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UNIVERSIDADE SANTO AMARO 
 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANALISE DISSERTATIVA DO FILME BLACK 2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
 
Laura Letícia Silva Piloto RA 4350430 
Raphael Gurian Fideles e Moura RA 4352238 
Sueli Nascimento Menezes Muniz RA 4220935 
Tainara Santana Lima RA 4324927 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANALISE DISSERTATIVA DO FILME BLACK 2005 
 
 
 
 
 
Trabalho de Desenvolvimento Humano. 
Análise dissertativa do filme Black 2005. sob. 
 orientação do Profº. Luciano Fiscina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
Black (2005) 
Título em português: Escuridão (2005) 
 
 O filme indiano “Black” (2005), dirigido por Sanjay Leela Bhansali, é uma 
adaptação do livro autobiográfico “A história da minha vida" de Helen Keller, uma 
americana que se tornou cega e surda aos 18 meses de vida após ter sido 
diagnosticada com “febre cerebral” na época. Hoje acredita-se que a razão de sua 
deficiência tenha acontecido por escarlatina ou meningite. Hellen foi aluna de Anne 
Sullivan (que ficou quase cega aos 5 anos, mas após alguns procedimentos cirúrgicos, 
recuperou parte de sua visão), que a ensinou se comunicar por meio de sinais e tato. 
Hellen foi a primeira pessoa surda e cega a graduar-se no mundo e se tornou escritora 
e palestrante, sendo favor das mulheres, comunidades surdas e outras minorias, 
exercendo grande influência pelo mundo. Fortemente inspirado nesta história verídica, 
o filme apresenta a história de Michelle McNally (protagonizada 
por Ayesla Kapur (quando criança) e Rani Mukerji (quando adulta)), que possui uma 
história de vida e adversidades semelhantes a Hellen Keller. 
 Conforme as cenas do filme decorrem, somos afligidos pelo modo animalesco que 
a pequena Michelle interage com o ambiente, e com isso, seus pais sofrem muito por 
sua condição. O pai (protagonizado por Dhritiman Chatterjee) cogita a ideia de 
interna-la em um hospício, em contrapartida, a mãe (protagonizada 
por Shernaz Patel) intervém propondo a ele que contratem um 
professor especializado em surdos. Após uma certa insistência, chamam o 
professor Debraj Sahai (protagonizado por Amitabh Bachchan). De início, 
percebemos que há resistência por parte de Michelle para apreender o 
método excêntrico de seu professor, o pai então decide mandá-lo embora e, em 
seguida, embarca em uma viagem por 20 dias. O professor vê a oportunidade de 
ajudar a menina, então conversa com a mãe e com seu consentimento, inicia as aulas, 
privando a criança de qualquer estímulo e a presença da mãe. Debraj apresenta sinais 
e movimentos táteis, com esperança de que Michelle assimile os sinais feitos em uma 
de suas mãos e com a outra, sobre os lábios de seu professor, sentisse os 
movimentos feitos. Dessa forma, os dias vão passando, enquanto a drama segue e 
Michelle aprende as letras, mas não compreende ainda o significado das palavras. 
No dia que seu pai retorna para casa, eis que o milagre esperado acontece. 
Michelle aprende sua primeira palavra, onde pronúncia com as mãos “água”, e fica 
maravilhada, o que a faz sair tocando tudo que está no seu caminho para que seu 
professor lhe dissesse seus significados. Após este episódio, o professor é aceito 
pela família e começa a acompanhar Michelle ao longo da vida, até ingressar-se na 
faculdade, auxiliando-a em suas atividades acadêmicas. 
Conforme a trama segue, o professor desenvolve Alzheimer (doença que 
acomete a memória e vários outros processos cognitivos), e Michelle busca ajudá-lo a 
se recordar de tudo que viveram juntos. O filme se encerra quando ele diz “água” na 
linguagem de sinais, concluindo assim, que ele se recordara dela e de todo processo 
que passaram juntos. 
Black (2005) é um filme carregado de emoção, que prende a atenção, e nos 
provoca a questionar vários fatores de desenvolvimento psíquico, frente as 
dificuldades que a personagem passa, tais como os estágios de desenvolvimento 
propostos por Jean Piaget (1896-1980, Suíça. Biólogo, Psicólogo e Epistemólogo). 
Na história do filme, Michelle começa a conhecer o “mundo humano", aos 8 anos de 
idade, após a entrada do professor em sua vida, nesta fase, Piaget propôs 
um estágio de operações concretas (dos 7 anos aos 11 anos), em que há uma maior 
capacidade cognitiva para resolver alguns problemas básicos, como operações 
numéricas, advindas de informações que foram interiorizadas, como números, por 
exemplo. 
Podemos ver que Michelle não conhece alguns objetos, como talheres, o que 
fica evidente no primeiro contato com o professor, no momento de almoçar, ela até 
então, come apenas com as mãos e sem nenhum tipo de disciplina. É visto que uma 
gama de informações é apresentada a menina, que começa a encarar tudo como um 
“novo mundo", até o estágio seguinte proposto por Piaget, o qual se refere, as 
operações formais (dos 11 anos aos 14 anos), correspondente à adolescência, 
período em que se desenvolve o raciocínio lógico e a autonomia em pensar o mundo 
a sua maneira e por si só formular teorias e refletir sobre vários aspectos da 
vida, características estas que se estendem até a fase tardia da vida. Paralelamente, 
notamos também vários elementos estipulados por Lev Vigotsky (1896-1934, Russia. 
Psicólogo, estudou direito, história e filosofia), que construiu sua teoria com influências 
marxistas, em que o sujeito sofre influências do meio que vive, no caso, para Karl 
Marx (1818-1883, Inglaterra. Filósofo, Sociólogo e Historiador). 
Vygotsky estipulou que na ausência do outro, o homem não se constrói 
homem, e para que o homem se constitua como humano é preciso fazer uso de 
instrumentos e signos, ou seja, o ser humano se desenvolve por meio da linguagem 
e interação social com outros seres humanos. Quanto a isso, foi apresentado para 
Michelle tardiamente o que seria de suma importância para constituir-se humana: A 
linguagem. O comportamento selvagem e errático de Michelle era resultado da 
ausência de estímulos, pois os pais se viram vencidos pelo comportamento da filha, 
por não possuírem recursos pedagógico adequados, por mais que fossem uma família 
financeiramente abastada. 
Ao passo que Michelle se desenvolve com auxílio de seu professor, de 
modo urgente, são apresentados à ela alguns objetos, e associados por meio de 
sinais e do tato, o que Vygotsky classificou como “Mediação Semiótica”, de acordo 
com sua teoria, a criança interage com o ambiente de forma típica e peculiar, onde 
sua relação com o meio tem ligação direta com estímulo-resposta. Esse processo é 
complexo e exige uma série de modificações qualitativas, o que prediz o estágio 
seguinte, a internalização, que se dá por meio de repetição, no qual a criança se 
apropria da fala do outro e a torna sua. A respeito da personagem, ela passou a 
internalizar sinais aprendidos, e os repetiu para se comunicar com os outros, pois para 
Vygotsky, o conhecimento ocorre de fora para dentro, o que torna o papel do 
professor de extremo valor, para que o sujeito atinja o amadurecimento e 
consolidação de suas tarefas, etapa essa, nomeada por Vygotsky de “ZDP" (Zona de 
desenvolvimento proximal) o que justamente se refere a autonomia de se relacionar 
com o mundo, após os degraus de desenvolvimento aprendidos anteriormente, com 
capacidade de atingir outros níveis inerentes a vida humana, e pudemos ver que a 
personagem atingiu sua autonomia, ao alcançar sua tão sonhada formatura, posterior 
a várias tentativas fracassadas, o que evidencia a dificuldade de Michele em relação 
a outros alunos que não tiveram as mesmas adversidades. 
 O filme, além desta visão sobre o desenvolvimento e aprendizado humano, 
ainda abre uma discussão relacionada a línguas de sinais e as dificuldades das 
pessoas com deficiência visual e auditiva, algo potencializado no filme pelo fato da 
personagem ter ambas deficiências. 
O filme demonstrauma história de superação pessoal, guiada pela dedicação 
de um professor que não se limitou pelos padrões educacionais de sua época. O 
professor, Debraj, não demonstra nenhum tipo de conhecimento específico sobre 
psicologia durante o decorrer do filme, contudo utiliza de um elemento que se 
demonstra primordial durante a trama do filme: Perseverança. Tanto por parte do 
educador como do aluno, a perseverança está presente durante todo desenvolver da 
trama, explicitado através da incessante busca por resultados, mesmo que pequeno, 
como um sinal de avanço no desenvolvimento de Michele, guiado pela forma com que 
Michele interage com o mundo ao seu redor, enquanto os pais demonstram-se 
cansados e sem orientações, de tal forma que não teria sido propiciado para Michele 
os estímulos necessários com o ambiente para seu devido desenvolvimento. 
O aprendizado principal que podemos tirar de Black (2005) dialoga diretamente 
tanto com Lev Vygotsky como Jean Piaget e seus conceitos, nos demonstrando que 
não importa quais as adversidades, o amadurecimento é possível, mesmo que dentro 
de determinadas limitações físicas e biológicas. 
Em relação à linguagem de sinais, outro elemento que é trazido com ênfase 
durante o filme, não se sabe ao certo quando se deu sua origem. Algumas escolas 
para surdos foram criadas, sendo a primeira escola pública foi fundada na França, 
por L'Epée, entretanto não foram reconhecidas pelo Congresso Mundial de 
Professores de Surdos (situado na Itália em 1880, constituído por pessoas ouvintes), 
com isso os surdos eram submetidos a um método oralista, onde acreditava-se que 
podiam aprender a falar, porém era ignorada a importância dos sinais para os surdos. 
Apenas na década de 1960, após a publicação do texto de 
monografia “Sign Language Structure”, escrito por William Stokoe (1919 – 2000, 
Estados Unidos. Linguista), onde foi demonstrando que a língua de sinais 
constituí características complexas e expressivas, tanto quanto a linguagem oral, que 
a prática de ensino com o uso do recurso de sinais começa a ser aplicado em maior 
escala e receber um reconhecimento merecido, algo que se tornou um grande marco 
para a comunidade surda e muda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
FRAZÃO,Dilva. Biografia de Helen Keller. Ebiografia, 05 de 
jun. de 2020. Disponível em < https://www.ebiografia.com/helen_keller/ >. Acesso em: 13 de maio de 
2021. 
 
LÍNGUA DE SINAIS: ORIGEM E HISTÓRIA. Portal Educação, 2020. 
Disponível em: < https://siteantigo.portaleducacao.com.br/ conteudo/artigos/fonoaudiologia/lingua-de-
sinais-origem-e-historia/61951# >. Acesso em: 13 de maio de 2021. 
 
QUEM FOI ANN SULLIVAN. Instituto de Capacitação e Promoção da Inclusão Ann Sullivan, 2021. 
Disponível em: < https://www.institutoannsullivan.org.br/annsullivan >. Acesso em: 13 de maio de 
2021. 
 
PEIXOTO, Michelly. Willian C. Stokoe Jr. Medium, 27 de set de 2017. Disponível 
em: < https://medium.com/@mpeixoto/willian-c-stokoe-jr-9bdbacec9b67 >. Acesso em: 13 de maio de 
2021. 
MENEZES, Pedro. Jean Piaget. Toda Matéria. Disponível em: 
< https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/jean-piaget/amp/ > Acesso em: 13 de maio 
de 2021. 
 
GONÇALVES, Renata. Síntese das ideias da Vygotsky. Monografias Brasil Escola, 
2021. Disponível em: 
<https://www.google.com/amp/s/m.monografias.brasilescola.uol.com.br/amp/psicologia/sintese-das-
ideias-vygotsky.htm >. Acesso em: 13 de maio de 2021. 
 
DIAS, Maria Sara de Lima et al. A formação dos conceitos em Vygotsky: Replicando 
um experimento. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e 
Educacional SP . Volume 18., número 3, Setembro/Dezembro de 2014: 493-500. Disponível 
em: < //www.scielo.br/pdf/pee/v18n3/1413-8557-pee-18-03-0493.pdf >. Acesso em: 13 de maio de 
2021. 
 
FUKS, Rebeca. Karl Marx e as suas ideias mais importantes. Ebiografia, 08 de fev de 
2021. Disponível em: < https://www.ebiografia.com/karl_marx_ideias/ >. Acesso em: 13 de maio de 
2021. 
 
CRISTIANO, Almir. O Congresso de Milão. Libras, 17 de maio de 2017. Disponível em: 
<https://www.libras.com.br/congresso-de-milao >. Acesso em: 13 de maio de 2021. 
RAMOS, Denise Marina; HAYASHI, Maria Cristina Piumbato Innocentini. O Lugar da Educação de 
Surdos nas Dissertações e Teses. Rev. bras. educ. espec., Bauru , v. 24, n. 2, p. 247-260, abr. 2018 
. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
65382018000200247&lng=pt&nrm=iso>.acesso em 15 de maio de 2021. 
 
SUZUKI, Júlio César; ROQUE, Marcel de Assis. Black: Uma História de Outra Dimensão – Entre a 
Linguagem e o Direito à Vida. Revista Pub. Sem data de publicação. Disponível em 
<https://www.revista-pub.org/post/black-uma-hist%C3%B3ria-de-outra-dimens%C3%A3o-entre-a-
linguagem-e-o-direito-%C3%A0-vida>. Acesso em 15 de maio de 2021 
 
 
 
https://www.ebiografia.com/helen_keller/
https://www.institutoannsullivan.org.br/annsullivan
https://medium.com/@mpeixoto/willian-c-stokoe-jr-9bdbacec9b67
https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/jean-piaget/amp/
https://www.google.com/amp/s/m.monografias.brasilescola.uol.com.br/amp/psicologia/sintese-das-ideias-vygotsky.htm
https://www.google.com/amp/s/m.monografias.brasilescola.uol.com.br/amp/psicologia/sintese-das-ideias-vygotsky.htm
https://www.ebiografia.com/karl_marx_ideias/
https://www.libras.com.br/congresso-de-milao

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