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TEXTO BASE A monitorização terapêutica de medicamentos (MTM) do inglês Therapeutic Drug Monitoring (TDM) é defini da pela International Association of Therapeutic Drug Monitoring and Clinical Toxicology (IATDMCT) como “especialidade clínica multidisciplinar que visa melhorar a assistência prestada ao paciente, ajustando individualmente a dose de medicamentos“. Outras entidades como o American College of Clinical Pharmacy e o American Society of Health-System Pharmacists encorajam a implantação do MTM como importante prática clínica dos farmacêuticos. No Brasil, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) tem estimulado sua expansão, por meio de regulamentações como a Resolução/CFF 585/20134. Em recente publicação da entidade, o MTM foi definido como “serviço que compreende a mensuração e a interpretação dos níveis séricos de fármacos, com o objetivo de determinar as doses individualizadas necessárias para a obtenção de concentrações plasmáticas efetivas e seguras”. O referido documento ressaltou que o MTM não se restringe a uma simples mensuração da concentração sérica de fármacos, mas a uma abordagem combinada, abrangendo técnicas e análises farmacêuticas, farmacocinéticas e farmacodinâmicas que poderão contribuir para a identificação o e a resolução de problemas relacionados à farmacoterapia. Um dos produtos do MTM é a obtenção de informações sobre o nível sérico dos fármacos para análise e recomendação, se necessário, de ajuste de doses que permitam o alcance de determinados desfechos clínicos ou substitutos. É exemplo de desfecho clínico a redução do número de convulsões e do risco de nefrotoxicidade, relacionados ao uso de anticonvulsivantes e antimicrobianos. fármacos candidatos a serem monitorados são aqueles que apresentam uma correlação entre os efeitos terapêuticos e os tóxicos6.Parafármacoscuja correlação entre os níveis sanguíneos e a resposta não está bem determinada ou situações em que a dosagem sérica não é realizada rotineiramente, a avaliação da resposta terapêutica frequentemente ocorre pela medida de desfechos intermediários, tais como lipemia, glicemia, pressão arterial e RNI. No entanto, nem todas as condições clínicas possuem desfechos suficientemente específicos para auxiliar na monitorização de um tratamento, e outras avaliações clínicas são necessárias para estabelecer uma melhor correlação entre a dose e a resposta. MARQUE A PROVA: ( ) Exercício Avaliativo AV1 ( ) AV2 ( X ) 2ª CH ( ) AV3 ( ) Curso: Farmácia Turma: Turno: Noturno Período: 5º período Valor: 30 pontos Resultado: Data: Disciplina: Farmacocinética Clínica Professor: Msc. Leandro Heleno Guimarães Lacerda Aluno(a): A Sr. Gumercinda tem 57 anos, mora na cidade de Sete Lagoas, é aposentada e sofre de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), com diagnóstico estabelecido a aproximadamente seis anos. Além disso, a Sr. Gumercinda é obesa, hipertensa e diabética (Altura: 1,60m ou 2,56 m2 - Peso: 85,0 Kg O tratamento da Sr. Gumercindo consiste principalmente no uso do fármaco Digoxina, na dosagem de 250µg, um comprimido simples ao dia. A estrutura química do fármaco em questão está demonstrada abaixo: Em relação aos parâmetros farmacocinéticos, a digoxina é aproximadamente 70-80% absorvida na primeira parte do intestino delgado (jejuno-íleo). A biodisponibilidade de uma dose oral varia de 50- 90% (considera-se para um comprimido simples uma biodisponibilidade de aproximadamente 70%), entretanto, cápsulas orais gelatinizadas de digoxina têm biodisponibilidade de 100% . O tempo para atingir a concentração máxima (Tmax) de digoxina foi medido com 1,0 hora após administração, em um estudo clínico de pacientes saudáveis tomando 0,25mg de digoxina, comparados com um placebo. A concentração máxima (Cmax) foi de 1,32 ± 0,18 ng/ml−1 no mesmo estudo, e a área sob a curva (AUC) foi de 12,5 ± 2,38 ng/ml-1. Se a digoxina for ingerida após uma refeição, a absorção é retardada, mas isso não altera a quantidade total de droga absorvida. Porém, se a digoxina for administrada com as refeições que contêm fibras, a absorção pode ser diminuída. A taxa de ligação da digoxina às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 25%, e, o fármaco se liga principalmente à albumina. A digoxina tem meia-vida de 1,5-2 dias em indivíduos saudáveis. A meia-vida em pacientes que não urinam, geralmente devido à insuficiência renal, é prolongada para 3,5-5 dias. Uma vez que a maior parte da droga é distribuída extravascularmente, a diálise e a exsanguineotransfusão não são os métodos ideais para a remoção da digoxina. Recentemente, a Sr. Gumercinda foi internada apresentando edema (inchaço provocado pelo acúmulo de líquido) nas mãos e nos pés com dormência, dor nos ossos, náuseas e vômito além de coceira generalizada, sintomas clássicos de insuficiência renal provavelmente provocada por síndrome nefrótica. A avaliação laboratorial revelou o seguinte: Creatinina sérica: 7,3 mg/dL (V.R.: homens –0,7 a 1,3 mg/dL; mulheres –0,6 a 1,2 mg/dL) Uréia sérica: 120 mg/dL (V.R.: 15 –45 mg/dL) Proteinúria ++++ (excreção excessiva de proteínas na urina) O médico resolveu então realizar a depuração (ou clearence) de creatinina, considerado padrão ouro para o diagnóstico de insuficiência renal. Pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) menor que 60 mL/min/1,73 são considerados portadores de insuficiência renal crônica (IRC). Após apresentação das informações, responda o que se pede: A) Qual a dose efetiva de digoxina? (6,0 pontos). B) Qual a concentração de digoxina livre na corrente sanguínea? (6,0 pontos). C) Desenhe o gráfico de Concentração Plasmática x Tempo que represente o comportamento plasmático da Digoxina, representando no gráfico os seguintes dados: Tmax.; Cmax.; AUC. (6,0 pontos). D) Descreva sobre a importância do conhecimento a respeito dos parâmetros farmacocinéticos de um fármaco. (6,0 pontos). E) Calcule a depuração de creatinina da paciente e correlacione o resultado deste teste como o quadro clínico apresentado e a suspeita do médico (6,0 pontos).
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