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AULA 1 ÓRTESES E PRÓTESES

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Órteses e Próteses
TERMINOLOGIA
DEFINIÇÕES:
ORTÓTICA: Campo de 
conhecimento 
relacionado às órteses e 
ao seu uso
ORTOTISTA (ORTESISTA): 
Profissional da área de 
saúde que cria, fabrica e 
adapta órteses em 
pacientes.
DEFINIÇÕES:
▪ ÓRTESES: 
▪ Palavra derivada do grego 
ORTHO: reto / direto / correção
SIS: ação
▪ Definição: Um dispositivo terapêutico aplicado externamente ao segmento corpóreo com o 
objetivo de melhorar mobilidade e função.
CARVALHO, 2013
ORTHOSIS
▪ PRÓTESES: 
▪ Toda a peça ou aparelho artificial destinada a substituir parte do corpo, mecanismo que 
aumenta ou melhora sua função.
São dispositivos que auxiliam na mobilidade e funcionalidade 
de pacientes com alguma limitação física. Elas possibilitam 
que esses indivíduos exerçam suas atividades cinético-
funcionais com maior grau de independência e qualidade de 
movimento, proporcionando, assim, melhor qualidade de 
vida. Diante disso, os profissionais fisioterapeutas devem 
reconhecer as órteses e próteses como importantes recursos 
para a manutenção e reabilitação física e empregá-los como 
um complemento ao tratamento fisioterapêutico.
(FAGUNDES. Diego Santos)
ORIGEM HISTÓRICA
▪ 3220 a.C. – Família de V Dinastia – achados da utilização de órteses, certamente são as mais 
antigas já relatadas.
▪ 2750 -2625 a. C. – pinturas egípcias retratando homens que utilizavam órteses
▪ Hipócrates ( 460 – 375 a.C.) – escreveu sobre fraturas, luxações, deformidades congênitas e 
tratamentos realizados para escoliose por meio de aparatos de tracionamento da coluna 
vertebral.
▪ Cláudio Galeno (199 – 129 a.C.) – escreveu sobre escoliose no século II a.C., estudou 
deformidades. Foi o primeiro a utilizar termos como cifose, lordose e escoliose. Também o 
primeiro a tentar corrigir ativamente deformidades da coluna vertebral indicando exercícios 
respiratórios, canto e enfaixamento firme da caixa torácica.
▪ Caelius Aurelianus (400d.C.) – utilizava movimentos passivos e órteses no tratamento das 
paralisias.
▪ Paul de Auegina (625 – 690) – Epítome do Medicamento – fraturas e luxações abordando 
tratamentos com gesso.
▪ Guy de Chauliac – (1330-1368) – concebeu o método de tração para tratamento de fratura do 
fêmur.
▪ Ambroise Paré – 1575 publicou trabalhos sobre órteses e próteses metálicas ( incluíam aparatos 
para fratura, para o alívio de peso, modificações nos calçados e alguns braces, projetando ainda, 
coletes para escolioses, botas para pé torto congênito
▪ Guilelmus Fabrícius Hildanus (1560 – 1634) – promoveu a correção das contraturas 
consequentes a queimaduras por meio de uma tala de tração, experimentando também uma 
aplicação para contratura de joelho e um aparelho para deformidade dos pés.
▪ Nicolas Andry – iniciou a história formal da cirurgia ortopédica.
▪ Alphonse Guerín (1839) - técnicas cirúrgicas para correção das escolioses.
▪ Hugh Owen Thomas – (1875) – descreveu órteses de membros inferiores, para descarga de 
peso.
▪ James Knight – desenvolveu órtese lombossacral, que leva o nome dele.
▪ Richard von Volkman – Leander (1881) – publicou anotações sobre a paralisia muscular 
isquêmica e contraturas – descreveu aparatos para as deformidades decorrentes das contraturas
▪ Grandes Guerras Mundiais ( 1914-1938 e 1941-1945)
▪ Grande epidemia de poliomielite nos EUA (1916 e 1955)
▪ O grande avanço nas pesquisas e no desenvolvimento de inúmeros tipos de órteses, assim 
como os materiais utilizados em suas confecções.
▪ As órteses tiveram importância histórica no desenvolvimento da reabilitação ortopédica e 
neurológica.
▪ Fatos históricos demonstram íntima ligação entre a evolução da medicina e o surgimento e 
aplicação das órteses e entremeiam a história das profissões relacionadas com a reabilitação.
FATORES 
RELACIONADOS COM A 
PRESCRIÇÃO
PROCESSO DE PRESCRIÇÃO
PACIENTE
IDENTIFICAR
EXAME 
FÍSICO
AVALIAÇÃO
FUNCIONAL
ENTREVISTA
REGISTROS
DOENÇA
RESTRIÇÕES
NA
ATIVIDADE 
DEFICIÊNCIA
LIMITAÇÃO 
FUNCIONAL
OBJETIVOS 
DO PACIENTE
➢ IDENTIFICAR METAS FUNCIONAIS
➢ HIPOTETIZAR MÉTODOS DE INTERVENÇÃO
➢ ÓRTESES ?
➢ OUTRAS INTERVENÇÕES
NOMENCLATURA 
ORTÓTICA
ÓRTESES:
Nome do projetista
Nome do lugar de origem
Nome do comprometimento
As órteses devem ser classificadas e denominadas de acordo com duas principais considerações:
A região anatômica que está sendo envolvida pela órtese: regiões da coluna vertebral, 
articulações e segmentos dos membros superiores e inferiores emprestam seus nomes para 
denominar as órteses.
As funções e os efeitos que as órteses tenham ou que produzam nos locais que estejam 
vestindo também são consideradas.
Wilson Bennet Jr. – um dos primeiros profissionais a trabalhar para estabelecer a nomenclatura 
sobre as amputações e próteses, hoje praticadas em todo mundo – ISO 8549-3: 1989
Convencionou-se utilizar as iniciais em inglês das articulações ou segmentos corpóreos 
envolvidos pelas órteses, no sentido craniocaudal e a letra “o” (orthosis) no final.
Nomenclatura relacionada 
aos níveis anatômicos
A – Ankle – Tornozelo
F – Foot - Pé
H – Hip - Quadril
K - Knee - Joelho
PRINCIPAIS NOMENCLATURAS PARA AS 
ÓRTESES
❑ MEMBROS INFERIORES:
- AFO – Ankle Foot Orthosis ( tornozelo e pé): órteses suropodálicas – TUTOR CURTO
- KAFO – Knee Ankle Foot Orthosis ( joelho, tornozelo e pé): órteses cruropodálicas – TUTOR 
LONGO
- HKAFO ( quadril, joelho, tornozelo e pé): órteses pelvipodálicas.
❑ MEMBROS SUPERIORES:
- WHO ( punho e mão)
- EWHO ( cotovelo, punho e mão)
- SEO ( ombro e cotovelo)
- SEWHO ( ombro, cotovelo, punho e mão).
❑ ÓRTESES PARA TRONCO:
- CTO: Órteses Cérvico-Torácicas 
- CTLSO: Órteses Cérvico - Toracolombossacras
- TLSO: Órteses Toracolombossacras (OTLS)
- LSO: Órteses Lombossacras
PRINCÍPIOS 
BIOMECÂNICOS
A quantidade de força e 
a região do corpo 
submetida à força 
influenciam diretamente 
no conforto da órtese.
A órtese deve ser 
sempre um trinômio: 
Funcionalidade, 
Conforto e Peso 
Reduzido
BENEFÍCIOS 
TERAPÊUTICOS
Limitação do Movimento
Assistência ao Movimento
Transferência de Força
Proteção de partes do corpo
CONFORTO
Maximização da área
Encaixe confortável
Efeito alavanca 
( comprimento da órtese)
MATERIAIS
TIPOS
COURO
CARACTERÍSTICAS:
Boa resistência
Porosidade
Estética
Não toxicidade
Facilidade de manipulação
Durabilidade
Custo pouco elevado
METAIS
Aço, Alumínio, Duralumínio e Titânio – bastante utilizado, 
principalmente na confecção das estruturas das órteses de 
membro inferior.
Aço – liga metálica formada por ferro e carbono. Material 
rígido e de alto peso. Não recomendado a utilização para 
crianças e adultos com peso inferior a 60 -70 kg. Nestes 
casos o duralumínio é mais indicado.
Alumínio – leveza, resistência à corrosão e boa aparência. 
Muito flexível e pouco resistente e isso deve ser levado em 
consideração quando o paciente é muito ativo ou obeso.
Duralumínio – formado por uma liga metálica composta por 
alumínio, cobre e magnésio – grande resistência mecânica.
Titânio – utilizado na confecção das hastes e articulações de 
quadril, joelho e tornozelo. Peso reduzido, alta resistência e 
boa aparência. Alto custo.
TERMOPLÁSTICOS
Polímero artificial, em dada temperatura, apresenta alta 
viscosidade, podendo ser conformado e moldado, mantendo 
sua nova estrutura.
Ex: Polipropileno (PP)
Polietileno (PE)
Politereftalato de Etileno (PET)
Policloreto de Vinil (PVC)
Outros
FIBRAS DE CARBONO
As fibras de carbono ao serem combinadas com outras matrizes, resultam em um material com 
qualidades mecânicas excelentes.
Material extremamente leve, durável e de grande resistência mecânica, porém com alto custo.
Têm sido utilizadas tanto para reforçar as órteses termoplásticas que necessitam de maior 
resistência em regiões de grande estresse (tornozelo – AFO rígida), quanto na confecção de uma 
órtese de joelho, tornozelo e pé (KAFO) laminada em resina acrílica e fibra de carbono.
ESPUMAS
Utilizadas comouma interface de proteção entre as órteses e a pele
Seleção dos materiais
CONFECÇÃO DAS ÓRTESES
▪ Tempo de utilização – temporário/ definitivo
▪ Leveza – hastes e articulações em duralumínio, fibra de carbono ou titânio órteses mais leves. 
Diminui o gasto energético durante sua utilização.
▪ Durabilidade – tempo de uso e o peso do paciente devem ser considerados 
▪ Condições Financeiras do paciente – menor poder aquisitivo, necessário optar por materiais 
menos nobres. Tomar cuidado para manter os objetivos da indicação, sem comprometer a 
funcionalidade da órtese durante a utilização.
▪ Reações alérgicas – alguns materiais de forração podem causar.
▪ Local de moradia e tipo de atividade – locais úmidos, evitar materiais que tendem a deteriorar 
ou oxidar com maior facilidade.

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