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A Prostituição Como Profissão

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Revista Saberes, Faculdade São Paulo – FSP, 2015 
 
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Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 3, n. 2, jul./dez., p. 63-75, 2015. ISSN: 2358-0909 
A Prostituição Como Profissão: Uma Análise Sob a Ótica das 
Profissionais do Sexo 
 
João Francisco Selhorst Soares1 
Lucimara Cristina dos Santos1 
Josiane Paia Cardoso1 
Lídia Neves1 
Eraldo Carlos Batista2 
 
 
RESUMO: O presente artigo teve como objetivo compreender a percepção de mulheres que 
trabalham como profissionais do sexo sobre os fatores inerentes à profissão. Como método 
utilizou-se a pesquisa qualitativa descritiva de natureza exploratória. Participaram três 
profissionais do sexo com idade entre 26 e 35 anos. A coleta das informações forma obtidas 
por meio de entrevista semiestruturada, a observação e diário de campo e a análise se deu por 
meio da análise temática. Os resultados encontrados por meio dos depoimentos das 
participantes mostraram a existência de ambivalência de sentimentos, perpassando a euforia até 
o descontentamento com a profissão. Conclui-se que o trabalho como profissional do sexo 
proporciona satisfação relacionada ao fácil acesso ao dinheiro, ao sentimento de liberdade e 
autonomia, entretanto, os estigmas e os preconceitos vivenciados pelas mulheres provocam 
sentimento de insegurança com relação ao futuro, tristeza e decepção. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Prostituição. Profissionais do sexo. Prostituta. Trabalho. 
 
Prostitution as a Profession: An Analysis From The Perspective of 
Sex Professionals 
 
ABSTRACT: This article aims to understand the perception of women working as sex 
professionals on factors inherent to their profession. As the method it was used a descriptive 
qualitative study of an exploratory nature. Participants were three sex professionals with ages 
ranging from 26 to 35 years. The data collection was obtained through semi-structured 
interviews, observation and field diary and the analysis was done through the thematic analysis. 
The results obtained by the testimonies of participants point out the existence of ambivalent 
feelings which pass by the euphoria to the dissatisfaction with their profession. It is concluded 
that working as sex professionals provide satisfaction related to the easy access to money, the 
sense of freedom and autonomy, however, the stigmas and prejudice experienced by women 
cause sense of insecurity regarding to the future, sadness and disappointment. 
 
KEYWORDS: Prostitution. Sex Professionals. Prostitute. Working. 
 
 
 
 
 
1Bacharel em Psicologia 
2Mestre em Psicologia, professor do Departamento de Enfermagem da Faculdade São Paulo – FSP de Rolim de 
Moura, E-mail: eraldo.cb@hotmail.com 
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A Prostituição Sob a Ótica das Profissionais do Sexo 
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Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 3, n. 2, jul./dez., p. 63-75, 2015. ISSN: 2358-0909 
INTRODUCÃO 
 
Qualquer tentativa de discorrer sobre profissionais do sexo torna-se um exercício 
complexo, dada à natureza extremamente delicada do assunto. O estigma, a discriminação, a 
violência e as injustiças estão indissociavelmente vinculados a temática. Muitas vezes, 
desmistificar esta profissão equivale a transformar crenças culturalmente arraigadas na 
sociedade. No entanto, esse é um tema que chama a atenção de estudiosos, uma vez que esta 
profissão tem tomado dimensões imensuráveis, levando milhares de mulheres a buscarem neste 
trabalho uma sobrevivência. 
A temática da prostituição não é nova, mas sempre permanece atual em decorrência de 
sua relevância e atenção que desperta da sociedade. São poucos os temas que provocam tantas 
e diversas opiniões como o da prostituição. E entremeio a um turbilhão de prós e contras, 
alimenta-se o desejo de se compreender de modo claro as vicissitudes de uma das “profissões 
mais velha do mundo”. 
O serviço de natureza sexual existe há tempos imemoráveis, e até hoje é exercido por 
mulheres e homens das mais diversas faixas etárias, classes sociais e religiões. De acordo com 
Rodrigues (2009), nas últimas décadas percebeu-se um movimento no sentido de uma 
ressignificação do ato de prostituir-se, mas o estigma ainda permanece forte, principalmente 
entre os mais conservadores e fundamentalistas. 
A legislação trabalhista inseriu a prostituição como parte da Classificação Brasileira de 
Ocupações em 2003, esse acontecimento corrobora o exposto acima exposto de que nos últimos 
anos do século XX e nos primeiros do XXI a visão acerca da prostituição vem sofrendo 
pequenas, mas profundas transformações. Mas, essas mudanças, não anulam o fato de que as 
profissionais do sexo sofrem ferrenha discriminação de grande parcela da população, seja por 
comentários depreciativos, olhares de lado e até mesmo agressões verbais e físicas 
(RODRIGUES, 2009). Mudar legislações nem sempre implica em mudar atitudes determinadas 
culturalmente. 
 
1 A PROSTITUIÇÃO: BREVE HISTÓRICO 
 
O termo prostituição, deriva do latim prosto, que quer dizer “estar às vistas, à espera de 
quem quer chegar ou estar exposto ao olhar público [...] é a prática sexual remunerada habitual 
e promíscua” (FRANÇA 2012, p.145). Os significados da palavra prostituição podem dar 
conotação nos variados contextos, destacando-se os mais usuais: “expor algo publicamente”, 
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“vender”, “praticar serviços sexuais em troca de dinheiro”. Popularmente falando, a 
prostituição recebeu outras designações, a saber: “a mais antiga das profissões”, “vida fácil”, 
“programa” (PARKER, 1994). 
Contudo, “fazer programa” é a terminologia mais comumente utilizada para se referir 
ao trabalho do profissional do sexo. De acordo com Freitas (1985), o programa é a unidade 
elementar da atividade da prostituta, pois se constitui no momento em que se dá a negociação 
de rotinas, identidades e disputa pelo controle da interação com o cliente, ou seja, negocia-se o 
tempo do programa, seu preço e as práticas sexuais. O acordo negociado é quebrado quando 
um desses componentes do programa é rompido por uma das partes: prostituta ou cliente 
(FREITAS, 1985). 
 É importante observar que a prostituta é, essencialmente, “uma mulher que aluga seu 
corpo para jogos sexuais sem amor” (BRAGA, 1982, p. 62), ou seja, ao contrário do que muitos 
afirmam, a prostituição não é a venda do corpo, é na verdade o aluguel do mesmo. Quando se 
vende algo a mercadoria passa a pertencer definitivamente a quem comprou. O que não é o caso 
da prostituta, que aluga seus serviços sexuais por um tempo variável, dependendo do quanto 
cada cliente demora em se satisfazer (SZTERENFELD, 1994). Nesse contexto, nota-se que a 
interpretação de posse por parte do cliente, incumbe na maioria das vezes em conflito com a 
prostituta, como tem ocorrido ao longo do tempo. 
Há milênios a imagem da prostituta esteve irremediavelmente ligada à promiscuidade, 
safadeza, imoralidade (alguns falam em ‘falsa moral’), impureza e libertinagem. Esta condição 
sociocultural da noção de “prostituição” produziu uma farta gama de preconceitos, que assim 
como qualquer preconcepção, diminui a pessoa como humana. Uma das fortes representações 
sociais relacionadas à prostituição e à prostituta,no senso comum de nossa sociedade, encontra-
se vinculada à imagem da mulher que está presente em um espaço marginal reservado à 
continência dos desejos sexuais masculinos, livrando as moças de ‘boa família’ da voraz 
realização das necessidades biológicas dos homens (GUIMARAES; MERCHAN-HAMANN, 
2005). 
Em consonância com o que foi postulado Medeiros e Barbosa (2011) afirmam que a 
visão da mulher prostituta está intrinsecamente ligada à sua condição social ou aos parâmetros 
sociais, em que esteja imersa. Para o autor supracitado, dependendo do seu comportamento, do 
lugar que ela frequenta, das pessoas com quem anda, da forma que se veste as representações 
se uniformizam no ato de rotulações, que geralmente, são negativas. Mesmo com tanta 
depreciação, a figura da prostituta esteve presente no imaginário das pessoas, e se expressa nas 
mais variadas modalidades artísticas (novelas, romances, teatros, pinturas etc.). Talvez seja 
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justamente a forte repressão do comportamento promíscuo que tanto fortalece esse imaginário 
mantendo-o sempre presente. 
Não existem motivos universais para que uma mulher se prostitua, cada prostituta teve 
seus próprios motivos para nesse ramo ingressar. Algumas acreditam que não há maneira mais 
prazerosa de ganhar a vida, outras não possuem alternativas, a não ser alugar o corpo. Umas 
precisam colocar comida dentro de casa, outras precisam pagar a mensalidade da faculdade, 
seja lá qual for a motivação para prostituir-se, as questões se avultam ao passo em que as 
reflexões se direcionam ao tema (ROBERTS, 1998). 
Apesar da pluralidade dos motivos, do ato de prostituir-se, algumas pesquisas 
conseguiram determinar alguns problemas sociais que podem contribuir para o fenômeno social 
“prostituição”. Pobreza, uso de substâncias ilícitas, estrutura familiar deficitária, abuso sexual 
etc., são fatores que facilitam a entrada na prostituição (RODRIGUES, 2009). 
Frente a estes fatos, não podemos considerar a prostituição como sendo uma noção única 
e impermeável, na verdade existem várias prostituições, que nos desafiam a refletir sob 
perspectivas amplas: Sociologia, Economia, Psicologia, Filosofia, Antropologia, Biologia e, é 
claro, Políticas Públicas. E como resultado de reflexões nessas áreas notou-se mudança no 
modo como a sociedade atribui significado a prostituição: 
 
[...] é no bojo do surgimento dos movimentos sociais de defesa dos direitos de 
prostitutas e da proposição de ressignificação da prostituição como ‘um trabalho como 
outro qualquer’, a partir de meados da década de 1970, que emerge o termo 
‘trabalhadores do sexo’ ou ‘profissionais do sexo’ (ROBERTS, 1998, p. 56). 
 
Nestas condições, o sexo revela-se como uma mercadoria que movimenta dinheiro, 
sendo fonte de renda. Por vezes, há que se considerar, que alguns moralistas lutam 
incessantemente contra a promiscuidade, pelo fato de não saberem lidar com seus desejos 
promíscuos. 
A partir de alguns conceitos trazidos no bojo de reflexões de estudos sobre a prostituição 
e suas nuances, bem como do quadro descritivo sobre o trabalho de mulheres profissionais do 
sexo é que o presente estudo se apresenta. A complexidade do tema e do grupo estudado 
impulsionou a busca pelo fenômeno, na dimensão subjetiva, a partir do vivido, e o que ele 
significa para quem o vive. Nessa direção, a questão norteadora foi: qual o sentido atribuído à 
prostituição como profissão pelas profissionais do sexo, vinculadas a uma casa de prostituição? 
Partindo dessa questão, o objetivo do presente estudo foi compreender o sentido que 
profissionais do sexo atribuem a sua profissão. 
Diante disto, este estudo constitui uma tentativa de contribuir para a discussão sobre a 
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percepção das mulheres profissionais do sexo sobre os fatores envolventes na prostituição como 
profissão. Destacando a concepção que essas mulheres possuem de sua atividade profissional 
como os dilemas enfrentados no seu cotidiano, derivados do estigma a elas dirigido, das 
contradições nas relações com os clientes, das dificuldades enfrentadas com seus familiares e 
de suas perspectivas para o futuro. 
 
2 MÉTODO 
 
Trata-se de um estudo qualitativo de abordagem exploratória descritiva. De acordo com 
Minayo (2010) a fase exploratória compreende a escolha do tema, delimitação do problema, 
assim como a caracterização do objeto e dos objetivos, os quais são importantes no desenvolver 
da investigação. No entanto, a pesquisa descritiva se insere no estudo, pela necessidade de 
conhecer e interpretar os fatos sem nada interferir para modificá-la. A pesquisa realizada é do 
tipo pesquisa de campo, sendo usado como método de coleta de dados entrevistas 
semiestruturadas. 
O estudo foi realizado em um prostíbulo de um município do interior do estado de 
Rondônia, localizado na região norte do Brasil. As participantes do estudo foram três mulheres 
profissionais do sexo. Como critério de inclusão era necessário que a participante trabalhasse 
como prostituta vinculada ao local (Prostíbulo) onde foi realizado a pesquisa e concordar em 
participar voluntariamente assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
A amostragem se configura como amostra ao acaso, onde é arranjada de modo que se 
dê igual probabilidade de chances de seleção para cada sujeito daquele universo. Assim, a 
composição desta amostragem se faz válida, visto que “a amostra é considerada uma parte 
menor de um todo maior, de modo que o pesquisador consiga analisar um dado universo com 
base numa pequena representação deste” (PÁDUA, 2006, p. 67). 
Para coleta dos dados, este trabalho utilizou-se de uma entrevista semiestruturada e a 
observação. Na entrevista semiestruturada “o pesquisador organiza um conjunto de questões 
sobre o tema que está sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado 
fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal” 
(PÁDUA, 2006, p.70). 
O estudo iniciou-se com uma visita ao prostíbulo onde foi apresentado o projeto a 
responsável pelo local e solicitar a sua autorização por meio da assinatura da Carta de Anuência 
para a realização do estudo. Após a autorização da responsável contatou-se as demais 
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participantes (profissionais do sexo), a fim de esclarecer os objetivos da pesquisa e sondar a 
disponibilidade de cada uma para colaborarem com o desenvolvimento do trabalho. 
Após o aceite foi discutido datas e horários para a entrevista de acordo com a 
disponibilidade das participantes e dos pesquisadores. 
Os dados foram coletados em seis encontros realizados em um espaço reservado do 
prostíbulo por meio de entrevista individual com duração média 50 minutos cada, todas no 
período noturno. Foi-lhes assegurado o anonimato e a privacidade de cada uma, resguardando-
lhes o direito, inclusive, de não concluírem a entrevista, se assimo desejassem. As observações 
como expressão facial, silêncio prolongados, olhares reflexivos etc. foram anotadas num 
caderno de campo e analisadas em momentos posteriores as entrevistas. 
A análise das informações foi realizada por meio da análise temática que de acordo com 
Minayo (2010, p. 309) “consiste em uma modalidade de análise de conteúdo. Por ser a mais 
simples e mais apropriada para as investigações qualitativas em saúde”. Sendo assim, após a 
leitura na íntegra das transcrições das entrevistas obteve as categorias projetadas sobre os 
discursos onde foram identificado os temas emergentes e as unidades de significação. 
 
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
4.1. Conhecendo as participantes do estudo 
 
Embora fossem esclarecidos todos os procedimentos éticos da entrevista as participantes 
reforçaram os seus direitos de sigilo como sujeitos, exigindo que não houvesse qualquer 
identificação em relação a nome e local onde se encontra o estabelecimento que funciona como 
prostíbulo. Exigência feita pela cafetina3, que alega ter problemas com a justiça e acredita que 
a exposição destas informações, poderia acarretar em maior exposição das profissionais, que 
ali desempenham sua função, “não queremos que haja alguma consequência, como uma 
represália por parte da polícia ou algum outro órgão do governo”. (Sic.). 
A fim de manter o anonimato utilizou-se de nomes fictícios para a identificação das 
participantes. Transcreve-se a seguir, de modo condensado, os principais trechos das entrevistas 
de forma literal. 
 
 
3 Que originou-se do masculino "cafetão". É o mesmo que CAFTINA, que no Dicionário Priberam da Língua 
Portuguesa (2001), quer dizer: mulher dona de Bordel, que tem negócios de meretrizes. Senhora responsável por 
uma casa de diversão masculina, bordel. Cuida das "meninas" e de suas respectivas agendas. 
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4.1.1 Primeira entrevista: Gigi 
 
Bem, eu vim da capital, sou casada e tenho trinta e cinco anos. Para meu marido eu 
falo que trabalho com confecções e venda de roupas (riso). Já estou nessa vida há mais de dez 
anos. Por que eu quis fazer programa? hum ...estou nesta vida, porque meu marido é muito 
parado, e não dá pra gente tudo que a gente precisa. Tenho 2 filhos, é um casal. Eu tiro uns 
R$ 7.000,00 à R$ 8.000,00 mil por mês, sempre invisto o dinheiro, já comprei carro, uma moto, 
uma casa, e já reformei a casa dos meus pais e sustento eles também. Az vezes me sinto sozinha 
quando vou dormir. 
 
4.1.2 Segunda entrevista: Paola 
 
Eu vim de uma cidade próxima a capital, tenho vinte e oito anos, sou separada e tenho 
um filho. Meu filho fica sempre com minha irmã, também sustento ela. Eu estou nesta vida 
porque aqui o dinheiro entra rápido. Então, com dois dias aqui e já ganhei R$500,00 e em 
outro serviço ‘num’ consigo isso. ‘Num’ tenho estudo, meu ex-marido está preso eu não recebo 
pensão, quando não venho prá cá vou pra outras cidades do estado e também para uma cidade 
do estado de Matogrosso. Em Matogrosso é melhor pra ganhar dinheiro, mas eu gosto mais 
desse lugar aqui. Eu não tenho nenhum problema com a dona daqui, essa Cafetina é dez (risos). 
Eu não pego qualquer homem, eu sempre escolho. Uma vez eu tentei trabalhar em um 
restaurante, mas não consegui, não deu certo, os homens ficaram me olhando e eu me senti 
mal. As vezes aqui eu sinto uma solidão muito grande quando acordo...Sempre vou dormir de 
porre, mas quando acordo com ressaca é terrível... eu não desejo essa vida pro meu filho de 
jeito nenhum. 
 
4.1. 3 Terceira entrevista: Flor 
 
Eu tenho vinte e seis anos vim de outra cidade. Eu tenho outra profissão, eu fiz curso 
de panificação, já trabalhei em algumas empresas, mas o dinheiro não dava, não era suficiente. 
Eu tinha um salário de R$ 2.000,00, mas aqui eu ganho muito mais. Sobre o que eu penso sobre 
essa profissão? Bem aqui não é fácil, mas como falou a Paola. o dinheiro aqui entra rápido, 
eu não faço o que não quero, somente aceito programa com homem... com a Cafetina me dou 
bem, até mesmo porque eu não fico em zona com a dona enjoada, e eu mando pra ‘PQP’ se for 
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chata. sobre meu futuro? Hum... eu não sei o que vai acontecer quando eu ficar velha, nem 
quero pensar. 
 
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO 
 
Numa tentativa de compreensão dos fatores inerentes a prostituição como profissão 
buscou-se encontrar nas falas das participantes alguns recortes que traduzissem as repostas em 
comum, seguindo-se, então, as discussões dos resultados com base na literatura pesquisada. A 
partir das informações coletadas e das observações foram analisadas as questões que obtiveram 
respostas semelhantes entre as participantes identificando quatro temáticas, a saber: a) Relação 
com os clientes e como a Cafetina; Tempo de Profissão; Perspectivas para o futuro; Fatores 
motivadores à inserção na profissão. 
 
5.1 Relação com os clientes e com a cafetina 
 
Quanto a relação das prostitutas com a Cafetina, observa-se certa independência por 
parte das profissionais do sexo, sendo que estas podem optar pela escolha de seus clientes, bem 
como estabelecer seus horários, além de poderem escolher quando trabalhar ou não. “essa 
Cafetina é dez” (Paola); “não fico em zona com a dona enjoada, e eu mando pra ‘PQP’ se for 
chata” (Flor). Porém, mesmo com certa “liberdade”, as profissionais ainda estão sujeitas aos 
mandos da Cafetina, e mesmo assim, permanecem nesta condição pelo “dinheiro fácil”, mesmo 
descrevendo sua profissão como desagradável e sinalizando o interesse em deixar a prática. 
Outro fator importante é a relação da profissional com o cliente. De acordo com os 
depoimentos, as interações estabelecidas e referidas pelas participantes do estudo denotam certa 
autonomia na hora de negociar o programa “eu não faço o que não quero, somente aceito 
programa com homem [...]” (Flor); “eu não pego qualquer homem, eu sempre escolho” 
(Paola). Contudo, elas possuem a clareza de que essas interações são mediadas pela incidência 
do estigma que traz dilemas no contexto da negociação e na realização do programa. 
 
5.2 Tempo de profissão 
 
Com relação ao tempo que faziam programas, observa-se que as entrevistadas estão 
nessa atividade há pelo menos 07 anos. “Estou nessa vida há mais de 10 anos” (Gigi); “faço 
programas desde meus 20 anos” (Paola). “Entrei nessa vida aos 19 anos” (Flor). A 
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permanência na profissão pode estar atrelada ao grau de satisfação com a profissão, à 
possibilidade da liberdade e da autonomia na administração do horário e também maiores 
ganhos financeiros (GUIMARÃES; MERCHÁN-HAMANN, 2005). De acordo com os Barreto 
(2008), postula que a prostituição muitas vezes é uma opção de trabalho mais flexível, melhor 
remunerada e com jornada de trabalho mais curta do que outras atividades. 
Ainda que essa profissão seja carregada de estigmase preconceitos, muitas mulheres 
encontram na prostituição a liberdade e a autonomia não vivenciada na família. Para Medeiros 
e Barbosa (2011) a mulher que antes estava condicionada a viver no lar e para a família, o 
privado, sai para o espaço das ruas e passa a conviver em sociedade, exercendo novas 
atividades, funções e comportamentos, entre esses, sua independência sexual. Contudo, os 
autores supracitados, ainda acrescentam que, a independência sexual da mulher lhe trouxe um 
desconforto social, uma vez que esta independência está associada a prostituição, e a visão da 
mulher prostituta está ligada à sua condição social ou aos parâmetros sociais em que esta esteja 
imersa. 
 
5.3 Perspectivas para o futuro 
 
No que se refere a perspectivas para o futuro, fica evidente certa insegurança por parte 
das participantes. Tal evidência pode ser notável diante do que foi relatado por algumas das 
profissionais: “eu não sei o que vai acontecer quando eu ficar velha, nem quero pensar” (Flor). 
Por se tratar de uma profissão onde o corpo é o produto de oferta, a preocupação com a idade 
foi relatada por todas as participantes do estudo. A idade da prostituta é considerada, por elas, 
como um dado do perfil que exerce grande influência, no âmbito da concorrência pelo cliente, 
especialmente no momento de negociarem as condições do programa (GUIMARÃES; 
MERCHÁN-HAMANN, 2005). 
Nesse sentido, o trabalho excessivo é visto a priori como uma forma de conseguir o 
máximo de recursos financeiro em curto prazo. De acordo com as entrevistadas, existem 
cidades com maior procura pelos serviços sexuais “quando não venho prá cá vou pra 
Chupinguaia ou Sapezal. Em Sapezal é melhor pra ganhar dinheiro, mas eu gosto mais desse 
lugar aqui” (Paola). De acordo com uma das participantes para “aproveitar o momento bom 
pra ganhar dinheiro já cheguei a fazer oito programas por dia em Chupinguaia” (Flor). 
 
5.4 Fatores motivadores à inserção na profissão 
 
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Sobre os motivos que as levaram a se prostituírem, as justificativas são múltiplas, 
permeadas de desejo de ascensão financeira, abandono familiar, liberdade. “Estou nesta vida, 
porque meu marido é muito parado, e não dá pra gente tudo que a gente precisa” (Gigi). Neste 
fragmento do relato, observa-se o desejo de consumo e de ascensão social. 
Por meio dos relatos tanto das profissionais do sexo como da Cafetina, é possível notar 
uma questão que parece ter importância fundamental tanto para o ingresso como para a 
permanência destas mulheres nesta profissão é a facilidade com a qual se consegue obter 
dinheiro. Eu tiro uns R$ 7.000,00 à R$ 8.000,00 mil. Sempre invisto o dinheiro. “Já comprei 
carro, uma moto, uma casa, e já reformei a casa dos meus pais e sustento eles também” (Gigi); 
“estou aqui porque o dinheiro entra rápido. Então com dois dias aqui e já ganhei R$500,00 e 
em outro serviço não consigo isso”. (Paola); “tinha um salário de R$ 2.000,00, mas aqui eu 
ganho muito mais” (Flor). 
Observa-se, que o dinheiro propicia renda não só para as profissionais do sexo, mas 
também para seus familiares. Nesse sentido, nota-se que o acesso ao dinheiro é obtido com 
certa facilidade, em grande quantidade e num período de tempo curto, o que torna esta profissão 
rentável e atrativa, como mostram os próprios relatos das entrevistadas. Russo (2007) defende 
que “o dinheiro é o mediador das relações de prostituição”. De modo geral, o que se pode ver 
é que a motivação para ingressar neste ambiente profissional está relacionada as questões 
socioeconômicas, sobretudo, em contextos onde há pobreza e marginalização, bem como 
situações de desorganização e conflito familiar e desvalorização profissional. 
Vê-se o dinheiro como peça central deste contexto observado para as profissionais do 
sexo. O ingresso nesta profissão parece não exigir uma pré-qualificação, sendo que para isso 
basta que a mulher manifeste esta inclinação, o que talvez seja um dos fatores que contribuem 
para o ingresso neste meio. 
São inúmeros os contextos em que se observa o fenômeno social da prostituição. Os 
fatores que desencadeiam tal fenômeno também são os mais diversos como mencionado a 
priori, indo desde desajustamentos familiares, envolvimento com drogas, etc. “Meu ex-marido 
está preso eu não recebo pensão [...]” (Paola). 
Mesmo havendo variadas possibilidades em questão, é sabido que a maior das causas 
deste fenômeno é a pobreza, e na maioria das vezes, a miséria. As personagens são mulheres 
que saíram da casa dos pais por algum conflito, e até por terem sofrido abuso, ou que 
engravidaram precocemente e não recebem qualquer apoio da família e do parceiro e decidem 
se aventurar nesta profissão, tendo esta como única perspectiva para solução de seus problemas, 
onde a realidade nem sempre traduz os seus sentimentos demonstrado: “aqui não é fácil” (Flor); 
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“eu sinto uma solidão muito grande quando acordo. Sempre vou dormir de porre, mas quando 
acordo com ressaca é terrível [...] eu não desejo essa vida pro meu filho de jeito nenhum” 
(Paola). 
Nesse caso observa-se, que se por um lado a profissão proporciona certa liberdade, 
autonomia e principalmente uma remuneração desejável, por outro lado, esta mesma profissão 
revela-se como um peso na vida dessas mulheres, onde o estigma é experimentado no caso em 
questão, de forma subjetiva. Conviver com essa “marca” é conviver com o estigma e 
preconceitos impostos pela sociedade, é ter segundo Goffman (1988) o seu registro negativo, 
descrito pela autora como identidade deteriorada. Ser prostituta é viver em plena condição de 
exclusão, já que sua profissão interfere nas suas interações, seja no momento de exercer a 
profissão, seja no momento de buscar serviços médicos ou mesmo em diferentes âmbitos da 
vida íntima e social, Guimarães e Merchán-Hamann (2005), ou seja, a mulher fica assim, 
marcada para o resto da vida. 
Em termos gerais, percebe-se nos depoimentos das participantes, que a prostituição 
como profissão surge da insatisfação, do desejo de mudar de vida, e esperança que esta 
atividade possa atribuir-lhes um caminho, permitindo-lhes de certa forma, juntar dinheiro para 
algum empreendimento, o sustento da família e o delas próprias. Porém, é notável o sentimento 
de incerteza sobre o futuro... 
Submeter-se a este contexto de exploração e riscos pode também ser explicado pelas 
péssimas condições de vida dessas mulheres, por não terem estudo, não receberem 
oportunidades no atual mercado de trabalho. Por fim, além de enfrentarem os riscos da 
profissão, ainda se submetem aos julgamentos e olhares de desprezo e repúdio por parte da 
sociedade em geral, sobretudo de grupos que defendem ferrenhamente a moral e os “bons 
costumes”. 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Embora, fosse notável a existência de algumas dificuldades iniciais no que diz respeito 
a ordem conceitual e definição do caminho metodológico a percorrer, o estudo possibilitou a 
inferência de alguns apontamentos conclusivos. De maneira geral pode-se observar, que as 
profissionais do sexo, participantes demonstraram por meio dos seus discursos, ambivalência 
nos seus sentimentos. Apresentando-se euforia e sentimentos positivos com relação a sua 
profissão, porémdemonstraram emocionalmente fragilizadas, indefesas e inseguras quanto as 
suas perspectivas para o futuro como profissionais do sexo. 
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Também, foi possível concluir, que as profissionais do sexo, pertencem a uma classe 
social desfavorecida, o que é ainda mais preocupante, pois a prostituição se fortalece com a 
falta de oportunidades existente no país. Fato esse, que infelizmente corrobora outros resultados 
de pesquisas realizadas no Brasil. O estudo ainda evidencia o ingresso dessas mulheres à 
prostituição ao baixo nível socioeconômico aos quais são inseridas. Ou seja, são mulheres 
oriundas da periferia, com baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo. Nesse sentido, faz-se 
necessário novos estudos dessa natureza, na região com maior número de participantes e com 
grupos de mulheres que exercem a prostituição em outro contexto. 
Por fim, entende-se que é preciso dar voz a estas mulheres, é preciso ouvi-las, é preciso 
colocá-las em debate. Os avanços esperados na efetivação do exercício dos direitos daqueles 
que trabalham como profissionais do sexo, não só dependem dos esforços dos defensores 
externos dessa causa, mas acima de tudo, quando o principal ator envolvido for ouvido. 
 
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Recebido em: 19/01/2015 
Aprovado em: 23/11/2015 
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http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v20n51/a09v2051.pdf

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