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09/03/2021 1 1 1. Identificar, distinguir e comparar os princípios da Administração Pública. 2. Identificar aplicações dos princípios em situações concretas. I. Objetivo 2 1. Princípios Explícitos e Implícitos 2. Legalidade 3. Supremacia do interesse público 4. Impessoalidade 5. Presunção de legitimidade ou de veracidade 6. Especialidade 7. Controle ou tutela 8. Autotutela II. Roteiro 3 09/03/2021 2 9. Hierarquia 10. Continuidade do serviço público 11. Publicidade 12. Moralidade administrativa 13. Razoabilidade e proporcionalidade 14. Motivação 15. Eficiência II. Roteiro 4 1) Princípios Explícitos e Implícitos Constituição Federal: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 5 1) Princípios Explícitos e Implícitos Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Imagem 0 6 09/03/2021 3 2) Legalidade Constituição Federal: Art. 5º. (...) II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 7 2.1) Legalidade: Origem 1689 “Os Lords espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns declaram, desde logo, o seguinte: ... que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento; Imagem 1 Im ag em 2 8 2.1) Legalidade: Origem ... que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio; ... que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar as leis;” 9 09/03/2021 4 2.2) Legalidade: Fundamentos 2.2.1) Autoconsentimento “O que diferencia a lei é que esta consiste no reconhecimento da necessidade da renúncia de parte dos direitos individuais em favor de um interesse da coletividade, por meio de seus legítimos representantes. Im ag em 3 10 2.2) Legalidade: Fundamentos 2.2.1) Autoconsentimento “(...) Por isso, o princípio da legalidade consiste no próprio fundamento do Estado de Direito não somente sob o aspecto formal (propiciando a segurança jurídica mediante o estabelecimento de regras gerais e abstratas), mas, principalmente, porque se constitui na forma pela qual é instituída a supremacia da vontade popular.” TOGNETTI, Eduardo. Sanções administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil. São Paulo: Kindle, 2017. 11 2.2) Legalidade: Fundamentos 2.2.1) Autoconsentimento “(...) Por isso, o princípio da legalidade consiste no próprio fundamento do Estado de Direito não somente sob o aspecto formal (propiciando a segurança jurídica mediante o estabelecimento de regras gerais e abstratas), mas, principalmente, porque se constitui na forma pela qual é instituída a supremacia da vontade popular.” TOGNETTI, Eduardo. Sanções administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil. São Paulo: Kindle, 2017. 12 09/03/2021 5 2.2) Legalidade: Fundamentos 2.2.2) Divisão de poderes “Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as querelas entre os particulares.” MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O espírito das leis. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 167-168. Im ag em 4 13 2.2) Legalidade: Fundamentos 2.2.3) Função administrativa um dever. Então, pode-se perceber que o eixo metodológico do Direito Público não gira em torno da ideia de poder, mas gira em torno da ideia de dever.” BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Discricionariedade e controle jurisdicional. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 13-14. “Na função o sujeito exercita um poder, porém o faz em proveito alheio, e o exercita não porque acaso queira ou não queira. Exercita-o porque é Imagem 5 14 2.3) Legalidade: Supremacia e reserva da Lei “( ...) princípio da supremacia ou prevalência da lei (Vorrang des Gesetzes) e o princípio da reserva de lei (Vorbehalt des Gesetzes). Estes princípios permanecem válidos, pois num Estado democrático-constitucional a lei parlamentar é, ainda, a expressão privilegiada do princípio democrático (daí a sua supremacia) e o instrumento mais apropriado e seguro para definir os regimes de certas matérias, sobretudo dos direitos fundamentais e da vertebração democrática do Estado (daí a reserva da lei).” CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e a teoria da Constituição. 3ª ed. Coimbra: Almedina, 1999. p. 251. 15 09/03/2021 6 2.3) Legalidade: Supremacia e reserva da Lei A lei deve sempre prevalecer sobre as demais normas – que não são editadas pelo Parlamento Determinadas matérias, que são fundamentais, somente podem ser tratadas por lei Supremacia da Lei Reserva da Lei 16 2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e Sujeição Especial “Tal elemento é devido ao fato de que a instituição de vínculo principal torna necessário um ingresso do particular, pessoalmente, na esfera jurídica e material – ou ainda que simplesmente jurídica – da Administração, a fim de tornar necessária uma especial disciplina mais acentuada – fundada precisamente em um estado de sujeição especial do indivíduo – do comportamento pessoal do próprio particular, a fim de obter uma melhor implementação do vínculo. (...) 17 2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e Sujeição Especial (...) Típico exemplo de contato do indivíduo com a esfera jurídica da administração, verifica-se no caso do exercício de uma função ou de um serviço público, seja quem o execute entre no âmbito da verdadeira e própria administração pública, seja permaneça, ao invés, na condição de privado.” ALESSI, Renato. Diritto amministrativo. Milano: Giuffrè, 1949, p. 181-182. 18 09/03/2021 7 2.4) Legalidade: Regime de Sujeição Geral e Sujeição Especial Os atos infralegais não podem estabelecer direitos e deveres A Lei atribui a autoridade o poder de editar regras para casos particulares Sujeição Geral Sujeição Especial 19 2.5) Legalidade: Termos Técnicos e Conceitos Jurídicos Indeterminados O Sentido é dado por outras áreas do conhecimento a partir de estudos científicos Termo Técnico Liquidez de uma empresa Substância entorpecente Doença contaminável 20 2.5) Legalidade: Termos Técnicos e Conceitos Jurídicos Indeterminados Depende da avaliação subjetiva pelo aplicador da norma a partir de cada contexto. Conceito Jurídico Indeterminado Ato ob sceno em púb lico Exibir manobra perigosa Portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso Im ag em 6 21 09/03/2021 8 3) Supremacia do interesse público “Trata-se de verdadeiro axioma reco- nhecível no moderno Direito Público. Proclama a superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o do particular, como condi- ção, até mesmo, da sobrevivência e asseguramento deste último. É pressuposto de uma ordem social es- tável, em que todos e cada um possam sentir-se garantidos e resguardados. (...) 22 3) Supremacia do interesse público ...No campo da Administração, deste princípio procedem as seguintes consequências ou princípios subordinados: a) posição privilegiada do órgão encarregado de zelar pelo interesse público e de exprimi-lo, nas relações com os particulares; ... 23 3) Supremacia do interesse público .... b) posição de supremacia do órgão nas mesmas relações; c) restrições ou sujeições especiais no desempenho da atividade de natureza pública.” BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 33ª ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 68. Imagem 7 24 09/03/2021 9 3) Supremacia do interesse público 3.1) Interesse Primário e Secundário Interesse coletivo,geral, de todos. Interesse do Estado enquanto pessoa jurídica. Interesse Público Primário Interesse Público Secundário 25 3) Supremacia do interesse público 3.2) Conflito entre Interesse Primário e Secundário Interesse Público Primário Interesse Público Secundário Seria possível haver conflito entre o interesse público primário e secundário? Imagine um exemplo. 26 3) Supremacia do interesse público 3.2) Crítica BINENBOJN, Gustavo. Uma teoria do direito admi- nistrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 98. melhor solução consubstancia- se na vitória do interesse públi- co. O "princípio" em si afasta o processo de ponderação, fe- chando as portas para os inte- resses privados envolvidos.” Imagem 8 “Com efeito, nota-se que não há como conciliar no ordenamento jurídico um "princípio" que, ignorando as nuances do caso concreto, pré-estabeleça que a 27 09/03/2021 10 4) Impessoalidade “No primeiro sentido, o princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. ” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Im ag em 9 28 4) Impessoalidade “No segundo sentido, o princípio significa, segundo José Afonso da Silva (2003:647), baseado na lição de Gordillo que “os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal”.” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 29 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade “Presunção de legitimidade - é a qua- lidade, que reveste tais atos, de se presumirem verdadeiros e conformes ao Direito, até prova em contrário. Isto é: milita em favor deles uma presunção juris tantum de legitimidade; salvo ex- pressa disposição legal, dita presunção só existe até serem questionados em juízo. ... 30 09/03/2021 11 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade ... Esta, sim, é uma característica comum aos atos administrativos em geral; as subsequentemente referi- das não se aplicam aos atos ampliativos da esfera jurídica dos administrados.” BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 33ª ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 68. Imagem 7 31 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade “A validade é, pois, a característica substantiva de qualquer ato administrativo, dela decorrendo a presunção de validade, analiticamente expressada por uma quádrupla presunção: de veracidade, de legalidade, de legitimidade e de licitude, que subsistirá até prova em contrário, ... Imagem 7 32 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade ... como decorrência da própria natureza estatal do ato administrativo.” MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo. Rio de Janeiro: Foreuse, 2001. p. 138. Im ag em 10 33 09/03/2021 12 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade Lei do Processo Administrativo Federal (Lei n.º 9.784/99 - LPA): “Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.” 34 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade Constituição Federal: “Art. 5º (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;” 35 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade “(...) em muitos casos, o modelo da LPA impõe ao administrado a necessidade de produção de prova negativa, o que dificulta, se não impossibilita, a sua defesa. A situação toma maiores proporções no exer- cício da atividade sanciona- dora pela Administração.” TOGNETTI, Eduardo, Atributos do Ato Administrativo, p. 351. Im ag em 10 36 09/03/2021 13 5) Presunção de legitimidade ou de veracidade “Ausência de nulidade das penalidades. Destarte, a autora não comprovou qualquer irregularidade na autuação perpetrada pela ré,́ ônus que lhe incumbia. Tal fundamento encontra respaldo nos julgados desta Corte que assentam entendimento no sentido de que o ato administrativo goza de presunção juris tantum de legitimidade, a qual somente poderá ser afastada por prova em contrário a cargo do administrado (...). O que, no caso concreto, não foi realizado.” STJ. Ag Regn.º 957.491-RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, da 2ª T., j. 4/8/2009 37 6) Especialidade “Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administrativas – as autarquias – como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos, com vistas à especialização de função, a lei que cria a entidade estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo que não cabe aos seus administradores afastar-se dos objetivos definidos na lei; isto precisamente pelo fato de não terem a livre disponibilidade dos interesses públicos. .... ” 38 6) Especialidade ... Embora esse princípio seja normalmente referido às autarquias, não há razão para negar a sua aplicação quanto às demais pessoas jurídicas, instituídas por lei, para integrarem a Administração Pública Indireta.” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Im ag em 9 39 09/03/2021 14 7) Controle ou Tutela “Entre nós, o controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei que os estabelece.” MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 314. Im ag em 11 40 8) Autotutela “Como corolários de determinados princípios, outros emergem. A autotutela administrativa é a faculdade de a Administração rever seus próprios atos ou de seus entes administrativos descentralizados.” FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito administrativo. 8. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 69. Im ag em 12 41 8) Autotutela Súmula STF 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos próprios atos. Súmula STF 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 42 09/03/2021 15 9) Hierarquia “Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos da Administração Pública são estruturados de tal forma que se cria uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros, cada qual com atribuições definidas na lei.” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Im ag em 9 43 10) Continuidade do serviço público "O serviço público responde, por definição, a uma necessidade de interesse geral; ora, a satisfação do interesse geral não poderia admitir a descontinuidade; toda interrupção traz o risco de introduzir, na via da coletividade, os transtornos os mais graves. A jurisprudência construiu então o princípio da continuidade do serviço público, em virtude do qual o funcionamento do serviço não pode tolerar interrupções.” RIVERO Jean. WALINE Jean. Droit Administratif. 14. ed. Paris: Précis Dalloz, 1992. p. 388/389. 44 Constituição Federal: Art. 5º. (...) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 11) Publicidade 4509/03/2021 16 11) Publicidade Lei nº 12.527/2011: “Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.” Im ag em 2 0 46 “Como a Administração jamais maneja interesses, poderes ou direitos pessoais seus, surge o dever da absoluta transparência. "Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido" (C.F. art. 1º, § 1º). É óbvio, então, que o povo, titular do poder, tem direi- to de conhecer tudo o que concerne à Administra- ção, de controlar passo a passo o exercício do poder. À margem disso, qualquer administrado atingido pela Administração, é dizer, que de qualquer modo seja destinatário, prejudicado ou atendido por um ato administrativo, tem o direito individual de ... 11) Publicidade 47 ... conhecer este ato, suas razões, sua base fática e jurídica, para poder defender-se. Em consequência, seja em nome da limpidez da atividade administrativa, seja para garantia de direitos individuais, a Administração tem o dever da publicidade.” 11) Publicidade SUNDFELD, Carlos Ary. Princípio da Publicidade Administrativa. RDA: Rio de Janeiro: Forense, v. 199: p. 97-110, 1995. Im ag em 2 1 48 09/03/2021 17 12) Moralidade administrativa “A Lei nº 9.784/99: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, (...). Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...) IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;” 49 “... o agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto.” MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 84. 12) Moralidade administrativa 50 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.1) O Devido Processo Legal Constituição Federal: “Art. 5º (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;” 51 09/03/2021 18 John Adams Thomas Jefferson "Midnight Judges" William MARBURY Nomeado juiz de paz James MADISON recusou entrega do ato de nomeação Secretário de Estadowrit of mandamus 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.2) Origem Imagem 13 Imagem 14 Im ag em 15 Im ag em 16 52 John Marshall 4º Chief Justice dos Estados Unidos (1801–1835) Marbury v. Madison: a Suprema Corte estabeleceu que: ØEra um órgão de controle de constitucionalidade (o que não era conferido pela Constituição expressamente) ØOnde a Constituição e a lei impusessem um dever ao Executivo, o Judiciário poderia determinar seu cumprimento. 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.2) Origem Im ag em 17 53 John Marshall ① a supremacia da Constituição: “Todos aqueles que elaboraram constituições escritas encaram-na como a lei fundamental e suprema da nação”. ② nulidade da lei que contrarie a Constituição: “Um ato do Poder Legislativo contrário à Constituição é nulo”. ØEnunciou os três grandes fundamentos que justificam o controle judicial de constitucionalidade: 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.2) Origem Im ag em 17 54 09/03/2021 19 o sentido das leis. Se a lei estiver em oposição à constituição a corte terá de determinar qual dessas normas conflitantes regerá a hipótese.” ③O Poder Judiciário é o intérprete final da Constituição: “É enfaticamente da competência do Poder Judiciário dizer o Direito, 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.2) Origem Im ag em 18 Im ag em 19 55 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.3) Histórico “Foi com essa índole essencialmente processualista que a garantia do devido processo legal vigorou na velha Inglaterra, por imposição da Magna Carta, e daí ingressou nas Cartas coloniais da América do Norte e, depois, na 5a e 14a Emendas da Constituição dos Estados Unidos. ... 56 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.3) Histórico ... Concebida, de inicio, como um requisito de validade da jurisdição penal, estendeu-se, em seguida, à jurisdição civil e, mais recentemente, aos procedimentos administrativos instaurados no âmbito da Administração Pública.” CASTRO, Carlos R. Siqueira. O devido processo legal e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 29. 57 09/03/2021 20 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.4) Mutação Inicialmente: proibição da tortura ou da confissão forçada no processo penal. 2º Momento: Devido Processo Legal Processual: Determinação que nos processos em geral seja dada a ampla defesa e o direito ao contraditório 3º Momento: Devido Processo Legal Substantivo: Determinação de que a sentença a ser aplicada seja justa: o Poder Judiciário para a controlar se as leis são justas ou não e afastam a aplicação das normas arbitrárias. 58 13) Razoabilidade e proporcionalidade 13.5) Teste da razoabilidade Adequação: a medida deve ser útil e adequada aos fins que se destina. Justa medida: proibição do excesso. Necessidade: a medida que cria restrições é imprescindível? 59 14) Motivação “O princípio da motivação exige que a Admi- nistração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. (...) A sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos.” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Im ag em 9 60 09/03/2021 21 14) Motivação “A Lei no 9.784/99: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, (...). Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...) VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;” 61 15) Eficiência “Assim, princípio da eficiência é o que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar desperdícios e garantir uma maior rentabilidade social.” ARAGÃO, Alexandre Santos. O princípio da eficiência. RDA, vol. 237. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 181-182. 62 “O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; ... 15) Eficiência 63 09/03/2021 22 ... e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público.” DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- trativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Im ag em 9 15) Eficiência 64 16) Segurança jurídica, proteção à confiança e boa-fé “A Lei nº 9.784/99: Art. 2º (...). Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...) XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” 65 Q1) (OAB/2017) Determinada empresa apresenta impugnação ao edital de concessão do serviçopúblico metroviário em determinado Estado, sob a alegação de que a estipulação do retorno ao poder concedente de todos os bens reversíveis já amortizados, quando do advento do termo final do contrato, ensejaria enriquecimento sem causa do Estado. Assinale a opção que indica o princípio que justifica tal previsão editalícia. V) Questões 66 09/03/2021 23 (A) Desconcentração. (B) Imperatividade. (C) Continuidade dos Serviços Públicos. (D) Subsidiariedade. V) Questões 67 Q2) (OAB/2015) O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da pontuação global. V) Questões 68 Nesse caso, (A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na segunda fase. (B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a prova de segunda fase. V) Questões 69 09/03/2021 24 (C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter cláusulas ambíguas. (D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos mediante concurso público de provas e títulos. V) Questões 70 Q3) (OAB/2015) Considere a seguinte situação hipotética. O diretor-geral de determinado órgão público federal exarou despacho concessivo de aposentadoria a um servidor em cuja contagem do tempo de serviço fora utilizada certidão de tempo de contribuição do INSS, falsificada pelo próprio beneficiário. Descoberta a fraude alguns meses mais tarde, a referida autoridade tornou sem efeito o ato de aposentadoria. V) Questões 71 Na situação hipotética considerada, o princípio administrativo aplicável ao ato que tornou sem efeito o ato de aposentadoria praticado é o da (A) autotutela. (B) indisponibilidade dos bens públicos. (C) segurança jurídica. (D) razoabilidade das decisões administrativas. V) Questões 72 09/03/2021 25 Q4) (CESPE - 2018 - TCE-MG - Analista de Controle Externo - Ciências Contábeis) O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determinado prefeito, verificou que houve gasto de recursos públicos com a elaboração de cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a promoção pessoal de autoridades públicas do município. V) Questões 73 Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente o princípio da (A) boa-fé. (B) razoabilidade. (C) impessoalidade. (D) economicidade. (E) eficiência. V) Questões 74 Q5) (FCC - 2018 - Prefeitura de Caruaru - PE - Procurador do Município) Em relação aos princípios que regem a atuação da Administração Pública, é correto afirmar que (A) em relação ao princípio da legalidade, a Administração Pública não é obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. (B) o princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado. V) Questões 75 09/03/2021 26 (C) o princípio da eficiência, dada a sua natureza finalística, é prevalente em face do princípio da legalidade. (D) são aplicáveis à Administração Pública exclusivamente aqueles princípios mencionados no caput do art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, que são o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. V) Questões 76 (E) o princípio da publicidade decorre do direito dos administrados em ter acesso a informações de interesse particular ou coletivo e, por essa razão, não admite a existência de informações públicas sigilosas. V) Questões 77 Q6) (NC-UFPR - 2018 - Câmara de Quitandinha - PR – Advogado) O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe e a Administração Pública só pode fazer o que a lei determina ou autoriza. Essa afirmativa refere-se ao princípio da: (A) proporcionalidade. (B) moralidade. (C) obrigatoriedade. (D) contradição. (E) legalidade. V) Questões 78 09/03/2021 27 Q7) (TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) São princípios constitucionais implícitos ou reconhecidos da Administração Pública, porquanto consectários lógicos dos preceitos da Lei Maior: (A) Impessoalidade e eficiência. (B) Razoabilidade e legalidade. (C) Segurança jurídica e moralidade. (D) Prevalência do interesse público e proporcionalidade. V) Questões 79 PIETRO, DI, Maria Zanella. Direito Administrativo. 31ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Cap. 2. SUNDFELD, Ari; MONTEIRO, Vera. - Introdução ao direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2007. Série GVLAW Direito Administrativo. Cap. 1. VI) Leitura indicada 80 DI PIETRO, Maria Zanella. Discricionariedade Administrativa NaConstituiçãoDe1988. SãoPaulo: Atlas, 2012. MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. NOHARA, Irene Patrícia. Reforma administrativa e burocracia: impacto da eficiência na configuração do direito administrativo brasileiro. SãoPaulo: Atlas, 2012. TOGNETTI, Eduardo. Atributos do ato administrativo. In: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RIBEIRO, Carlos Vinícius Alves (Orgs.). Supremacia do interesse público, e outros temas relevantes do direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2010. VII) Leitura suplementar 81 09/03/2021 28 Q1) C Q2) A Q3) A Q4) C Q5) B Q6) E Q7) D Gabarito 82 Imagem 0: https://www.ideegreen.it/come-pulire-il-marmo-29525.html Imagem 1: https://www.psychologytoday.com/us/blog/turning-straw-gold/201306/four-common-misconceptions- about-the-bill-rights Imagem 2: https://www.amazon.com/English-Civil-War-History-Beginning-ebook/dp/B01M70PHTW Imagem 3: https://www.amazon.com/San%C3%A7%C3%B5es-Administrativas-aplicadas-Central-Portuguese- ebook/dp/B071RBS848/ref=sr_1_1?keywords=Eduardo+Tognetti&qid=1551651819&s=digital-text&sr=1-1-catcorr Imagem 4: http://www.greatthoughtstreasury.com/author/charles-de-montesquieu-formally-charles-louis-de- secondat-baron-de-la-br%C3%A8de-et-de-montesquieu Imagem 5: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/bandeira-de-mello-se-eu-fosse-do-pt-pediria-que-o- presidente-do-supremo-fosse-processado/ Imagem 6: https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI238511,41046-Gustavo+Binenbojm+lanca+no+RJ+ livro+sobre+poder+de+policia Imagem 7: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/bandeira-de-mello-se-eu-fosse-do-pt-pediria-que-o- presidente-do-supremo-fosse-processado/ Imagem 8: http://www.medinaosorio.com.br/dr-diogo-de-figueiredo-moreira-neto/ Imagem 9: http://www.abdconst.com.br/membros-catedraticos Imagem 10: https://www.amazon.com.br/Supremacia-Interesse-P%C3%BAblico-Relevantes- Administrativo/dp/8522460051/ref=sr_1_3?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ke ywords=supremacia+do+interesse+p%C3%BAblico&qid=1551652413&s=gateway&sr=8-3 Origem das imagens: 83 Não esqueça de deixar o seu like! Veja os demais vídeos no canal Direito Administrativo do Youtube. 84 09/03/2021 29 Imagem 11: https://operamundi.uol.com.br/samuel/43825/ainda-vivemos-sob-o-judiciario-da-ditadura Imagem 12: foto tirada da capa de exemplar de propriedade do professor Imagem 13: https://it.wikipedia.org/wiki/John_Adams Imagem 14: https://it.wikipedia.org/wiki/William_Marbury Imagem 15: https://it.wikipedia.org/wiki/Thomas_Jefferson - foto editada Imagem 16: https://it.wikipedia.org/wiki/James_Madison - foto editada Imagem 17: https://en.wikipedia.org/wiki/John_Marshall Imagem 18: https://ang.wikipedia.org/wiki/Ymele:Oblique_facade_2,_US_Supreme_Court.jpgImagem 19: https://www.history.com/topics/united-states-constitution Imagem 20: https://www.rojopublicidade.com/servicos/publicidade-e-propaganda Imagem 21: https://www.tvgazeta.com.br/videos/maria-lydia-entrevista-carlos-ari-sundfeld-prof-direito-da-fgvsp/ Origem das imagens: 85
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