4. Distribuição t Normalmente, é utilizada quando desco- nhecemos o desvio padrão da população, mas sabe-se o desvio padrão da amostra. Chamamos distribuição t – t de Student aquela na qual temos as seguintes características: Z é uma variável aleatória com distribuição N(0;1) e U também é uma variável aleatória. Se c2, Z e U são independentes, temos que: Em que: r é os graus de liberdade da distri- buição t. Temos, então, as seguintes propriedades: r U ZT = �� é uma distribuição simétrica em torno do zero e com forma de sino, como a distribuição normal; também como esta, é normalizada; �� tem mais áreas nas abas (caudas) que no centro; �� depende só dos graus de liberdade; �� quando o número de graus de liberda- de aumenta, converge para N(0; 1). A função t – está definida em tabela no Anexo 3 de nossa apostila. Distribuição f Se as variáveis aleatórias U e V em estudo são independentes e apresentam distribuição c2 de r1 e r2 graus de liberdade, então: 2 1 r V r U F = Em que se chama a função densidade de probabilidade F de distribuição f. A distribuição f é utilizada em vários tes- tes de inferência e seus valores também são ta- belados, conforme podemos ver no Material de Apoio. Para terminar, você pode observar que tan- to c2 quanto a distribuição t e a distribuição f cor- relacionam mais do que uma variável aleatória; por isso, são importantes em testes em que se vão relacionar duas ou mais variáveis. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Quando você estima ou faz uma estimativa, está, através dos parâmetros de uma amostra, in- ferindo uma estimativa dos parâmetros popula- cionais. Podemos ter dois tipos de estimativa: �� por ponto; �� por intervalo. Estimação por Ponto Ao estimar por ponto, você usa como base, nos parâmetros amostrais para estimar, o valor do parâmetro populacional. Sendo assim, o valor da média amostral ( x ) é a estimativa por ponto da média populacional (m). Portanto, para os outros parâmetros, como o desvio padrão, pode-se fazer a estimativa por ponto de modo análogo. Veja um exemplo: uma amostra aleatória de 100 mulheres de uma fábrica com um total de 1.000 funcionárias revelou um consumo mensal médio de 3,2 L de cerveja ao mês. Portanto, o x =3,2 L é uma estimativa pontual da verdadeira média mensal do consumo de cerveja das funcio- nárias da fábrica. Estimação por Intervalo Ao fazer estimativas por intervalo para um parâmetro populacional, você está inferindo um intervalo determinado por dois números obtidos das amostras populacionais e que se espera, em um dado nível de confiança, contenha o parâme- tro populacional. Note que podemos chamar o nível de con- fiança de um intervalo probabilidade de (1-a)%. Normalmente, esses valores são de 90%, 95%, 97,5%, entre outros. Para termos elevado grau de precisão da in- ferência realizada em uma população, precisamos que o comprimento do intervalo de confiança seja pequeno. Podemos estimar por Intervalo de Confian- ça (IC) de diversas formas: �� IC para média populacional quando a variância é conhecida; �� IC para média populacional quando a variância é desconhecida; �� IC para a variância; �� IC para o desvio padrão; �� IC para a proporção. Neste momento, antes de começarmos nos- sos cálculos, devemos atentar para o risco de erro na construção do intervalo de confiança; assim, se o nível de confiança for de 90%, o risco que esta- mos correndo de inferirmos um intervalo errado é de 10%. Portanto, é importante frisar agora que, ao construirmos 100 intervalos de confiança a partir de amostras diferentes da população, mas de ta- manhos iguais, 10% deles, ou seja, 10 intervalos, podem não conter o parâmetro estudado (média, desvio padrão, variância ou proporção). Então, será correto falar que: “existe a probabilidade de encontrar o parâmetro estudado dentro do inter- valo” ou “de a probabilidade do intervalo incluir o parâmetro estudado”. Vamos, nos cálculos a seguir, eliminar as passagens de demonstração e nos ater apenas aos resultados. IC para média populacional quando a variância é conhecida Sabe-se que o estimador de m é x ; sendo assim, fixando um intervalo de confiança (1-a), para uma variável Z aleatória, temos que o inter- valo de confiança para a média populacional (m), quando a variância (s2) é conhecida, é: 2.3 Estimação Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 �� Para populações infinitas: a s m s aa −= +≤≤−= 1 n Zx n ZxP 22 .. Para ilustrar, veja um exemplo: certa peça de um equipamento hospitalar tem uma duração de vida tal que s = 5 horas. Foi feita uma amostra de 100 dessas peças pelo controle de qualidade, dando uma média de 500 horas de funcionamen- to. Deseja-se construir um intervalo de confiança para medir a verdadeira duração média da peça, com um nível de confiança de 95%. Solucionando, temos: �� s = 5; �� x = 500 horas; �� n = 100; �� (1-a) = 95%=0,95 z/2 = 0,475. Usando a tabela da distribuição normal, te- mos que procurar onde está o valor da probabi- lidade no corpo da tabela e, ao encontrarmos o valor, verificar a linha (1,9) e a coluna (0,06), que nos dão o valor somado de 1,96. A partir daí, colocamos na expressão do IC: P P = − ≤ ≤ + = = ≤ ≤ 500 1 96 5 100 500 1 96 5 100 95 499 02 500 9 , . , . % ( , , µ µ 88 95) %= �� Para populações finitas: P x Z n N n N x Z n N n N = − − − ≤ ≤ + − − = −α α σ µ σ α 2 21 1 1. . . . Podemos utilizar o exemplo anterior, mas fazendo com que a população seja finita e tenha 1000 peças. Sendo assim, vamos tirar os dados para a solução: �� s = 5; �� x = 500 horas; �� N = 1.000; �� n = 100; �� (1-a) = 95%=0,95 z/2 = 0,475. Você pode calcular, agora, o intervalo de confiança. O valor que você deve chegar é: [499,07;500,93]. IC para média populacional quando a variância é desconhecida Nesse caso, só podemos utilizaras expres- sões a seguir se a distribuição for normal, ou seja, a amostra for retirada de uma população que te- nha uma distribuição normal. Assim, para o caso, não conhecemos s e o substituímos por S – desvio padrão amostral –, que sabemos ser uma variável aleatória. Portan- to, de posse das duas variáveis aleatórias conhe- cidas: x e S, podemos fazer seu quociente e usar a distribuição t de Student com (n-1) graus de li- berdade. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 �� Populações infinitas: P x t S n x t S n = − ≤ ≤ + = −α αµ α 2 2 1. . �� Populações finitas: P x t S n N n N x t S n N n N = − − − ≤ ≤ + − − = −α αµ α 2 21 1 1. . . . Não se desespere ao ver essas expressões, pois são resolvidas da mesma forma, mas agora utilizamos a tabela da distribuição t, usando os va- lores dos graus de liberdade dados pelo exercício. Veja, então, uma aplicação: de certa amos- tra de dez valores, colhemos um valor médio x =8,7 e S = 2. Encontre um intervalo de confiança que contenha a média para a variável, com nível de 95%. Vamos solucionar então: �� x = 8,7; �� S = 2; �� n=10; �� (1-a) = 95% = 0,95 erro de 5% = 0,05/2 0,025 (olhe, no corpo da tabela, esse valor cruzando a linha do grau de liberdade com a do erro); �� Graus de liberdade = gol = n - 1 = 10 - 1 = 9. Temos, então, o intervalo: P P = − ≤ ≤ + = = ≤ ≤ 8 7 2 2622 2 10 8 7 2 2622 2 10 95 7 27 10 13 , , . , , . % ( , , µ µ )) %= 95 IC para a variância No caso da variância, o estimador é S2 para a variância populacional. Como é sabido que S2 tem distribuição qui-quadrado, com (n-1) graus de liberdade, temos, para esse caso, se a popula- ção de onde a amostra foi retirada for normal e fixando um nível de confiança de (1-a): p n S n S−( ) ≤ ≤ −( ) = − 1 1 1 2 2 2 2 2 . . sup infχ σ χ α IC para o desvio padrão No caso do desvio padrão, se a variável alea- tória cumprir todos os requisitos do caso anterior, teremos: p n S n S−( ) ≤ ≤ −( ) = − 1 1 1 2 2 2 2 . . sup infχ σ χ α Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 No presente item, você será apresentado a outro meio de fazer inferências estatísticas sobre uma população. Agora, você não vai estimar por ponto ou por intervalo, mas sim vai dar um valor hipotético para certo parâmetro populacional e, ao realizar o teste estatístico, poderá rejeitar ou aceitar o valor hipotético. No caso de se aceitar ou não o valor hipo- tético dado por você ao parâmetro, podem-se ter erros em aceitar ou descartar a hipótese; sendo assim, não há decisões absolutamente corretas, mas você poderá ter uma dimensão da probabi- lidade do que a tomada de decisão representa, seja qual ela for. Hipótese Estatística É um valor suposto de um parâmetro po- pulacional ou quanto à natureza da distribuição de probabilidades de certa variável da população que está estudando. Para gerar essas hipóteses, o pesquisador (que, neste momento, é você) toma como base informações teóricas ou conjecturas sobre o fenômeno. A seguir, há uma lista com uma série de exemplos de hipóteses estatísticas: �� a distribuição de probabilidades de peso dos atletas em uma olimpíada é normal; �� a proporção de casais que se separam após o sétimo ano de casamento é de 10%, �� a média de altura da população brasilei- ra de mulheres é de 1,60 m. Como Funciona um Teste de Hipóteses Um teste desse tipo é uma decisão que você irá tomar para aceitar ou rejeitar uma hipótese, a partir de seus elementos amostrais; sendo assim, sempre você terá, em um teste de hipótese: �� H0: hipótese nula, que é a hipótese que será testada. É dada por uma igualdade; �� H1: hipótese alternativa, expressa por uma desigualdade. Veja, a seguir, um exemplo de teste estatísti- co com um dos itens anteriores: H0: m = 1,65 m H1: m 1,65 m ou m < 1,65 m ou m > 1,65 m Parece até meio bobo ou simples demais, mas é nessa simplicidade que está a beleza do teste, como veremos a seguir. 2.4 Testes de Hipóteses 2.5 Os Erros Há dois tipos de erro possíveis quando acei- tamos ou rejeitamos H0: aceitar quando a hipóte- se é falsa e rejeitar quando ela é verdadeira. No quadro a seguir, vemos os tipos de erro ligados às tomadas de decisão em um teste de hipóteses. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Realidade H0 verdadeira H0 falsa Decisão Aceitar H0 Decisão correta (1 - a) Erro do tipo II (b) Rejeitar H0 Erro do tipo I (a) Decisão correta (1 - b) 2.6 Resumo do Capítulo Portanto, a probabilidade de se cometer um erro do tipo I é denominada a e a probabilidade do tipo II é b. É claro que o tomador de decisões gostaria de reduzir ao máximo os dois tipos de erro, mas isso pode levar a um aumento muito grande da amostra, que, em alguns casos, pelos mais diversos problemas, é inviável. Também, se minimizarmos a ação de um dado erro, maximi- zarmos o outro e vice-versa, o que fazer então? Nesse caso, observamos qual parâmetro é o estimador de nosso estudo e, a partir dele, vê-se como fica sua distribuição normal padrão; é cons- truído, a partir daí, um limite crítico, assumindo um valor para a desse parâmetro. Nesse momen- to, faz-se a conversão para a variável Z para achar o valor do limite; com isso, estabelece-se uma re- gra a partir da observação dos dados para se acei- tar ou rejeitar a hipótese nula. Ao fixar a, está-se livre para determinar o valor de b; sendo assim, refaz-se o teste com outra hipótese nula, até minimizar seu valor. Para tal, é construído um gráfico chamado Curva Caracterís- tica de operação, em que temos o comportamen- to de b, quando colocamos diversas hipóteses alternativas de H0. Portanto, as curvas características consti- tuem elementos importantes para observarmos os valores de a e b. O que se faz, na prática, para que se tomem decisões com grande grau de efi- cácia, é considerar apenas o erro de tipo I, admitir os valores de a entre 1 e 10% e testar a hipótese nula, observando os valores de b para mantê-los suportáveis; assim, a indicação de rejeição de H0 com risco baixo implica melhor decisão na esco- lha do valor do parâmetro analisado. É claro que métodos computacionais aju- dam no cálculo e na montagem das curvas com rapidez, o que minimiza mais ainda os riscos de uma tomada de decisão errada. Portanto, para que você relembre os as- pectos mais importantes deste capítulo, leia com atenção o resumo a seguir. Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, você viu: �� o porquê do uso da estatística nas Ciências atuariais; �� o que é um método quantitativo; �� revisão de estatística descritiva: • medidas de tendência central; • medidas de dispersão; �� introdução aos conceitos de estatística inferencial Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 • tipos de distribuições; • estimação; • teste de hipóteses. Com essas ideias já organizadas, você pode, agora, realizar as atividades propostas. 2.7 Atividades Propostas 1. O que é um método quantitativo? 2. O que são medidas de tendência central? 3. O que é fazer uma inferência? 4. Do que se trata um teste de hipóteses? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Caro(a) aluno(a), Neste novo capítulo, você realmente entra- rá em contato com os conceitos de cálculos atua- riais e conhecerá baseado no que o atuário faz o seu trabalho. Sendo assim, neste capítulo você verá os seguintes itens: �� o que são tábuas de sobrevivência ou mortalidade; �� o que se precisa estudar para melhor conhecê-las e compreendê-las; �� como é construída uma tábua de mor- talidade, suas simbologias e notações; �� cálculos de probabilidade usando as tábuas; �� as tábuas mais usadas no Brasil e no mundo. 3.1 Tábuas de Mortalidade ou Sobrevivência TÁBUAS ATUARIAIS3 Pode-se definir uma tabelade mortalidade ou de sobrevivência como um instrumento esta- tístico em que se medem as probabilidades de morte ou vida de uma classe de pessoas ou em dada população total. Sua importância para o trabalho do atuário é grande, pois é sobre seus dados que são feitos, como você vai ver, os cálculos atuariais para cons- truir planos de previdência, seguros em geral, va- lores ligados aos planos de saúde e sobre as ren- das e benefícios em geral. As primeiras tábuas foram feitas pelos go- vernos para conhecer os problemas básicos de suas populações, as expectativas de sobrevivên- cia de seus cidadãos e estatística sobre saúde. Tem-se conhecimento que, ainda no Império Ro- mano, por ordem do imperador Severus, o pre- feito de Roma foi quem primeiro elaborou uma tábua muito simples sobre a expectativa de vida da cidade de Roma e ela estava ligada aos em- préstimos a juros. Também havia as Tontinas, que eram títulos ao portador que surgiram na França e se apoiavam em tabelas de mortalidade da época (século XVII). Estudos mais apurados (mas ainda semen- tes) sobre a sobrevivência e morte populacionais começaram a ser realmente relevantes no século XVII; os primeiros modelos desse estudo aparece- ram, em Londres, com John Graunt e levavam em consideração em sua construção o falecimento de pessoas nas mais diversas idades, o sexo, o tipo de ocupação, os riscos de suas atividades, ideia muito parecida com a da construção das tábuas de hoje em dia. Deparcieux, em 1746, montou uma das pri- meiras tábuas conhecidas, porém não era muito bem construída, partia de apenas 1.286 vidas e sua idade extrema era de 95 anos, além de ou- tros problemas. Mas, se observarmos a vida das pessoas, principalmente para grandes números, vemos que o comportamento é muito parecido no geral: Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 �� nos primeiros anos de vida, o número de mortes, tanto para meninos quanto para meninas, é muito forte (note que essa tendência é maior para países sub- desenvolvidos e para os meninos); �� diminui na infância e na adolescência e se mantém constante até a vida adulta (meia-idade); �� o número de falecimentos vai aumen- tando conforme a idade madura vai se aproximando de seu termo. Mas existe uma ciência que estuda o por- quê das possibilidades de vida e morte das pes- soas durante a sua vida? A resposta é sim e sua importância para a atuária é imprescindível. Essa ciência é a Demografia. Assim, os estudos atuariais, muitas vezes, baseiam-se nos estudos e nas leis da demografia. Muitos de seus estudos você já conhece, como o Censo, mas, a seguir, pode ver algumas de suas subdivisões que são importantes para a monta- gem das tábuas. Além desses, estudos focados na morbi- dade, que estudam as doenças, seus dias de in- fecção, tempo de recuperação médio, são im- portantes para a ciência atuária. Dados como a mortalidade, a migração e a taxa de natalidade também influenciam a formação dessas tabelas. Junto ao estudo das conurbações e da densidade demográfica, os movimentos dessas populações e as condições de saneamento bá- sico, a eficiência do sistema de saúde público, a fecundidade e os processos dinâmicos dos fenô- menos demográficos ajudam-nos a melhorar a construção das diversas tábuas e a entender me- lhor a população ou grupo estudado. Saiba maisSaiba mais • Bioestatística: analisa, organiza e registra os fatos de registros de vida e morte e os analisa através da estatística; • Patometria: estuda, de forma estatística, as doen- ças do ser humano e suas morbidades (taxa de portadores de certa doença em relação a uma certa população estudada); • Censo: já conhecido nosso, é uma coleta de da- dos com informações socioeconômicas, em que se têm informações sobre movimentos de pesso- as, doenças, separações, nascimentos, mortes, ca- samentos, sendo que esses dados serão utilizados para fazer previsões; • Biometria: divisão da estatística que agrupa e ana- lisa os dados sobre a “quantidade de existência”, “a vida média” e a “vida provável” de um agrupamen- to de indivíduos; • Antropometria: parte da estatística que estuda as medições dos dados biométricos da população, de forma quantitativa: o envelhecimento, o cres- cimento, o peso e a estatura, entre outras variá- veis, estando intimamente ligada à Biometria. DicionárioDicionário Conurbação: s.f. Aglomeração formada por uma cidade e suas cidades-satélites (http://www.dicio. com.br). AtençãoAtenção Todas essas informações estão disponíveis aos pesquisadores em órgãos do governo. Aqui no Brasil, órgãos como o Instituto Brasileiro de Ge- ografia e Estatística (IBGE), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência So- cial (Dataprev), entre outros órgãos, além de hos- pitais, maternidades e do serviço funerário. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Além dos estudos do governo, as segurado- ras também começaram a construir suas próprias tábuas, usando os dados conseguidos pelas agên- cias governamentais, afinal, os seguros, de modo geral, lidam com a vida das pessoas e seus dados representam a média dessas situações estudadas. Assim, dados como a idade média de uma população, sua esperança de vida ao nascer, ida- de mediana, taxa de envelhecimento e sua vida provável são itens importantes nos estudos e na confecção das tábuas. Partindo dessas ideias, você pode estar se perguntando: como é construída uma tábua de sobrevivência (ou mortalidade)? Primeiro, você terá que conhecer a notação e os símbolos usa- dos na atuária para suas funções, conforme as formas adotadas, em 19/05/1989, no II Congresso Internacional de Atuários: �� as letras minúsculas l, d, p e q represen- tam sobrevivência ou falecimento; �� as minúsculas x, y e z representam idade; �� as minúsculas m, n, s, t e k representam a passagem do tempo; �� as maiúsculas são funções ligadas à ta- bela de comutação. Ainda existem outros símbolos, que apren- deremos conforme nossos estudos forem se com- pletando. Veja, agora, um modelo simples da monta- gem de uma tábua de sobrevivência e mortalidade: 3.2 Construindo uma Tábua de Mortalidade IDADES SOBREVIVENTES FALECIMENTOS x l x d x = l x – l x+1 0 l 0 D 0 = l 0 – l 1 1 l 1 d 1 = l 1 – l 2 2 l 2 d 2 = l 2 – l 3 ... ... ... x l x d x = l x – l x+1 x+1 l x+1 d x +1= l x+1 – l x+2 ... ... ... w-1 l w-1 d w -1= l w-1 – l w w l w = 0 mas l w =0 Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Veja que, nessa tabela, temos: �� a idade dos componentes da tabela é dada por x; assim, w-1 é a idade extre- ma da tabela (a maior idade da tabela); �� o número de sobreviventes da idade x é representado por lx; assim, lw será os sobreviventes da idade w, que, na ver- dade, não chegam a nessa idade. O va- lor l0 chamamos raiz da tábua, que é os sobreviventes com idade inferior a um ano (a letra l é de lives – vidas, em in- glês); �� a terceira coluna dá-nos o número de falecidos na idade x: a função dx – do in- glês dead (morto). Assim, a terceira coluna é obtida pela ex- pressão: D 0= l 0 – l 1 Generalizando para uma idade qualquer x: d x = l x – l x+1 Nesse momento, você pode calcular as pro- babilidades de certa pessoa estar viva na idade x (px) e a probabilidade de uma pessoa estar morta na idade x (qx). Então, vamos a uma delas: �� probabilidade de vida de alguém na idade x: x 1x x l lp += �� probabilidade de morte na idade x: xx p1q −= A seguir, colocamos as tábuas mais usadas no mercado internacional: �� Grupo AT: as Annuity Mortality Tables são tábuas de origem americana, ela- boradas pela The Society of Actuaries: • Annuity Table 1949 (AT-49): cons- truída a partir de dados coletados entre os anos de 1941e 1946. Esta tábua trabalha com a expectativa média de vida de 78 anos e possui para os parâmetros atuais uma ten- dência mais conservadora em rela- ção à expectativa de vida; • Annuity Table 1983 (AT-83): atualiza- ção da AT-49, foi construída através de observações feitas entre os anos de 1971 e 1976; • Annuity Table 2000 (AT-2000): ter- ceira tábua do grupo AT, represen- ta a expectativa de vida de uma população americana, a partir de Tábuas Brasileiras Em 2003, o IBGE lançou uma tábua elaborada com base na projeção da mortalidade, a partir da tábua de três anos antes, em que foram incorpo- rados os dados obtidos no Censo Demográfico de 2000 e as estimativas de mortalidade infantil sobre o registro de óbitos do triênio 1999-2001. No cálculo do fator previdenciário, para as apo- sentadorias e outros benefícios, são usadas as tábuas feitas pelo IBGE, que tomam como base toda a população brasileira. São utilizadas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social. No mercado brasileiro de seguros, não se utilizam as tábuas de expectativa do IBGE. Costumam-se utilizar as tábuas americanas e isso tem como di- retiva diminuir as margens de erro nos cálculos. A tábua nacional oficial do IBGE mostra a longevi- dade dos brasileiros em geral, mas os investidores de previdência privada têm um perfil diferente da média da população brasileira e, sendo assim, espera-se uma expectativa de vida mais elevada. Portanto, as tábuas americanas estariam mais de acordo com a realidade do brasileiro sobre que renda aplicar em previdência privada. CuriosidadeCuriosidade http://www.soa.org/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Nacional_de_Seguridade_Social Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 um estudo feito em 2000, em que a expectativa de vida está, em média, na ordem de 84 anos; �� GKs: as tábuas do grupo GK foram construídas com base na experiência de seguradoras suíças: • GKM-80 e GKM-95: tábuas masculi- nas; • GKF-80 e GKF-95: tábuas femininas; �� CSOs: as Commissioner’s Standard Or- dinary Tables foram criadas a partir de dados das seguradoras dos Estados Unidos: • 1958 US Commissioner’s Standard Ordinary Table (CSO-58): estrutura- da com dados dos anos de 1950 a 1954; �� GAM: a The 1971 Group Annuity Morta- lity Table (GAM 71) é uma tábua de mor- talidade, elaborada pela Joint Actuarial Committee of the American Life Con- vention e pela The Life Insurance Asso- ciation of America. Portanto, uma tabela de mortalidade pode ser apresentada pela tabela a seguir: X lx dx px qx e0 x 0 1.000.000 2.311 0,997689 0,002311 80,1 1 997.689 904 0,999094 0,000906 79,3 2 996.785 502 0,999496 0,000504 78,3 ... ... ... ... ... ... Fonte: Adaptado de TSA (1996). Observe que, nessa tabela, há uma nova função: e0 x, que se chama esperança completa de vida e representa o número de anos de sobrevi- vência de um indivíduo de idade x, até o fim de sua vida. Terminamos este capítulo, esperando que você tenha entendido como são construídas as tábuas de sobrevivência e do que dependem para sua realização. No próximo capítulo, iremos ver as principais funções biométricas obtidas e formadas pelas probabilidades obtidas dessa nossa tabela inicial. Agora que o capítulo já terminou, o item a seguir expõe as informações importantes que você deve guardar. Caro(a) aluno(a), A seguir, observe o que você deve memorizar: �� o que são tábuas de sobrevivência ou mortalidade; �� o que se precisa estudar para melhor conhecê-las e compreendê-las; �� como é construída uma tábua de mortalidade, suas simbologias e notações; �� cálculos de probabilidade usando as tábuas; 3.3 Resumo do Capítulo Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 �� as tábuas mais usadas no Brasil e no mundo. Depois de reler esses itens, faça com atenção as atividades propostas. 3.4 Atividades Propostas 1. Defina tábuas de mortalidade. 2. De que fatores depende a construção das tábuas de mortalidade? 3. Quais são as funções atuariais de maior importância? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, você irá se aprofundar em alguns cálculos atuariais de funções biométricas mais presentes e simples. Você verá processos que envolvem apenas uma vida, pois não é as- sunto deste curso o aprofundamento em cálcu- los com mais de uma cabeça e sua generalização, mas verá cálculos para grupos abertos, que repre- sentam a situação mais comum: seguros de vida, planos de saúde e planos de previdência. Assim, você vai ver neste capítulo: �� a conceituação e descrição das princi- pais funções biométricas, funções com- plementares e comutações; �� seus cálculos de probabilidade para uma vida. Vejamos, então, as principais funções bio- métricas, usando as probabilidades das tabelas de mortalidade. 4.1 Funções Biométricas Básicas para uma Vida FUNÇÕES BIOMÉTRICAS4 �� Probabilidade de vida de alguém na idade x: x 1x l l +=xp �� Probabilidade de morte de alguém na idade x: x x xxx 1xx x l dqp1qllq =⇒−=⇒−= + xl �� Probabilidade de alguém com idade x sobreviver a n anos: x x l l n xn p += �� Probabilidade de alguém com idade x falecer na idade de x+n anos: x x l dq nxn += Graficamente, os valores de px e qx compor- tam-se na forma do gráfico a seguir, sendo im- portante frisar que essa não é uma distribuição normal; assim, a forma de se tirar a média é dife- rente, bem como os cálculos das demais variáveis quantitativas: Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 Observe que, enquanto uma das funções decresce (sobrevivência), a outra cresce (mortali- dade). Exemplos 1. Vamos calcular as funções básicas an- teriores, usando a tábua AT-2000, com juros de 0% ao ano: a) Qual a probabilidade de se estar vivo aos 45 anos? podemos fazer de duas formas: Olhando direto na linha dos 455 anos na tabela até a coluna do e encontrando o valorpx :: ou ou fazendo os cálculos: p , % px 45 0 998052 99 81= = + , l l x 1 x ⇒⇒ ⇒ = = =+aplicando a idade de 45 anos p l l45 45 45 46 45 96 630l l . ,1 997 96 812 57 0 9981 . , ,= Vemos o mesmo valor como resultado final. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 b) Qual a probabilidade de se estar morto aos 50 anos? podemos fazer de duas formas: Olhando direto na linha dos 500 anos na tabela até a coluna do e encontrando o valorqx :: ou ou fazendo os cálculos: q % q l lx x x 50 1 0 003330 0 33= = − + , , ll , .x ⇒ = ⇒ = d l d l x x aplicando a idade de 50 anos 50 50 318 43 95 627,, , l l . , . , . , , 12 0 0033 95 627 12 95 308 69 95 627 12 0 050 50 51 50 = = − = − =p l 0033 Novamente, observa-se que o resultado é igual calculando das duas formas. c) Qual a probabilidade de alguém com 35 anos sobreviver mais 10 anos? 10 35 35 10 35 45 35 96 819 57 97 889 05 0 9981p l l = = = =+ l l . , . , , Note que essa pergunta poderia estar for- mulada como: qual a possibilidade de uma pes- soa de 35 anos estar viva aos 45 anos? d) a probabilidade de alguém com 25 anos vir a falecer daqui 5 anos? 5 25 25 5 25 30 25 77 60 98 637 41 0 000787 0 078q d l d l = = = =+ , . , , , % ou Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Primeiramente, vamos definir o que são grupos “fechados” e “abertos”. Para esse caso, temos que definir grandezas para o número de pessoas que saem do grupo com idade x, que chamaremos Sx, e as que entram na idade x, que denotaremos ex. Define-se, então, uma função da diferença entre os que entram e saem, chamada Ux: xxx SeU −= Se pensarmos que as entradas e saídas de participantes são uniformes no grupo, nesse caso, em um período de um ano (x e x+1), as pessoas que podem ter morrido aumentaram ou diminuí- ram o número de vivos (lx). Portanto, nesse caso, há uma variação dosparticipantes ao risco de morte e, dessa forma, precisamos de uma nova representação da probabilidade, que chamare- mos Nx. Assim, Nx representa a quantidade de pes- soas que, no período de um ano, foram expostas ao risco de morte. Então: ( ) 2 UlSe 2 1lN xxxxxx +=−−= Dessa forma, para grupos abertos, pode- mos escrever que a probabilidade de morte qx aumenta ou diminui, usando a expressão de Nx. Temos, agora: x x x N d q = Veja, agora, outras funções biométricas im- portantes. Tais funções indicam, como já disse- mos, as probabilidades de certos acontecimentos; portanto, também são importantes para análises e avaliações atuariais. 4.2 Probabilidade de Falecimento em Grupos Abertos 4.3 Funções Biométricas Auxiliares AtençãoAtenção Os chamados grupos fechados são grupos em que o número de participantes é fechado em todo o seu desenvolvimento durante o tempo. Já os chamados grupos abertos são os planos com grupos em que, todo o tempo, entram e saem indivíduos. São importantes para avaliações de fundos de pensão, previdência aberta e seguros em gru- po. Veremos, agora, os conceitos de algumas fun- ções biométricas importantes. Taxa Central de Mortalidade Denotada por mx, dá-nos a relação entre os que faleceram, em certo instante de tempo, entre as idades x e x+1. Sendo assim, usando qx, temos: x x x q2 q.2m − = Pessoas Vivas na Metade da Idade x (Lx) Define o que exatamente seu nome diz: pessoas vivas na metade da idade x ou no meio Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 do ano da idade x. É importante, pois é calculada para grupos fechados na chamada população es- tacionária: 2 1xx lL + = Vida Provável (Vp) Nesse caso, é definida como a expectativa de vida ou quantos anos uma pessoa de idade x espera viver. Usando, para exemplificar, a tábua CSO-1980, podemos calcular a vida provável de uma pessoa de 30 anos: L30 = 958.000 (esse núme- ro foi obtido observando-se, na tabela, a linha da idade de 30 anos até a coluna lx). Assim, fazemos: Vp = l30/2 = 958.000/2 = 479.000. Volta-se à tabela e se procura em lx um valor aproximado a 479.000; encontra-se para a idade de 75 anos. Por fim, fazemos 75 – 30 = 45 anos. Logo, Vp = 45 anos. 4.4 Funções Biométricas Complementares São funções que podem aparecer nas tá- buas de mortalidade e têm papel importante nos cálculos atuariais em geral. Vamos conhecer algu- mas delas. Quantidade de Existência (Tx) É o acompanhamento de um grupo ano a ano até a sua extinção, em que se somam os anos vividos pelos membros do grupo de uma certa idade x até a sua extinção; assim, sua expressão é: x x x N2 lT += Observando os números consecutivos des- sa tabela, obtemos o número de sobreviventes da maior idade analisada: N24 – N25 = total de sobrevi- ventes de idade de 25 anos. Vejamos, então, aplicando isso a uma tábua (vamos usar a CSO-1980): N24 = 46.713.912 N25 = 45.747.548 N24 – N25 = 46.713.912 - 45.747.548 = 966.364 Esperança Completa de Vida (ex 0) Definida como a quantidade média de anos que alguém de idade x deverá viver, é chamada completa, pois considera a metade do ano anterior: x x0 x l N 2 1e += Veja um exemplo para facilitar a compreen- são: qual seria a esperança de vida completa de um homem de 41 anos usando como tábua a CSO-1980: e N l41 0 41 41 1 2 0 5 30 529 045 934 891 0 5 32 66 33 16= + = + = + =, . . . , , , Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 Observe que os dados de Nx e lx foram obti- dos na tabela, observando a linha dos 41 anos até as colunas de Nx e lx. São tabelas usadas para simplificar os cálcu- los da determinação de prêmios para cada idade e foram criadas, em 1785, pelo alemão Hans-Ni- colas Tittes. Essas tabelas são construídas, basicamente, pelas funções lx e dx e pelo fator x. Quando falamos de tabelas de comutação, temos que saber que teremos seis colunas, além de lx e dx, e que as suas funções podem ser dividi- das em dois grupos básicos; vejamos a seguir: Funções de Sobrevivência ou Primeira Série ∑= ∑= = = = ω ω υ xx xx xx xx x xx NS DN lD . Observe que a última função depende dos valores obtidos na segunda, que depende dos va- lores da primeira. O símbolo S (somatório) signifi- ca que a função é a soma de todos os valores até o valor dado para x. Essa mesma dependência veremos nas fun- ções de morte, que virão a seguir. Funções de Morte ou Segunda Série ∑= ∑= = = = ω ω υ xx xx xx xx x xx MR CM dC . Nos próximos capítulos, iremos utilizá-las para calcular os valores dos prêmios de seguro e das rendas. Note que, para cada taxa de juros dife- rente, temos uma tabela de comutação diferente. 4.5 Tabelas de Comutação AtençãoAtenção x é chamado fator de desconto e definido por uma função que depende da taxa de juros anual (i) e da idade x: ( )x x i1 1 + =ν Então, para uma mesma tabela, teremos várias tabelas diferentes se mudarmos os valores dos juros anuais. Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Caro(a) aluno(a), Você viu, neste capítulo: �� a conceituação e descrição das principais funções biométricas, funções complementares e co- mutações; �� seus cálculos de probabilidade para uma vida. Este capítulo foi muito importante, pois as funções são a alma do cálculo atuarial; assim, agora você está preparado(a) para resolver as atividades. 4.6 Resumo do Capítulo 4.7 Atividades Propostas 1. Qual é a diferença entre grupos abertos e fechados? 2. O que são tabelas de comutação? 3. Quais são as funções de vida? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Caro(a) aluno(a), Os assuntos deste capítulo tratam dos con- ceitos de seguro de vida e de sobrevivência, do que dependem e cálculos simples do uso desses conceitos. Você verá, portanto, neste capítulo: �� o conceito de seguro de pessoas e suas implicações; �� o conceito de seguro de sobrevivência; �� alguns exemplos de cálculo. Os seguros de pessoas podem ser definidos de várias formas, mas, em relação ao novo Código Civil, são aqueles que protegem contra os riscos a que as pessoas estão sujeitas: �� acidentes dos mais vários tipos; �� doença e invalidez; �� de vida em grupo ou individual; �� educação e saúde. Como você já viu, um contrato de seguros precisa estar devidamente regulamentado e fir- mado nas bases da boa-fé e da verdade, em que as circunstâncias descritas sejam verdadeiras e que seja de interesse real das duas partes a não realização do sinistro. Sendo assim, o seguro de pessoas tem seu valor dado pela seguradora e o segurado pode ter mais de uma apólice na mesma seguradora ou em outras várias. Portanto, a seguradora deve mos- trar-se preparada em caso de sinistro, para cobrir a falta ou invalidez de seu segurado, bem como de seu cônjuge, descendentes, parentes próximos ou beneficiários nos mais diversos casos. No tocante aos cálculos atuariais para o se- guro de vida individual, seu tratamento matemá- tico é parecido com o daqueles dados aos planos de previdência complementar. Sendo esses cálcu- los norteados pela taxa de juros que incidirá nos cálculos e pelas probabilidades de ocorrência do risco, a escolha de uma taxa errônea pode ser ruim tanto para a seguradora quanto para o cliente. As seguradoras, em geral, trabalham com taxas um pouco abaixo das do mercado, na mé- dia, criando uma taxa média em longo prazo. Note que aqui vale a pena destacar que países com economia estável têm, com certeza, meno- res taxas médias e valores de prêmio menores, devido a não volatização do mercado financeiro. Podemos dizer, então, que as vigas mestras que sustentam os seguros são as probabilidades de ocorrência de risco e a taxa de juros técnicos. Cabe dizer aqui que, após eleita certa taxa de ju- ros para determinado seguro, esta o acompanha- rá durante toda a sua vigência. SEGUROS5 Saiba maisSaiba mais Veja, portanto, quais sãoos principais fatores que in- correm no risco, na formulação de diversos tipos de seguros de vida, e que, junto às funções biométricas e de comutação, são base para o cálculo dos prê- mios. Perceba que tais fatores podem vir sozinhos ou podem ser colocados juntos no cálculo do valor: • duração da cobertura; • vigência do seguro; • forma de pagamento dos prêmios – postecipado ou antecipado; • periodicidade do pagamento – mensal, anual etc.; • forma de pagamento da quantia segurada – ca- pital ou renda; • período de tempo para o pagamento da cobertu- ra – vitalício ou temporário. Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Segundo Ferreira (1985), podem-se classifi- car os seguros de vida individual em: �� seguros de sobrevivência; �� seguros em caso de morte; �� seguros mistos. Podemos definir os seguros em caso de morte como aqueles em que, ao falecimento do segurado, os beneficiários que constam na apóli- ce são indenizados. Essa modalidade é dividida em dois grupos: Seguro Temporário Nesse caso, tem-se que o segurado é cober- to dentro de certo período de tempo predefinido. Caso o segurado faleça antes desse tempo, os be- neficiários não terão direito ao capital segurado. O seguro temporário é dividido em duas classes distintas: �� imediato; �� diferido. Essas classes estão ligadas ao instante tem- poral da cobertura do seguro. No imediato, o se- gurado é coberto a partir da data da assinatura da apólice e o seguro estende-se até um prazo já de- terminado para terminar. Já no diferido, há uma data a partir da qual a cobertura irá acontecer e uma data para seu término; fora, desse prazo, tal- vez não haja nenhum tipo de indenização. Vejamos, então, como se calcula o prêmio puro que o segurado deverá pagar nos casos ci- tados; observe que, também para os valores de comercialização, devem-se colocar a taxa de car- regamento (prêmio comercial) e os valores de co- brança de impostos (prêmio bruto). Portanto, temos, agora, a expressão dos prêmios para cada caso citado: �� seguro imediato temporário: Q. D MM A x nxx xn| +−= �� seguro diferido temporário: Q. D MM A x nmxmx xm|n +++ −= Vejamos a aplicação dessas expressões num exemplo: Ricardo, que tem 35 anos, quer fazer um seguro de vida de um capital segurado de R$ 100.000,00, porém está em dúvida de qual forma o faz, usando a tabela AT-2000, com juros de 6% ao ano: a) que seja imediato, mas que termine quando fizer 65 anos; b) que seja diferido, comece quando ele tiver 45 anos e termine quando tiver 65 anos. 5.1 Seguros em Caso de Morte AtençãoAtenção Para conseguirmos a expressão do prêmio puro, devemos conhecer a equação que rege o prin- cípio de equivalência atuarial, o qual diz que, na data da determinação do prêmio, deve haver um equilíbrio entre o Valor Atual dos Prêmios devi- dos pelo segurado (VAP) e o Valor Atual dos Be- nefícios prometidos pelo segurador (VAB) (FANA, MARTÍNEZ; ZANÓN, 1999). Sendo assim, temos que ter: (VAP) = (VAB). Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Resolução: a) Nesse caso, vamos dispor os elementos de nosso problema em nossa fórmula e buscar os dados na tábua indicada: | . . . , , . ,30 35 35 35 30 35 35 65 35 1 151 32 707 60 12 735 A M M D Q M M D Q= − = − = −+ 888 100 000 00 3 011 5430 35 . . , . ,|Prêmio = =A Note que o valor à esquerda de A é a di- ferença entre a idade em que se quer ter- minar o prazo e a idade que ele tem no momento. Para obter os valores, tem-se que ir à tabela e procurar, nas linhas das idades indicadas, os valores das colunas com as funções indicadas nos cálculos. b) Usando a expressão indicada: 10 20 35 35 10 35 10 20 35 45 65 35 10 20 35 1 053 | | . . . , A M M D Q M M D Q A = − = − = + + + 448 707 60 12 735 88 100 000 00 2 715 79− =, . , . . , . , Seguem-se as mesmas orientações do cál- culo anterior, frisando que: �� 10 = 45 - 35 (idade do início do prazo de cobertura – idade atual); �� 20 = 65 - 45 (idade final do prazo de co- bertura – idade do início do prazo); �� 35 = idade atual de contratação do se- guro. Seguro Vitalício Já nesses casos, cobre-se o risco de forma vi- talícia, independentemente do instante da morte do segurado. O valor obtido pelo cálculo é o valor que o segurado deve dar em cota única para estar coberto de um dado valor no momento do sinistro. Também é chamado seguro de vida inteira. Usa-se a mesma equação atuarial, mas com os riscos desse tipo de apólice, que também é di- vidido em imediato e diferido. No caso do imedia- to, logo após o pagamento do valor que vamos calcular, o segurado já está coberto por toda a sua vida; já no caso do diferido, a cobertura dá-se na data prevista ao deferimento, sendo que os bene- ficiários correm o risco de nada receber de inde- nização caso o segurado venha a falecer antes da data estipulada. A seguir, vemos as expressões para os prê- mios puros nos casos de renda vitalícia imediata e diferida: �� seguro imediato vitalício: Q. D MA x x x = �� seguro diferido vitalício: Q. D MA x nx x/n += Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 Veja, agora, alguns exemplos. Saiba maisSaiba mais Depois de conhecer os valores dos prêmios para os seguros temporários, Ricardo ficou tentado em conhecer os valores dos seguros vitalícios. Então, para uma mesma importância segurada (capital segurado) de R$ 100.000,00, da mesma tábua atuarial usada anteriormente, sua pergunta foi: a) Qual seria o seguro vitalício na sua idade? b) Qual será o valor do seguro vitalício se a data do deferimento for quando fizer 65 anos? Resolvendo: a) usando a expressão que nos indica o prêmio para a renda vitalícia, temos: A M D Q35 35 35 1 151 72 12 735 88 100 000 00 9 043 11 = = = . . , . , . . , . ,Prêmio b) usando a expressão indicada para o caso: 30 35 35 30 35 65 35 707 60 12 735 88 100 000 00/ . . , . , . . ,A M D Q M D Q= = =+ Prêmiio = 5 555 96. , Vamos, agora, para uma nova modalidade de seguro de vida, do tipo sobrevivência. 5.2 Seguros de Sobrevivência Podemos definir seguros de sobrevivência como aqueles em que o segurado tanto pode ser indenizado se vencer o prazo de sua apólice quanto seus beneficiários receberem a indeniza- ção no caso de seu falecimento. Para tal, é necessário que todos os segu- rados formem um fundo, em que se deve pagar uma parcela única correspondente à expressão a seguir. Note que não faremos a dedução dessa expressão, mas ela se apoia na equação do equi- líbrio atuarial. Q. D D E x nx xn += A seguir, observe um exemplo: Maria José, que está com 41 anos, fará um seguro de sobre- vivência para que receba um valor de capital se- gurado de R$ 50.000,00 quando fizer 60 anos. Sa- bendo que o corretor usou a tabela AT-2000, com juros de 6% ao ano, qual a valor do prêmio único e puro que ela deverá pagar? Resolução: Basta que apliquemos a expressão, mas tome cuidado que o valor de n = idade no final do prazo – idade atual e que utilizare- mos a tábua citada: Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 19 41 41 19 41 60 41 2 758 94 8 931 09 50 000 00E D D Q D D Q= = =+ . . . , . , . . , Prêmioo =15 445 71. , 5.4 Resumo do Capítulo 5.3 Seguros Mistos Modalidade na qual se combinam os casos de seguro por morte e sobrevivência. O valor do prêmio puro é calculado pela soma dos tipos de coberturas efetuados pelo seguro. Note que há diversas formas de formular o seguro para o caso, combinando os tipos ante- riormente destacamos, mas à guisa de exemplo, a seguir observe um caso em que o seguro usa uma cobertura de morte temporária mais a de sobre- vivência: Giovanna, que tem 30 anos, gostaria de saber qual será o prêmio único e puro a pagar se contratar um seguro misto, que cubra seu faleci- mento ou, no caso de ela sobreviver 10 anos, re- ceba ovalor de capital segurado de R$ 50.000,00 (usar a tabela AT-2000, i = 6% ao ano). Resolução: Usando as expressões que já estudou, você tem: No caso, iremos somar as expressões do seguro desobrevivênccia e a cobertura por morte temporária: A E D D Qx n n x x n x : .¬ = = + ++ = − = ¬ = − + = + + + + + n m x x x n x x n x x n x n X A M M D Q A M M D D Q M M D D | : . . .30 40 40 30 QQ Ax n = ¬ − + =: . , . , . , . , . . ,1 208 46 1 106 68 9 476 84 17 110 84 100 000 00 Prêmmio = 55 979 84. , Você termina este capítulo neste ponto e se prepara, agora, para estudar os seguros de rendas, em que verá casos de pagamentos em série dos mais diversos tipos. Agora, re- leia os conceitos que estão assinalados no resumo a seguir. Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, você viu: �� o conceito de seguro de pessoas e suas implicações; �� o conceito de seguro de sobrevivência; Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 �� alguns exemplos de cálculo. Portanto, agora você está pronto(a) para as atividades; realize-as com atenção. 1. O que é um seguro de sobrevivência? 2. O que são seguros mistos? 3. O que é um seguro em caso de morte? 5.5 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Caro(a) aluno(a), Você pode definir renda como certo valor em dinheiro que se dará, por um determinado intervalo de tempo ou pelo resto da vida, de for- ma periódica, a uma seguradora, banco, fundo de pensão ou previdência social. Mas como são divididas e classificadas as rendas? Este é o assun- to tratado neste capítulo; assim, você verá: �� conceito de renda financeira e atuarial; �� tipos de renda; �� classificação e conceituação das rendas atuariais. 6.1 Conceituando Rendas Financeiras e Atuariais RENDAS6 A renda financeira é o tipo de renda (paga- mentos periódicos por determinados intervalos de tempo) em que não ocorre nenhuma eventua- lidade, ou seja, após fixados os pagamentos, seus valores não variam e não há indenização para o segurado caso ocorra algum tipo de sinistro; além disso, são por tempo limitado. São exemplos os pagamentos de créditos pessoais, de empréstimos em geral, duplicatas, entre outros tipos de problemas ligados à mate- mática financeira. No caso, após certo período de pagamen- tos à seguradora (ou companhia de previdência privada aberta) ou o pagamento único, o segu- rado estará coberto, recebendo da empresa que contratou uma série de pagamentos: mensais, anuais e outros intervalos de tempo previamente acordados. As rendas, então, podem ser: �� tontineiras; �� antecipadas: quando pagas no início do período; �� postecipadas: quando pagas no final do período; �� crescentes ou decrescentes; �� vitalícias ou temporárias. AtençãoAtenção No caso das rendas atuariais ou aleatórias, o pa- gamento, apesar de previamente combinado, tem duração incerta. Um exemplo disso é um seguro de vida, em que a pessoa se compromete a pagar um determinado valor à seguradora por toda a sua vida, até a ocorrência do sinistro. Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 Desenvolvidas, no século XVII, por Louren- zo Tonti, representam o benefício individual a ser recebido pelo próprio comprador após uma série de pagamentos. Seu raciocínio de composição é que um gru- po com lx pessoas contribuindo, se vivas n anos em seu início, formará um fundo que, rendendo a juros, manterá os recursos necessários para pagar os sobreviventes no prazo final. Sua expressão será, portanto: / .n x x x n x n S N N D P = − + + 6.2 Rendas Tontineiras 6.3 Rendas de Sobrevivência Saiba maisSaiba mais Veja, a seguir, um exemplo do tipo: Mariana tem trinta anos e vai contribuir durante 20 anos em um plano de previdên- cia em que os prêmios anuais e constantes são fixados em R$ 2.400,00. Qual será o valor recebido por Mariana ao fim desses 20 anos? (AT-2000 e i = 0% ao ano). Solução: Utilizando as mesmas funções de comutação que usamos em seguro e seguindo as mesmas ideias na substituição dos subíndices: / / . . . ,20 20 20 20 20 20 20 20 40 40 20 20 2 400 00 6 S N N D P N N D S = − = − = = + + .. . , . . , . , . . . , . , 068 815 53 4 102 963 18 97 476 07 1 965 852 35 97 476 07 − =P .. , . , . ,/ P S x20 20 20 17 2 400 00 48 402 09 = = As de nosso interesse são as de sobrevivên- cia, que são definidas como aquelas em que a seguradora paga o valor acordado durante toda a vida do segurado, cessando os pagamentos quando do seu falecimento. Na figura a seguir, podemos ver suas divi- sões e subdivisões: Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 No geral, são esses modelos de renda que temos para os planos de previdência privada. Ve- jamos, a seguir, as expressões e exemplos para as rendas vitalícias. Renda Anual Imediata Vitalícia Antecipada Da equação do equilíbrio atuarial, temos para o caso: a N D Rx x x = . Note que R é o valor da renda desejada. Vamos ver um exemplo: João tem 45 anos e deseja receber, de forma imediata e até o fim de sua vida, o valor de R$ 1.500,00. Qual seria, então, o prêmio único e puro necessário para tal opera- ção? (usar tábua AT-2000 e i = 6% ao ano). Resolução: a N D a 45 45 45 45 1 500 00 105 651 48 7 033 95 1 500 00 15 = = = . . , . , . , . . , ,002 1 500 00 22 230 33x . , . ,= Celi Cristina Passarelli Iamazaki Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 Renda Anual Imediata Vitalícia Postecipada Nesse caso, como já vimos, o pagamento é no fim de cada ano e sua expressão é dada por: a N D Rx x x = +1 . Vamos, então, usar o exemplo anterior, só que agora de forma postecipada: a N D N D45 45 1 45 46 45 1 500 00 1 500 00 98 617 53 7 033 95 1= = =+ . . , . . , . , . , . .5500 14 02 1 500 00 21 030 3345 = = =a x, . , . , Nos próximos itens, veremos os modelos mais comumente usados nos planos de previdên- cia privada. Renda Anual Diferida Vitalícia Antecipada n x n x x a N D R/ . = + Carla contratou um plano de previdência, o qual permitirá que, a partir de 65 anos, ela rece- ba R$ 2.000,00 anualmente até o fim de sua vida. Carla, hoje, tem 40 anos; quanto deverá pagar de prêmio único e puro? (usar tábua AT-2.000 e i = 6% ao ano). Vamos resolver então: 25 40 25 40 40 65 40 2 000 00 22 406 76 9 476 84 2 0/ . . . , . , . , . .a N D R N D = = =+ 000 00 4 728 7425 40 , . ,/ a = Observe que o índice inferior à esquerda é o número de anos que faltam para sair da idade atual e chegar à idade do início dos pagamentos. Renda Diferida Vitalícia Postecipada n x n x x a N D R/ .= + +1 Veja que podemos fazer um exemplo de postecipada usando o exemplo anterior, se Car- la quisesse que os pagamentos fossem no fim do ano: Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 25 40 25 40 1 40 66 40 2 000 00 20 430 85 9 476 84 2 0/ . . . , . , . , . .a N D R N D = = =+ + 000 2 16 2 000 00 4 320 0025 40 = = =/ , . , . ,a x Agora, veremos para as rendas temporárias. Renda Anual Imediata Temporária Antecipada Nesse caso, temos a situação de alguém que quer receber seu benefício de renda estando vivo, durante certo prazo de anos, a partir de sua idade atual, no início do ano: / .n x x x n x a N N D R = − + Observe que a notação mudou: a barra que existia no subíndice, no canto esquerdo, ficou mais à esquerda do que era antes. Exemplo: Josué está com 45 anos e contra- tou um plano de previdência no qual irá receber imediatamente e no começo de cada ano um va- lor de R$ 1.500,00, se encontrar-se vivo durante 20 anos. Qual o valor do prêmio puro e único que Josué deverá pagar? (AT-2000 e i = 6% ao ano). / / . . . , . 20 45 45 20 45 45 65 45 20 105 651 48 22 a N N D R N N D R a x = − = − = = − + 4406 76 7 033 95 1 500 00 83 244 72 7 033 95 1 500
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