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ATIVIDADE 1 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL

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Escola e Transformação Social 
Antes de falarmos sobre como a Escola pode contribuir para o enfrentamento das desigualdades sociais devemos entender que o próprio acesso à Escola é marcado por desigualdades. O direito à educação vai muito além de garantir que crianças e jovens tenham acesso à escola, estejam e permaneçam até o final dos ciclos de formação básica. Esse direito de todos e dever do Estado e da Família, está intimamente ligado ao direito de um desenvolvimento pleno e integral dos estudantes, em todos os sentidos da complexidade humana.
 É importante mostrar que existe diferença entre o acesso à escola e o direito ao aprendizado e desenvolvimento integral dos indivíduos. É com esse olhar que a educação democrática e cidadã ganha sentido e assim podemos, a partir dessa situação, entender e discutir o enfrentamento das desigualdades sociais no âmbito escolar. 
Para se conectar com a realidade, com as crianças e jovens, a gestão escolar, educadores e educadoras, precisam propor a reflexão sobre diversidade, desigualdade, atuação social, política e cultural. Existem também um papel importante da família, que deveria se inserir no cotidiano escolar e participar das discussões e elaborações da estrutura, planos e projetos de ensino. Nesse âmbito o Estado, deveria promover condições reais, para que os atores envolvidos, desde as crianças e jovens até a família, passando pelos educadores e educadoras, possam desenvolver reflexões e ações concretas para combater as desigualdades sociais. Se constitui função do Estado promover o bem-estar social e gerir, com princípios de transparência, celeridade, ética, publicidade e legalidade, a coisa pública. Dentro de uma sociedade igualitária e democrática e um Estado democrático de direito é dever dos gestores públicos agir no melhor interesse social, reduzindo as desigualdades, promovendo o bem-estar a vida de todos de maneira isonômica. 
“A escola não é uma
alienígena. Está inserida na
sociedade, portanto, também
é um espaço destas disputas”
Lêda Gonçalves de Freitas 
Na transição da ditadura militar para o regime democrático, durante o final da década de 1980 e depois na década de 1990, evidenciou-se o papel da Educação como ferramenta de transformação de uma sociedade marcada por profundas desigualdades sociais. Falamos de uma realidade desconhecida por muitos brasileiros por ter sido escondida, distorcida e desfigurada pelos agentes que estavam no poder. 
As discussões iniciais concentraram-se na importância de acabar com o analfabetismo adulto, uma das grandes chagas na educação nacional, como forma de reduzir a desigualdade. Depois, houve a preocupação com a formação dos professores seguida de várias ações e projetos que tentaram fazer do ambiente escolar e do processo educacional lugares de reflexão e ação que, em tese, combateriam as desigualdades. Porém, muitas dessas ações foram adotadas de forma ainda desencontradas com a própria realidade desigual de nosso país. 
Soluções abrangentes que levariam em conta a realidade nacional, que é múltipla e diversa, não foram desenvolvidas e a Escola, em muitos casos, continuou a ser um lugar de reprodução das desigualdades. Na atualidade é preciso realinhar, não só o sistema de ensino brasileiro com metas iguais para condições desiguais, mas também a forma como deve ser desenvolvido, acreditamos que só assim a Escola cumprirá um de seus papeis fundamentais que é a reflexão clara e lugar onde se combate as desigualdades sociais. 
Os problemas sociais que o Brasil enfrenta se agravaram do período citado até os dias atuais e se faz necessário citar que a Pandemia de COVID19, que o mundo hoje enfrenta, escancarou ainda mais as desigualdades sociais, inclusive no que tange às Escolas e sua atuação social. 
Assim, percebemos que nos próximos anos, aumentará ainda mais o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social e essa população se espalha pelas cidades e pelo zonas rurais, das periferias aos assentamentos de sem-terra, de áreas quilombolas aos grupos indígenas. Nesse contexto a Escola pode se tornar um grande centro de formação de pessoas em âmbito integral, desenvolvendo conhecimento, mas também proporcionando aprendizado de formas do viver social. Uma Escola que acolhe todos, que discute sobre a diferença e a diversidade, sobre as desigualdades, mas também sobre as possibilidades de combate-las reinventando o espaço escolar, onde os atores envolvidos possam desenvolver-se plenamente em todos os sentidos do social ao político, do científico ao cultural. 
A Escola, para combater as desigualdades deve ser um lugar de abertura, reflexão, geração de conhecimento e promoção do protagonismo de todos os atores que nela atuam, dos estudantes aos educadores, dos gestores à participação da família. Um lugar de criação, criatividade e ação concreta na luta contra as desigualdades sociais, o preconceito, a segregação, afinal nossas leis garantem uma Educação de qualidade para todos, não só para os grupos privilegiados da sociedade. 
O Estado, como instituição gestora e organizadora, deve ter um papel ativo no processo, promovendo políticas públicas coerentes, sistemáticas e efetivas para que as Escolas e seus atores possam ter êxito no combate às desigualdades. Hoje, infelizmente temos um Estado que tende a desmontar, sucatear e quer transformar as Escolas em lugares de doutrinação e domesticação dos corpos e das ideias e isso é inaceitável depois de tanto tempo de luta por uma Escola democrática e de qualidade, que ainda nem alcançamos totalmente. Hoje mais do que nunca é papel da Escola e seus atores lutarem para que esse espaço de conscientização, reflexão e ação possa realmente ser um lugar de fala contra as desigualdades sociais.
	Podemos citar diversas ações para que a Escola se torne um espaço de vivência genuína e luta contra as desigualdades sociais. Devemos lembrar que os próprios espaços escolares, em todas a suas dimensões, as famílias e o Estado devem se reinventar para realmente combater a desigualdade, inclusive no acesso e permanência das crianças e jovens na Escola. 
	As ações concretas devem começar pela reestruturação do processo educacional, isso é dever da gestão pública. O Estado não pode mais impor reformas na educação de forma vertical, uma das primeiras ações deveria ser a de pensar a Escola e seu papel social, como espaço de formação integral do ser humano, que levaria em conta todas as dimensões vitais, não só o conhecimento doutrinador. Gestores públicos têm feito reformas sem ouvir os educadores, gestores escolares, funcionários das escolas, famílias e os principais interessados no processo que são os estudantes. 
A maioria das reformas realizadas tem servido como “remendos” em um tecido já esgarçado, o Estado tem que reconstituir o processo educacional e as Escolas, reinventar a educação, mas de maneira horizontal, não mais impondo verticalmente o que os ditos especialistas de gabinete criam, lembrando que muitos deles nunca sequer pisaram em uma sala de aula e muito menos em uma nas periferias, por exemplo. 
	Na esteira dessa reflexão outra ação concreta a ser desenvolvida é a efetiva participação da família nos processos escolares e da educação em geral. Para isso uma reestruturação social mais ampla talvez seja necessária, pois os componentes familiares, principalmente os mais vulneráveis, não tem tempo para essa participação, devido às questões socioeconômicas. Outro fator é a própria conscientização e educação dessas famílias quanto à participação efetiva para que a Escola fosse realmente um ambiente de reflexão social e de luta pela igualdade não só dos estudantes, mas de seus familiares também.
	No âmbito escolar as mudanças deveriam ser em todos os setores. O próprio espaço físico, da maioria das escolas, é um lugar que inspira a máxima de Foucault “Vigiar e Punir”, não são espaços acolhedores e inspiradores. Passado do ambiente físico para o de aprendizagem temos muitas ações necessárias, desde a valorização dos educadores até a reestruturação dos métodos, passandopela formação de todos os agentes envolvidos no processo. Existe uma lista muito grande do que poderia ser feito e do que tem de ser feito, o que não podemos prescindir é a participação efetiva de todos em todos os processos, assim teremos uma Escola igualitária desde o acesso e permanência das crianças e jovens até ser um espaço de reflexão e luta por igualdade social.

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