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Aula 03 - Princípios(1)

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1. Identificar, distinguir e comparar os 
princípios da Administração Pública.
2. Identificar aplicações dos princípios 
em situações concretas.
I. Objetivo
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1. Princípios Explícitos e Implícitos
2. Legalidade
3. Supremacia do interesse público
4. Impessoalidade
5. Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
6. Especialidade
7. Controle ou tutela
8. Autotutela
II. Roteiro
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9. Hierarquia
10. Continuidade do serviço público
11. Publicidade
12. Moralidade administrativa
13. Razoabilidade e proporcionalidade
14. Motivação
15. Eficiência
II. Roteiro
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1) Princípios Explícitos e Implícitos
Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: (...)
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1) Princípios Explícitos e Implícitos
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência 
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2) Legalidade
Constituição Federal:
Art. 5º. (...)
II - ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei;
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2.1) Legalidade: Origem
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“Os Lords espirituais e temporais e 
os membros da Câmara dos Comuns 
declaram, desde logo, o seguinte:
... que é ilegal a 
faculdade que se 
atribui à autoridade 
real para suspender 
as leis ou seu 
cumprimento;
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2.1) Legalidade: Origem
... que é ilegal toda cobrança de impostos para a 
Coroa sem o concurso do Parlamento, sob 
pretexto de prerrogativa, ou em época e modo 
diferentes dos designados por ele próprio;
... que é indispensável convocar com frequência os 
Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como 
para corrigir, afirmar e conservar as leis;”
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2.2) Legalidade: Fundamentos
2.2.1) Autoconsentimento
“O que diferencia a lei é que 
esta consiste no 
reconhecimento da 
necessidade da renúncia de 
parte dos direitos individuais 
em favor de um interesse da 
coletividade, por meio de seus 
legítimos representantes. 
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2.2) Legalidade: Fundamentos
2.2.1) Autoconsentimento
“(...) Por isso, o princípio da legalidade consiste 
no próprio fundamento do Estado de Direito não 
somente sob o aspecto formal (propiciando a 
segurança jurídica mediante o estabelecimento 
de regras gerais e abstratas), mas, 
principalmente, porque se constitui na forma 
pela qual é instituída a supremacia da vontade 
popular.”
TOGNETTI, Eduardo. Sanções administrativas aplicadas pelo 
Banco Central do Brasil. São Paulo: Kindle, 2017.
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2.2) Legalidade: Fundamentos
2.2.1) Autoconsentimento
“(...) Por isso, o princípio da legalidade consiste 
no próprio fundamento do Estado de Direito não 
somente sob o aspecto formal (propiciando a 
segurança jurídica mediante o estabelecimento 
de regras gerais e abstratas), mas, 
principalmente, porque se constitui na forma 
pela qual é instituída a supremacia da vontade 
popular.”
TOGNETTI, Eduardo. Sanções administrativas aplicadas pelo 
Banco Central do Brasil. São Paulo: Kindle, 2017.
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2.2) Legalidade: Fundamentos
2.2.2) Divisão de poderes
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o 
mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou
do povo exercesse os três 
poderes: o de fazer as leis, o de 
executar as resoluções públicas e 
o de julgar os crimes ou as 
querelas entre os particulares.”
MONTESQUIEU, Charles de Secondat. 
O espírito das leis. São Paulo: Martins 
Fontes, 2000, p. 167-168.
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2.2) Legalidade: Fundamentos
2.2.3) Função administrativa
um dever. Então, pode-se perceber 
que o eixo metodológico do Direito 
Público não gira em torno da ideia 
de poder, mas gira em torno da 
ideia de dever.”
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Discricionariedade
e controle jurisdicional. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. p. 13-14.
“Na função o sujeito exercita um poder, porém o 
faz em proveito alheio, e o exercita não porque 
acaso queira ou não queira. Exercita-o porque é
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2.3) Legalidade: Supremacia e reserva da 
Lei
“( ...) princípio da supremacia ou prevalência da lei 
(Vorrang des Gesetzes) e o princípio da reserva de lei 
(Vorbehalt des Gesetzes). Estes princípios permanecem 
válidos, pois num Estado democrático-constitucional a 
lei parlamentar é, ainda, a expressão privilegiada do 
princípio democrático (daí a sua supremacia) e o 
instrumento mais apropriado e seguro para definir os 
regimes de certas matérias, sobretudo dos direitos 
fundamentais e da vertebração democrática do Estado 
(daí a reserva da lei).”
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e a teoria da 
Constituição. 3ª ed. Coimbra: Almedina, 1999. p. 251.
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2.3) Legalidade: Supremacia e reserva da 
Lei
A lei deve sempre prevalecer 
sobre as demais normas – que não 
são editadas pelo Parlamento
Determinadas matérias, que são 
fundamentais, somente podem ser 
tratadas por lei
Supremacia da 
Lei
Reserva da Lei
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2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e 
Sujeição Especial
“Tal elemento é devido ao fato de que a instituição de 
vínculo principal torna necessário um ingresso do 
particular, pessoalmente, na esfera jurídica e material –
ou ainda que simplesmente jurídica – da Administração, 
a fim de tornar necessária uma especial disciplina mais 
acentuada – fundada precisamente em um estado de 
sujeição especial do indivíduo – do comportamento 
pessoal do próprio particular, a fim de obter uma 
melhor implementação do vínculo. (...) 
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2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e 
Sujeição Especial
(...) Típico exemplo de contato do indivíduo com a 
esfera jurídica da administração, verifica-se no caso do 
exercício de uma função ou de um serviço público, seja 
quem o execute entre no âmbito da verdadeira e 
própria administração pública, seja permaneça, ao 
invés, na condição de privado.”
ALESSI, Renato. Diritto amministrativo. Milano: Giuffrè, 1949, p. 181-182.
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2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e 
Sujeição Especial
Os atos infralegais não podem 
estabelecer direitos e deveres
A Lei atribui a autoridade o poder 
de editar regras para casos 
particulares
Sujeição Geral
Sujeição 
Especial
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2.5) Legalidade: Termos Técnicos e 
Conceitos Jurídicos Indeterminados
O Sentido é dado por outras áreas
do conhecimento a partir de 
estudos científicos
Termo Técnico
Liquidez de 
uma empresa
Substância 
entorpecente
Doença 
contaminável
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2.5) Legalidade: Termos Técnicos e 
Conceitos Jurídicos Indeterminados
Depende da avaliação subjetiva 
pelo aplicador da norma a partir 
de cada contexto. 
Conceito 
Jurídico 
Indeterminado
Ato ob
sceno 
em púb
lico
Exibir manobra 
perigosa
Portar-se de modo 
inconveniente ou 
desrespeitoso
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3) Supremacia do interesse público
“Trata-se de verdadeiro axioma reco-
nhecível no moderno Direito Público. 
Proclama a superioridade do interesse 
da coletividade, firmando a prevalência 
dele sobre o do particular, como condi-
ção, até mesmo, da sobrevivência e 
asseguramento deste último.
É pressuposto de uma ordem social es-
tável, em que todos e cada um possam 
sentir-se garantidos e resguardados. 
(...)
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3) Supremacia do interesse público
...No campo da Administração, deste 
princípio procedem as seguintes 
consequências ou princípios 
subordinados:
a) posição privilegiada do órgão 
encarregado de zelar pelo interesse 
público e de exprimi-lo, nas relações 
com os particulares; ...
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3) Supremacia do interesse público
....
b) posição de supremacia 
do órgão nas mesmas 
relações;
c) restrições ou sujeições 
especiais no desempenho 
da atividade de natureza 
pública.”
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. 
Curso de direito administrativo. 33ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2016. p. 68. Imagem 7
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3) Supremacia do interesse público
3.1) Interesse Primário e Secundário
Interesse coletivo,geral, de todos.
Interesse do Estado enquanto 
pessoa jurídica.
Interesse 
Público 
Primário
Interesse 
Público 
Secundário
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3) Supremacia do interesse público
3.2) Conflito entre Interesse Primário e Secundário
Interesse Público 
Primário
Interesse Público 
Secundário
Seria possível haver conflito entre o 
interesse público primário e 
secundário? Imagine um exemplo.
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3) Supremacia do interesse público
3.2) Crítica
BINENBOJN, Gustavo. Uma teoria do direito admi-
nistrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 98.
melhor solução consubstancia-
se na vitória do interesse públi-
co. O "princípio" em si afasta o 
processo de ponderação, fe-
chando as portas para os inte-
resses privados envolvidos.”
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“Com efeito, nota-se que não há como 
conciliar no ordenamento jurídico um 
"princípio" que, ignorando as nuances 
do caso concreto, pré-estabeleça que a
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4) Impessoalidade
“No primeiro sentido, o princípio estaria relacionado 
com a finalidade pública que deve nortear toda a 
atividade administrativa. Significa que a 
Administração não pode atuar com 
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas 
determinadas, uma vez que é sempre 
o interesse público que tem que nortear 
o seu comportamento. ”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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4) Impessoalidade
“No segundo sentido, o princípio significa, segundo 
José Afonso da Silva (2003:647), baseado na lição 
de Gordillo que “os atos e provimentos 
administrativos são imputáveis não ao funcionário 
que os pratica, mas ao órgão ou entidade 
administrativa da Administração Pública, de sorte 
que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas 
o órgão que formalmente manifesta a vontade 
estatal”.”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
“Presunção de legitimidade - é a qua-
lidade, que reveste tais atos, de se 
presumirem verdadeiros e conformes 
ao Direito, até prova em contrário. Isto 
é: milita em favor deles uma presunção 
juris tantum de legitimidade; salvo ex-
pressa disposição legal, dita presunção 
só existe até serem questionados 
em juízo. ...
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
... Esta, sim, é uma característica comum
aos atos administrativos em geral; as 
subsequentemente referi-
das não se aplicam aos 
atos ampliativos da esfera 
jurídica dos administrados.”
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. 
Curso de direito administrativo. 33ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2016. p. 68. Imagem 7
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
“A validade é, pois, a característica 
substantiva de qualquer ato 
administrativo, dela decorrendo a 
presunção de validade, analiticamente 
expressada por uma quádrupla 
presunção: de veracidade, de 
legalidade, de legitimidade e de licitude, 
que subsistirá até prova em contrário, 
...
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
... como decorrência da 
própria natureza estatal 
do ato administrativo.”
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. 
Curso de direito administrativo. Rio de 
Janeiro: Foreuse, 2001. p. 138.
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
Lei do Processo Administrativo 
Federal (Lei n.º 9.784/99 - LPA):
“Art. 36. Cabe ao interessado a 
prova dos fatos que tenha alegado, 
sem prejuízo do dever atribuído ao 
órgão competente para a instrução e 
do disposto no art. 37 desta Lei.”
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
Constituição Federal:
“Art. 5º (...)
LIV - ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal;”
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
“(...) em muitos casos, o modelo da LPA 
impõe ao administrado a necessidade 
de produção de prova negativa, o que 
dificulta, se não impossibilita, 
a sua defesa. A situação toma
maiores proporções no exer-
cício da atividade sanciona-
dora pela Administração.”
TOGNETTI, Eduardo, Atributos do Ato 
Administrativo, p. 351.
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5) Presunção de legitimidade ou de 
veracidade
“Ausência de nulidade das penalidades. 
Destarte, a autora não comprovou qualquer 
irregularidade na autuação perpetrada pela 
ré,́ ônus que lhe incumbia. Tal fundamento 
encontra respaldo nos julgados desta Corte 
que assentam entendimento no sentido de 
que o ato administrativo goza de presunção 
juris tantum de legitimidade, a qual somente 
poderá ser afastada por prova em contrário a 
cargo do administrado (...). O que, no caso 
concreto, não foi realizado.”
STJ. Ag Regn.º 957.491-RS, Rel. Ministro 
Herman Benjamin, da 2ª T., j. 4/8/2009
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6) Especialidade
“Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas 
administrativas – as autarquias – como forma de 
descentralizar a prestação de serviços públicos, 
com vistas à especialização de função, a lei que cria 
a entidade estabelece com precisão as finalidades 
que lhe incumbe atender, de tal modo que não 
cabe aos seus administradores afastar-se dos 
objetivos definidos na lei; isto precisamente pelo 
fato de não terem a livre disponibilidade dos 
interesses públicos. .... ”
38
6) Especialidade
... Embora esse princípio seja 
normalmente referido às 
autarquias, não há razão para 
negar a sua aplicação quanto às 
demais pessoas jurídicas, 
instituídas por lei, para integrarem 
a Administração Pública Indireta.”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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7) Controle ou Tutela
“Entre nós, o controle das 
autarquias realiza-se na 
tríplice linha política, 
administrativa e financeira, 
mas todos esses controles 
adstritos aos termos da lei 
que os estabelece.”
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 20. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 314. 
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8) Autotutela
“Como corolários de 
determinados princípios, outros 
emergem. A autotutela 
administrativa é a faculdade de a 
Administração rever seus próprios 
atos ou de seus entes 
administrativos descentralizados.”
FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito administrativo. 8. 
ed. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 69.
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8) Autotutela
Súmula STF 346: A Administração Pública 
pode declarar a nulidade dos próprios atos. 
Súmula STF 473: A Administração pode 
anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles 
não se originam direitos, ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial. 
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9) Hierarquia
“Em consonância com o princípio 
da hierarquia, os órgãos da 
Administração Pública são 
estruturados de tal forma que se 
cria uma relação de coordenação 
e subordinação entre uns e 
outros, cada qual com atribuições 
definidas na lei.”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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10) Continuidade do serviço público
"O serviço público responde, por definição, a uma 
necessidade de interesse geral; ora, a satisfação do 
interesse geral não poderia admitir a descontinuidade; 
toda interrupção traz o risco de introduzir, na via da 
coletividade, os transtornos os mais graves.
A jurisprudência construiu então o princípio da 
continuidade do serviço público, em virtude do qual o 
funcionamento do serviço não pode tolerar 
interrupções.”
RIVERO Jean. WALINE Jean. Droit Administratif. 14. ed. 
Paris: Précis Dalloz, 1992. p. 388/389.
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Constituição Federal:
Art. 5º. (...)
XXXIII - todos têm direito a receber 
dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas 
cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado;
11) Publicidade
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11) Publicidade
Lei nº 12.527/2011:
“Art. 5º É dever do Estado garantir o 
direito de acesso à informação, que 
será franqueada, mediante 
procedimentos objetivos e ágeis, de 
forma transparente, clara e em 
linguagem de fácil compreensão.”
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“Como a Administração jamais maneja interesses, 
poderes ou direitos pessoais seus, surge o dever da 
absoluta transparência. "Todo poder emana do povo 
e em seu nome é exercido" (C.F. art. 1º, § 1º). É
óbvio, então, que o povo, titular do poder, tem direi-
to de conhecer tudo o que concerne à Administra-
ção, de controlar passo a passo o exercício do poder.
À margem disso, qualquer administrado atingido 
pela Administração, é dizer, que de qualquer modo 
seja destinatário, prejudicado ou atendido por um 
ato administrativo, tem o direito individual de ... 
11) Publicidade
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... conhecer este ato, suas razões, sua base fática e 
jurídica, para poder defender-se.
Em consequência, seja em nome da limpidez da 
atividade administrativa, seja para garantia de 
direitos individuais, a Administração tem o dever da 
publicidade.”
11) Publicidade
SUNDFELD, Carlos Ary. Princípio da 
Publicidade Administrativa. RDA: Rio de 
Janeiro: Forense, v. 199: p. 97-110, 1995. 
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12) Moralidade administrativa
“A Lei nº 9.784/99:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, 
dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, (...).
Parágrafo único. Nos processos 
administrativos serão observados, entre 
outros, os critérios de: (...)
IV - atuação segundo padrões éticos de 
probidade, decoro e boa-fé;”
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“... o agente administrativo, como ser 
humano dotado da capacidade de atuar, 
deve, necessariamente, distinguir o Bem do 
Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, 
não poderá desprezar o elemento ético de 
sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o 
injusto, o conveniente e o inconveniente, o 
oportuno e o inoportuno, mas também entre 
o honesto e o desonesto.”
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 20. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 84. 
12) Moralidade administrativa
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13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.1) O Devido Processo Legal
Constituição Federal:
“Art. 5º (...)
LIV - ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal;”
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John Adams
Thomas Jefferson
"Midnight
Judges"
William 
MARBURY
Nomeado 
juiz de paz
James 
MADISON
recusou
entrega
do ato de 
nomeação
Secretário 
de Estadowrit of 
mandamus
13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.2) Origem
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John Marshall
4º Chief Justice 
dos Estados 
Unidos
(1801–1835)
Marbury v. Madison: a Suprema 
Corte estabeleceu que:
ØEra um órgão de controle de 
constitucionalidade (o que não 
era conferido pela Constituição 
expressamente)
ØOnde a Constituição e a lei 
impusessem um dever ao 
Executivo, o Judiciário poderia 
determinar seu cumprimento.
13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.2) Origem
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John 
Marshall
① a supremacia da Constituição: “Todos 
aqueles que elaboraram constituições 
escritas encaram-na como a lei 
fundamental e suprema da nação”. 
② nulidade da lei que contrarie a 
Constituição: “Um ato do Poder 
Legislativo contrário à Constituição é 
nulo”. 
ØEnunciou os três grandes fundamentos que 
justificam o controle judicial de constitucionalidade:
13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.2) Origem
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o sentido das leis. Se a lei
estiver em oposição à 
constituição a corte terá de 
determinar qual dessas 
normas conflitantes regerá a 
hipótese.”
③O Poder Judiciário é o intérprete 
final da Constituição: “É 
enfaticamente da competência do 
Poder Judiciário dizer o Direito, 
13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.2) Origem
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13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.3) Histórico
“Foi com essa índole essencialmente
processualista que a garantia do
devido processo legal vigorou na
velha Inglaterra, por imposição da
Magna Carta, e daí ingressou nas
Cartas coloniais da América do Norte
e, depois, na 5a e 14a Emendas da
Constituição dos Estados Unidos. ...
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13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.3) Histórico
... Concebida, de inicio, como um
requisito de validade da jurisdição
penal, estendeu-se, em seguida, à
jurisdição civil e, mais recentemente,
aos procedimentos administrativos
instaurados no âmbito da
Administração Pública.”
CASTRO, Carlos R. Siqueira. O devido processo legal e os princípios da 
razoabilidade e da proporcionalidade. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 29.
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13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.4) Mutação
Inicialmente: proibição da tortura ou da confissão
forçada no processo penal.
2º Momento: Devido Processo Legal
Processual: Determinação que nos processos em
geral seja dada a ampla defesa e o direito ao
contraditório
3º Momento: Devido Processo Legal
Substantivo: Determinação de que a sentença a
ser aplicada seja justa: o Poder Judiciário para a
controlar se as leis são justas ou não e afastam a
aplicação das normas arbitrárias.
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13) Razoabilidade e proporcionalidade
13.5) Teste da razoabilidade
Adequação: a medida deve ser útil e
adequada aos fins que se destina.
Justa medida: proibição do excesso.
Necessidade: a medida que cria
restrições é imprescindível?
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14) Motivação
“O princípio da motivação exige que a Admi-
nistração Pública indique os fundamentos de 
fato e de direito de suas decisões. 
(...) A sua obrigatoriedade se 
justifica em qualquer tipo de ato, 
porque se trata de formalidade 
necessária para permitir o 
controle de legalidade dos atos 
administrativos.”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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14) Motivação
“A Lei no 9.784/99:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, 
dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, (...).
Parágrafo único. Nos processos 
administrativos serão observados, entre 
outros, os critérios de: (...)
VII - indicação dos pressupostos de fato 
e de direito que determinarem a 
decisão;”
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15) Eficiência
“Assim, princípio da eficiência é o que impõe à
Administração Pública direta e indireta e a seus agentes 
a persecução do bem comum, por meio do exercício de 
suas competências de forma imparcial, neutra, 
transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e 
sempre em busca da qualidade, primando pela adoção 
dos critérios legais e morais necessários para a melhor 
utilização possível dos recursos públicos, de maneira a 
evitar desperdícios e garantir uma maior rentabilidade 
social.”
ARAGÃO, Alexandre Santos. O princípio da eficiência. RDA, vol. 237. Rio de 
Janeiro: Forense, 2004, p. 181-182.
62
“O princípio da eficiência apresenta, na 
realidade, dois aspectos: pode ser 
considerado em relação ao modo de atuação 
do agente público, do qual se espera o 
melhor desempenho possível de suas 
atribuições, para lograr os melhores 
resultados; ...
15) Eficiência
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22
... e em relação ao modo de 
organizar, estruturar, disciplinar 
a Administração Pública, 
também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores 
resultados na prestação do 
serviço público.”
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis-
trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
Im
ag
em
 9
15) Eficiência
64
16) Segurança jurídica, proteção à 
confiança e boa-fé
“A Lei nº 9.784/99:
Art. 2º (...).
Parágrafo único. Nos processos 
administrativos serão observados, entre 
outros, os critérios de: (...)
XIII - interpretação da norma administrativa 
da forma que melhor garanta o atendimento 
do fim público a que se dirige, vedada 
aplicação retroativa de nova interpretação.”
65
Q1) (OAB/2017) Determinada empresa apresenta
impugnação ao edital de concessão do serviçopúblico
metroviário em determinado Estado, sob a alegação de
que a estipulação do retorno ao poder concedente de
todos os bens reversíveis já amortizados, quando do
advento do termo final do contrato, ensejaria
enriquecimento sem causa do Estado.
Assinale a opção que indica o princípio que justifica tal
previsão editalícia.
V) Questões
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23
(A) Desconcentração.
(B) Imperatividade.
(C) Continuidade dos Serviços Públicos.
(D) Subsidiariedade.
V) Questões
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Q2) (OAB/2015) O Estado X publicou edital de concurso
público de provas e títulos para o cargo de analista
administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira
fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com
questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais
bem classificados na primeira fase avançariam para a
realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação
dos resultados da primeira fase, é publicado um edital
complementar estabelecendo que os 200 (duzentos)
candidatos mais bem classificados avançariam à segunda
fase e prevendo uma nova forma de composição da
pontuação global.
V) Questões
68
Nesse caso,
(A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da
impessoalidade, advindo da adoção de novos critérios de
pontuação e da ampliação do número de candidatos na
segunda fase.
(B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais
candidatos na primeira fase não gera prejuízo aos
candidatos e ainda permite que mais interessados
realizem a prova de segunda fase.
V) Questões
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24
(C) a alteração não é válida, porque o edital de um
concurso público não pode conter cláusulas ambíguas.
(D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência
de provimento dos cargos mediante concurso público de
provas e títulos.
V) Questões
70
Q3) (OAB/2015) Considere a seguinte situação
hipotética.
O diretor-geral de determinado órgão público federal
exarou despacho concessivo de aposentadoria a um
servidor em cuja contagem do tempo de serviço fora
utilizada certidão de tempo de contribuição do INSS,
falsificada pelo próprio beneficiário.
Descoberta a fraude alguns meses mais tarde, a referida
autoridade tornou sem efeito o ato de aposentadoria.
V) Questões
71
Na situação hipotética considerada, o princípio administrativo
aplicável ao ato que tornou sem efeito o ato de aposentadoria
praticado é o da
(A) autotutela.
(B) indisponibilidade dos bens públicos.
(C) segurança jurídica.
(D) razoabilidade das decisões administrativas.
V) Questões
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Q4) (CESPE - 2018 - TCE-MG - Analista de Controle
Externo - Ciências Contábeis) O tribunal de contas de um
estado, ao analisar as contas de determinado prefeito,
verificou que houve gasto de recursos públicos com a
elaboração de cartilhas escolares com nomes, símbolos
e imagens que caracterizavam a promoção pessoal de
autoridades públicas do município.
V) Questões
73
Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou
especialmente o princípio da
(A) boa-fé.
(B) razoabilidade.
(C) impessoalidade.
(D) economicidade.
(E) eficiência.
V) Questões
74
Q5) (FCC - 2018 - Prefeitura de Caruaru - PE -
Procurador do Município) Em relação aos princípios que
regem a atuação da Administração Pública, é correto
afirmar que
(A) em relação ao princípio da legalidade, a
Administração Pública não é obrigada a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
(B) o princípio da eficiência impõe ao agente público um
modo de atuar que produza resultados favoráveis à
consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado.
V) Questões
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(C) o princípio da eficiência, dada a sua natureza
finalística, é prevalente em face do princípio da
legalidade.
(D) são aplicáveis à Administração Pública
exclusivamente aqueles princípios mencionados no
caput do art. 37 da Constituição da República Federativa
do Brasil, que são o da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da publicidade e da eficiência.
V) Questões
76
(E) o princípio da publicidade decorre do direito dos
administrados em ter acesso a informações de interesse
particular ou coletivo e, por essa razão, não admite a
existência de informações públicas sigilosas.
V) Questões
77
Q6) (NC-UFPR - 2018 - Câmara de Quitandinha - PR –
Advogado) O particular pode fazer tudo o que a lei não
proíbe e a Administração Pública só pode fazer o que a
lei determina ou autoriza. Essa afirmativa refere-se ao
princípio da:
(A) proporcionalidade.
(B) moralidade.
(C) obrigatoriedade.
(D) contradição.
(E) legalidade.
V) Questões
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Q7) (TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz
Federal Substituto)
São princípios constitucionais implícitos ou reconhecidos
da Administração Pública, porquanto consectários
lógicos dos preceitos da Lei Maior:
(A) Impessoalidade e eficiência.
(B) Razoabilidade e legalidade.
(C) Segurança jurídica e moralidade.
(D) Prevalência do interesse público e proporcionalidade.
V) Questões
79
PIETRO, DI, Maria Zanella. Direito
Administrativo. 31ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2018. Cap. 2.
SUNDFELD, Ari; MONTEIRO, Vera. -
Introdução ao direito Administrativo.
São Paulo: Saraiva, 2007. Série
GVLAW Direito Administrativo. Cap. 1.
VI) Leitura indicada
80
DI PIETRO, Maria Zanella. Discricionariedade Administrativa
NaConstituiçãoDe1988. SãoPaulo: Atlas, 2012.
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Mutações do direito
administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.
NOHARA, Irene Patrícia. Reforma administrativa e
burocracia: impacto da eficiência na configuração do
direito administrativo brasileiro. SãoPaulo: Atlas, 2012.
TOGNETTI, Eduardo. Atributos do ato administrativo. In: DI
PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RIBEIRO, Carlos Vinícius
Alves (Orgs.). Supremacia do interesse público, e outros
temas relevantes do direito administrativo. São Paulo:
Atlas, 2010.
VII) Leitura suplementar
81
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Q1) C
Q2) A
Q3) A
Q4) C
Q5) B
Q6) E
Q7) D
Gabarito
82
Imagem 0: https://www.ideegreen.it/come-pulire-il-marmo-29525.html
Imagem 1: https://www.psychologytoday.com/us/blog/turning-straw-gold/201306/four-common-misconceptions-
about-the-bill-rights
Imagem 2: https://www.amazon.com/English-Civil-War-History-Beginning-ebook/dp/B01M70PHTW
Imagem 3: https://www.amazon.com/San%C3%A7%C3%B5es-Administrativas-aplicadas-Central-Portuguese-
ebook/dp/B071RBS848/ref=sr_1_1?keywords=Eduardo+Tognetti&qid=1551651819&s=digital-text&sr=1-1-catcorr
Imagem 4: http://www.greatthoughtstreasury.com/author/charles-de-montesquieu-formally-charles-louis-de-
secondat-baron-de-la-br%C3%A8de-et-de-montesquieu
Imagem 5: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/bandeira-de-mello-se-eu-fosse-do-pt-pediria-que-o-
presidente-do-supremo-fosse-processado/
Imagem 6: https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI238511,41046-Gustavo+Binenbojm+lanca+no+RJ+
livro+sobre+poder+de+policia
Imagem 7: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/bandeira-de-mello-se-eu-fosse-do-pt-pediria-que-o-
presidente-do-supremo-fosse-processado/
Imagem 8: http://www.medinaosorio.com.br/dr-diogo-de-figueiredo-moreira-neto/
Imagem 9: http://www.abdconst.com.br/membros-catedraticos
Imagem 10: https://www.amazon.com.br/Supremacia-Interesse-P%C3%BAblico-Relevantes-
Administrativo/dp/8522460051/ref=sr_1_3?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ke
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Imagem 12: foto tirada da capa de exemplar de propriedade do professor
Imagem 13: https://it.wikipedia.org/wiki/John_Adams
Imagem 14: https://it.wikipedia.org/wiki/William_Marbury
Imagem 15: https://it.wikipedia.org/wiki/Thomas_Jefferson - foto editada
Imagem 16: https://it.wikipedia.org/wiki/James_Madison - foto editada
Imagem 17: https://en.wikipedia.org/wiki/John_Marshall
Imagem 18: https://ang.wikipedia.org/wiki/Ymele:Oblique_facade_2,_US_Supreme_Court.jpgImagem 19: https://www.history.com/topics/united-states-constitution
Imagem 20: https://www.rojopublicidade.com/servicos/publicidade-e-propaganda
Imagem 21: https://www.tvgazeta.com.br/videos/maria-lydia-entrevista-carlos-ari-sundfeld-prof-direito-da-fgvsp/
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