Buscar

Odontologia Preventiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

22
FACULDADE EDUFOR
CURSO DE ODONTOLOGIA
DISCIPLINA PRATICA INTERDISCIPLINAR III
CIRURGIÃO DENTISTA COMO PROMOTOR DA ODONTOLOGIA PREVENTIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ANDRESSA MESQUITA A. RABELO1
CIRLAN TEIXEIRA1
NATHALIA VERONICA S. SILVA1
VITÓRIA LAYANNE B. PAIXÃO1
WELLISON SANTANA DA COSTA[footnoteRef:1] [1: - Graduandos do 3º período do Curso de Odontologia – Noturno - EDUFOR] 
ORIENTADORA: Prof. Dra. Clélea de Oliveira Calvet[footnoteRef:2] [2: - Prof. Dra. Clélea de Oliveira Calvet - EDUFOR] 
SÃO LUIS
2021
ANDRESSA MESQUITA A. RABELO
CIRLAN TEIXEIRA
NATHALIA VERONICA S. SILVA
VITÓRIA LAYANNE B. PAIXÃO
WELLISON SANTANA DA COSTA
CIRURGIÃO DENTISTA COMO PROMOTOR DA ODONTOLOGIA PREVENTIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
SÃO LUIS
2021
Artigo apresentado como processo de avaliação para obtenção da nota, na disciplina de Práticas Interdisciplinares III, ministrada pela Professora Ms. Clélea de Oliveira Calvet, do curso de Odontologia da Faculdade EDUFOR.
 CIRURGIÃO DENTISTA COMO PROMOTOR DA ODONTOLOGIA PREVENTIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
 
Aprovada em: ____/ _____/______
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Clélea de Oliveira Calvet
Faculdade EDUFOR
Examinador 1
Faculdades Edufor
Examinador 2
Faculdade Edufor
RESUMO
Desde criação do Sistemas Único De Saúde (SUS) os parâmetros adotados como requisitos básicos para a promoção da saúde asseguram ao indivíduo uma oferta de serviços que preconiza a assistência da saúde primária e desta forma, a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), endossa de forma complementar este proposito oferecendo a saúde básica odontologia a toda a população. Em concordância com esta ação o cirurgião dentista, opera como um mediador importante e fundamental como pilar desta oferta de saúde primária em face a necessidade dos cuidados orais para que problemas de natureza odontológica não se tornem uma desordem na manutenção da saúde do indivíduo e para que esta atividade seja observada com um olhar mais voltado ao grau de importância que ela tem para garantir uma qualidade de vida adequada à população.
Palavras chave: odontologia, saúde oral, SUS, saúde preventiva.
ABSTRACT
Since the creation of the Unified Health System (SUS), the parameters adopted as basic requirements for health promotion ensure the individual an offer of services that advocates primary health care and, in this way, the National Policy on Oral Health (PNSB), endorses this in a complementary way. purpose offering basic health dentistry to the entire population. In accordance with this action, the dental surgeon operates as an important and fundamental mediator as a pillar of this primary health offer in view of the need for oral care so that dental problems do not become a disorder in the maintenance of the individual's health and so that this activity is observed with a closer look at the degree of importance it has to ensure an adequate quality of life for the population. 
Key words: dentistry, oral health, SUS, preventive health.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	8
2.	OBJETIVOS	10
2.1 OBJETIVOS GERAIS	10
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS	10
3.	JUSTIFICATIVA	11
4.	METODOLOGIA	12
5.	REVISÃO DE LITERATURA	13
5.1 ODONTOLOGIA PREVENTIVA	13
5.2 SUS – BREVE HISTÓRICO	15
5.3 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL	16
6.	DISCUSSÃO	18
7.	CONSIDERAÇÔES FINAIS	20
REFERÊNCIAS	20
 
1. INTRODUÇÃO
Tendo em vista a diminuição da disparidade existente entre os direitos sociais assegurados por lei e a capacidade de oferta de ação de serviços públicos voltado à população, desde o advento da Constituição Federal de 1988, os norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) foram definidos: a integridade, a descentralização, a universalização, a equidade, a hierarquização e a participação da comunidade.
A integridade, sendo um dos princípios norteadores do SUS, se propõe a unificar as ações relacionadas à efetivação da saúde enquanto direito e serviço, permitindo uma expansão da oferta de ações que possam corresponder as necessidades de saúde de uma determinada população (PUCCA JUNIOR, 2013). Ao tempo, cria-se o desafio de construir um sistema de saúde que além de atender as necessidades de saúde da população, desenvolva, também, politicas, ações, práticas e cuidados em saúde.
Nesse interim, surge a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), cujo objetivo é amplificar e assegurar atenção básica odontológica a toda a população, por meio do desenvolvimento de práticas voltadas para a vigilância em saúde através da realização de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, organizadas em todos os níveis de atenção, colocando assim em prática o princípio da integralidade (BRASIL, 2004).
De acordo com a diretrizes da PNSB, os serviços odontológicos e as ações relativas à saúde bucal devem resultar de um conhecimento prévio e adequado da saúde populacional, para, assim, desenvolver uma prática efetiva (BRASIL, 2004). No entanto, apenas no ano de 2000, a odontologia foi incorporada na Estratégia de Saúde da Família (ESF) pelo Ministério da Saúde, que identificou a necessidade de suprir a falta de acesso aos serviços odontológicos pela população (CERICATO et al, 2007).
Com isso, a atuação do cirurgião dentista passa a ter uma atuação fora dos consultórios, quebrando as barreiras físicas para o acesso, ampliando, assim, os serviços odontológicos prestados no âmbito da atenção primária à saúde, ou seja, O dentista, então, deixou de exercer apenas atividades clinicas e passou a realizar novidades como: planejamento de ações e serviços, interação com a comunidade, educação em saúde e atividades de atenção à saúde e qualificação da prática odontológica (BRASIL, 2018).
Sendo assim, levando em consideração a importância da participação do cirurgião dentista para a consolidação das propostas do SUS, o presente trabalho tem como objetivo, identificar, por meio de revisão de literatura, a importância da odontologia preventiva e a atuação do cirurgião dentista na Atenção Básica dentro do SUS.
.
	
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
	Avaliar a importância da odontologia preventiva e a atuação do cirurgião dentista na Atenção Básica dentro do SUS.
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
· Determinar a atuação do dentista dento do SUS
· Investigar a importância do dentista para o desenvolvimento da odontologia preventiva no SUS
3. JUSTIFICATIVA
A atuação do dentista no serviço público de saúde era pautada apenas no atendimento clinico da população, com a implantação de um programa de saúde bucal para toda uma população a maneira como a odontologia tradicional trabalha muda drasticamente. 
O dentista que passa a atuar no setor público deixou de exercer apenas as atividades clinicas e passou a ter novas competências relacionadas a promoção de saúde bucal. 
Para a efetivação do que é proposto pelo SUS, é indispensável a atuação do dentista, uma vez que estão inseridos no contexto de saúde. Sendo assim, este estudo justifica-se na importância do cirurgião dentista, enquanto promotor da saúde bucal, para o desenvolvimento da atenção primária.
4. METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura baseada em artigos de base cientifica sobre a odontologia preventiva praticada no SUS. 
Os estudos utilizados para esta revisão foram retirados de bases de dados como Google Acadêmico, Scielo, Bibiliografia Brasileira de Odontologia (BBO), LILACs, bem como dissertações e livros que abordem a temática. 
Os artigos selecionados seguiram os seguintes critérios: publicações nacionais e internacionais com datas de publicação de 2000 a 2020, por meio de descritores como: Atuação do cirurgião-dentista, Unidade Básica de Saúde, Estratégia de Saúde da Família e odontologia preventiva no sus.
5. REVISÃO DE LITERATURA
5.1 ODONTOLOGIA PREVENTIVA
A odontologia preventiva tem como objetivo inicial conscientizar e promover a prevenção na saúde bucal. Sendo oscuidados com os dentes boca e com o sistema estomatognático suas prioridades. A odontologia preventiva deve começar desde os primeiros anos de idade, para que a criança já entenda a importância do cuidado com os dentes e apresente sempre uma boca saudável.
Para a manutenção da saúde bucal é necessário praticar a prevenção e manter visitas em dia ao consultório odontológico. Inicialmente as ações preventivas tem como objetivo entender quais são as causas de um problema bucal e iniciar os tratamentos que venham a corrigir ou prevenir esse problema. Muitas vezes os problemas são a falta de informação ou a incorreta higiene bucal.
Ao se falar sobre odontologia preventiva é possível que as pessoas só relacionem essa prática com a saúde bucal. É evidente que um bom acompanhamento pode prevenir cáries e gengivites, por exemplo. Mas os cuidados bucais podem prevenir até mesmo câncer bucal e outras doenças, como:
· Doenças cardíacas;
· Gastrite;
· Diabetes;
· Artrite;
· Aumento de problemas respiratórios.
Isso acontece porque infecções na boca podem acabar permitindo que determinadas bactérias caiam em sua corrente sanguínea. Até mesmo grávidas podem sentir o impacto de uma saúde bucal frágil. Problemas como a gengivite, possuem relação com partos prematuros, por exemplo. Então o ideal é que a odontologia preventiva seja parte de qualquer fase da vida para evitar problemas futuros, sejam eles bucais ou não.
A Odontologia voltada para a prevenção da cárie e doenças bucais está ocupando grande espaço nos centros de saúde com a implantação da equipe de Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família. Baseada na aplicação de medidas de prevenção e enfatizando a educação da população para prevenir a cárie e doenças bucais de acordo com as reais necessidades da população e nível de conhecimento do público- alvo (MASTRANTONIO;GARCIA,2002).
A prevenção e educação em saúde são de fundamental importância para o conhecimento e a mudança de comportamento quanto aos hábitos corretos de higiene e alimentação não-cariogênica(CORRÊA,2005). Araújo et al (1995) , afirmam, também, que a partir dos conhecimentos dos fatores causais das doenças bucais pode-se adotar medidas capazes de evitar a instalação das mesmas, portanto, a disseminação desses conhecimentos tem como objetivo a promoção de saúde da população infantil e representa a principal meta a ser alcançada.
Promover saúde é mais do que constatar para o paciente que cárie pode ser prevenida através da utilização correta de produtos contendo flúor, da limpeza adequada dos dentes e da racionalização do consumo de açúcar. Promoção de saúde é uma ação global, objetivando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ou seja, é qualquer esforço planejado para construir uma política pública saudável, criar ambientes que apóiem o esforço individual e comunitário de ser saudável, fortalecer ação comunitária, desenvolver habilidades pessoais ou reorientar os serviços.
A equipe odontológica deve agir em parceria com os demais membros da equipe do Programa de saúde da família( PSF) e com a população para que ela atue em sua própria saúde. A humanização do atendimento, sua resolutividade e qualidade, a melhoria do acesso, a territorialização, e a otimização das ações de vigilância à saúde para prevenção e controle das doenças e agravos servirão como base para adequar as normas da atenção odontológica. As ações educativas para promoção de práticas saudáveis e do auto cuidado e as atividades extra-clínicas devem ocupar de 15 % a 20 % das atividades das equipes de saúde bucal (BRASIL,2006).
O conhecimento da situação epidemiológica da população é essencial tanto para o nível de planejamento quanto para o de execução de serviços odontológicos (PINTO,1998).E essa tem sido uma das premissas do sistema único de saúde,ou seja,trabalhar com uma população adscrita num determinado território.
As ações de proteção à saúde bucal de infantes se fundamentam num ativo envolvimento dos pais e responsáveis. Ao discutir a relevância da família para a saúde da criança,Inglehart e Tedesco (1995) nas palavras de Pinto(1998) destacam o papel desempenhado no campo afetivo, relacionando-o com o medo do dentista.Com isso,o trabalho deve ser realizado em conjunto.
Para Corrêa, (2005), antes de definir um programa preventivo, deve-se ter em mente quais são os objetivos e a expectativa da família e as necessidades da criança.
Transformações culturais, sociais e econômicas têm gerado o incremento de políticas públicas de atenção à criança pequena, devido à necessidade de cuidado e educação ao longo do tempo. Para isso as ações devem ser desenvolvidas em nível das políticas públicas, da pesquisa e das práticas, segundo estudo comparativo sobre as políticas de atendimento à criança nos EUA e Brasil ( FREITAS e SHELTON, 2003).
A Atenção à Saúde Bucal da Criança, de acordo com Ministério da Saúde, nas unidades de atendimento, devem ser realizadas por grupos de educação em saúde, ou concomitante a outros grupos existentes na unidade, organizando as ações por agrupamento de faixa etária. No primeiro mês de vida, a criança deve ser incluída num grupo de ações educativas em saúde bucal, onde a equipe orientará os pais ou responsáveis os cuidados necessários para a manutenção de sua saúde bucal.
No consultório, o contato direto entre paciente e profissional cria uma atmosfera adequada, onde as instruções podem ser detalhadas de acordo com as necessidades individuais, o método de comunicar a informação pode ser ajustado de acordo com a idade, inteligência e desenvolvimento social do paciente, relacionado à prevenção da cárie dental e da doença periodontal como componentes do tratamento clínico, distribuído ao longo de três consultas.
5.2 SUS – BREVE HISTÓRICO
O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, que determina que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira. Seu início se deu nos anos 70 e 80, quando diversos grupos se engajaram no movimento sanitário, com o objetivo de pensar um sistema público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população defendendo o direito universal à saúde.
Já em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do sistema e instituiu os preceitos que seguem até hoje. A partir deste momento, a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral e completamente gratuita. Só em 2014 foram realizados mais de 4,1 bilhões de procedimentos ambulatoriais e 1,4 bilhão de consultas médicas através do SUS no país.
O SUS atende todos que procuram suas unidades de saúde ou tem necessidade de atendimento de emergência. Por exemplo, os atendimentos prestados pelo Samu em acidentes de trânsito são fornecidos pelo SUS e garantidos a todos.
Desde setembro de 2000, quando foi aprovada a Emenda Constitucional 29 (EC-29), o SUS é administrado de forma tripartite, e conta com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Os gestores são responsáveis pela administração dos recursos, sua implantação e qualidade. 
5.3 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL
Atualmente, o sistema de saúde do Brasil (Sistema Único de Saúde – SUS) é constituído por um conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Tem como objetivos a identificação e a divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação; e a assistência às pessoas por intermédio destas ações de saúde, com a realização integrada das açõesassistenciais e das atividades preventivas (BRASIL, 1988). 
Entretanto, a atenção odontológica no serviço público brasileiro há anos caracterizou-se por prestar assistência a grupos populacionais restritos, como os escolares, por meio de programas voltados para as doenças cárie e periodontal. O restante da população ficava excluído e dependente de serviços meramente curativos e mutiladores. Isso resultava numa baixa cobertura de atendimento e numa assistência de baixa resolutividade, alvo de críticas por parte dos atores envolvidos 
Durante anos, a Odontologia esteve à margem das políticas públicas de saúde. O acesso dos brasileiros à Saúde Bucal era extremamente difícil e limitado, fazendo com que as pessoas se acostumassem a só procurar atendimento odontológico em casos de dor. Essa demora na procura ao atendimento aliada aos poucos serviços odontológicos oferecidos fazia com que o principal tratamento oferecido pela rede pública fosse a extração dentária, perpetuando a visão da Odontologia mutiladora e do cirurgião-dentista com atuação apenas clínica.
No Brasil, a partir de 2003, observou-se uma mudança na resposta do Estado em relação à política de saúde bucal, que saiu de uma posição secundária, passando a assumir uma de destaque e priorização na agenda governamental. A Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), denominada Brasil Sorridente, publicada em 2004 e ainda em vigor, tem como principais eixos: a reorganização da atenção básica, especialmente por meio das Equipes de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família (ESB/ESF); a organização da atenção especializada, através da implantação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD); a promoção e a proteção da saúde, através da educação em saúde, a realização de procedimentos coletivos e a fluoretação das águas de abastecimento público; e a vigilância em saúde bucal, na perspectiva do monitoramento das tendências, por meio da realização de estudos epidemiológicos periódicos. Também, o Brasil Sorridente articula outras ações interministeriais.
As diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal buscam contemplar o estabelecido pela Constituição Federal do Brasil (capítulo II, seção II, artigo 196) (BRASIL, 1988): “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
O Brasil Sorridente é, portanto, a política de saúde bucal do SUS, com progressivas articulações transversais em ações dentro do Ministério da Saúde junto a outros ministérios. Essas ações buscam o enfrentamento das iniquidades e geram acesso para populações em situação de vulnerabilidade, como Rede Cegonha, Plano Brasil sem Miséria, Programa Saúde na Escola, Programa Viver sem Limite (para pessoas com deficiência), Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e ações dirigidas para população indígena, população negra e quilombolas, assentamentos e população rural, população ribeirinha, população idosa, população encarcerada e população em situação de rua mostrando a inserção transversal da saúde bucal nos diferentes programas integrais de saúde e demais políticas públicas. Dessa forma, existe a possiblidade também de a Secretaria Municipal/Estadual de Saúde desenvolver trabalhos com outros setores da saúde (MOYSÉS, 2013).
A centralização na família remete ao conhecimento de seus membros e dos problemas de saúde dessas pessoas, bem como do reconhecimento da família como espaço singular. 
A competência cultural trata da capacidade de reconhecer as multiplicidades de características e necessidades específicas de populações diversas, que podem estar afastadas dos serviços pelas suas peculiaridades culturais como diferenças étnicas e raciais, entre outras. 
A orientação comunitária abrange o entendimento de que as necessidades se relacionam ao contexto social, e que o reconhecimento dessas necessidades pressupõe o conhecimento do contexto físico, econômico e cultural. 
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.
6. DISCUSSÃO
Um dos princípios básicos da odontologia atual é não realizar intervenções antes que as ações de promoção de saúde tenham tido a possibilidade de funcionar. Dessa forma, o dentista é convidado a repensar acerca de sua prática e da realização de um novo papel dentro da odontologia voltada para a saúde coletiva. Os profissionais possuem a responsabilidade de realizarem politicas publicas saudáveis e de auxiliarem as pessoas a se capacitarem na busca de sua qualidade de vida e da coletividade (SHEIHAN, MOYSES, 2000).
De acordo com OMS (1986), as atribuições dos dentistas, em nível loca, podem ser direcionados para o fortalecimento de ações comunitárias, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação dos serviços de saúde. O fortalecimento de ações voltadas a comunidade é uma das partes mais relevantes para a promoção da saúde bucal da população, buscando a integração da abordagem tradicional- vertical com a abordagem horizontal (AERTS et al, 2003).
As pessoas da comunidade são consideradas um recurso importante para construção da saúde bucal. Nesse interim, a contribuição básica é o envolvimento ativo da população em problemas já conhecidos por elas, atuando na tomada de decisão, planejamento e implantação de ações, e na fiscalização dos recursos usados para isso. Assim, responsabiliza-se a população pela busca, promoção e proteção de sua saúde bucal (BUSS, 1998).
Entre as diversas formas de envolvimento do dentista com ações comunitárias, este pode estar atuando em:
· na busca de parcerias com ativistas comunitários para a formação de redes de aliança;
· no apoio da criação de hortas e pomares como forma de encorajar ações cooperativas e do consumo de alimentos saudáveis;
· associar-se a grupos comunitários ativos na promoção da saúde de mães e crianças como a pastoral da saúde, por exemplo;
· proporcionar a participação da população no planejamento e tomada de decisões em relação a saúde bucal da comunidade;
· desenvolver ações intersetoriais com outras instituições públicas ou privadas como ONGs, SESI, SESC e Universidades.
O desenvolvimento de habilidades pessoais para trabalhar com a promoção da saúde envolve o fortalecimento da autoestima e da autoconfiança. Para isso, é preciso ajudar as pessoas a identificar e analisar seus problemas, permitindo um maior controle de informações e recomendações que lhe são apresentadas, e, consequentemente, a melhora da saúde bucal. A educação em saúde, nesse sentido, avança com a proposta de potencializar as características individuais para o controle e busca da saúde (STOTZ et al, 1998, apud AERTS et al, 2003).
Sendo assim, o cirurgião- dentista possui um papel importante ao assumir ajudar pessoas na identificação de crenças que podem ser prejudiciais à saúde bucal; no incentivo ao exame de bocas de crianças e adultos para identificação de problemas e na orientação sobre locais para buscar ajuda; na capacitação de agente comunitários e auxiliares (Auxiliar Bucal e Técnicos); no auxílio à educação continuada dos colegas; na atuação como educador em saúde bucal em equipe multidisciplinares e multiprofissionais; e em ações educativas coletivas (escolas, conselhos locais de saúde, associações), relacionadas ao estilo de vida, ao uso de flúor na água e à orientação sobre a higiene bucal (AERTS, 2003).
Os serviços de saúde bucal podem ser um elemento importante na melhora das condições de saúde da população. Serviços de odontologia promotores de saúde exigem a presença de profissionais com visão ampliada sobre o processo saúde-doença, capaz de compreender as pessoas, levando em consideração os muitos aspectos de suavida, e não somente um conjunto de sinais e sintomas associados a cavidade bucal (AERTS, 2003).
É necessário, portanto, que o dentista realize seu trabalho de forma equilibrada, balanceando a prevenção e a cura, adotando procedimentos cuja eficácia possua fundamentação cientifica e garantindo que esses procedimentos sejam implementados com o mais alto padrão possível. No mais, devem participar do processo de identificação dos problemas dos mais diversos grupos populacionais que estão sob a responsabilidade do seu serviço de saúde, atuando em equipes multidisciplinares e intersetoriais, com a participação de lideranças locais no controle da saúde bucal.
No que concerne especificamente a vigilância epidemiológica da saúde bucal, o dentista pode participar de organizações de inquéritos epidemiológicos, atuando como coordenador de saúde bucal da equipe local, auxiliando na coleta de informações e na alimentação do sistema de informações e do controle dos principais problemas que envolvem a população.
7. CONSIDERAÇÔES FINAIS
Em face ao conteúdo estudado, conclui-se que a atividade odontológica é parte fundamental para a saúde básica da população, uma vez que o cirurgião dentista não atua tão somente na saúde bucal mas é parte integrante de um todo, que envolve desde os processos iniciais da qualidade de vida do indivíduo como sua alimentação e até aspectos sócias importantes quando se pensa na finalidade estética do sorriso. 
Ao ser incorporado no SUS, a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), colocou diante dos brasileiros uma possibilidade de valor inestimável que é o acesso aos cuidados a sua saúde, higiene e cuidados bucais. 
O surgimento do Centro de Especialidades Odontologias (CEO) e de outros programas reforçam quão necessário é que o cirurgião dentista esteja inserido no planejamento na saúde e na manutenção desta da população, sendo requisito que não deve ficar à margem orçamentária, ou negligenciada como uma ação preventiva não orçada como linha de frente de cuidados básicos. 
Por fim, fica evidente que o cirurgião dentista, é base para a saúde primária, é mantenedor desta saúde e promotor do bem estar da população que serve.
REFERÊNCIAS
AERTS, Denise. ABEGG, Claídes; CESA, Kátia. O papel do cirurgião-dentista no Sistema Único de Saúde. Cienc. Saude Coletiva, 2003. https://doi.org/10.1590/S1413-81232004000100013
ARAÚJO, D.R; MICHEL, J. A; FOSSATI, A.C.M. Avaliação clínica do perfil das crianças atendidas pela clínica de bebês da Faculdade de Odontologia URGS, Porto Alegre. In: Reunião Científica da Sociedade Brasileira de Pesquisas Odontológicas, 12, Águas de São Pedro, 1995 Anais São Paulo, SBPqO, v.12, p.123,1995
BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília, 2004.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de Atenção à Saúde Bucal, Florianópolis- Julho,2006.
Buss, PM. Promoção da saúde: bases teórico-conceituais, pp. 2-45. In PM Buss & JR Ferreira (orgs.). Promoção de saúde e a saúde pública Fiocruz,1998, Rio de Janeiro.
CERICATO, Graziela Oro et al. Educação em saúde bucal em portadores de necessidades especiais: um estudo de caso em deficientes visuais. 2007.
CORRÊA,M.S.N.P.Odontopediatria na Primeira Infância.2ª edição.São Paulo:Editora Santos,2005,p.272 a 279 - 439 a 458, 2005.
FREITAS, L. B. L; SHELTON,TL.Atenção à primeira infância nos EUA e no Brasil.Psicologia:Teoria e Pesquisa(on line).2005,vol.21,n.2,p. 197-207.
MASTRANTONIO, S. S.; GARCIA, P. P. N. S. Programas educativos em saúde bucal: Revisão de literatura. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê, Curitiba, v. 5, n. 25, p. 215-222, mai./jun. 2002
MOYSÉS, S. J. Saúde Coletiva: Políticas, Epidemiologia da Saúde Bucal e Redes de Atenção Odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2013.
PINTO,V. G.Saúde Bucal Coletiva.4 ed. São Paulo: Editora Santos,2000,p.313-316.
PUCCA JÚNIOR, Gilberto Alfredo. Política nacional de saúde bucal do Brasil, integralidade e acesso; o caso Brasil sorridente. 2013. 99 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Sheiham A, Moysés SJ. O papel dos profissionais de saúde bucal na promoção de saúde. In:Buischi YP. Promoção de saúde bucal na clínica odontológica. São Paulo: Artes médicas: EAPAPCD,2000. 336p.

Continue navegando