Introdução Aos conceitos de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo

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ARQUITETURA 
E URBANISMO 
Sabrina Assmann Lücke
Introdução aos conceitos 
de projetos de arquitetura, 
urbanismo e paisagismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar a dimensão dos projetos de arquitetura, paisagismo e 
urbanismo.
 � Reconhecer as necessidades de uso da função do edifício.
 � Identificar a relação da arquitetura com outras disciplinas.
Introdução
O trabalho do arquiteto e dos profissionais de paisagismo e urbanismo 
influencia, de forma qualitativa, a vida das pessoas. O arquiteto, ao projetar 
uma edificação, precisa considerar o uso desse edifício e sua função 
para, a partir disso, delimitar a forma dos espaços, a organização e os 
materiais construtivos a serem empregados. Com relação aos projetos de 
paisagismo e urbanismo, os parques, por exemplo, podem ter funções 
diferentes em uma cidade, pois ao planejar o traçado urbano criam-se 
zonas de usos diferenciadas e com necessidades e limites urbanos va-
riados. Neste capítulo, você irá estudar este conceito inicial de projetos 
de arquitetura, paisagismo e urbanismo.
Diferentes projetos em arquitetura
A profissão de arquiteto e urbanista é uma formação com vasta possibilidade 
de atuação no mercado de trabalho. O arquiteto pode atuar como projetista, 
gerenciador de obras, paisagista, coordenador de projetos, professor, urbanista, 
planejador, entre outras. Essa amplitude de atuação é possível em razão da 
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estrutura curricular presente na formação acadêmica deste profissional, que 
permeia por diferentes áreas do conhecimento. 
No Brasil, o acadêmico em arquitetura e urbanismo sai da graduação com 
três ênfases de trabalho: arquitetura, urbanismo e paisagismo. Em outros países, 
essas são graduações são separadas ou pertencem a cursos de especialização. 
Por isso, muitas vezes, há a impossibilidade de compatibilidade profissional 
de um país para o outro.
Na área de projetos, por exemplo, o arquiteto possui habilitação para tra-
balhar desde a concepção de uma cidade, passando por uma residência e indo 
até o paisagismo. A seguir, você verá essas áreas de atuação em detalhes. 
Projetos arquitetônicos
Quando falamos em arquitetura, logo lembramos de projetos de edificações, 
principalmente residenciais unifamiliares. Porém, o arquiteto não é habilitado 
apenas para realizar projetos de pequeno porte, mas também os de grande 
porte, incluindo edificações de múltiplos pavimentos (ver Figura 1), indepen-
dentemente do uso que eles terão. 
Dentro desse tipo projeto, há a prática projetual de edificações e todos 
os seus projetos complementares, como estruturas, interiores, instalações 
elétricas, hidráulicas, sanitárias, circuitos de rede lógica, etc.
Figura 1. Projetos de grande porte.
Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com.
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As profissões de arquiteto e engenheiro civil são, muitas vezes, confundidas; contudo, 
uma diferença básica é o fato de o arquiteto não possuir habilitação para projetar 
estradas, rodovias, túneis ou pontes. Analogicamente, o engenheiro civil é o profissional 
habilitado a trabalhar da cidade para fora, ao passo que o arquiteto é hábil para trabalhar 
no seu interior, planejando seus espaços como um todo. Também se confunde a 
arquitetura com o design de interiores, que trabalha somente nos espaços projetados 
por esses outros profissionais, ou seja, não pode alterar as estruturas e instalações de 
uma edificação, apenas ocupa-las com suas ideias e indicações.
Projetos urbanísticos
Como urbanista, o arquiteto pode projetar uma cidade, desde a sua origem até 
a distribuição de ruas e quarteirões, o dimensionamento de lotes, calçadas, vias 
carroçáveis, áreas verdes e áreas de possível expansão urbana (ver Figura 2). 
Podem atuar dentro do setor público, como planejadores urbanos, auxiliando na 
criação e aplicação de leis que regem o crescimento das cidades, com o intuito 
de que elas se mantenham sustentáveis. Como exemplo dessas legislações, 
podemos citar o Código de Obras e os Planos Diretores.
Figura 2. Projeto urbanístico.
Fonte: han871111/Shutterstock.com.
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Projetos paisagísticos
Já na área do paisagismo, os arquitetos atuam como formadores do espaço de 
maneira ecológica, consciente e eficiente. 
Ao pensarmos em parques, por exemplo, logo lembramos de áreas com 
bastante arborização, flores e caminhos que interligam diferentes espaços de 
estar. O arquiteto paisagista, além de conhecer as espécies mais indicadas para 
o uso em cada ambiente, projeta esses percursos, utilizando materiais que sejam 
menos agressivos ao ambiente inserido e preparando seu substrato, de forma 
que esses caminhos perdurem no tempo sem comprometer a durabilidade e 
permeabilidade do solo.
O paisagismo engloba projetos de pequenos jardins residenciais, jardins 
institucionais, acessos de edificações ou condomínios, parques e vias urbanas, 
partindo desde o micro para o macroprojeto. Observe um exemplo de projeto 
paisagístico na Figura 3.
Figura 3. Projeto paisagístico.
Fonte: psynovec/Shutterstock.com.
Função do edifício
Ao lembrarmos de uma edificação, a primeira imagem que temos dela é a da 
sua utilização, o que, na arquitetura, é denominado função do edifício. De 
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acordo com o programa de necessidades apresentado pelo cliente, a edificação 
precisa seguir algumas organizações e setorizações, para que o edifício seja 
funcional.
O edifício exerce uma função muito além do sítio em que ele é inserido. 
Se você pensar no edifício de forma isolada, verá sua função de utilização, 
que pode entre moradia, escola, comércio etc., contudo, quando pensa nele 
inserido em um lote, pode ver ele como a área edificada, cercada ou não por 
um paisagismo. Se relacionar o mesmo edifício ao quarteirão em que ele 
se insere, será possível fazer várias relações, desde a área construída até o 
impacto gerado sobre a vizinhança (insolação, ventilação, luminosidade, etc.). 
Finalmente, considerando o espaço da cidade, o edifício imaginado poderá 
interferir diretamente na qualidade de vida dos moradores, seja positiva ou 
negativamente. 
Considere uma edificação localizada próxima a um curso de água respon-
sável pelo abastecimento hídrico da população, se esta depositar seus dejetos 
diretamente no curso de água, sem o devido tratamento, toda a população 
poderá ser contaminada por alguma bactéria ou substância tóxica.
Figura 4. Despejo de dejetos.
Fonte: Eduard Radu/Shutterstock.com.
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Dimensão dos projetos de arquitetura, 
paisagismo e urbanismo
A arquitetura, conforme visto no início deste capítulo, atua em diferentes 
campos, podendo alcançar as mais variadas dimensões projetuais. Ao falarmos 
em dimensões, podemos considerar a área de influência de um projeto, mas 
como determinar qual é a área de influência? Ela ultrapassa a área projetada?
Qualquer projeto irá ter interferência no meio em que estiver inserido. Projetos 
arquitetônicos de edificações são os que geram o impacto mais visível ao serem 
colocados em execução, porque são inseridos em um ambiente criado por um 
projeto urbanístico, e podem receber um projeto paisagístico e de interiores. 
Essa sequência de projetos poder ser chamada de inter-relação projetual.
Inter-relação projetual entre arquitetura, paisagismo e 
urbanismo
A arquitetura tem a função de integrar os ambientes. Uma casa, por exemplo, 
está inserida em um lote, que pertence a um quarteirão, inserido em um bairro 
de uma determinada cidade, ou seja, a arquitetura extrapola os limitesdo lote 
em um projeto. Ela permeia pelos ambientes de forma a proporcionar qualidade 
de vida aos usuários de cada espaço projetado. Na Figura 5, você pode ver a 
relação da edificação com a rua e com os lotes vizinhos.
Figura 5. Exemplo de inter-relação projetual.
Fonte: rawmn/Shutterstock.com.
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Portanto, cabe ressaltar que um projeto não deve ser pensado isoladamente, 
mas sim considerando o espaço em seu entorno. As interferências de uma 
edificação na vizinhança são maiores do que se imagina, e podem ser físicas, 
ambientais, sociais ou mesmo econômicas, conforme exemplificado a seguir:
 � Interferências físicas: podem ser ocasionadas pela movimentação de 
terra necessária para a implantação de uma edificação. Essa movimen-
tação pode afetar as edificações vizinhas, caso não seja realizada uma 
sondagem de solo eficaz, verificando a possibilidade de comprometi-
mento das estruturas das edificações lindeiras.
 � Interferências ambientais: a edificação inserida afeta a luminosidade, 
a ventilação e a insolação natural. Caso uma edificação seja inserida 
sem considerar os impactos que venha a ocasionar na vizinhança, os 
lotes lindeiros poderão perder em conforto ambiental. Por exemplo, 
uma edificação que possua uma altura superior às existentes irá gerar 
uma sombra projetada, podendo afetar o desenvolvimento de espécies 
vegetais, reduzir o aquecimento nos períodos de inverno ou mesmo 
inutilizar uma área de lazer de verão de outra edificação.
 � Interferências sociais: ao inserir uma edificação em determinado 
local de uma cidade, ela deve estar em conformidade com os parâme-
tros sociais da vizinhança. Imagine uma orla com um calçadão que é 
revitalizado e recebe uma área comercial de alto padrão. Ainda que 
o calçadão permaneça aberto a todos, muitas pessoas se sentirão des-
confortáveis de continuar frequentando-o, pois há um contraste social 
entre o empreendimento e o seu entorno.
 � Interferências econômicas: quando um empreendimento é lançado, 
ele movimenta a sua região. Imagine um shopping center (ver Figura 
6) sendo implantado no seu bairro. Durante sua construção, inúmeros 
colaboradores iriam consumir no comércio local e, após a finalização 
da obra, iria atrair inúmeras pessoas, que vão transitar pelo bairro e 
consumir dentro e fora do shopping. Além de movimentar o comércio 
local, isso geraria empregos e renda.
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Figura 6. Exemplo de shopping center.
Fonte: MikeDotta/Shutterstock.com.
Continue pensando no exemplo da construção do shopping no seu bairro, 
outros projetos terão de ser executados para tornar o entorno adequado. Um 
projeto paisagístico bem elaborado é um convite para que uma edificação 
seja visitada, conforme você pode observar na Figura 7. Da mesma forma, 
calçadas arborizadas tornam os caminhos até o empreendimento mais atra-
tivos. Assim, você pode concluir que não adianta ter um empreendimento 
interessante, se o trajeto até ele não for facilitado. Portanto, as ruas devem 
possuir um gabarito de via carroçável adequado ao fluxo previsto de veículos 
que irão transitar no local e o transporte público deve possibilitar linhas que 
cheguem ao empreendimento. Para isso, o projeto urbanístico e os planos 
de crescimento sustentável das cidades são imprescindíveis para que haja 
desenvolvimento local adequado.
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Figura 7. Exemplo de entorno de edificações.
Fonte: yykkaa/Shutterstock.com.
Você conseguiu perceber a importância do profissional de arquitetura e 
urbanismo para a sociedade? Elaborar projetos vai muito além da criativi-
dade, pois é necessário utilizar legislações, percepções e ideias criativas para 
colaborar com o desenvolvimento de espaços e cidades mais humanizadas.
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BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017.
CHING, F.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2013.
VAN LENGEN, J. Manual do arquiteto descalço. Jandira: B4, 2014.